quarta-feira, 24 de março de 2021

Não nos calemos diante de ofensas à Virgem Maria, diz padre


Pe. Carlos Rossell de Almeida, ex-reitor do Seminário Santo Toríbio de Mogrovejo em Lima (Peru) e pároco do Santuário do Senhor da Divina Misericórdia, criticou de forma enérgica a caricatura ofensiva que o jornal peruano La República publicou sobre a Virgem Maria.

“Como sacerdote e católico, manifesto minha total rejeição ao que publicou o jornal La República. É uma ofensa ao povo católico e não podemos ficar calados perante as caricaturas que se fazem sobre o sagrado”, disse o também doutor em Teologia Sagrada ao concluir a Missa celebrada nesta terça-feira, 16 de março, no Santuário do Senhor da Divina Misericórdia.

Pe. Rossell recordou que “para nós, a Virgem Santíssima é a nossa mãe e não permitiremos que aqueles que não compartilham a nossa fé, aqueles que estão ideologizados zombem do que para nós é sagrado”.

“Por isso minha total rejeição ao que o jornal La República publicou sobre a Virgem Maria, que, além disso, manifesta como se comportam aquelas pessoas que estão ideologizadas, neste caso concreto, ideologia marxista, e desta maneira estão mostrando como são”, continuou.

No domingo, 14 de março, La República publicou uma caricatura na qual uma pessoa diz a Maria: “Eu te amo, Maria... Açoita-me para não cair na tentação de pagar impostos”, ao que a Virgem responde: “Filho perdoa aos que votam nele, porque não sabem o que fazem”.

A caricatura usa a imagem do Sagrado Coração de Maria e foi feita por Heduardo Rodríguez dias depois que o candidato presidencial Rafael López Aliaga falou a uma rádio sobre sua devoção à Virgem.

O empresário López Aliaga é candidato à Presidência pelo partido Renovación Popular e é membro da Opus Dei. Nas últimas pesquisas a intenção de voto a seu favor subiu e o puseram em segundo lugar. Se chegar à eleição do dia 11 de abril assim, passará ao segundo turno.

Seus opositores o acusam de ter uma dívida milionária com a SUNAT, entidade que administra impostos no Peru, mas ele afirma que se trata de uma campanha de difamação contra ele.

Para o Pe. Rossell, o que o jornal La República deve fazer é esclarecer “sua relação com a Odebrecht, é isso que eles devem esclarecer. Que esclareçam sua relação com os grupos de poder que fazem lavagem cerebral no Peru e que estão envolvidos na corrupção. É isso que o jornal La República tem para esclarecer e não ofender o povo católico”.

Padre encontrado morto em casa cometeu suicídio, diz Diocese


A Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) confirmou que Padre Olímpio Rubén Rojas Velazco, encontrado morto em casa no último domingo, 21 de março, cometeu suicídio.

Em nota assinada pelo Bispo Dom Luiz Henrique da Silva Brito, afirma que “a causa da morte foi suicídio” e que “os órgãos competentes já encerraram a perícia”.

Segundo a Diocese, Pe. Rubén “passava por tratamento psicológico e psiquiátrico” e “estava afastado de seu ministério”. “A Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda ressalta que durante todo o período do tratamento foi acompanhado pelo nosso Clero e leigos”, ressalta a nota.

O corpo de Pe. Rubén foi encontrado no domingo, na casa paroquial da Nossa Senhora da Conceição, em Volta Redonda. Logo após, a polícia foi acionada e passou a investigar o caso.

Mais de 200 teólogos alemães criticam veto a bênção de uniões homossexuais



Mais de 200 teólogos de língua alemã assinaram uma declaração rejeitando a proibição do Vaticano de abençoar uniões homossexuais.

A declaração foi redigida na Universidade de Münster e descreve o esclarecimento da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) como carente de "profundidade teológica, compreensão hermenêutica e rigor explicativo".

"Se as descobertas científicas são ignoradas e não são acolhidas, como é o caso do documento (do Vaticano), o Magistério mina sua própria autoridade", afirmam os teólogos, segundo informa a CNA Deutsch, agência em alemão do Grupo ACI.

Para os signatários, “o texto está caracterizado por um gesto paternalista de superioridade e discrimina os homossexuais e seus planos de vida”.

Em 15 de março, a CDF publicou um responsum (resposta, em latim), a um dubium (dúvida, em latim) que perguntava: “A Igreja dispõe do poder de abençoar as uniões de pessoas do mesmo sexo?” A congregação do Vaticano respondeu negativamente. Além disso, declarou "ilícita toda forma de bênção que tenda a reconhecer" tais uniões.

A resposta foi aprovada pelo Papa Francisco e assinada pelo prefeito da CDF, Cardeal Luis Ladaria; e pelo secretário, o Arcebispo Giacomo Morandi.

O documento suscitou fortes reações nos países de língua alemã, onde vários bispos expressaram publicamente seu apoio à bênção das uniões de pessoas do mesmo sexo.

Um deles é Dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que em 15 de março disse que o esclarecimento da CDF reflete "o estado do ensino da Igreja expresso em vários documentos de Roma".

“Na Alemanha e em outras partes da Igreja mundial, já há algum tempo existem discussões em andamento sobre a forma como tal ensinamento e o desenvolvimento doutrinário em geral podem ser avançados com argumentos viáveis com base em verdades fundamentais da fé e da moral, com uma reflexão teológica progressiva, e também aberta aos resultados mais recentes das ciências humanas e das situações de vida das pessoas de hoje. Não há respostas fáceis para perguntas desse tipo”, disse o Bispo.

Alguns sacerdotes católicos disseram nas redes sociais que continuarão abençoando as uniões gays. No entanto, alguns bispos alemães acolheram bem o esclarecimento do Vaticano, como Dom Rudolf Voderholzer, Bispo de Ratisbona; e Dom Stefan Oster, Bispo de Passau.

Em sua declaração, os mais de 200 teólogos de língua alemã distanciam-se "firmemente" do esclarecimento da CDF.

"Em contraste, assumimos que a vida e o amor dos casais do mesmo sexo não são menos valiosos diante de Deus que a vida e o amor de qualquer outro casal”, disseram.

“Em muitas congregações, padres, diáconos e outros ministros pastorais reconhecem os gays, oferecendo celebrações de bênção para casais do mesmo sexo e refletindo sobre as formas litúrgicas adequadas para tais celebrações. Acolhemos estas práticas de afirmação”.

Cardeais defendem recusa de bênçãos para homossexuais


Dois cardeais sustentaram as diretrizes de uma recente declaração do Vaticano, que afirma que a Igreja não pode abençoar uniões do mesmo sexo. Trata-se do Arcebispo de Boston, Dom Sean O´Malley e do Prefeito para o Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral no Vaticano, Dom Peter Turkson. Eles tiveram um painel em que falaram com pessoas que se consideravam decepcionadas com a resposta do Vaticano.

Em um painel online organizado pela Universidade de Georgetown, nos EUA, o cardeal Turkson e o Cardeal Sean O'Malley— que também é membro do Conselho de Cardeais do Papa Francisco — foram convidados a responder às pessoas "que estão desapontadas" com a recente declaração do Vaticano sobre uniões entre pessoas do mesmo sexo.

A Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano disse na segunda-feira que a Igreja não tem o poder de abençoar uniões do mesmo sexo. O documento foi aprovado para publicação pelo Papa Francisco.

Na quinta-feira, o cardeal O'Malley disse que o Papa Francisco tem sido "sensível e pastoral" com todos, ao mesmo tempo em que defendeu o ensinamento da Igreja.

O Papa Francisco deixou claro que deseja "estar perto das pessoas, da realidade e dos desafios de suas vidas, não importa o que seja", disse Dom Sean O'Malley.

"Ao mesmo tempo, a Igreja tem um ensinamento muito claro sobre o casamento que deve ser proclamado", acrescentou.

"E eu acho que o Santo Padre tenta ser muito sensível e pastoral em sua relação com as pessoas, e mostrar sua preocupação com os indivíduos e, ao mesmo tempo, seu compromisso com a fidelidade ao que a Igreja ensina sobre o Sacramento do Matrimônio", disse o Cardeal O'Malley.

Mãe do padre Fabio é intubada por covid-19: “tudo nas mãos de Deus”


Mãe do padre Fabio é intubada por covid: dona Ana Maria de Melo, que estava internada desde o último dia 15, precisou ser transferida para a UTI no dia 17 e, no último fim de semana, teve de ser intubada, segundo informações do próprio sacerdote.

O pe. Fabio desabafou:

“A minha mãe continua em sua luta, bravamente. Resistindo, suportando. Ontem ela precisou entrar na respiração artificial. No primeiro momento, isso me desolou muito. Parece que a gente encara isso como uma sentença de morte. Mas não. Hoje, mais lúcido, mais tranquilo, eu sei que é o melhor para ela. Para que o organismo descanse, para que ela possa ter mais forças para se recuperar contra a inflamação nos pulmões, que está bastante severa”.

O padre também falou sobre o posicionamento dos médicos quanto à situação de dona Ana Maria:

“Os médicos disseram que estão muito confiantes, nós também. E eu gostaria de viver este momento do mesmo jeito que a minha mãe sempre viveu todas as dificuldades que ela passou: entregando tudo nas mãos de Deus e confiando nele. Foi assim que ela me ensinou a viver, e eu não poderia reagir diferente”.

O sacerdote ainda acrescentou sobre o seu próprio estado de alma diante do desafio vivido pela mãe:

“Quando fiz a minha oração de manhã, Deus me disse: ‘Meu filho, alegre-se. O que você está podendo fazer por sua mãe, muitos filhos não podem’. E isso está me consolando, gente. Saber que ela está sendo bem cuidada, que nós estamos dando a ela a oportunidade de sair disso. Porque lamentavelmente muitas pessoas neste momento infelizmente não podem”.

Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique, denuncia ONG


Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique, denunciou na semana passada a ONG Save the Children em referência à aberrante situação que se arrasta na província de Cabo Delgado, região norte do país, há mais de 3 anos.

Em 2017, militantes que se autoproclamam membros do famigerado bando jihadista Estado Islâmico invadiram a província e implantaram nela mais um regime de horror semelhante ao que haviam imposto ao Iraque, à Síria e à Líbia na década passada.

A Save the Children informou que manteve contato com várias famílias obrigadas a deixar as suas terras em fuga desesperada, e que os relatos sobre os horrores ali vividos são estarrecedores.

Segundo a ONG, uma mulher cuja identidade foi preservada contou ter sido forçada a testemunhar a decapitação do próprio filho de 12 anos, enquanto ela tentava se esconder com seus outros filhos:

“Nosso vilarejo foi atacado e as casas foram queimadas naquela noite. Eu estava em casa com meus quatro filhos. Tentamos fugir para a floresta, mas eles pegaram o meu filho mais velho e cortaram a cabeça dele. Nós não podíamos fazer nada, porque eles iam matar a gente também”.

Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique

Crianças ainda menores já foram covardemente mortas pelos mesmos fanáticos. Outra mãe relatou um pesadelo quase idêntico ao da primeira mulher mencionada pela denúncia da Save the Children:

“Depois que o meu filho de 11 anos foi morto, nós vimos que não era mais seguro ficar no vilarejo. Fugimos para a casa do meu pai em outro vilarejo, mas, uns dias depois, eles começaram a atacar também lá”.

O diretor da Save the Children em Moçambique, Chance Briggs, afirmou que a equipe da organização “foi às lágrimas ao ouvir as histórias de sofrimento contadas pelas mães nos campos de deslocados”.

3ª Pregação da Quaresma: “E vós, quem dizeis que eu sou? Jesus Cristo verdadeiro Deus”


“E VÓS, QUEM DIZEIS QUE EU SOU?”
Jesus Cristo “verdadeiro Deus”
 
Terceira Pregação da Quaresma

Recordemos brevemente o tema e o espírito destas meditações quaresmais. Propusemo-nos em reagir à tendência difundidíssima de falar da Igreja “etsi Christus non daretur”, como se Cristo não existisse, como se fosse possível entender tudo dela, prescindindo dele. Propusemo-nos, porém, em reagir a isso de um modo diverso do habitual: não buscando convencer o mundo e seus meios de comunicação de erro, mas renovando e intensificando a nossa fé em Cristo. Não em chave apologética, mas espiritual.

Para falar de Cristo, escolhemos a via mais segura, que é a do dogma: Cristo verdadeiro homem, Cristo verdadeiro Deus, Cristo uma só pessoa. Aquela do dogma é uma via por nada velha e ultrapassada. “A terminologia dogmática da Igreja primitiva – escreveu Kierkegaard, um dos maiores representantes do pensamento moderno existencialista – é como um castelo encantado, onde repousam em um sono profundo os príncipes e as princesas mais graciosos. Basta apenas despertá-los, para que se levantem em toda a sua glória”[1].

Assim, trata-se justamente disso: de despertar os dogmas, de infundir neles vida, como quando o Espírito entrou nos ossos ressequidos vistos por Ezequiel e “eles viveram e se puseram de pé” (Ez 37,10). Na vez passada, buscamos fazer isso, em relação ao dogma de Jesus “verdadeiro homem”; hoje, queremos fazê-lo com o dogma de Cristo “verdadeiro Deus”.

O dogma de Cristo “verdadeiro Deus”

Em 111 ou 112 depois de Cristo, Plínio, o Jovem, governador da Bitínia e do Ponto, escreveu uma carta ao Imperador Trajano, pedindo-lhe indicações sobre como se comportar nos processos instaurados contra os cristãos. Segundo as informações tomadas – escreve ao Imperador – “toda a sua culpa ou erro consistia em se reunirem habitualmente em um dia estabelecido antes da aurora e entoar, em coros alternados, um hino a Cristo como a um Deus”: carmen Christo quasi Deo dicere[2]. Estamos na Ásia Menor, há poucos anos da morte do último apóstolo, João, e os cristãos proclamam já no canto a divindade de Cristo! A fé na divindade de Cristo nasce com o nascer da Igreja.

Mas o que é desta fé hoje? Façamos, primeiramente, uma breve reconstrução da história do dogma da divindade de Cristo. Ele foi sancionado solenemente no Concílio de Niceia de 325, com as palavras que repetimos no Credo: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo... Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. Para além dos termos usados, o sentido profundo da definição de Niceia – como se deduz de Santo Atanásio, que foi sua testemunha e intérprete mais fidedigno – era que, em toda língua e em toda época, Cristo deve ser reconhecido como Deus no sentido mais forte e mais alto que a palavra “Deus” tem em determinada língua e cultura, e não em qualquer outro sentido derivado e secundário.

Foi preciso quase um século de assentamento antes que esta verdade fosse recebida, na sua radicalidade, por toda a cristandade. Uma vez superados os refluxos de arianismo devidos à chegada de povos bárbaros que tinham recebido a primeira evangelização dos heréticos (Godos, Visigodos e Longobardos), o dogma se tornou patrimônio pacífico de toda a cristandade, seja oriental como ocidental.

A Reforma Protestante o manteve intacto, e mais, aumentou sua centralidade; contudo, inseriu nele um elemento que, mais tarde, dará margem a prolongamentos negativos. Para reagir ao formalismo e ao nominalismo que reduziam os dogmas a exercícios de virtuosismo especulativo, os reformadores protestantes afirmam: “Conhecer Cristo significa reconhecer os seus benefícios, não indagar as suas naturezas e os modos da encarnação”[3]. O Cristo “para mim” se torna mais importante do que o Cristo “em si”. Ao conhecimento objetivo, dogmático, opõe-se um conhecimento subjetivo, íntimo; ao testemunho exterior da Igreja e das próprias Escrituras sobre Jesus, antepõe-se o “testemunho interior”, que o Espírito Santo presta a Jesus no coração de cada fiel.

O Iluminismo e o racionalismo encontraram nisso o terreno adequado para a demolição do dogma. Para Kant, o que conta é o ideal moral proposto por Cristo, mais do que a sua pessoa. A teologia liberal do século XIX reduz praticamente o cristianismo apenas à dimensão ética e, particularmente, à experiência da paternidade de Deus. Despoja-se o Evangelho de todo o sobrenatural: milagres, visões, a ressurreição de Cristo. O cristianismo torna-se apenas um sublime ideal ético que pode prescindir da divindade de Cristo e, até mesmo, da sua existência histórica. Gandhi, que, infelizmente, conhecera o cristianismo nesta versão redutiva, escreveu: “Não me importaria nem mesmo se alguém demonstrasse que o homem Jesus, na realidade, jamais viveu, e que o que se lê nos evangelhos não é nada mais do que fruto da imaginação do autor. Apesar de que o sermão da montanha permanecesse verdadeiro aos meus olhos”6.

A versão mais próxima a nós desta tendência redutiva do cristianismo é aquela popularizada por Bultmann, em nome, desta vez, da demitologização: “A fórmula ‘Cristo é Deus’ – ele escreve – é falsa, em todo sentido, quando ‘Deus’ é considerado como ser objetivável, seja ela entendida segundo Ário ou segundo Niceia, em sentido ortodoxo ou liberal. Ela está correta se ‘Deus’ for entendido como o evento da atuação divina”[4]. Em palavras menos veladas: Cristo não é Deus, mas em Cristo há (ou opera) Deus. Estamos bem distantes, como se vê, do dogma definido em Niceia. Diz-se de querer, deste modo, interpretar o dogma antigo com categorias modernas, mas, na realidade, não se faz outra coisa a não ser repropor, às vezes nos mesmos termos, soluções arcaicas (Paulo de Samósata, Marcelo de Ancira, Fotino), já avaliadas e rejeitadas pela consciência da Igreja.

Se, das discussões dos teólogos, considerando-se diversas reflexões, passa-se ao que, da divindade de Cristo, pensa o povo comum nos países cristãos, fica-se sem palavras. Após um concílio local dominado pelos opositores de Niceia (Rimini, ano 359), São Jerônimo escreveu: O mundo inteiro “emitiu um gemido e se surpreendeu em se rever ariano”[5]. Nós teríamos muito mais razão que ele de gemer e fazer nossa a sua exclamação de estupor.

terça-feira, 9 de março de 2021

Autoridade vaticana critica ONU por defender só o Islã


O observador permanente da Santa Sé junto à ONU em Genebra, Dom Ivan Jurkovic, criticou o Conselho dos Direitos Humanos da organização por defender exclusivamente o Islã em seu relatório. Jurkovic pediu às Nações Unidas que defendam a liberdade religiosa sem excluir nenhum grupo religioso.

O bispo expressou sua preocupação na 46ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos sobre o recente relatório intitulado "Ódio anti-islâmico/Islamofobia", um documento que "deveria defender o direito humano fundamental e universal da liberdade de religião ou de credo, na realidade se concentrou sobre um só grupo religioso excluindo os outros, com o risco de polarizar a comunidade internacional e de criar ainda mais conflitos”.

“A Santa Sé só pode deplorar o fato de o Relatório não considerar adequadamente o contexto da perseguição de todas as pessoas de fé”, assinalou Dom Jurkovic.

Neste sentido, o Arcebispo destacou que “certamente, todos os atos de ódio, discriminação e perseguição religiosa devem ser veementemente condenados, também contra os muçulmanos”.

No entanto, Dom Jurkovic acrescentou que levando em consideração “a universalidade da liberdade religiosa sancionada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos”, a decisão de “limitar o tema do Relatório a um grupo religioso particular sem referência aos muitos outros poderia representar uma mudança substancial na abordagem metodológica".