APELO CONTRA A TENTATIVA DE DESTRUIÇÃO DO MATRIMÔNIO
POR PARTE DO CAMINHO SINODAL ALEMÃO*
5 de Maio de 2021
S. Pii V, Papæ et Conf.
1. O caminho sinodal alemão, apresentado em 2019, tem-se constituído, ao longo destes dois anos, um terreno fértil para a planificação e a consequente massificação de ideias e teorias claramente contrárias ao Magistério imutável e contínuo da Santa Igreja Católica, fundada pelo Divino Salvador sobre a rocha firme dos Apóstolos (Mt 16, 18). Entre os erros difundidos, constam o ataque declarado ao Sacerdócio, tanto por meio da tentativa de abolição do celibato eclesiástico quanto pela imposição da ordenação de mulheres, e ao Matrimónio, concretamente querendo atacar a união indissolúvel entre um homem e uma mulher, e impondo e equiparando as uniões sodomitas àquele amor que Nosso Senhor Jesus Cristo elevou a sacramento.
2. A esse respeito, o Catecismo da Igreja Católica apresenta «o pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado pela sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole»[1].
3. Pelo contrário, o clero alemão, a começar pela hierarquia, salvo raras excepções, afastando-se escandalosamente do ensinamento constante da Igreja, sugere, entre outras coisas, a demolição do Matrimónio, tendo sido convocado, para 10 de Maio, um dia de “bênção” para todos os apaixonados, incluindo, como seria de esperar, as parelhas homossexuais, em claro desrespeito do responsum da Congregação para a Doutrina da Fé, de 22 de Fevereiro de 2021, a um dubium sobre a bênção de uniões de pessoas do mesmo sexo. No documento vaticano, tornado público em várias línguas, lê-se que «não é lícito conceder uma bênção a relações, ou mesmo a parcerias estáveis, que implicam uma prática sexual fora do matrimónio (ou seja, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher, aberta por si à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo»[2], sendo reiterado que «a Igreja (…) não abençoa nem pode abençoar o pecado»[3]. Segundo consta, são já mais de 2.500 os sacerdotes, diáconos e demais agentes pastorais associados a esta iniciativa, o que demonstra uma manifesta aversão à Tradição da Igreja e às normas por ela estipuladas.