terça-feira, 17 de junho de 2014

Procissões Eucarísticas


O aspecto público da liturgia propõe a realização de atos de fé que extrapolam os lugares dedicados ao culto, isto é, as igrejas, capelas, catedrais, afluindo com a multidão dos fiéis para as ruas e praças. Como diz o salmo: “Vi a água saindo do lado direito do Templo”, assim também os fiéis são chamados a tomar parte nas ações litúrgicas que fluem para fora dos lugares sagrados.

Tais celebrações, fundadas sobre o sólido alicerce da tradição da Igreja e da piedade do povo, possuem em seu ponto mais alto as procissões. E essas, segundo a riqueza do Rito Romano, podem ser de vários tipos: procissões de enterro, procissão de ramos, procissões penitenciais da quaresma, as belíssimas procissões da Semana Santa. De todas essas, porém, destacamos um tipo singular de procissão; aquela em que não apenas o povo de Deus caminha, mas aquela em que o próprio Jesus sacramentado caminha com seu povo.

Essas procissões, ditas eucarísticas, possuem todo um cerimonial próprio que condiz perfeitamente com o respeito e adoração que a Igreja Militante presta a seu maior tesouro – a eucaristia. De maneira particular, essa procissão tem lugar em ocasiões especiais da vida da Igreja. Em Corpus Christi aparece de maneira singular, mas não apenas nessa data; também é costume realizar procissão eucarística, nalguns lugares, no Domingo de Páscoa, nos congressos eucarísticos, e em outras grandes festas do ano, embora nessas datas não apareçam os elementos populares da festa do Corpo de Cristo de que falaremos mais adiante.

Os corruptos matam, a única saída é o arrependimento – o Papa em Santa Marta


Os corruptos matam e a única saída possível é o arrependimento – esta a mensagem fundamental da homilia do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na manhã desta terça-feira. Partindo da Leitura do Livro dos Reis o Santo Padre anota o que diz o profeta Elias sobre o rei Acab dizendo que ele vendeu-se. É como se tornasse numa mercadoria – afirmou o Papa Francisco:

“Esta é a definição: é uma mercadoria!... Ontem vimos que haviam três tipos: o corrupto político, o corrupto negociante e o corrupto eclesiástico. Os três faziam mal aos inocentes, aos pobres, porque são os pobres que pagam a festa dos corruptos!”

“O corrupto vende-se para fazer o mal, julgando que apenas o faz para ter mais dinheiro”. “O corrupto é um escândalo para a sociedade, é um escândalo para o povo de Deus” – com estas frases fortes e duras o Papa Francisco apresentou três aspetos que definem o corrupto:

Discurso do Papa aos participantes do encontro “Investir para os pobres”


Discurso do Papa aos participantes do 
Encontro “Investir para os pobres”
Segunda-feira, 16 de junho de 2014

Caros irmãos e irmãs,

Dou as boas- vindas a todos e  agradeço porque com esta Convenção, vocês oferecem uma contribuição importante para a pesquisa de vias naturais e viáveis para uma maior equidade social. Agradeço ao Cardeal Turkson por  sua cortês introdução.

A solidariedade para com os pobres e excluídos impulsionou vocês a  pensarem em uma forma emergente de investimento responsável, conhecida como Investimento de Impacto (Impact Investing ). Participam também da  reunião  representantes da Cúria Romana para estudar formas inovadoras de investimento, o que pode trazer benefícios para as comunidades locais e ao ambiente, bem como um retorno justo.

O investidor de  impacto é configurado como um investidor consciente da existência de situações graves de desigualdade, de desigualdades sociais profundas e dolorosas condições de desvantagem enfrentados por populações inteiras. Ele se dirige às instituições financeiras que utilizam  recursos para promover o desenvolvimento econômico e social dos pobres, com fundos de investimento para satisfazer as suas necessidades básicas relacionadas com a agricultura, acesso à água, a possibilidade de  casas decentes com preços acessíveis, bem como os serviços básicos de saúde e educação.

Diocese de Roraima divulga nota sobre Mineração e Hidrelétricas em Terras Indígenas



Mineração e Hidrelétricas em Terras Indígenas

“A Igreja está na Amazônia
não como aqueles que têm as malas na mão,
para partir depois de terem explorado
tudo o que puderam”.
(Papa Francisco aos Bispos do Brasil, Rio de Janeiro,
27 de julho de 2013.)

O nosso país intensificou, nos últimos anos, uma política de crescimento econômico que passa pela exploração dos recursos naturais para a exportação. Este modelo econômico não é novo e já nos legou marcas de desigualdade social e de injustiça ambiental: os benefícios ficam na mão de poucos, enquanto os impactos e prejuízos, muitos deles irreversíveis, pesam sobre as costas de comunidades indígenas, camponesas, ribeirinhas e quilombolas; repercutem ainda no inchaço de muitas de nossas cidades. Mesmo não sendo um modelo novo, estamos assistindo a sua intensificação, fazendo lembrar as políticas do mal chamado “desenvolvimento”, que o Regime Militar impulsionou na década de 1970.

Tal realidade é mais gritante na região amazônica. Dezenas de projetos de médias e grandes hidrelétricas estão barrando o curso dos rios que formam a bacia amazônica. Do Teles Pires ao rio Branco, do Madeira ao Tapajós e o Xingu, passando por outras barragens projetadas sobre rios amazônicos de países vizinhos, como Peru e Bolívia. Os impactos ambientais desses grandes projetos são incalculáveis e irreversíveis, já suficientemente demonstrados por estudos científicos e pela própria experiência de projetos passados. E os impactos sobre os territórios e a vida de tantas comunidades ribeirinhas e indígenas, considerando particularmente os povos indígenas isolados, serão gravíssimos.

Papa envia mensagem ao Dia Mundial das Missões


MENSAGEM DO PAPA 
DIA MUNDIAL DAS MISSÕES
19 de outubro de 2014

Queridos irmãos e irmãs! Ainda hoje há tanta gente que não conhece Jesus Cristo. Por isso, continua a revestir-se de grande urgência a missão ad gentes, na qual são chamados a participar todos os membros da Igreja, pois esta é, por sua natureza, missionária: a Igreja nasceu «em saída». O Dia Mundial das Missões é um momento privilegiado para os fiéis dos vários Continentes se empenharem, com a oração e gestos concretos de solidariedade, no apoio às Igrejas jovens dos territórios de missão. Trata-se de uma ocorrência permeada de graça e alegria: de graça, porque o Espírito Santo, enviado pelo Pai, dá sabedoria e fortaleza a quantos são dóceis à sua ação; de alegria, porque Jesus Cristo, Filho do Pai, enviado a evangelizar o mundo, sustenta e acompanha a nossa obra missionária. E, justamente sobre a alegria de Jesus e dos discípulos missionários, quero propor um ícone bíblico que encontramos no Evangelho de Lucas (cf. 10, 21-23).

1. Narra o evangelista que o Senhor enviou, dois a dois, os setenta e dois discípulos a anunciar, nas cidades e aldeias, que o Reino de Deus estava próximo, preparando assim as pessoas para o encontro com Jesus. Cumprida esta missão de anúncio, os discípulos regressaram cheios de alegria: a alegria é um traço dominante desta primeira e inesquecível experiência missionária. O Mestre divino disse-lhes: «Não vos alegreis, porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos no Céu. Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo e disse: “Bendigo-te, ó Pai (…)”. Voltando-se, depois, para os discípulos, disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que vêem o que estais a ver”» (Lc 10, 20-21.23).

As cenas apresentadas por Lucas são três: primeiro, Jesus falou aos discípulos, depois dirigiu-Se ao Pai, para voltar de novo a falar com eles. Jesus quer tornar os discípulos participantes da sua alegria, que era diferente e superior àquela que tinham acabado de experimentar.

No Angelus, Papa fala da Santíssima Trindade


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 15 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje celebramos a solenidade da Santíssima Trindade, que apresenta à nossa contemplação e adoração a vida divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo: uma vida de comunhão e de amor perfeito, origem e meta de todo o universo e de cada criatura, Deus. Na Trindade, reconhecemos também o modelo da Igreja, na qual somos chamados a nos amar como Jesus nos amou. É o amor o sinal concreto que manifesta a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. É o amor o emblema do cristão, como nos disse Jesus: “Nisto todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35). É uma contradição pensar em cristãos que se odeiam. É uma contradição! E o diabo procura sempre isto: fazer-nos odiar, porque ele semeia sempre o ódio; ele não conhece o amor, o amor é de Deus!

Todos somos chamados a testemunhar e anunciar a mensagem de que “Deus é amor”, que Deus não está distante ou insensível aos acontecimentos humanos. Ele está próximo, está sempre ao nosso lado, caminha conosco para partilhar as nossas alegrias e as nossas dores, as nossas esperanças e os nossos cansaços. Ama-nos tanto a ponto que se fez homem, veio ao mundo não para julgá-lo, mas para que o mundo seja salvo por meio de Jesus (cfr Jo 3, 16-17). E este é o amor de Deus em Jesus, este amor que é tão difícil de entender, mas que nós sentimos quando nos aproximamos de Jesus. E Ele nos perdoa sempre, Ele nos espera sempre, Ele nos ama tanto. E o amor de Jesus que nós sentimos é o amor de Deus.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Congresso da Pastoral Familiar abordará a importância do matrimônio


A arquidiocese de São Luís (MA), regional Nordeste 5 da CNBB, sediará o XIV Congresso Nacional da Pastoral Familiar, de 26 a 28 de setembro. A proposta do encontro é debater a experiência familiar, a relação do casal e a importância do matrimônio na construção da família cristã, motivados pelo tema "Família, transmissora da fé" e lema “Anunciai a fé com ousadia e coragem”.

O arcebispo de São Luís e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário da Silva, explica que o lema do encontro quer ajudar na reflexão sobre os desafios e perspectivas da evangelização da família, hoje.  “Sem a família a sociedade não anda. Uma das grandes questões no mundo atual gira em torno das fragilidades das famílias. Temos muita esperança que esse Congresso possa nos ajudar a trabalhar mais pela família”, disse o bispo.

Para dom Belisário, a família deve superar os momentos de crises próprias da cultura e contexto em que vive. “É certo que a família, em cada época, tem sua maneira de se organizar. No entanto, eu acredito que sem a família, realmente, a sociedade não caminha. É importante que formemos grupos familiares equilibrados, firmes e perseverantes; mesmo nas dificuldades da vida”.

Copa do Mundo


Com o início da Copa do Mundo algumas mensagens chamam nossa atenção: o Papa Francisco nos recordou que é um tempo de ser solidário e ocasião de diálogo, de compreensão, de enriquecimento humano reciproco. Ele lembra que o futebol deveria ser “uma escola para a construção de uma cultura de encontro, que permita a paz e a harmonia entre os povos”.

A nossa Conferência Episcopal, em sua mensagem “jogando pela vida”, recorda que a sociedade brasileira é convidada a aderir ao projeto “Copa da Paz” e à campanha “jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”. Recorda que “somos convocados para formar um único time, no qual todos seremos titulares para o jogo da vida que não admite espectadores.”

A nossa Arquidiocese, detentora dos símbolos cristãos das Olimpíadas (recebemos de Londres), iniciou a campanha pelos 100 dias de paz que, embora seja um tema para 2016, já começamos a trabalhar neste ano.

Por isso, diante de tanta intolerância que assistimos nos estádios, tanta violência de uns contra outros, creio que seria bom refletir sobre essa questão ao vivermos este tempo de Copa do Mundo e a nossa missão neste tempo de tantas mudanças.

A Copa do Mundo de Futebol é um grande evento que chama a atenção de muitas pessoas desejosas de acompanharem as partidas desse esporte surgido, em sua atual modalidade, na Inglaterra do século XIX.

Não obstante à festa, existem, de modo ora mais explícito ora mais velado, episódios de racismo contra torcedores ou jogadores estrangeiros que acompanham ou participam de algumas pelejas futebolísticas. Daí a oportunidade de abordarmos a questão neste artigo à luz do documento “A Igreja e o racismo” que, publicado pela Pontifícia Comissão de Justiça e Paz, da Santa Sé, em 3 de novembro de 1988, conserva plena atualidade.

Entende-se por racismo “a consciência de pretensa superioridade biológica de determinada raça em relação às outras”, atitude que, sem dúvida, gera disputas irracionais entre seres humanos feitos à imagem e semelhança de Deus a fim de serem co-construtores de um mundo de harmonia, fraternidade, justiça e paz, em benefício de todos, e não fratricidas, como querem as ideologias racistas.