quarta-feira, 29 de maio de 2019

Fertilização In-Vitro: descarta a vida humana e apresenta riscos para saúde dos envolvidos


A Fertilização In-Vitro e inseminação artificial são amplamente ofertadas no Brasil como uma técnica inofensiva para o ser humano, uma “solução perfeita” para casais inférteis. Mas são omitidos da população todos os problemas éticos dela decorrentes, como a manipulação e o descarte dos embriões, seres humanos em estágio inicial de desenvolvimento, bem como, todos os riscos que a técnica apresenta para a mulher que se submete a ela e para os bebês que serão concebidos.  Aos que sofrem o drama da infertilidade, recomendo ao final desse artigo, um link com informações sobre a NaProTecnologia, que é mais eficaz que a FIV e não tem apresenta problemas éticos ou de saúde como aqui destacamos.

Por causa da Fertilização In-Vitro (FIV), milhões de seres humanos em estágio embrionário são manipulados e descartados. Em geral, a cada procedimento tentam implantar 2 a 4 embriões, mas para obter esses, é fertilizado um número maior. Esse excedente de embriões é em parte descartado, congelado para uso futuro e, uma pequena parte doada para experimentos científicos. Estima-se que 1,7 milhão de embriões já tenham sido descartados em processos de FIV no mundo, mas a cifra pode ser bem superior. Quando a vida humana se torna objeto de descarte, as consequências para o ser humano que sobrevive e manipula os seus semelhantes, também não poderia ser das melhores.

Diversos estudos têm comparado indivíduos (bebês, crianças ou adultos) nascidos por concepção natural com pessoas concebidas artificialmente em processo de FIV. As pesquisas científicas apontam aumento nos riscos de saúde dessas pessoas, mas também para as mulheres que participam desse processo de manipulação de vidas em laboratório.

EUA: Indiana torna obrigatório enterro ou cremação de restos de fetos abortados

Protesto contra a revisão das leis que permitem o direito ao aborto nos Estados Unidos diante da Suprema Corte, em Washington.

A Suprema Corte dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (28) uma série de decisões sobre uma tentativa do Indiana de revisar a lei local que dá direito ao aborto até o primeiro trimestre da gestação. Em plena ofensiva de conservadores, o Estado do nordeste americano conseguiu tornar obrigatório o enterro ou a cremação de fetos abortados.

Após a determinação da Suprema Corte americana, o Indiana passará a enterrar ou a cremar fetos abortados como “restos humanos”, que não poderão mais ser descartados como “restos médicos”. Segundo a mais alta instância da justiça americana, a determinação “não afetará o direito das mulheres” de interromper voluntariamente a gravidez, como permite a lei federal desde 1973.

A Suprema Corte também ratificou que o Estado não pode impedir que as mulheres abortem devido ao sexo, a raça ou a malformação do feto, especialmente em caso de Síndrome de Down no primeiro trimestre da gestação. Em abril, o Indiana já havia modificado a lei, proibindo quase todos os tipos de interrupções voluntárias de gravidez no segundo trimestre, mesmo que esse tipo de procedimento seja extremamente raro no Estado.

Essa não é a primeira vez que a Suprema Corte se pronuncia sobre a tentativa do Indiana de limitar o direito ao aborto. Em 2017, duas leis promulgadas pelo então governador Mike Pence, atualmente vice-presidente dos Estados Unidos, foram bloqueadas. O texto previa proibir o aborto até mesmo em casos de malformação do feto – legalizado desde 1973 em todo o país - mas foi invalidado pelo tribunal federal.

Logo depois de a Suprema Corte anunciar sua decisão nesta terça-feira, Pence reagiu. Célebre por expressar sua fé cristã, disse esperar que a alta instância da justiça valide as leis adotadas por diversos Estados americanos contra abortos que o vice-presidente classifica como “seletivos”.

Por meio de comunicado, Pence também elogiou a obrigação do enterro ou cremação de restos de fetos no Indiana. “O vice-presidente saúda a validação de uma disposição do Estado protegendo o caráter sagrado da vida e estabelecendo que os resquícios de bebês abortados sejam tratados com respeito e dignidade”, afirma o documento.

O que disse o papa Francisco na carta que enviou a Lula




"O papa Francisco enviou uma carta a Lula em que manifesta "proximidade espiritual" com o ex-presidente e lhe pede para "não desanimar e continuar confiando em Deus".

No texto, uma resposta a correspondência enviada por Lula em março, o pontífice menciona "as duras provas" que o ex-presidente viveu ultimamente, "especialmente a perda de alguns entes queridos" – a esposa, Marisa Letícia, o irmão Genival Inácio e o neto Arthur.

 
Em referência à carta que recebeu de Lula, o papa afirma que a avaliação que o ex-presidente fez "sobre o atual contexto sócio-político brasileiro" será "de grande utilidade".

"Tal como os meus Antecessores, estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas", escreve o papa mais adiante.

Em referência à Páscoa – a carta, conhecida agora, foi enviada em 3 de maio –, o pontífice diz que a passagem de Jesus da morte à vida permite que passemos também "da incredulidade e do desespero para a alegria serena e profunda de quem acredita que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação"."

Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado 2019


MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

PARA O DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO
29 de setembro de 2019

Tema: «Não se trata apenas de migrantes»

Queridos irmãos e irmãs!

A fé assegura-nos que o Reino de Deus já está, misteriosamente, presente sobre a terra (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 39); contudo, mesmo em nossos dias, com pesar temos de constatar que se lhe deparam obstáculos e forças contrárias. Conflitos violentos, verdadeiras e próprias guerras não cessam de dilacerar a humanidade; sucedem-se injustiças e discriminações; tribula-se para superar os desequilíbrios econômicos e sociais, de ordem local ou global. E quem sofre as consequências de tudo isto são sobretudo os mais pobres e desfavorecidos.

As sociedades economicamente mais avançadas tendem, no seu seio, para um acentuado individualismo que, associado à mentalidade utilitarista e multiplicado pela rede mediática, gera a «globalização da indiferença». Neste cenário, os migrantes, os refugiados, os desalojados e as vítimas do tráfico de seres humanos aparecem como os sujeitos emblemáticos da exclusão, porque, além dos incômodos inerentes à sua condição, acabam muitas vezes alvo de juízos negativos que os consideram como causa dos males sociais. A atitude para com eles constitui a campainha de alarme que avisa do declínio moral em que se incorre, se se continua a dar espaço à cultura do descarte. Com efeito, por este caminho, cada indivíduo que não quadre com os cânones do bem-estar físico, psíquico e social fica em risco de marginalização e exclusão.

Por isso, a presença dos migrantes e refugiados – como a das pessoas vulneráveis em geral – constitui, hoje, um convite a recuperar algumas dimensões essenciais da nossa existência cristã e da nossa humanidade, que correm o risco de entorpecimento num teor de vida rico de comodidades. Aqui está a razão por que «não se trata apenas de migrantes», ou seja, quando nos interessamos por eles, interessamo-nos também por nós, por todos; cuidando deles, todos crescemos; escutando-os, damos voz também àquela parte de nós mesmos que talvez mantenhamos escondida por não ser bem vista hoje.

«Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» (Mt 14, 27). Não se trata apenas de migrantes: trata-se também dos nossos medos. As maldades e torpezas do nosso tempo fazem aumentar «o nosso receio em relação aos “outros”, aos desconhecidos, aos marginalizados, aos forasteiros (…). E isto nota-se particularmente hoje, perante a chegada de migrantes e refugiados que batem à nossa porta em busca de proteção, segurança e um futuro melhor. É verdade que o receio é legítimo, inclusive porque falta a preparação para este encontro» (Homilia, Sacrofano, 15 de fevereiro de 2019). O problema não está no facto de ter dúvidas e receios. O problema surge quando estes condicionam de tal forma o nosso modo de pensar e agir, que nos tornam intolerantes, fechados, talvez até – sem disso nos apercebermos – racistas. E assim o medo priva-nos do desejo e da capacidade de encontrar o outro, a pessoa diferente de mim; priva-me duma ocasião de encontro com o Senhor (cf. Homilia na Missa do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, 14 de janeiro de 2018).

«Se amais os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem já isso os publicanos?» (Mt 5, 46). Não se trata apenas de migrantes: trata-se da caridade. Através das obras de caridade, demonstramos a nossa fé (cf. Tg 2, 18). E a caridade mais excelsa é a que se realiza em benefício de quem não é capaz de retribuir, nem talvez de agradecer. «Em jogo está a fisionomia que queremos assumir como sociedade e o valor de cada vida. (…) O progresso dos nossos povos (…) depende sobretudo da capacidade de se deixar mover e comover por quem bate à porta e, com o seu olhar, desabona e exautora todos os falsos ídolos que hipotecam e escravizam a vida; ídolos que prometem uma felicidade ilusória e efêmera, construída à margem da realidade e do sofrimento dos outros» (Discurso na Cáritas diocesana de Rabat, Marrocos, 30 de março de 2019).

«Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão» (Lc 10, 33). Não se trata apenas de migrantes: trata-se da nossa humanidade. O que impele aquele samaritano – um estrangeiro, segundo os judeus – a deter-se é a compaixão, um sentimento que não se pode explicar só a nível racional. A compaixão toca as cordas mais sensíveis da nossa humanidade, provocando um impulso imperioso a «fazer-nos próximo» de quem vemos em dificuldade. Como nos ensina o próprio Jesus (cf. Mt 9, 35-36; 14, 13-14; 15, 32-37), ter compaixão significa reconhecer o sofrimento do outro e passar, imediatamente, à ação para aliviar, cuidar e salvar. Ter compaixão significa dar espaço à ternura, ao contrário do que tantas vezes nos pede a sociedade atual, ou seja, que a reprimamos. «Abrir-se aos outros não empobrece, mas enriquece, porque nos ajuda a ser mais humanos: a reconhecer-se parte ativa dum todo maior e a interpretar a vida como um dom para os outros; a ter como alvo não os próprios interesses, mas o bem da humanidade» (Discurso na Mesquita «Heydar Aliyev» de Baku, Azerbeijão, 2 de outubro de 2016).

Canadá: Igreja Católica é atacada por vândalos


A conta oficial do Twitter da Polícia Montada da província canadense de Manitoba, noroeste da província de Ontaria, denunciou um ato de vandalismo contra a Igreja Católica de São Francisco Xavier, localizado no município rural de mesmo nome.

A publicação indicou o seguinte:

“Maio 26: A Igreja Católica romana da RM [município rural] de São Francisco Xavier foi vandalizada. Os suspeitos entraram na Igreja, destruíram estátuas e esvaziaram os extintores. Um veículo foi visto no estacionamento da Igreja por volta de 1h da manhã. Qualquer um que tenha informação chamar a #rcmpmb AL (204)888-0358”.

Argentina: Luta pela legalização do aborto recomeça em pleno ano eleitoral


A chamada Campanha pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito na Argentina começou com uma nova batalha nesta terça-feira (28).  As lideranças do movimento entregaram na Câmara de Deputados da Argentina um novo projeto de Lei para a interrupção voluntária da gravidez, depois de a iniciativa quase ter-se tornado Lei no ano passado.

Conscientes de que o debate dificilmente avançará num ano eleitoral, os líderes da campanha pretendem usar as manifestações populares como instrumento de pressão tanto sobre os parlamentares quanto sobre os candidatos à Presidência.

Em torno do Congresso argentino e em mais de cem cidades do país e do exterior, haverá maciças manifestações a favor da legalização do aborto, um assunto que divide o país.

Desde 2007, quando a Campanha pelo Direito ao Aborto começou a impulsionar o debate, esta será a oitava vez que um projeto de Lei é entregue no Congresso.

A data não é aleatória. Dia 28 de maio é o dia Internacional de Ação pela Saúde das Mulheres. Os defensores da legalização sustentam que este é um assunto de saúde pública.

No ano passado, o projeto quase tornou-se Lei. Foi aprovado pela Câmara de Deputados no dia 14 de junho, mas foi reprovado pelo Senado no dia 8 de agosto.

A expectativa de uma aprovação neste ano é muito baixa. Em primeiro lugar, os parlamentares que rejeitaram a iniciativa no ano passado são os mesmos deste ano.

Por outro lado, este é um ano eleitoral. Os argentinos vão escolher um novo governo e renovar parcialmente o Congresso. Não haveria nem tempo nem vontade para um debate extenso em meio à campanha eleitoral sobre um assunto que, de um lado ou de outro, a favor ou contra, afugenta os votos.

O mais provável é que o debate só aconteça no ano que vem, já com um Congresso parcialmente renovado.

Idoso doa pacote de macarrão a leilão paroquial; empresário arremata por 12 Mil Reais

Seu Antonio tem 81 anos e deu para o leilão tudo o que podia naquela ocasião: um pacote macarrão.
 
A paróquia de São João Batista, em Ituverava, São Paulo, reúne esforços para construir um centro de pastoral. O último evento para arrecadar fundos  aconteceu no final de semana passado. A paróquia conseguiu angariar para o Leilão 35 cabeças de gado, ovelhas, móveis, leitoas, mas uma prenda se destacou entre as demais. Antônio Vicente da Silva, conhecido como “Zé do Rádio”, procurou o pároco Pe. Adailson Ferreira de Oliveira para fazer uma oferta. O idoso disse naquela ocasião que suas condições financeiras permitiam apenas a  doação de um pacote de macarrão.

A história comoveu os paroquianos, disse o padre na missa. O empresário  Walter Gama Terra Júnior arrematou a prenda pela quantia de R$ 12 Mil Reais.  “Esse fato nos ensinou muito e fez muita diferença. Senhor Antônio me disse que queria ajudar o nosso leilão, pois recebemos todos tipos de prendas para serem leiloadas, como comidas, bolos, frangos, malas, mesas bolsas, entre outros. Esse senhor disse que também queria fazer a sua parte, mas só podia ajudar com um pacote de macarrão, pois era tudo o que ele tinha”, lembra o padre.

A Igreja brasileira e os antecedentes da utopia libertadora


A formação de um estado clerical anticlerical

A relação do clero católico brasileiro com o poder e a política remonta o período colonial, quando vigorava o sistema do “padroado”, intermediação do rei de Portugal na relação entre papa e Igreja. O órgão responsável era a Mesa da Consciência e Ordens, criada em 1532, pelo rei D. João III, para a resolução de temas que tocassem a consciência real. Tratava-se de um instrumento de centralização do poder do monarca sobre todas as questões do país, incluindo a organização da Igreja[1], desde a nomeação de bispos até a distribuição dos recursos arrecadados por meio do dízimo. A difusão do catolicismo aos seus súditos – colonos, índios e escravos – era garantida pelo rei. Em contra partida, o clero legitimava a coroa.

A submissão do clero a Lisboa implicava uma relativa autonomia em relação a Roma. Mas de acordo com o padre José Oscar Beozzo, em seu livro História da Igreja da América Latina[2], já existia mesmo no tempo colonial certo sentimento de nacionalidade no clero brasileiro. Nos seminários, exigia-se igualdade entre noviços brasileiros e portugueses nas eleições do prior o cargo era alternado entre brasileiros e portugueses. Esse nacionalismo só cresceu com a Independência.

A partir do ato de 1922, o clero brasileiro passou a ser controlado pelo Império, que proibia ordens religiosas de acatarem autoridade estrangeira, criando uma barreira entre o clero nacional e Roma. O clero dependia inteiramente do Ministério da Justiça, que decidia inclusive os livros que eram adotados nos seminários.

Logo no início do período imperial, o regente, padre Diogo Antônio Feijó quis criar uma Igreja nacional, totalmente independente de Roma, a partir da abolição da obrigatoriedade do celibato clerical por meio de projeto de lei na Assembleia Geral do Brasil. Seu intuito foi combatido e vencido, mas não antes de longa polêmica. Padres e bispos opinaram e alguns sugeriram que o tema fosse objeto de consulta popular.

Na verdade, a iniciativa da proposta não foi de Feijó, que apenas conversava com alguns bispos em separado, tentando trabalhar a ideia para, enfim, ser proposta. A iniciativa foi do deputado Ferreira França, em 1928, sendo apoiado pelos liberais e por dois grandes jornais da época, o Astréa e Autora Fluminense, pertencente a Evaristo da Veiga. Mas nos jornais, os opositores da proposta também foram muitos, entre eles o Visconde de Cairú, sob o pseudônimo O Velho Canonista. O voto mais famoso e que exerceu maior influência, porém, foi o de Feijó. Chamado de protestante e reformista, ele queria abolir um costume que, segundo ele, era muito bom espiritualmente, mas não era observado por uma enorme parcela do clero da época. O motivo da sua proposta, portanto, era adequar as normas da Igreja à realidade brasileira.

Em seu voto, recomendava à Assembleia que a aprovasse e “que se fizesse saber o Papa esta resolução da Assembleia, para que ele pondo as leis da Igreja em harmonia com as do Império, revogasse as que impõem penas ao clérigo que casa.[3]”

Essa tentativa de Fejió, no entanto, estava bem amparada pelo acordo entre Brasil e Santa Sé, herança do regime do padroado. Além disso, a proposta incluía a proibição de frades e freiras estrangeiros no país, acusados de agentes do absolutismo. A luta de Feijó contra o absolutismo não reconhecia fronteiras: na política, contra os reis, na religião, contra o absolutismo do Papa. O antiabsolutismo era a moda política dos liberais do Império.

Feijó foi por duas vezes presidente da Comissão de Negócios Eclesiásticos e era responsável pela administração da Igreja nacional. Sua proposta, no entanto, não foi aprovada e deu-se por vencido.