A Santa Missa é a celebração de um mistério sagrado; é
a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando se tem essa visão as coisas ocupam os seus respectivos
lugares, ou seja, Deus se torna o centro da celebração e abusos não acontecem.
Entretanto, a Igreja vive um momento ímpar em sua história: o que se vê por todos os lados, é a inculturação, ou seja, o
espaço sagrado sendo despido de sua sacralidade em nome de uma maior
aproximação com o mundo. O mundo sendo trazido para dentro da Igreja, o rito
sendo esvaziado de seu sentido e significado e, consequentemente, Deus sendo
deixado à margem.
O Beato Cardeal John Henry Newman,
acerca do sentido do sagrado diz que:
Os sentimentos de temor e do sagrado são ou não
sentimentos cristãos? Ninguém pode em sã razão duvidar disso. São sentimentos
que teríamos, em grau intenso, se tivéssemos a visão do Deus soberano. São
sentimentos que teríamos se nos apercebêssemos claramente de sua presença. Na medida em que cremos que Ele está presente,
devemos tê-los. Não tê-los é não perceber, não crer que Ele está presente. (Parochial and Plain Sermons, v. 5)
A Igreja possui diversos documentos orientando como deve ser a
participação ativa e frutuosa dos fiéis e dos participantes da Liturgia da
Santa Missa. A mais recente é a Sacramentum Caritatis, na qual o Papa Bento XVI
esclarece ainda mais sobre o assunto.
(…) Favorecem tal disposição interior, por exemplo, o recolhimento
e o silêncio durante alguns momentos pelo menos antes do início da liturgia, o
jejum e — quando for preciso — a confissão sacramental; um coração reconciliado
com Deus predispõe para a verdadeira participação. De modo particular é preciso
alertar os fiéis que não se pode verificar uma participação ativa nos santos
mistérios, se ao mesmo tempo não se procura tomar parte ativa na vida eclesial
em toda a sua amplitude, incluindo o compromisso missionário de levar o amor de
Cristo para o meio da sociedade.
Sem dúvida, para a plena participação na Eucaristia é preciso
também aproximar-se pessoalmente do altar para receber a comunhão; contudo é
preciso estar atento para que esta afirmação, justa em si mesma, não induza os
fiéis a um certo automatismo levando-os a pensar que, pelo simples fato de se
encontrar na igreja durante a liturgia, se tenha o direito ou mesmo — quem sabe
— se sinta no dever de aproximar-se da mesa eucarística. Mesmo
quando não for possível abeirar-se da comunhão sacramental, a participação na
Santa Missa permanece necessária, válida, significativa e frutuosa; neste caso,
é bom cultivar o desejo da plena união com Cristo, por exemplo, através da
prática da comunhão espiritual, recordada por João Paulo II e recomendada por
santos mestres de vida espiritual. (SC, 55)
Dessa forma, a participação na Liturgia da Santa Missa é
uma atitude interior de conversão, de humilhar-se diante de Deus, adorá-Lo, é
colocar diante de Deus o coração contrito. Isso não é equivalente a bater palmas, fazer malabarismos, danças,
vestir-se como palhaço. O fiel deve estar na missa com a alma, com o espírito e
não meramente de corpo presente. Não se deve esquecer também que o centro da
Santa Missa é o sacrifício incruento de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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Fonte: Christo Nihil Praeponere
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