quarta-feira, 19 de março de 2014

Apresentado logotipo da Viagem do Papa à Terra Santa


O Logotipo da Viagem do Papa Francisco à Terra Santa foi divulgado pelo Comitê de preparação do evento. O tema escolhido para a visita apostólica, que acontecerá nos dias 24 a 26 maio,  é Ut unum sint (“Que todos sejam um”), e o logotipo segue o mesmo chamado à unidade.

A imagem propõe o abraço entre os dois apóstolos irmãos, Pedro e André, os primeiros a serem chamados por Jesus na Galileia, e, respectivamente, padroeiros da Igreja de Roma e de Constantinopla.


Na Igreja mãe de Jerusalém, segundo a imagem proposta pela logo, os dois abraçam-se, dentro do barco que representa a Igreja Universal, e que tem como mastro a cruz do Senhor.

As velas da embarcação são impulsionadas pelo vento, o Espírito Santo, que dirige o barco na sua navegação pelas águas deste mundo, um modo, enfim, de dar forma ao desejo expresso pelo Senhor na Última Ceia, “que todos sejam um”.


site oficial da viagem do Papa à Terra Santa está disponível no endereço popefrancisholyland2014.lpj.org. O portal também oferece o conteúdo em português.
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Fonte: Canção Nova

Papa dedica catequese a São José, modelo de educador


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 19 de março de 2013

São José Educador

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, 19 de março, celebramos a festa solene de São José, Esposo de Maria e Patrono da Igreja universal. Dediquemos, então, esta catequese a ele, que merece todo o nosso reconhecimento e a nossa devoção por como soube proteger a Virgem Santa e o Filho Jesus. O ser guardião é a característica de José: é a sua grande missão, ser guardião.

Hoje gostaria de retomar o tema da proteção segundo uma perspectiva particular: a perspectiva educativa. Olhemos para José como o modelo de educador, que protege e acompanha Jesus em seu caminho de crescimento “em sabedoria, idade e graça”, como diz o Evangelho. Ele não era pai de Jesus: o pai de Jesus era Deus, mas ele cumpria o papel de pai de Jesus, fazia-se pai de Jesus para fazê-lo crescer. E como o fez crescer? Em sabedoria, idade e graça.

Partamos da idade, que é a dimensão mais natural, o crescimento físico e psicológico. José, junto com Maria, tomou conta de Jesus antes de tudo deste ponto de vista, isso é, “criou-o”, preocupando-se que não lhe faltasse o necessário para um desenvolvimento sadio. Não esqueçamos que o cuidado fiel da vida do Menino incluiu também a fuga ao Egito, a dura experiência de viver como refugiados – José foi um refugiado, com Maria e Jesus – para escapar da ameaça de Herodes. Depois, uma vez de volta à pátria e estabelecidos em Nazaré, há todo o longo período da vida de Jesus em sua família. Naqueles anos, José ensinou a Jesus também o seu trabalho e Jesus aprendeu a ser carpinteiro com seu pai José. Assim, José criou Jesus.


Passemos à segunda dimensão da educação, aquela da “sabedoria”. José foi para Jesus exemplo e mestre desta sabedoria, que se nutre da Palavra de Deus. Podemos pensar em como José educou o pequeno Jesus a escutar as Sagradas Escrituras, sobretudo acompanhando-O de sábado à sinagoga de Nazaré. E José o acompanhava para que Jesus escutasse a Palavra de Deus na sinagoga.

E, enfim, a dimensão da “graça”. São Lucas sempre diz referindo-se a Jesus: “A graça de Deus era sobre Ele” (2, 40). Aqui, certamente, a parte reservada a São José é mais limitada em relação aos âmbitos da idade e da sabedoria. Mas seria um grave erro pensar que um pai e uma mãe não podem fazer nada para educar os filhos a crescer na graça de Deus. Crescer em idade, crescer em sabedoria, crescer na graça: este é o trabalho que José fez com Jesus, fazê-Lo crescer nestas três dimensões, ajudá-lo a crescer.

Queridos irmãos e irmãs, a missão de São José é certamente única e irrepetível, porque absolutamente único é Jesus. E, todavia, em seu proteger Jesus, educando-o para crescer em idade, sabedoria e graça, ele é modelo para todo educador, em particular para todo pai. São José é o modelo de educador e de pai, de pai. Confio, então, à sua proteção todos os pais, os sacerdotes – que são pais – e aqueles que têm um dever educativo na Igreja e na sociedade. De modo especial, gostaria de saudar hoje, dia do pai, todos os pais, todos os pais: saúdo-vos de coração! Vejamos: há alguns pais na Praça? Levantem a mão, os pais! Mas quantos pais! Parabéns, parabéns pelo vosso dia! Peço para vocês a graça de ser sempre muito próximos aos seus filhos, deixando-os crescer, mas próximos, próximos! Eles precisam de vocês, da vossa presença, da vossa proximidade, do vosso amor. Sejam para eles como São José: guardiões do seu crescimento em idade, sabedoria e graça. Guardiões do seu caminho; educadores, e caminhem com eles. E com esta proximidade, vocês serão verdadeiros educadores. Obrigado por tudo aquilo que fazem pelos vossos filhos: obrigado. A vocês parabéns, e boa festa do pai a todos os pais que estão aqui, a todos os pais. Que São José vos abençoe e vos acompanhe. E alguns de nós perdemos o pai, se foi, o Senhor o chamou; tantos que estão na Praça não têm pai. Podemos rezar por todos os pais do mundo, pelos pais vivos e também pelos falecidos e pelos nossos, e podemos fazê-lo juntos, cada um recordando o seu pai, se está vivo ou morto. E rezemos ao grande Pai de todos nós, o Pai. Um “Pai nosso” pelos nossos pais: Pai Nosso…

E parabéns aos pais!
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Há um ano, Francisco iniciava oficialmente seu pontificado


Há exatamente um ano, o Papa Francisco celebrava, na Praça São Pedro, a Missa que marcou o início oficial de seu pontificado. Cerca de 200 mil pessoas estiveram presentes para a celebração realizada na solenidade de São José, o que, para Francisco, teve um significado especial.

“É uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão”, foram as primeiras palavras de Francisco na homilia.

A reflexão do Papa foi sobre a necessidade de ter cuidado com a criação. Ele recordou a missão de São José – ser guardião de Maria e de Jesus –, uma tarefa que realizou com discrição, humildade e fidelidade, vivendo sua vocação com constante atenção a Deus.

“Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus quem constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito”, disse o Papa.

Com base nisso, o Santo Padre destacou a vocação cristã e humana, que é guardar os outros e toda a criação. Ele exortou todos a serem guardiões dos dons de Deus, cuidando especialmente dos mais frágeis. O apelo foi dirigido, de modo especial, aos que ocupam cargos de responsabilidade em âmbito econômico, político ou social.


Referindo-se ao início de seu ministério como Sucessor de Pedro, Francisco enfatizou que esta é uma missão que contém um poder: o serviço.

“Não nos esqueçamos jamais de que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos”.

Essa foi uma reflexão que marcou a homilia e sinalizou o caráter de seu pontificado: o serviço, a atenção com os mais pobres, a humildade, características que foram constantemente repetidas ao longo desse primeiro ano de pontificado.


“Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém”, finalizou Francisco.
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Fonte: Canção Nova

Conversão: “Eu era adepto do satanismo”


Aos 16 anos, influenciado por alguns colegas, comecei a frequentar grupos de metal, punk, rock etc. Naquela época, eu mudava meu look a cada mês! Depois comecei a usar um crucifixo de cabeça para baixo. Além disso, pesquisava tudo sobre o satanismo na internet. E de tanto ver filmes de terror com meus amigos, me lancei ao espiritismo também. Nós buscávamos gerar medo por todos os meios possíveis.

Foi assim que, em um espaço de 6 meses, passei de “bom menino” a adepto do satanismo. A morte da minha bisavó, a quem eu amava muito e por cuja cura eu havia rezado, reforçou esta atitude em mim. Deus havia me defraudado? Bem, eu queria mostrar-lhe que, se não prestasse atenção em mim, eu iria para o outro lado.

Aos 18 anos, logo depois da formatura, decidi sair de casa. Aceitei um emprego em um centro para pessoas com deficiência motora e mental e esta experiência começou a abrir meus olhos. Ao lado dessas pessoas frágeis, aprendi a me doar e a amar os outros.

Às tardes, eu estudava engenharia de telecomunicações. Graças a esta formação, consegui um emprego muito bem pago. Mas esta vida fácil demais me levou novamente ao caos. Cada dia eu levava uma garota diferente para a minha casa. Mas, depois de dois anos, este estilo de vida me pareceu completamente vão.

Decidi partir pelas estradas da França, oferecendo meus serviços em troca de cama e comida. Certa tarde, em Touraine, fiquei sem hospedagem. Aconselharam-me procurar na casa paroquial. Lá, uma família encarregada da acolhida me perguntou se eu poderia permanecer com eles por um tempo, para fazer alguns trabalhos.

Sua filha mais velha chegou de um encontro cristão e resplandecia de felicidade. Sua alegria despertou em mim perguntas existenciais. Alguns dias depois, percebendo minha busca interior, um dos seus amigos, que era padre, convidou-me para uma peregrinação a um lugar próximo dali. 

segunda-feira, 17 de março de 2014

Discurso à Conferência Episcopal de Timor Leste


DISCURSO
Papa Francisco à Conferência Episcopal de Timor Leste 
Segunda-feira, 17  de março de 2014


Amados irmãos no episcopado!

No amor de Cristo, saúdo cordialmente toda a Igreja de Deus em Timor Leste, aqui representada por vós, seus pastores, que viestes «conhecer Pedro» na pessoa do seu Sucessor e «pôr à sua apreciação» o vosso serviço à causa do Evangelho (cf. Gal 1, 18; 2, 2). Agradeço a D. Basílio, bispo de Baucau e presidente da Conferência Episcopal, as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todos e que manifestam o crescimento admirável das vossas comunidades e o seu anseio de serem fiéis ao Evangelho. Alegro-me convosco, porque a sementeira da Boa Nova de Jesus, iniciada na vossa terra há quase quinhentos anos, cresceu e frutificou num povo que, desde a grande provação do último quartel do século XX, decidida e corajosamente se confessa católico. A criação da nova diocese de Maliana, nos princípios de 2010, e a instituição da Conferência Episcopal Timorense, nos fins de 2011, são sinais positivos da obra que o Senhor iniciou entre vós e quer levar a bom termo (cf. Flp 1, 6).

Estes sinais, ao mesmo tempo que exprimem a radicação da Igreja em Timor, convidam os seus filhos e filhas a um testemunho alto de vida cristã e a um redobrado esforço de evangelização para levarem a Boa Nova a todos os estratos da sociedade, transformando-a a partir de dentro (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 18). Pelos vossos relatórios quinquenais e demais notícias, pude dar-me conta do espírito fraterno que anima o povo timorense e os seus líderes na construção duma nação livre, solidária e justa para todos. Ao longo destes anos que vos separam da última visita ad limina – realizada em Outubro de 2002, ou seja, poucos meses depois do suspirado e venturoso nascimento da vossa Pátria –, não faltaram dolorosas surpresas de ajustamento nacional, com a Igreja a recordar as bases necessárias duma sociedade que pretenda ser digna do homem e do seu destino transcendente. Estou certo de que vós, com os sacerdotes, continuareis a desempenhar a função de consciência crítica da nação, mantendo para isso a devida independência do poder político numa colaboração equidistante que lhe deixe a responsabilidade de cuidar e promover o bem comum da sociedade.

De facto, a Igreja pede apenas uma coisa no âmbito da sociedade: a liberdade de anunciar o Evangelho de modo integral, mesmo quando vai contra corrente defendendo valores que ela recebeu e a que deve permanecer fiel. E vós, queridos irmãos, não tenhais medo de oferecer esta contribuição da Igreja para bem da sociedade inteira. Faz-nos bem lembrar estas palavras do Concílio Vaticano II: «As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração» (Const. past. Gaudium et spes, 1). Na verdade o Pai do Céu, ao enviar seu Filho na nossa carne, pôs em nós as suas entranhas de misericórdia. E, sem a misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de nos inserir num mundo de “feridos” que tem necessidade de compreensão, de perdão, de amor. Por isso, não me canso de chamar a Igreja inteira à «revolução da ternura» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 88). Os agentes de evangelização devem ser capazes de aquecer o coração das pessoas, de caminhar na noite com elas, de dialogar com as suas ilusões e desilusões, de recompor as suas desintegrações.

Sem diminuir o valor do ideal evangélico, é preciso acompanhar, com misericórdia e paciência, as etapas possíveis de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia. Por isso, na partilha fraterna e solidária da Conferência Episcopal, voltai repetidamente sobre este desafio duma sólida formação de sacerdotes, religiosos e fiéis leigos. Grandes esperanças depositais nos vossos Seminários, Noviciados e, ultimamente, no Instituto Superior de Filosofia e Teologia «Dom Jaime Garcia Goulart»; mas não deixeis de provocar e fazer crescer a corrente de solidariedade também entre outras Igrejas locais, nomeadamente com o envio de seminaristas maiores para fazerem seus estudos em universidades eclesiásticas ou – talvez com maior proveito – sacerdotes para as especializações mais necessárias aos diversos serviços da comunidade eclesial de Timor Leste. Fazem falta formadores e professores qualificados de teologia nomeadamente para consolidarem os resultados alcançados no campo da evangelização enriquecendo a Igreja com o seu “rosto timorense”.

Naturalmente não se pretende uma evangelização realizada apenas por agentes qualificados, enquanto o resto do povo fiel seria apenas receptor das suas acções. Pelo contrário, temos de fazer de cada cristão um protagonista. «Se uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que a salva, não precisa de muito tempo de preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe dêem muitas lições ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus» (Ibid., 120). E, se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, não poderá conter o desejo de o comunicar aos outros. Aqui está a fonte da acção evangelizadora. O coração crente sabe que, sem Jesus, a vida não é a mesma coisa. Pois bem! Aquilo que descobriu, o que o ajuda a viver e lhe dá esperança, isso deve comunicar aos outros.


Como sabemos, amados irmãos, em todos os baptizados – desde o primeiro ao último – actua o Espírito que impele a evangelizar. Esta «presença do Espírito confere aos cristãos uma certa conaturalidade com as realidades divinas e uma sabedoria que lhes permite captá-las intuitivamente, embora não possuam os meios adequados para expressá-las com precisão» (Ibid., 119). Nestas limitações da linguagem, vemos aflorar a necessidade de evangelizar as culturas para inculturar o Evangelho, porque «uma fé que não se torna cultura – como escrevia João Paulo II – é uma fé não plenamente acolhida, não inteiramente pensada e não fielmente vivida» (Carta de fundação do Conselho Pontifício da Cultura, 20/5/1982, 2). Se, nos vários contextos culturais de Timor Leste, a fé e a evangelização não forem capazes de dizer Deus, anunciar a vitória de Cristo sobre o drama da condição humana, abrir espaços para o Espírito renovador, é porque não estão suficientemente vivas nos fiéis cristãos, que necessitam de um caminho de formação e amadurecimento. Isto «implica tomar muito a sério em cada pessoa o projecto que Deus tem para ela. Cada ser humano precisa sempre mais de Cristo, e a evangelização não deveria deixar que alguém se contente com pouco, mas possa dizer com plena verdade: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20)» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 160).

E, se vive no crente, Cristo abrirá as páginas com o desígnio de Deus ainda seladas para as culturas locais, fazendo despontar outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado. No livro do Apocalipse (cf. 5, 1-10), há uma página elucidativa: fala-se de um livro fechado com sete selos, que só Cristo é capaz de abrir; Ele é o Cordeiro imolado, que, com o seu sangue, resgatou para Deus, homens de todas as tribos, línguas, povos e nações. Timor Leste, o Céu resgatou-te, para que te abras ao Céu. Tudo isto representa uma série de desafios para permitir uma compreensão mais fácil da Palavra de Deus e melhor recepção dos Sacramentos. Mas um desafio não é uma ameaça. A consciência missionária supõe hoje possuir o valor humilde do diálogo e a convicção firme de apresentar uma proposta de plenitude humana no vosso contexto cultural.

Amados irmãos no episcopado, quis limitar-me a três pontos, objecto das vossas preocupações: o primeiro, a vossa contribuição como consciência crítica da nação; o segundo, movida por entranhas de misericórdia, a Igreja inteira sai em missão; e, enfim, exprimir a Boa Nova da salvação nas línguas locais. Parece-me poder reconduzir tudo a esta imagem que vos é familiar e amada: o povo fiel em peregrinação aos santuários marianos, sob a guia do Bispo (digo «guiar», que não é sinónimo de comandar, dominar). E o lugar do Bispo pode ser triplo: à frente, para indicar o caminho ao seu povo; no meio, para o manter unido e neutralizar debandadas; ou atrás, para evitar que alguém se atrase ou desgarre, mas, fundamentalmente, porque o próprio rebanho é dotado de olfacto para encontrar novos caminhos: o sentido da fé. Em todo o caso, sede homens capazes de sustentar, com amor e paciência, os passos de Deus em seu povo e valorizai tudo aquilo que o mantém unido, acautelando de eventuais perigos, mas sobretudo fazendo crescer a esperança: haja sol e luz nos corações! Ao mesmo tempo que vos agradeço todos os esforços realizados ao serviço do Evangelho, peço ao povo timorense que reze por mim; eu confio-o à protecção da Imaculada Conceição – invocada carinhosamente sob o título de «Virgem de Aitara» – por cuja intercessão imploro para vós, para os sacerdotes, os religiosos e religiosas, para os seminaristas, noviços e noviças, para os catequistas, os animadores dos movimentos eclesiais e a briosa juventude, para as famílias com as suas crianças e os seus idosos e todos os restantes membros do povo de Deus, a abundância das graças do Céu, em penhor das quais lhes concedo a Bênção Apostólica.

Vaticano, 17 de Março de 2014.


[Franciscus]

Escutar a voz de Jesus, pede o Papa no Ângelus


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 16 de março de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje o Evangelho nos apresenta o evento da Transfiguração. É a segunda etapa do caminho quaresmal: a primeira, as tentações no deserto, domingo passado; a segunda: a Transfiguração. Jesus “tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha” (Mt 17, 1). A montanha na Bíblia representa o lugar da proximidade com Deus e do encontro íntimo com Ele; o lugar da oração, onde estar na presença do Senhor. Lá no alto da montanha, Jesus se mostra aos três discípulos transfigurado, luminoso, belíssimo; e depois aparecem Moisés e Elias, que conversam com Ele. A sua face é tão brilhante e as suas vestes tão brancas que Pedro permanece deslumbrado, tanto que queria permanecer ali, quase parar aquele momento. De repente, ressoa do alto a voz do Pai que proclama Jesus como seu Filho amado, dizendo: “Escutai-o” (v. 5). Esta palavra é importante! O nosso Pai que disse a estes apóstolos, e diz também a nós: “Escutai Jesus, porque é o meu Filho amado”. Tenhamos, esta semana, esta palavra na cabeça e no coração: “Escutai Jesus!”. E isto não o diz o Papa, diz Deus Pai, a todos: a mim, a vocês, a todos, todos! É como uma ajuda para seguir adiante no caminho da Quaresma. “Escutai Jesus!”. Não esquecer.

É muito importante este convite do Pai. Nós, discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que escutam a sua voz e levam a sério suas palavras. Para escutar Jesus, é preciso ser próximo a Ele, segui-Lo, como faziam as multidões do Evangelho que o seguiam pelos caminhos da Palestina. Jesus não tinha uma cátedra, ou um púlpito fixo, mas era um mestre itinerante, que propunha os seus ensinamentos, que eram os ensinamentos que o Pai lhe havia dado, ao longo dos caminhos, percorrendo trajetos nem sempre previsíveis e às vezes pouco fácil. Seguir Jesus para escutá-Lo. Mas também escutamos Jesus na sua Palavra escrita, no Evangelho. Faço uma pergunta a vocês: vocês leem, todos os dias, um trecho do Evangelho? Sim, não…sim, não…Meio a meio… Alguns sim e alguns não. Mas é importante! Vocês leem o Evangelho? É uma coisa boa; é uma coisa boa ter um pequeno Evangelho, pequeno, e levá-lo conosco, no bolso, na bolsa, e ler um pequeno trecho em qualquer momento do dia. Em qualquer momento do dia, eu pego do bolso o Evangelho e leio alguma coisinha, um pequeno trecho. Ali é Jesus que nos fala, no Evangelho! Pensem nisto. Não é difícil, nem necessário que sejam os quatro: um dos Evangelhos, pequenino, conosco. Sempre o Evangelho conosco, porque é a Palavra de Jesus para poder escutá-Lo.


Deste episódio da Transfiguração, gostaria de colher dois elementos significativos, que sintetizo em duas palavras: subida e descida. Nós temos necessidade de ir além, de subir a montanha em um espaço de silêncio, para encontrar nós mesmos e perceber melhor a voz do Senhor. Isto fazemos na oração. Mas não podemos permanecer ali! O encontro com Deus na oração nos impele novamente a “descer da montanha” e retornar para baixo, à planície, onde encontramos tantos irmãos sob o peso do cansaço, das doenças, injustiças, ignorâncias, pobreza material e espiritual. A estes nossos irmãos que estão em dificuldade, somos chamados a levar os frutos da experiência que fizemos com Deus, partilhando com eles a graça recebida. E isto é curioso. Quando nós ouvimos a Palavra de Jesus, escutamos a Palavra de Jesus e a temos no coração, aquela Palavra cresce. E vocês sabem como cresce? Dando-a ao outro! A Palavra de Cristo em nós cresce quando nós a proclamamos, quando nós a damos aos outros! E este é o caminho cristão. É uma missão para toda a Igreja, para todos os batizados, para todos nós: escutar Jesus e oferecê-Lo aos outros. Não esquecer: esta semana, escutem Jesus! E pensem nesta questão do Evangelho: vocês o farão? Farão isto? Depois, no próximo domingo, vocês me dirão se fizeram isto: ter um pequeno Evangelho no bolso ou na bolsa para ler um pequeno trecho no dia.

E agora dirijamo-nos à nossa Mãe Maria, e confiemo-nos à sua orientação para poder seguir com fé e generosidade este itinerário da Quaresma, aprendendo um pouco mais de “subir” com a oração e escutar Jesus e “descer” com a caridade fraterna, anunciando Jesus.
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Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Papa reza por passageiros de avião desaparecido


Após o Angelus deste domingo, 16, Papa Francisco recordou o desaparecimento do avião da Malaysia Airlines. A aeronave seguia da Malásia para a China com cerca de 240 pessoas no dia 7 de março e está desaparecida desde então.

“Convido-vos a recordar na oração os passageiros e tripulação do avião da Malasya e os seus familiares. Sejamos próximos a eles neste momento difícil”.


O pedido de oração inseriu-se nas tradicionais saudações que o Papa faz após a oração mariana. Ele também  saudou grupos de peregrinos da Espanha, de várias partes da Itália e do mundo e dirigiu algumas palavras à Comunidade Papa João XXIII, que na próxima sexta-feira conduzirá pelas ruas do centro de Roma uma especial “Via Sacra” pelas mulheres vítimas do tráfico humano.

“A todos desejo bom domingo e bom almoço. Até mais”, disse o Pontífice ao final das saudações.
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Fonte: Canção Nova

Pastor sueco anuncia conversão ao catolicismo



O pastor sueco Ulf Ekman, líder da Igreja Palavra da Vida, anunciou no domingo (9) que ele e sua esposa se converterão ao catolicismo.

Por mais de 30 anos ele se dedicou à pregação do Evangelho em seu país, liderando uma igreja de 3.000 membros e uma escola com mais de mil alunos.


O anúncio de sua conversão ao catolicismo chocou os fiéis que estavam no culto e em poucas horas a notícia se espalhou pela imprensa internacional.


O site oficial do ministério Ekman publicou um texto explicando a mudança: “Encontramos um grande amor por Jesus e uma teologia sã, fundada na Bíblia em dogma clássico. Experimentamos a riqueza da vida sacramental. Vimos a lógica de ter uma estrutura sólida de sacerdócio, que mantém a fé da Igreja e passa de uma geração para a seguinte. Encontramos uma força moral e ética consistente que se atreve a enfrentar a opinião pública, e uma simpatia para com os pobres e fracos”.





O pastor explicou que se decidiu depois de entrar em contato com representantes de movimentos carismáticos católicos e que a decisão foi tomada apenas pelo casal, em nenhum momento ele pensou em ligar a igreja Palavra da Vida à Igreja Católica.

A Suécia tem vivido um tempo de secularização, mesmo a maioria da população dizendo que é membro da Igreja da Suécia, que é de tradição luterana, apenas 18% acreditam em Deus e apenas 2% se declaram católicos.
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Fonte: Aleteia