Sob
violações permanentes à liberdade religiosa, a situação dos católicos
na China continua sendo extremamente preocupante para a Igreja. Além das
intromissões diretas do governo na hierarquia, que originaram a divisão entre
as comunidades “oficial” (controlada pelo partido comunista) e “subterrânea” (fiel
à Igreja de Roma), o controle férreo se estende a outros ambientes, como o
acadêmico. Testemunhos recentes voltam a confirmar que aqueles que
praticam a fé nas universidades são expulsos, sejam eles estudantes ou
professores.
A
última denúncia foi registrada pela AsiaNews, a agência oficial de notícias do Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME),
com base no testemunho de um universitário chinês.
“Na
Universidade da República Popular da China, funciona uma estrutura
extraordinária que tem a finalidade de controlar todas as atividades das
religiões. É um grupo-guia para as atividades religiosas”, contou o
estudante, que, na matéria, solicitou anonimato.
Segundo
ele, os integrantes dos diversos grupos-guia voltados a controlar as atividades
religiosas pertencem a todos os segmentos da comunidade educativa, contando
assim com informações abrangentes sobre todos os envolvidos no âmbito
acadêmico: de secretários delegados do partido a responsáveis pela propaganda,
por comissões disciplinares e por atividades de pesquisa, comunicação exterior
e segurança, passando por reitor e vice-reitor delegado.
“A
existência de uma rede de controle de tal intensidade significa que todos os
crentes que estudam ou dão aulas na China estão sob estrita vigilância,
cercados por informantes das autoridades. Eles se fazem passar por amigos ou
assistentes, camuflando-se de estudantes ou professores”, afirma o
universitário denunciante.