Marcando o início da Quaresma de 2017 com uma carta pastoral
compartilhada à ACN – Ajuda à Igreja que Sofre, o líder da Igreja Maronita em
Damasco, o Arcebispo Samir Nassar, descreveu a situação na Síria em termos de
um “apocalipse... um grande deserto de ruínas, edifícios pulverizados, casas
queimadas, bairros transformados em cidades fantasmas, aldeias arrasadas no
chão".
O arcebispo reflete
especialmente sobre a situação das famílias, crianças e casais que almejam o
casamento, aos quais ele se refere como "uma engrenagem para o futuro que
está entrando em colapso", já que violência, morte, prisão ou alistamento
no exército tem separado as pessoas; casais que ainda estão juntos, acrescenta,
enfrentam a "grave dificuldade" de encontrar "abrigo
adequado" enquanto casados.
“Quase nunca”, diz
o arcebispo, “se encontra uma família intacta”. As famílias, pedra de
“fundação” e “baluarte” da sociedade, foram repartidas: membros da família
fugiram, morreram na guerra, ficaram na prisão ou se ligaram à luta "nas
linhas de frente".
As crianças, que
são as mais “frágeis”, explica o arcebispo, “tem pago um preço alto por esta
impiedosa violência”. Ele cita que a UNESCO estima que mais de 3 milhões de
crianças sírias estão impedidas de ir à escola; e as que conseguem estudar têm
de enfrentar salas superlotadas e escassez de professores qualificados. Os
padres também sofrem, diz o arcebispo. A assembleia de fiéis diminui, o que
dificulta o sustento dos pastores, social e espiritualmente. Numerosos padres
tiveram que fugir e muitos remanescentes “estão contemplando sua partida”.
O arcebispo diz que
ao invés de “buscar liberdade”, o povo sírio está “travando uma batalha diária”
pela pura sobrevivência, em busca de comida, água e combustível. A “amargura”
do povo pode ser vista nos seus “olhares silenciosos e nos seus rios de
lágrimas”. No entanto, diante dessa triste avaliação, Dom Nassar conclui que a
Igreja síria utilizará o "tempo no deserto" da Quaresma para
"guiar melhor" os fiéis "em direção ao Cristo Ressuscitado...
que lhes diz: ‘Venham a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados’
(Mt 11,28)”.
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ACN Brasil
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