O frei holandês Cláudio Van Balen, de 81 anos, quebrou o silêncio após reassumir ocomando das missas na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em entrevista à Rádio Itatiaia, ele posicionou-se contra o celibato, não criticou o casamento homossexual e defendeu a realização de missas de acordo com a realidade de cada país. “Nada no mundo ou na igreja muda sem rebeldia. Na família, se ninguém é rebelde, se ninguém coloca a boca no mundo, algo vai mudar? Isso faz parte. Não é para se escandalizar”, disse o padre, ao comentar sobre a postura dos fiéis após seu afastamento.
“Quem escreveu o texto de uma missa que a gente usa domingo? Alguém atrás de uma mesa sentado lá em Roma. Como é que ele conhece a situação no Brasil? Como é que ele conhece a situação da Indonésia ou da África?”, questionou o frei. “No mundo todo teria que ser o mesmo texto. Isso (textos iguais) tem sentido para nós hoje? Não tem. Então, eu sou um pouco bravo, independente e digo que não faz sentido. Isso Jesus não quer da gente de jeito nenhum. Nós temos que rezar em nossa linguagem, em nossa visão sobre a vida e o mundo”, disse. “Eu, como padre, sou obrigado a ajudar os outros a rezar dentro do contexto do tempo de hoje”, completou o frei.
Apontado como moderno, o frei disse que respeita o essencial, mas assume certa 'liberdade', como a forma de o fiel confessar. “Pode se fazer de muitas maneiras. Não precisa ser uniforme, pode ser multiforme. Cada país tem que se adaptar à mentalidade e à visão do povo”, opinou.
União homossexual
Frei Cláudio Van Balen não condena o casamento gay. “Prefiro não fazer avaliação, mas eu digo: se eu estivesse na condição deles e quisesse me unir a um outro, eu teria ou não o direito? Tem alguma instância neste mundo que tem condições, moral ou poder para impedir o que eu quero fazer? Eu não vou fazer crime nenhum, não”, analisou o frei.
“Eu, como padre, vou ficar no meu cantinho, não vou dar palpite”, acrescentou. “Quanta gente que casa direitinho, homem com mulher, e leva uma vida de vergonha, de desrespeito e de opressão”, indagou.
___________________________________
Fonte: Itatiaia
Nenhum comentário:
Postar um comentário