sábado, 20 de agosto de 2011

O Amor pode Terminar?


Quanto tempo pode durar o casamento? Ou ainda, quando é que ele começa a desmoronar? Até há pouco, pensava-se que as primeiras crises chegassem depois de sete anos de “feliz” convivência. Em seguida, o tempo se abreviou, e o prazo de sua validade foi reduzido para cinco anos. Ultimamente, um levantamento feito pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, com aproximadamente 10.000 casais, descobriu que o amor não sobrevive mais de três anos – dado que coincide com outro estudo feito no Reino Unido, entre 2.000 casais.

«Paixão eterna só existe na ficção», afirma o psicólogo Bernardo Jablonksi, autor do livro: "Até que a vida nos separe: a crise do casamento contemporâneo”. Contudo, as diversas separações que ele atravessou podem provir do fato de ter identificado o amor com a emoção: «Na paixão, você sofre, deixa de se alimentar, não consegue dormir. Não poder durar!».

Dessa confusão não escapa outro psicólogo de renome, Aílton Amélio. Fundamentado no princípio de que tudo na vida precisa ser alimentado para não morrer, ele conclui: «O amor pode terminar, porque precisa ser nutrido por fatos. É como andar de motocicleta: se parar, cai».

Apesar da dificuldade de distinguir as coisas, o cineasta Roberto Moreira consegue descortinar uma luz no fundo do túnel: «O amor pode ser eterno, mas a probabilidade é pequena. Relacionamento que dure mais de dez anos é um sucesso». Referindo-se ao seu filme “Quanto dura o amor?”, lançado em 2009, Moreira apresenta a solução do enigma: «Talvez o melhor título fosse “Quanto dura a paixão?”, porque o amor só existe quando o parceiro deixa de ser uma projeção nossa».

Como já se tornou lugar-comum afirmar, amor é a palavra mais inflacionada do planeta. Diz tudo e não diz nada! Pode ocultar um egoísmo tão atroz que seu fruto é o desespero e a morte.

Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados - MS

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Bento XVI aos jovens: "A Igreja precisa de vós".


 MADRI - O papa Bento XVI às 19:30h (horário local), na Praça Cibeles, em Madri. O papa deixou a residência da Nunciatura Apostólica, onde está hospedado, às 19:15h de papamóvel até à Porta de Alcalá, um dos monumentos mais importantes de Madri .  Aí desceu, recebeu as chaves da cidade das mãos do Alcade de Madri, Alberto Ruiz-Gallardón.
Durante todo o trajeto, o papa pode sentir a animação e euforia dos jovens,que gritavam seu nome e agitavam suas bandeiras numa demonstração enorme de carinho pelo sucessor de Pedro. Nem mesmo o sol de quase 40º tirou o ânimo da juventude que, desde cedo, tomou as ruas da cidade e lotou as estaçoes de metrô com uma vibração de assustar a quem não sabia o que estava acontecendo. Tudo para ficar o mais perto possível do papa.
Bento XVI entrou na cidade passando pela Porta de Alcalá e JMJ-PapaAlcal1foi cumprimentado por 50 jovens, dez de cada continente. Dos jovens recebeu ramos de oliva e terra e fez o plantio simbólico da árvore como lembrança de sua visita a Madri. Em seguida, assistiu a uma exibição com cavalos de raça espanhola, recebendo as boas-vindas de seis cavaleiros.
No palco montado na Praça Cibeles, a arcebispo de Madri, cardeal Antônio María Rouco saúdo Bento VI, e agradeceu sua visita a Madri. “[Os jovens] aqui estão, querido Santo Padre, para viver este encontro com o Papa como filhos e irmãos da mesma Igreja, o novo povo de Deus que não conhece fronteiras!”, disse o cardeal. “Estes jovens conhecem o sentido mais provundo de suas vidas, porque não lhes falta Cristo”, acrescentou.

JMJ-PapaCibeles2Saudação dos jovens

Bento XVI foi acolhido, ainda, por cinco jovens, um de cada continente, que lhe entregaram presentes. O papa fez uma breve saudação aos jovens lembrando que a presença e participação deles nas celebrações durante a JMJ “ressoará por todos os cantos desta ilustre cidade”. "Rezemos para que sua mensagem [de Cristo] de esperança e de amor tenha eco também no coração daqueles que não crêem ou se afastaram da Igreja".
O papa saudou os jovens presentes na praça em cinco línguas. Aos de língua portuguesa convidou a “subir até a fonte eterna da vossa juventude e conhecer o protagonista desta Jornada Mundial e, espero, de vossa vida: Cristo Senhor”. Ele exortou os jovens a edificarem suas vidas na Palavra de Cristo. “A Igreja precisa de vós e vós precisais da Igreja”, afirmou.

Protagonistas na busca da verdade

JMJ-PapaCibeles4No seu discurso, após a leitura do evangelho de São Mateus, o papa alertou os jovens para não sucumbirem à tentação de decidirem por si mesmos o que é verdade ou não.
“Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmos. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não; o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou poder ser sacrificado nas aras de outras preferências”, disse.
“Estas tentações estão sempre à espreita.  É importante não sucumbir a elas, porque, na realizade, conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus”, acrescentou.
O papa recordou que a pessoa humana foi criada livre, “à imagem e semelhança de Deus”, para ser “protagonista da busca da verdade e do bem”. “Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-lo”, acentuou.
Bento XVI também incentivou os jovens a abrirem o coração para a palavra de Cristo. “Há palavras que servem apenas para entreter e passam como o vento; outras instruem sob alguns aspectos a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efêmeras; não nos aproximam d´Ele”, disse o papa.
Leia, na íntegra, a saudação inicial e o discurso do papa aos jovens na Praça Cibeles.

JMJ-EncontroPapaCibeles1

Agenda
 
Amanhã, 19, Bento XVI cumpre uma extensa agenda a partir das 7:30h (horário local). Confira abaixo.
7:30h - Missa privada na Capela da Nunciatura Apostólica de Madri.
10:00h - Visita a Suas Majestades os Reis de Espanha no Palácio da Zarzuela de Madri.
11:30h - Encontro com religiosas jovens no Pátio dos Reis de El Escorial. 12:00h - Encontro com professores universitários jovens na Basílica de São Lourenço de El Escorial.
13:45 - Almoço com dez jovens dos cinco continentes, no salão dos embaixadores na Nunciatura Apostólica de Madri.
17:30h - Encontro oficial com o presidente do governo na Nunciatura Apostólica de Madri. 
19:30h – Via-Sacra com os jovens na Praça Cibeles. Discurso do Santo Padre Papa aos jovens: “Que a chama do amor de Cristo nunca se apague de vossos corações".


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/juventude/7360-bento-xvi-aos-jovens-qa-igreja-precisa-de-vosq

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"Católico não praticante"


“Sou católico, mas não sou praticante!” Eis a forma suave, descarada, preguiçosa e, sobretudo, enganadora de afirmação cristã. Ser cristão assim não custa nada. E não adianta nada. Não tem a cruz que o Mestre disse que tínhamos que carregar. E não tem mérito. Mostra, sim, muita saliência. Esta maneira de ser cristão não tem graça nem jeito. Lembra-me café que não tem cafeína, leite que não tem gordura, cigarro que não tem nicotina, pinga que não tem álcool, refeição que não tem comida, carro que não tem motor, acúcar sem sacarose, partida de futebol sem bola... 

Esta afirmação também não tem possibilidade de existir. Este tipo de fiéis quer ser, mas não é. Faz de conta, mas só conta fazer. Nunca faz. É como cometas religiosos; emitem algum brilho, mas não é próprio. Têm o mínimo de crença e o máximo de afirmação. Pensam ter fé, mas não têm a fé que pensam. Ser católico não praticante fica bem e exige pouco. Pretende dizer muito, mas não diz o que pretende. É uma afirmação que pertence à cultura do vazio, do oco, do fácil, do descartável, da mentira... hoje tão freqüente na nossa sociedade. 

É autoafirmar-se sem nada dizer de válido. É autodesculpar-se sem a ninguém convencer. Para muitos, o que exige algum sacrifício é pesado demais, socialmente incorreto, pessoalmente opressor e alienante. Pelo contrário, procurar o prazer é preocupação constante, exaltação máxima do egoísmo pessoal, pretenciosa realização quotidiana. Ser católico não praticante é deixar-se levar pela enxurrada do desinteresse de muitos que, por aí, andam. É ir na onda dos que nada querem fazer e tudo dizem ser. É como ser bombeiro não praticante, médico não praticante, amigo não praticante, pai e mãe não praticante e trabalhador não praticante. Ser católico não praticante é negar a Deus e aos irmãos o que lhes é devido. É viver à deriva. O saboroso “faz de conta”!. É deixar tudo ao deus dará. É invenção enganosa. Pura e falsa pretensão. 


Fonte: http://www.paroquiadechapadinha.com/2011/02/artigo-catolico-nao-praticante.html

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Manifestação em Brasília pede a aprovação do Estatuto do Nascituro



No dia 31 de agosto, a Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), será palco da 4ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida, que neste ano terá como tema “Quero viver! Você me ajuda?”. A marcha é uma iniciativa do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto. 

O evento acontecerá às 15 horas e pedirá a aprovação do Estatuto do Nascituro (Projeto de Lei 478/2007) que tramita no Congresso Nacional.

“O Brasil já tem leis aprovadas como o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Estatuto do Idoso e já existe proposta para aprovar o Estatuto da Juventude. Chegou a hora de o país ter o seu Estatuto do Nascituro, que já foi aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família, mas precisa ser aprovado também por mais duas Comissões na Câmara dos Deputados”, diz um dos trechos do panfleto da 4ª Marcha Nacional, que convoca a população para a concentração em frente ao Museu Nacional.

A manifestação pretende ainda entregar 50 mil assinaturas ao Presidente da Câmara dos Deputados, pedindo a aprovação do Estatuto.

XIII Congresso Nacional da Pastoral Familiar


Belo Horizonte acolhe as famílias brasileiras, vinda dos 17 Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos dias 19 a 21, para o 13º Congresso Nacional da Pastoral Familiar. Cerca de 800 participantes estão inscritos, entre bispos, coordenadores regionais, diocesanos e assessores eclesiásticos da Pastoral Familiar; coordenadores nacionais dos Movimentos e Serviços Familiares, e agentes de Pastoral Familiar das dioceses de todo o Brasil.

No dia 19, haverá o 9º Seminário dos Assessores da Comissão Nacional da Pastoral Familiar. O encontro que antecede ao 13º Congresso Nacional da Pastoral Familiar é destinado aos casais e assessores eclesiásticos da Pastoral Familiar do Brasil, e terá como tema os Desafios e possibilidades da família no limiar do novo milênio “30 anos da Familiaris Consortio”.

As assessorias do 9º Seminário dos Assessores da Comissão Nacional da Pastoral Familiar ficarão a cargo do bispo diocesano de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, dom João Carlos Petrini; e de dom Joaquim Justino Carreira, membro da mesma Comissão.


A abertura oficial do Congresso Nacional da Pastoral Familiar será às 18h no Teatro Topázio, no Minascentro (Av. Augusto de Lima,785 – Centro) em  Belo Horizonte. Com o tema “Família Pessoa e Sociedade”, e o lema “Somos cidadãos e membros da família de Deus” o Congresso pretende ser um momento de formação, partilha e experiências, com o propósito de “alicerçar” o trabalho da Pastoral Familiar no Brasil.

A programação completa do Congresso está disponível no endereço http://congressonacionalpf.blogspot.com.


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/vida-e-familia/7341-tudo-pronto-para-o-13o-congresso-nacional-da-pastoral-familiar

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Davi e pecados do poder


“Certo dia, ao entardecer, levantando-se de sua cama, Davi pôs-se a passear pelo terraço de sua casa e avistou dali uma mulher que se banhava. Era uma mulher muito bonita. Davi procurou saber quem era essa mulher e disseram-lhe que era Betsabéia, filha de Eliam e mulher de Urias, o heteu. Então Davi mandou que a trouxessem. Ela veio e ele deitou-se com ela, que tinha acabado de se purificar da menstruação. E ela voltou para casa. Tendo ficado grávida, mandou dizer a Davi: ‘Estou grávida’. Davi mandou esta ordem a Joab: ‘Manda-me Urias, o heteu’. E ele mandou Urias a Davi.

Quando Urias chegou, Davi pediu-lhe notícias de Joab, do exército e da guerra. E depois disse-lhe: ‘Desce à tua casa, toma um bom banho e descansa’ . Urias saiu do palácio do rei, que ainda mandou um presente régio atrás dele. Mas Urias dormiu à porta do palácio com os outros servos do seu amo, e não foi para casa. Contaram então a Davi: ‘Urias não foi para sua casa’. Davi perguntou-lhe: ‘Não voltaste porventura de uma viagem? Por que não desceste à tua casa?’ Urias respondeu a Davi: ‘A arca, Israel e Judá habitam debaixo de tendas, e o meu senhor Joab e os oficiais do meu senhor dormem sobre a terra dura, e eu deveria ir para minha casa, comer e beber e dormir com minha mulher? Por tua vida, a vida de tua pessoa, juro que não farei tal coisa!’ Davi disse então a Urias: ‘Fica aqui ainda hoje, e amanhã te mandarei de volta’. E Urias ficou em Jerusalém naquele dia e no dia seguinte. Davi convidou-o para comer e beber à sua mesa e o embriagou. Mas, ao entardecer, ele retirou-se e para dormir numa esteira, em companhia dos oficiais do seu senhor, em vez de descer para a sua casa. Na manhã seguinte, Davi escreveu uma carta a Joab e mandou-a pelas mãos de Urias. 

Nela dizia: ‘Colocai Urias na frente, onde o combate for mais violento, e abandonai-o para que seja ferido e morra’. Joab, que sitiava a cidade, colocou Urias no lugar onde ele sabia estarem os guerreiros mais valentes. Os que defendiam a cidade saíram para atacar Joab, e morreram alguns do exército, da guarda de Davi. E morreu também Urias, o heteu.” (2Sm 11, 2-17)

É surpreendente a manifestação da fraqueza humana, mesmo em personagens bíblicas da envergadura de Davi: “General, prudente e arrojado, poeta inspirado, profeta, grande monarca e sobretudo um Santo.” Sob a força da paixão desordenada, comete pecados graves. Arquitetou estratégias para transferir para Urias a sua paternidade, consequência de uma união ilícita; não conseguindo seu intento, abusa do poder, levando Urias à morte, pela posição que lhe destinou “na frente (...) para que seja ferido e morra”. Davi reconhece, em tempo, a gravidade de seu pecado e do seu crime, voltando-se para Deus, com um “coração contrito e humilhado”. “De sua pena surgiu o Livro dos Salmos e de sua contrição e penitência nasceram páginas das mais belas já escritas por homem: os Salmos Penitenciais.”

O pecado de Davi se repete na prática de muitas pessoas que exercem o poder. O pecado moral, como o de Davi, está muito presente na vida de homens e mulheres que exercem cargos elevados e funções destacadas na sociedade. Vez ou outra, a sociedade toma conhecimento da paternidade extraconjugal de governantes, cujo reconhecimento se dá pela via judicial, assegurada pela comprovação científica do DNA. O assédio sexual está muito próximo das pessoas que exercem o poder político, econômico e social, seja quando delas provém, seja quando se tornam alvo. O fascínio pelo poder compreende também essa vertente moral no imaginário de muitas pessoas, na expectativa de usufruírem dela, da melhor maneira. Imitando Davi, também abusando da função, alguns detentores do poder têm levado à morte alguém que estava “se atravessando no seu caminho”, nesse assunto.  

A história de pecado e crime continua registrada no exercício do poder. Porventura, penitenciam-se desses males os pecadores de hoje, como fez Davi? 

Dom Genival Saraiva
Bispo de Palmares - PE

domingo, 14 de agosto de 2011

O Pai

 

Dom José Alberto Moura, CSS

Arcebispo Metropolitano de Montes Claros - MG


Deus é Pai de todos. Pedir para que ele deserde ou castigue os outros, não é próprio de quem é seu filho. Por isso mesmo, todo tipo de guerra, ódio, vingança, rancor, desonestidade, discriminação, exclusão, desrespeito à vida e a dignidade do semelhante é querer um pai exclusivo para si. Ele nos enviou seu filho natural, ou seja, de sua natureza divina, para nos ensinar e realizar o elo de verdadeira fraternidade entre os humanos. Somente na vida de fraternidade entre nós é possível considerar Deus nosso pai. Jesus nos dá o direito de chamar e ter o pai dele como nosso. Até nos ensina a orar ao pai nosso. Não é simplesmente pai meu. Por isso, também através da oração nos comprometemos em viver a irmandade, superando a lesão ao bem do outro, mesmo sendo de outra mentalidade, religião, partido, ideologia, etnia, condição social...
O pai terreno só exerce boa paternidade quando se amolda aos ditames do Pai divino, obedecendo a ele com humildade e amor. Os filhos humanos, igualmente se realizam quando  sabem amar e obedecer a seus pais, configurando-se ao Filho de Deus. Teríamos famílias verdadeiramente felizes, mesmo com as dificuldades próprias de quem vive com os limites da natureza humana. Assim como Deus Pai ama o Filho Divino e não o deixa subjugado para sempre aos limites da natureza humana, fazendo-o ressuscitar, Ele também ama os que se parecem com esse Filho no tentar imitá-lo com a doação de si em bem dos irmãos.

Se há um só Pai divino, os filhos humanos têm seu amor e são estimulados a  viverem a humanidade com a marca do divino. A família humana que se preza como tal, fará tudo para ter o amor do Pai na prática de sua convivência. Na amplitude da família humana, precisamos fazer todo o esforço para minimizarmos os efeitos deletérios da maldade, da injustiça e desclassificação dos outros, principalmente os mais fragilizados. Numa família a lógica de atenção especial e principal leva todos ao cuidado mais diligente com quem está doente ou vive em necessidades especiais.

Precisamos fazer grande revisão na convivência social. Não é possível encontrarmos coerência por parte de quem diz aceitar a paternidade divina e nada fazer para que a vida no planeta, especialmente a humana, não seja tão espezinhada. Ações políticas precisam ser efetivadas para a melhora do atendimento às necessidades básicas de inúmeras pessoas vivendo em situação de exclusão social no mundo, no nosso país e em nossas comunidades urbanas e rurais. A consciência de cidadania nos deve levar a saber votar com inteligência e responsabilidade, para não elegermos pessoas que se aparentam boas, até cristãs, mas que são raposas que querem tomar conta do que é bem do povo para roubar e utilizar tudo em benefício de minorias inescrupulosas e desonestas. Se aceitassem realmente que o Pai divino é bom mas também justo, não dormiriam em paz enquanto não fizessem tudo para que seus irmãos mais fragilizados pudessem ser beneficiados com o dinheiro dos impostos para o atendimento de sua vida digna.
Elevamos nossos pedidos ao Pai divino em bem de todos os que são chamados de pais ou líderes terrenos. Assim serão felizes em atenderem realmente as necessidades dos filhos humanos para haver um verdadeiro convívio de irmandade e fraternidade entre todos.

sábado, 13 de agosto de 2011

2º Domingo de Agosto: A VOCAÇÃO DE SER PAI


O pai tem o filho, não para si, mas para que a humanidade seja presenteada.

Um poder misterioso no ser humano é a capacidade de transmitir a vida. Damo-nos conta que recebemos a nossa vida pelos nossos pais, podemos transmitir a vida através dos nossos filhos e nos relacionamos para gerar novas vidas. Essa regra de transmissão da vida mostra que não há indivíduos isolados.

Somos profundamente marcados pelos nossos pais. 'Tal pai tal filho' mostra que a identidade de cada pessoa não está desligada da sua origem. Temos uma história. A nossa vida é soma de múltiplas relações. Não recebemos do nosso pai apenas o aspecto biológico da vida. A condição humana foi acumulando, ao longo da sua história, muitos valores. Sempre achamos que progredimos na visão das coisas e no comportamento humano.
Somos mais filhos da nossa cultura do que da natureza. Desde o nascimento, o pai biológico vai introduzindo seu filho na sua cultura, para adquirir modos e normas. As atitudes humanas vão sendo moldadas. Dizemos que somos educados, mas a base da educação está no coração de nossos pais. É o amor.

Sentimos que somos amados pelos nossos pais. Eles nos acolhem e nos ensinam tudo da vida. Aprendemos a conserva, proteger e transmitir a vida. Para conservar, a vida necessita de cuidados especiais e alimentação adequada. Toda forma de violência põe em risco a proteção da vida e a transmissão da vida é uma responsabilidade diante das gerações futuras.


A vocação de ser pai, portanto, está ligada ao tema da vida.

Tem a ver com a cultura, o mundo do trabalho, o sistema educacional, a religião, a saúde, a maturidade afetiva e psicológica... Pela paternidade passam todas as questões que envolvem o ser humano. Não importa onde, ou quando seja o nascimento.

Diz a experiência: "Aprendemos a ser filhos depois que nos tornamos pais; a ser pai depois que somos avôs". Vemos que em nossa trajetória de vida há uma constante: a condição de aprendiz. Ser pai significa abertura para a vida. Ser pai é expressão de amor. Ser pai é ir ao encontro da condição de herói e exemplo para alguém. É assumir o papel para o outro

Orgulhar-se dele. Ser pai é abraçar a co-autoria na transmissão da vida.

O provérbio ensina: "um pai trata de 10 filhos e 10 filhos não tratam de um pai". Os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. Eles crescem independentes dos pais, que ficam exilados dos filhos. Mais um exemplo da obra que sai do controle do seu criador. O pai tem o filho, não para si, mas para que a humanidade seja presenteada. Ser pai é vocação.


Feliz dia dos pais!


Pe. Luís Rodrigues Batista, C.Ss.R.


Fonte: http://www.loreto.org.br/ago2011_vocacao_pai.asp