O aspecto público da liturgia propõe a realização
de atos de fé que extrapolam os lugares dedicados ao culto, isto é, as igrejas,
capelas, catedrais, afluindo com a multidão dos fiéis para as ruas e praças.
Como diz o salmo: “Vi a água saindo do lado direito do Templo”, assim também os
fiéis são chamados a tomar parte nas ações litúrgicas que fluem para fora dos
lugares sagrados.
Tais celebrações, fundadas sobre o sólido alicerce
da tradição da Igreja e da piedade do povo, possuem em seu ponto mais alto as
procissões. E essas, segundo a riqueza do Rito Romano, podem ser de vários
tipos: procissões de enterro, procissão de ramos, procissões penitenciais da
quaresma, as belíssimas procissões da Semana Santa. De todas essas, porém,
destacamos um tipo singular de procissão; aquela em que não apenas o povo de
Deus caminha, mas aquela em que o próprio Jesus sacramentado caminha com seu povo.
Essas procissões, ditas eucarísticas, possuem todo
um cerimonial próprio que condiz perfeitamente com o respeito e adoração que a
Igreja Militante presta a seu maior tesouro – a eucaristia. De maneira
particular, essa procissão tem lugar em ocasiões especiais da vida da Igreja.
Em Corpus Christi aparece de maneira singular, mas não apenas nessa data;
também é costume realizar procissão eucarística, nalguns lugares, no Domingo de
Páscoa, nos congressos eucarísticos, e em outras grandes festas do ano, embora
nessas datas não apareçam os elementos populares da festa do Corpo de Cristo de
que falaremos mais adiante.