O padre Robson de
Oliveira se pronunciou pela primeira sobre as denúncias de desvio de dinheiro
contra ele, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) arquivar definitivamente
o processo. O sacerdote redentorista se disse “vítima de uma agressão absurda”,
mas afirmou que perdoa as pessoas que o acusaram e reza por elas.
“O silêncio
que mantive até agora foi por obediência ao meu superior religioso, que assim
achou que deveria ser. Sendo assim, resignado, aguentei calado todas as
diversas formas de investidas contra mim”, disse o sacerdote em um vídeo
divulgado pela internet.
Padre
Robson de Oliveira foi acusado pelo Ministério Público de Goiás de organização
criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro
doado por fiéis à Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), da qual era fundador
e presidente. As denúncias vieram à tona em agosto de 2020, quando foi
deflagrada a Operação Vendilhões. Na época, o redentorista também era reitor do
santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO). Com as investigações, ele foi
afastado de todas as suas funções.
No último
dia 18 de abril, o STJ arquivou definitivamente o processo contra padre Robson
de Oliveira, emitindo a certidão de trânsito em julgado.
“Há exatamente um ano e oito meses fui vítima de uma agressão absurda, sem
tamanho. Presenciei minha casa sendo invadida da pior maneira que se pode
imaginar”, disse padre Robson. Segundo ele, até então, não tinha conhecimento
das investigações, mas a imprensa já sabia e “tinha sido convocada há dias para
aquele momento”.
O ex-reitor
do santuário do Pai Eterno afirmou que mesmo que a Justiça tenha “reconhecido
por unanimidade” que não havia crimes em sua administração na Afipe,
“insistiram em repetir aquelas injustas acusações e a divulgar inclusive fakes,
inverdades, montagens desconectadas totalmente com a realidade”.
Durante o
processo contra padre Robson, foram divulgados áudios que teriam sido
apreendidos do celular dele. Entre esses, havia a gravação de conversa entre
sacerdote e advogados sobre suposto pagamento de propina no valor de R$ 1,5
milhão a desembargadores do Tribunal de Justiça de Goiás, para favorecê-lo em
um processo sobre uma fazenda comprada pela Afipe.
Em seu pronunciamento, padre Robson disse que, hoje em dia, com as tecnologias, tudo pode ser editado e falseado. “Imagina o que podem fazer com uma pessoa que tem mais de 45 mil horas de fala disponível na internet, como é o meu caso? Foram feitas diversas simulações emendando palavras e frases que eu nunca disse, criando um contexto que era conveniente, isto é, para que pudessem me difamar, me expor e até mesmo me intimidar”, afirmou.