quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2014


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
 PARA A QUARESMA DE 2014
Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza
(cf. 2 Cor 8, 9)

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião da Quaresma, ofereço-vos algumas reflexões com a esperança de que possam servir para o caminho pessoal e comunitário de conversão. Como motivo inspirador tomei a seguinte frase de São Paulo: «Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Que nos diz, hoje, a nós, o convite à pobreza, a uma vida pobre em sentido evangélico?

A graça de Cristo

Tais palavras dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Deus não Se revela através dos meios do poder e da riqueza do mundo, mas com os da fragilidade e da pobreza: «sendo rico, Se fez pobre por vós». Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15). A encarnação de Deus é um grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: um amor que é graça, generosidade, desejo de proximidade, não hesitando em doar-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. Gaudium et spes, 22).

A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza». Não se trata dum jogo de palavras, duma frase sensacional. Pelo contrário, é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica da Encarnação e da Cruz. Deus não fez cair do alto a salvação sobre nós, como a esmola de quem dá parte do próprio supérfluo com piedade filantrópica. Não é assim o amor de Cristo! Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar, não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da sua pobreza. E todavia São Paulo conhece bem a «insondável riqueza de Cristo» (Ef 3, 8), «herdeiro de todas as coisas» (Heb 1, 2).


Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando-nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando-Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seu amor e da sua ternura. A riqueza de Jesus é Ele ser o Filho: a sua relação única com o Pai é a prerrogativa soberana deste Messias pobre. Quando Jesus nos convida a tomar sobre nós o seu «jugo suave» (cf. Mt 11, 30), convida-nos a enriquecer-nos com esta sua «rica pobreza» e «pobre riqueza», a partilhar com Ele o seu Espírito filial e fraterno, a tornar-nos filhos no Filho, irmãos no Irmão Primogénito (cf.Rm 8, 29).

Foi dito que a única verdadeira tristeza é não ser santos (Léon Bloy); poder-se-ia dizer também que só há uma verdadeira miséria: é não viver como filhos de Deus e irmãos de Cristo.

O nosso testemunho

Poderíamos pensar que este «caminho» da pobreza fora o de Jesus, mas não o nosso: nós, que viemos depois d'Ele, podemos salvar o mundo com meios humanos adequados. Isto não é verdade. Em cada época e lugar, Deus continua a salvar os homens e o mundo por meio da pobreza de Cristo, que Se faz pobre nos Sacramentos, na Palavra e na sua Igreja, que é um povo de pobres. A riqueza de Deus não pode passar através da nossa riqueza, mas sempre e apenas através da nossa pobreza, pessoal e comunitária, animada pelo Espírito de Cristo.

À imitação do nosso Mestre, nós, cristãos, somos chamados a ver as misérias dos irmãos, a tocá-las, a ocupar-nos delas e a trabalhar concretamente para as aliviar. A miséria não coincide com a pobreza; a miséria é a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança. Podemos distinguir três tipos de miséria: a miséria material, a miséria moral e a miséria espiritual. A miséria material é a que habitualmente designamos por pobreza e atinge todos aqueles que vivem numa condição indigna da pessoa humana: privados dos direitos fundamentais e dos bens de primeira necessidade como o alimento, a água, as condições higiénicas, o trabalho, a possibilidade de progresso e de crescimento cultural. Perante esta miséria, a Igreja oferece o seu serviço, a sua diakonia, para ir ao encontro das necessidades e curar estas chagas que deturpam o rosto da humanidade. Nos pobres e nos últimos, vemos o rosto de Cristo; amando e ajudando os pobres, amamos e servimos Cristo. O nosso compromisso orienta-se também para fazer com que cessem no mundo as violações da dignidade humana, as discriminações e os abusos, que, em muitos casos, estão na origem da miséria. Quando o poder, o luxo e o dinheiro se tornam ídolos, acabam por se antepor à exigência duma distribuição equitativa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à sobriedade e à partilha.

Não menos preocupante é a miséria moral, que consiste em tornar-se escravo do vício e do pecado. Quantas famílias vivem na angústia, porque algum dos seus membros – frequentemente jovem – se deixou subjugar pelo álcool, pela droga, pelo jogo, pela pornografia! Quantas pessoas perderam o sentido da vida; sem perspectivas de futuro, perderam a esperança! E quantas pessoas se vêem constrangidas a tal miséria por condições sociais injustas, por falta de trabalho que as priva da dignidade de poderem trazer o pão para casa, por falta de igualdade nos direitos à educação e à saúde. Nestes casos, a miséria moral pode-se justamente chamar um suicídio incipiente. Esta forma de miséria, que é causa também de ruína económica, anda sempre associada com a miséria espiritual, que nos atinge quando nos afastamos de Deus e recusamos o seu amor. Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos auto-suficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus.

O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

Queridos irmãos e irmãs, possa este tempo de Quaresma encontrar a Igreja inteira pronta e solícita para testemunhar, a quantos vivem na miséria material, moral e espiritual, a mensagem evangélica, que se resume no anúncio do amor do Pai misericordioso, pronto a abraçar em Cristo toda a pessoa. E poderemos fazê-lo na medida em que estivermos configurados com Cristo, que Se fez pobre e nos enriqueceu com a sua pobreza. A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e far-nos-á bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar a fim de ajudar e enriquecer a outros com a nossa pobreza. Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói.

Pedimos a graça do Espírito Santo que nos permita ser «tidos por pobres, nós que enriquecemos a muitos; por nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6, 10). Que Ele sustente estes nossos propósitos e reforce em nós a atenção e solicitude pela miséria humana, para nos tornarmos misericordiosos e agentes de misericórdia. Com estes votos, asseguro a minha oração para que cada crente e cada comunidade eclesial percorra frutuosamente o itinerário quaresmal, e peço-vos que rezeis por mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora vos guarde!

Vaticano, 26 de Dezembro de 2013
Festa de Santo Estêvão, diácono e protomártir




Na catequese, Papa reflete sobre sacramento da Eucaristia


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje falarei a vocês da Eucaristia. A Eucaristia coloca-se no coração da “iniciação cristã”, junto ao Batismo e à Confirmação, e constitui a fonte da própria vida da Igreja. Deste Sacramento de amor, de fato, nasce cada autêntico caminho de fé, de comunhão e de testemunho.

Aquilo que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a Missa, já nos faz intuir o que estamos para viver. No centro do espaço destinado à celebração encontra-se um altar, que é uma mesa, coberta por uma toalha e isto nos faz pensar em um banquete. Na mesa há uma cruz, a indicar que sobre aquele altar se oferece o sacrifício de Cristo: é Ele o alimento espiritual que ali se recebe, sob os sinais do pão e do vinho. Ao lado da mesa há o ambão, isso é, o lugar a partir do qual se proclama a Palavra de Deus: e isto indica que ali nós nos reunimos para escutar o Senhor que fala mediante as Sagradas Escrituras, e então o alimento que se recebe é também a sua Palavra.

Palavra e Pão na Missa tornam-se um só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que havia feito, condensaram-se no gesto de partir o pão e de oferecer o cálice, antes do sacrifício da cruz, e naquelas palavras: “Tomai, comei, isto é o meu corpo…Tomai, bebei, isto é o seu sangue”.


O gesto de Jesus cumprido na Última Ceia é o extremo agradecimento ao Pai pelo seu amor, pela sua misericórdia. “Agradecimento” em grego se diz “Eucaristia”. E por isto o Sacramento se chama Eucaristia: é o supremo agradecimento ao Pai, que nos amou tanto a ponto de dar-nos o seu Filho por amor. Eis porque o termo Eucaristia resume todo aquele gesto, que é gesto de Deus e do homem junto, gesto de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Então a Celebração Eucarística é bem mais que um simples banquete: é propriamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério central da salvação. “Memorial” não significa somente uma recordação, uma simples recordação, mas quer dizer que cada vez que celebramos este Sacramento participamos do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.

 A Eucaristia é o ápice da ação da salvação de Deus: O Senhor Jesus, se fez pão partido por nós, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e seu amor, e assim renova o nosso coração, a nossa existência e a maneira como nos relacionamos com Ele e com os irmãos.

É por isto que sempre, quando nos aproximamos deste sacramento, se diz de: “Receber a Comunhão”, de “fazer a Comunhão”: isto significa que o poder do Espírito Santo, a participação na mesa eucarística se conforma de modo profundo e único a Cristo, nos fazendo experimentar já a plena comunhão com o Pai que caracterizará o banquete celeste, onde com todos os Santos teremos a alegria de contemplar Deus face a face.

Queridos amigos, nunca conseguiremos agradecer ao Senhor pelo dom que nos fez com a Eucaristia! É um grande dom e por isto é tão importante ir à Missa aos domingos.

Ir à missa não somente para rezar, mas para receber a Comunhão, este pão que é o Corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa, nos une ao Pai. É muito bom fazer isto! E todos os domingos, vamos à Missa porque é o próprio dia da ressurreição do Senhor. Por isto, o domingo é tão importante para nós.

E com a Eucaristia sentimos esta pertença à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo. Nunca terminará em nós o seu valor e a sua riqueza. Por isto, pedimos que este Sacramento possa continuar a manter viva na Igreja a sua presença e a moldar as nossas comunidades na caridade e na comunhão, segundo o coração do Pai. E isto se faz durante toda a vida, mas tudo começa no dia da primeira comunhão.

É importante que as crianças se preparem bem para a primeira comunhão e que todas as crianças a façam, porque é o primeiro passo desta forte adesão a Cristo, depois do Batismo e da Crisma.
______________________________________ 

Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal e Paula Dizaró

Frei Cláudio Van Balen quebra o silêncio, fala sobre celibato, casamento gay e outras polêmicas


O frei holandês Cláudio Van Balen, de 81 anos, quebrou o silêncio após reassumir ocomando das missas na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em entrevista à Rádio Itatiaia, ele posicionou-se contra o celibato, não criticou o casamento homossexual e defendeu a realização de missas de acordo com a realidade de cada país. “Nada no mundo ou na igreja muda sem rebeldia. Na família, se ninguém é rebelde, se ninguém coloca a boca no mundo, algo vai mudar? Isso faz parte. Não é para se escandalizar”, disse o padre, ao comentar sobre a postura dos fiéis após seu afastamento.

“Quem escreveu o texto de uma missa que a gente usa domingo? Alguém atrás de uma mesa sentado lá em Roma. Como é que ele conhece a situação no Brasil? Como é que ele conhece a situação da Indonésia ou da África?”, questionou o frei. “No mundo todo teria que ser o mesmo texto. Isso (textos iguais) tem sentido para nós hoje? Não tem. Então, eu sou um pouco bravo, independente e digo que não faz sentido. Isso Jesus não quer da gente de jeito nenhum. Nós temos que rezar em nossa linguagem, em nossa visão sobre a vida e o mundo”, disse. “Eu, como padre, sou obrigado a ajudar os outros a rezar dentro do contexto do tempo de hoje”, completou o frei.


Apontado como moderno, o frei disse que respeita o essencial, mas assume certa 'liberdade', como a forma de o fiel confessar. “Pode se fazer de muitas maneiras. Não precisa ser uniforme, pode ser multiforme. Cada país tem que se adaptar à mentalidade e à visão do povo”, opinou.

União homossexual

Frei Cláudio Van Balen não condena o casamento gay. “Prefiro não fazer avaliação, mas eu digo: se eu estivesse na condição deles e quisesse me unir a um outro, eu teria ou não o direito? Tem alguma instância neste mundo que tem condições, moral ou poder para impedir o que eu quero fazer? Eu não vou fazer crime nenhum, não”, analisou o frei.


“Eu, como padre, vou ficar no meu cantinho, não vou dar palpite”, acrescentou. “Quanta gente que casa direitinho, homem com mulher, e leva uma vida de vergonha, de desrespeito e de opressão”, indagou. 
___________________________________
Fonte: Itatiaia

Menores: Vaticano reage a críticas da ONU

Delegação da Santa Sé perante a Comissão das Nações Unidas
para os Direitos da Criança

A Comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança, que a 16 de janeiro ouviu uma delegação da Santa Sé, publicou hoje um conjunto de recomendações com críticas ao tratamento de abusos sexuais na Igreja Católica.

“O comité está profundamente preocupado pelo facto de a Santa Sé não ter reconhecido a extensão dos crimes cometidos, não ter tomado as medidas necessárias para lidar com os casos de abuso sexual e proteger as crianças e por ter adotado medidas e práticas que levaram à continuação dos abusos e à impunidade dos abusadores”, lê-se no relatório.

O texto aponta o dedo a um alegado “código de silêncio” sobre estes casos ou à prática de transferir párocos suspeitos de abusos.

Nesse sentido, sugere-se que os abusadores sejam “imediatamente removidos” das suas funções e denunciados às autoridades civis.

A sala de imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado, após a publicação do relatório, anunciando que as observações serão “sujeitas a minucioso estudo e exame”.

“A Santa Sé reitera o seu compromisso na defesa e proteção dos direitos das crianças, em linha com os princípios promovidos pela Convenção para os Direitos da Criança e segundo os valores morais e religiosos oferecidos pela doutrina católica”, pode ler-se.


A Congregação para a Doutrina da Fé, organismo da Santa Sé, enviou em 2011 uma ‘Carta circular’ na qual se sublinhava a importância de cooperar com as “autoridades civis” e a “atenção prioritária às vítimas”, determinando que cada conferência episcopal criasse diretivas para lidar com eventuais abusos.

O observador da Santa Sé junto das instituições da ONU em Genebra, Suíça, que falou em janeiro perante a Comissão das Nações Unidas para os Direitos da Criança, disse hoje à Rádio Vaticano que recebeu o relatório conclusivo com "surpresa" e com a impressão de que o mesmo ""estaria já preparado antes do encontro com a delegação da Santa Sé, que deu respostas precisas e detalhadas sobre vários pontos".

"A Igreja respondeu, reagiu e continua a fazê-lo. Temos de insistir nesta política de transparência, de não tolerância dos abusos”, declarou D. Silvano Tomasi.

O Vaticano anunciou em dezembro que o Papa Francisco decidiu instituir uma “comissão para a proteção das crianças”, que vai coordenar o combate e prevenção de abusos sexuais na Igreja Católica, decisão saudada pela ONU, que recomenda a inclusão de elementos da “sociedade civil” e das “organizações de vítimas”.

As resoluções sugerem várias mudanças no Direito Canónico em matérias ligadas aos abusos sexuais, mas também na questão do aborto.

O relatório vai além das questões ligadas aos direitos das crianças e critica as posições da Igreja em temas como a homossexualidade, os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, a contraceção, levantando ainda a questão dos “filhos de padres” que considera serem abandonados.

Segundo o comunicado da Santa Sé, alguns pontos deste documento são “uma tentativa de interferir no ensinamento da Igreja Católica sobre a dignidade da pessoa humana e no exercício da liberdade religiosa”.

OC
__________________________________
Fonte: Agência Ecclesia

Abuso de menores. Dom Tomasi ao Comitê ONU: texto já escrito, definições ideológicas


A Santa Sé acolheu com surpresa, nesta quarta-feira, as observações conclusivas do Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança que acusa duramente o Vaticano sobre a questão de abusos contra menores cometidos por membros do clero. As observações foram apresentadas, nesta quarta-feira, em Genebra, na Suíça.

Segundo o organismo das Nações Unidas, a Santa Sé continuaria violando a Convenção sobre os Direitos da Criança. O comitê critica também o Vaticano por suas posições sobre a homossexualidade, contracepção e aborto. 

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, fala sobre como a Santa Sé reagiu a essas acusações.

Dom Tomasi: "O Comitê da ONU sobre os Direitos da Criança apresentou hoje suas conclusões e recomendações para os países que foram examinados durante esta 65ª sessão. São eles: Congo, Alemanha, Santa Sé, Portugal, Federação Russa e Iêmen. Primeira impressão: é preciso esperar, ler atentamente e analisar detalhadamente o que escrevem os membros desta comissão, mas a primeira reação foi de surpresa, porque o aspecto negativo do documento que produziram faz pensar que tenha sido preparado antes da reunião da Comissão com a delegação da Santa Sé, que deu em detalhes respostas precisas sobre vários pontos, que não foram, em seguida, incluídas no documento final ou pelo menos não parecem ter sido levadas seriamente em consideração. De fato, o documento parece não ter sido atualizado, considerando o que nesses últimos anos foi feito no âmbito de Santa Sé, com as medidas tomadas diretamente pela autoridade do Estado da Cidade do Vaticano e depois pelas Conferências Episcopais nos vários países. Portanto, falta a perspectiva correta e atualizada que realmente viu uma série de mudanças para a proteção das crianças que me parece difícil de encontrar, no mesmo nível de compromisso, em outras instituições ou até mesmo em outros Estados. Isto é simplesmente uma questão de fatos e evidências que não podem ser distorcidos!"

Como responder de maneira precisa a essas acusações do Comitê da ONU?


Dom Tomasi: "Não se pode em dois minutos responder a todas as afirmações feitas – algumas muito injustas – no documento conclusivo do Comitê. A Santa Sé responderá, porque é um membro, um Estado Parte da Convenção, que a ratificou e pretende observar no espírito e na letra essa Convenção, sem acréscimos ideológicos ou imposições que estão fora da Convenção. Por exemplo, a Convenção sobre a proteção das crianças, em seu preâmbulo, fala da defesa da vida e da proteção das crianças antes e depois do nascimento; enquanto a recomendação que é feita à Santa Sé é a de mudar a sua posição sobre a questão do aborto! É claro que, quando uma criança é morta não existem mais direitos! Então, isso me parece uma verdadeira contradição com os objetivos fundamentais da Convenção que é o de proteger as crianças. Este Comitê não fez um bom serviço para as Nações Unidas, tentando introduzir e pedir à Santa Sé de mudar o seu ensinamento não negociável! É um pouco triste ver que o Comitê não compreendeu a natureza e as funções da Santa Sé, que expressou claramente ao Comitê a sua decisão de realizar os pedidos da Convenção sobre os Direitos da Criança, mas definindo e protegendo primeiramente os valores fundamentais que tornam a proteção da criança real e eficaz."

A ONU tinha dito no início que o Vaticano havia respondido melhor do que outros países sobre a proteção dos menores: o que mudou?

Dom Tomasi: "Na introdução do relatório final foi reconhecida a clareza das respostas; não se procurou evitar nenhum pedido feito pelo Comitê, com base na evidência disponível, e onde não tinha uma informação imediata, foi prometido fornecê-la no futuro, segundo as diretrizes da Santa Sé, assim como fazem todos os governos. Parecia um diálogo construtivo e acredito que deva permanecer como tal. Portanto, considerada a impressão que tivemos do diálogo direto da Delegação da Santa Sé com o Comitê e o texto das conclusões e recomendações, é tentador dizer que provavelmente aquele texto já tinha sido escrito e não reflete os suplementos e a clareza, com exceção de algumas atualizações de última hora. Portanto, devemos, com serenidade e com base nas evidências – porque não temos nada a esconder – levar a diante a explicação das posições da Santa Sé, responder às perguntas que ainda permanecem, de modo que o objetivo fundamental que deve ser atingido - a proteção das crianças – possa ser alcançado. Fala-se de 40 milhões de casos de abusos de crianças no mundo. Infelizmente, alguns desses casos – embora em proporções reduzidas em comparação com tudo o que está acontecendo no mundo – dizem respeito a membros da Igreja e a Igreja respondeu, reagiu e continua a fazê-lo! Devemos insistir nesta política de transparência e não tolerância de abusos, porque até mesmo um só caso de abuso de criança é demais!

O que pode ter acontecido?


Dom Tomasi: "Provavelmente, as organizações não-governamentais - que têm interesse na homossexualidade, no casamento gay e outras questões – apresentaram certamente suas observações e de alguma forma reforçaram uma linha ideológica".
(MJ)

______________________________________
Fonte: Rádio Vaticano

Bispos do Canadá advertem sobre o perigo de legalizar a eutanásia


O site ACI/EWTN Noticias informou nesta quarta-feira (05/02/14) que os bispos de Quebec (Canadá) exortaram a Assembleia Nacional a rejeitar o projeto de lei 52 que, usando o eufemismo de “ajuda médica na morte”, significará a legalização da eutanásia.

“Causar a morte a uma pessoa não é cuidar dela”, advertiram os prelados em uma declaração na qual assinalaram que “a lei proposta, se for adotada, legalizaria a eutanásia sob o nome de ajuda médica na morte”. “Uma injeção letal não é um tratamento. A eutanásia não é uma forma de cuidado”, expressaram.

Em sua declaração de 23 de janeiro indicaram que “em Quebec, o ato de causar a morte poderia ser considerado uma forma de ‘cuidado’ que poderia ser ‘administrado’ aos doentes terminais”, e criticaram o uso da linguagem empregada para introduzir a prática sem despertar consciência.


Recordaram que a doutrina moral da Igreja já se pronunciou ante os casos de tratamentos desmedidos que se empregam para promover a eutanásia.

“Nós já temos o direito de renunciar ao tratamento. Nós já temos direito a que nossas vidas não sejam artificialmente prolongadas mediante a conexão a todo tipo de equipamentos”, explicou a Assembleia Plenária dos Bispos Católicos de Quebec. “Isto já está dado: não necessitamos uma nova lei para garanti-lo”.


“A lei 52 trata de permitir aos médicos causar a morte diretamente”, declararam os prelados canadenses. “Isto vai contra os valores humanos mais fundamentais e contradiz o propósito da medicina. Ocasionar a morte a um paciente não é um ato médico”, reiteraram.
________________________________
Fonte: ACIDigital

Depois do beijo na novela, história em quadrinho juvenil da Luluzinha traz um "casal" de meninos.


Não é de hoje que a graphic novel Luluzinha Teen e sua Turma tem, entre seus personagens, um gay.Edgar apareceu no número 49 da revista mensal para integrar a banda e logo se ‘assumiu’.

Duas edições depois, o garoto apareceu de mãos dadas com Fábio. Na revista que chega agora às bancas, a 57, o casal volta à cena e tem de lidar com a “intolerância” dos pais de Fábio, que aparecem numa festa para brigar com o garoto e levá-lo embora. Com um tom didático e prefessoral, o diretor da escola onde a festa está sendo realizada entra na discussão e pede mais diálogo. 


Personagens gays não são raros em HQ’s, mas talvez esta seja a primeira vez em que a questão é abordada tão abertamente num gibi nacional voltado para o público juvenil. O lançamento ocorre quase uma semana depois que os atores Mateus Solano e Thiago Fragoso protagonizaram o primeiro beijo entre homens numa novela da Globo.

Ao todo, 50 mil exemplares da revista que tem roteiro de Marcel R. Goto e arte de Labareda Design estão à venda nas bancas brasileiras.
____________________________________ 

Fonte: Estadão

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ladrões arrombam paróquia em São Luís e fazem arrastão levando até as batas do padre

Já é a quarta vez que a Paróquia de São Cristovão é arrombada.
Em frente a paróquia, existe o 11º Distrito Policial

Bandidos arrombaram a Paróquia de São Cristovão e saíram levando vários objetos de valor, na madrugada desta terça-feira (4), no bairro do São Cristovão, em São Luís.

Segundo a coordenadora da paróquia, Lucinalda Amaral, os bandidos quebraram as janelas de vidro e arrombaram várias portas. Eles saíram levando microfones, mesa de som, cofres e levaram até as batas dos padres.

Já é a quarta vez em menos de dois meses, que de acordo com a coordenadora, a Paróquia de São Cristovão é arrombada. "Os bandidos já estão acostumados de levarem equipamentos de som, microfones, dinheiro, roupas e outros objetos", comentou.

A Paróquia de São Cristovão fica localizada na Avenida Guajajaras e já existe há 47 anos. O local está localizado ainda em frente ao 11º Distrito Policial. Além disso, existe uma câmera de videomonitoramento nas proximidades, e segundo Lucinalda Amara, a polícia nunca deu uma resposta quanto aos constantes assaltos.


“Já é a quarta vez que a Paróquia é arrombada, e a polícia não faz nada, já foram quatro Boletins de Ocorrência resgitrados, e nem sequer as imagens da câmera querem liberar para tentarmos identificar. O poder público precisa tomar uma providência. A falta de segurança é muito grande”, reclamou Lucinalda Amaral.


A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que será intensificado o patrulhamento nas áreas próximas a Igreja do São Cristovão e que o caso está sendo investigado pelo delegado Parsondas Coelho, titular do 11º DP.     
__________________________________
Fonte: O Imparcial