segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Quem recita a versão chavista do Pai Nosso comete idolatria, adverte arcebispo de Caracas




O Arcebispo de Caracas (Venezuela), Cardeal Jorge Urosa, exigiu respeito pela oração do Pai Nosso ensinada por Cristo e advertiu que quem usa a versão chavista para rezar a Hugo Chávez comete o pecado da idolatria “por atribuir a uma pessoa humana qualidades ou ações próprias de Deus”.


Na segunda-feira passada, durante o III Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PUSV) e o I Curso para o Desenho Ideológico realizado em Caracas, o Governo apresentou a “oração do delegado”, uma manipulação da oração do Pai Nosso conhecida agora como “Chávez Nosso” para pedir “a intercessão” do falecido ex-presidente.


“Nestes dias foi divulgada uma nova versão da oração mais universal do cristianismo: ‘Pai Nosso’. Nela a prece se dirige ao falecido Presidente Chávez em lugar de dirigir-se a Deus, nosso Pai Celestial”, assinalou o Cardeal em um comunicado difundido nesta quarta-feira.


O Arcebispo recordou que o Pai Nosso foi ensinado por Cristo no Sermão da Montanha “e por isso é intocável”. “Assim como não seria permitido a ninguém mudar a letra do Hino Nacional para honrar uma pessoa, também não é lícito que ninguém mude o Pai Nosso ou alguma outra oração cristã, como o Credo. Os símbolos, orações e elementos religiosos católicos devem ser respeitados”, assinalou.


Nesse sentido, advertiu que “quem disser essa versão nova e indevida do Pai Nosso recitando o texto literal estaria cometendo o pecado da idolatria, por atribuir a uma pessoa humana qualidades ou ações próprias de Deus”.


A tentação da religião fácil


Não está fácil ser cristão, em várias partes do mundo! Muitos estão sendo cerceados em sua liberdade de consciência, perseguidos e martirizados, apenas por serem discípulos de Jesus Cristo. São muito atuais as palavras de advertência de Jesus, ao encorajar os discípulos, falando-lhes do que os esperava: “sereis perseguidos e odiados por minha causa” (cf Lc 21, 12-19). Jesus não prometeu vida fácil a seus seguidores!

A cena de Jesus com seus discípulos no caminho para Jerusalém, retratada no Evangelho de São Mateus (cf Mt 16,21-27), é muito ilustrativa. Jesus lhes fala da própria rejeição pelas autoridades do templo de Salomão, em Jerusalém, de seus sofrimentos, morte na cruz e ressurreição ao terceiro dia. Pedro, cheio de vontade de “defender” o Mestre, quer convencê-lo a desistir do caminho para Jerusalém: “Deus te livre, isso não te acontecerá!”

As palavras de Jesus a Pedro são duras: “vá para longe de mim, satanás! És para mim, ocasião de tropeço!” São as mesmas palavras usadas por Jesus para superar a terceira tentação no deserto, antes de iniciar sua missão pública (cf Mt 4,10). Pedro fazia o papel de “tentador” e Jesus o afastou decididamente, continuando seu caminho para Jerusalém: “tu não pensas conforme Deus, mas conforme os homens!” (cf Mt 16,23).

De qual tentação tão grave se tratava? Se Jesus desse razão a Pedro, evitaria os sofrimentos anunciados. Qual seria o mal? É que essa tentação implicava em desistir do Evangelho e da missão de Jesus. Pedro, ingenuamente, querendo impedir que algo de mal acontecesse a Jesus, acabaria desviando Jesus do seu caminho, impedindo-o de ser a testemunha fiel da verdade de Deus, de ser coerente e fiel à missão de manifestar o amor de Deus até às últimas consequências. Era uma grande tentação!

domingo, 7 de setembro de 2014

Chavismo estreia seu próprio Pai Nosso: ‘Chávez nosso que estais no céu’




A busca do chavismo pela mitificação do ex-presidente morto Hugo Chávez continua a todo vapor na Venezuela. Na segunda-feira, foi apresentada a versão partidária do Pai Nosso, chamada “Oração do delegado”, que começa com a frase “Chávez nosso que estais no céu”.



A oração foi lida no fim da “1ª Oficina do Projeto de Sistema de Formação Socialista” do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), na presença do presidente Nicolás Maduro, em um teatro de Caracas. Também participaram da cerimônia ministros, governadores chavistas e outros funcionários do governo.



“Chávez nosso que estais no céu, na terra, no mar e em nós, delegados e delegadas. Santificado seja teu nome. Venha a nós teu legado para levá-lo aos povos daqui e de lá”, diz a primeira parte da oração lida pela delegada do partido María Estrella Uribe.



“Dai-nos hoje tua luz para que nos guie a cada dia e não nos deixes cair na tentação do capitalismo, mas livrai-nos da maldade da oligarquia, do crime do contrabando. Porque nossa é a pátria, pelos séculos e séculos. Amém. Viva Chávez”, termina a oração.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Alguns setores da Igreja católica ensaiam apoio à candidata evangélica do PSB




Quem apostava que uma ‘guerra santa’ pudesse implodir a campanha da evangélica Marina Silva (PSB), perdeu. Setores da Igreja Católica — [os mais conservadores] e mais capilarizados, como a Renovação Carismática — trabalharão a favor da ex-senadora, após a desidratação do candidato do PSDB, Aécio Neves.



Para isso, aguardam apenas o dia 16 de setembro, quando ocorrerá debate, entre oito presidenciáveis, promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, São Paulo. Até lá, serão realizadas vigílias por todo o país para firmar a articulação.



A favor da ex-senadora, estão posições com as quais os dois lados compartilham: a rejeição ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, à descriminalização das drogas, às políticas que facilitem o aborto e ao uso de células-tronco embrionárias. Sobre os dois últimos temas, os candidatos serão provocados a se posicionar.



A rejeição ao PT abafará qualquer resistência ao fato de a candidata ser fiel da Igreja Assembleia de Deus. “Ela está evangélica, mas, antes, foi batizada na Igreja Católica e quase tornou-se freira”, justificou um deles, que também não acredita numa possível intolerância reliogiosa com a Igreja Católica, caso venha a ser eleita. “Ela mantém bom diálogo com bispos e padres. Alguns estão radiantes”, confirma.



“Ninguém a vê como evangélica, justamente porque ela não tem utilizado a religião para fazer política, embora nunca tenha negado a fé em Deus”, observou outro padre carioca.

Igrejas incendiadas causam mistério no interior de MG e assustam moradores




Mistério em Minas Gerais. Uma série de crimes religiosos está desafiando a polícia e assustando a população. De março até agora, sete igrejas católicas foram incendiadas. Os bandidos também quebram as imagens dos santos e deixam uma assinatura: uma cruz de sal grosso.



As noites no interior de Minas Gerais escondem um mistério. Os bandidos agem na madrugada. Eles se aproveitam de um costume dos moradores da zona rural: quando anoitece, todo mundo se recolhe. Ninguém na estrada, nem luz.



Os criminosos estão colocando fogo em capelas. Quando amanhece, é possível ver a destruição.



E um fato chama a atenção: em frente a cada igreja queimada, é deixada uma cruz de sal grosso.



“Mistério assim do mal, né? Eu acredito”, diz o lavrador Xisto Romualdo.



Os ataques religiosos começaram em março. Até agora, sete capelas foram incendiadas em quatro cidades. Elas ficam a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte.



A localização das igrejinhas facilita a ação dos bandidos. Todas estão em áreas isoladas.



A capela de Macuco foi incendiada no começo de agosto. Os bandidos usaram uma mesa como apoio para entrar pela janela. Restaram apenas as paredes.



 “Nós usava a capela assim pra assistir missa, catequese, consultório médico também. Tudo de bom que tinha na comunidade era aqui”, lamenta Tereza Gerônimo, coordenadora do Conselho Comunitário Pastoral de Macuco.


Jihadistas estão recuando, mas sofrimento dos cristãos não acaba




De um lado, a libertação das primeiras cidades; do outro, o sofrimento de parte dos cristãos que retornam a Al-qosh e a outros vilarejos do norte do Iraque.



A reconquista de Amerli



É um pequeno sinal, mas importante: a libertação de duas cidades ao norte do Iraque que estavam nas mãos do Estado Islâmico (EI). As forças iraquianas romperam o cerco de Amerli, cidade xiita turcomana de 20 mil habitantes, a 160 quilômetros de Bagdá. O Exército, apoiado pela aviação americana e pela peshmerga curda, conseguiu entrar na cidade no dia 31 de agosto, após dois meses sob os extremistas (La Repubblica, 1° setembro).



A Batalha de Sulaiman Bek



Depois de Amerli, no domingo 31 de agosto foi libertada também a cidade de Sulaiman Bek, reduzida ao controle das milícias jihadistas que a ocupavam já por 11 semanas. Sulaiman Bek se encontra na província de Salaheddin, 175 quilômetros ao norte de Bagdá e não distante de Amerli. Esta cidade turcomana também foi reconquistada pelo Exército iraquiano, ajudado pelos curdos e pelas milícias xiitas e “protegido” pelos bombardeamentos americanos (Avvenire, 1° setembro).



Agora esforços em Mossul



O primeiro-ministro iraquiano Nuri al Maliki chegou ontem, 1° setembro, a Amerli, onde encontrou alguns responsáveis das forças de segurança. Maliki “incitou os combatentes em Amerli a libertar agora Mossul”, a segunda cidade do país, que no mês de junho caiu nas mãos dos jihadistas (Ansa, 1° setembro).



Mais de 1.400 vítimas



Existe um dado provisório das vítimas desta guerra civil, os números chegam a 1.420, pessoas que perderam a vida durante o mês de agosto no Iraque, por causa do avanço do Estado Islâmico no norte e no oeste do país. O anúncio foi feito pela missão das Nações Unidas no Iraque, explicando que pelo menos 1.370 pessoas foram feridas no mesmo período no país (Adn Kronos, 1° setembro).

O Papa, o Sal da Terra e a Muralha de Game of Thrones




Se mexe, Povo Católicoooooo!!!!



Papa Francisco disse que nós não somos mais o sal da terra. Cara… se deram conta do quão terrível é ver uma declaração dessas vinda de um papa? O que estamos fazendo com a missão que Cristo nos confiou? Será que estamos espalhando o evangelho ou trancafiando ele em nossos clubinhos católicos?



“É triste encontrar cristãos ‘aguados’, que parecem vinho diluído, e não se sabe se são cristãos ou mundanos, como o vinho diluído que não se sabe se é vinho ou água! É triste isso. É triste encontrar cristãos que não são mais o sal da terra, e sabemos que quando o sal perde o seu sabor, não serve mais para nada. O seu sal perdeu o sabor porque se entregou ao espírito do mundo, ou seja, se tornou mundano”. 




Quem gosta de Game of Thrones (não vamos discutir a série nesse post, ok? Sem mimimi nos comentários) vai se lembrar da Patrulha da Noite, força criada para defender os homens das terríveis criaturas que habitam o extremo norte da terra fictícia de Westeros. Esses homens, além de formarem um exército (não tão grande na época em que se passa a história), construíram uma muralha de 200 metros de altura para garantir que tais perigos ficassem isolados do restante do continente. Entre estes perigos, estão homens que moram nessa região e que são chamados de “selvagens” pelos habitantes ao sul da Muralha.



Pois bem… em dado momento da história, o comandante da Patrulha da Noite questiona se todo o esforço que estão fazendo para combater os “selvagens” faz sentido. Por um breve momento, ele entende que os “selvagens” também são homens e também estão fugindo da mesma ameaça. Porque não permitir que estes passem pela muralha e também fiquem em segurança? Porque não se unirem contra as criaturas do mal? Por um instante ele se dá conta de que a Patrulha deu foco demais na guerra contra homens que não se enquadravam, em vez de tentar convencê-los a atravessar a muralha e lutar juntos.



Ao final ele pergunta se a patrulha não teria perdido completamente o significado da missão pela qual tinham sido criados.

Papa Francisco aos cristãos Iraquianos: Vocês estão no coração da Igreja que sofre com vocês



 CATEQUESE  
Praça São Pedro – Vaticano  
Quarta-feira, 3 de setembro de 2014



Queridos irmãos e irmãs, bom dia.



Nas catequeses anteriores, tivemos a oportunidade de confirmar uma vez mais que não nos tornamos cristãos por si só, isso é, com as próprias forças, de modo autônomo, nem nos tornamos cristãos em laboratório, mas se gerados e feitos crescer na fé dentro daquele grande corpo que é a Igreja. Neste sentido, a Igreja é realmente mãe, a nossa mãe Igreja – é belo dizer assim: a nossa mãe Igreja – uma mãe que nos dá a vida em Cristo e que nos faz viver com todos os outros irmãos na comunhão do Espírito Santo.



1.                  Nesta sua maternidade, a Igreja tem como modelo a Virgem Maria, o modelo mais belo e mais alto que se pode ter. É o que as primeiras comunidades já colocaram à luz e o Concílio Vaticano II expressou de modo admirável (cfr Const. Lumen gentium, 63-64). A maternidade de Maria é certamente única, singular, e se realizou na plenitude dos tempos, quando a Virgem deu à luz o Filho de Deus, concebido por obra do Espírito Santo. E, todavia, a maternidade da Igreja coloca-se propriamente em continuidade com aquela de Maria, como um prolongamento seu na história. A Igreja, na fecundidade do Espírito, continua a gerar novos filhos em Cristo, sempre na escuta da Palavra de Deus e na docilidade ao seu desígnio de amor. A Igreja é mãe. O nascimento de Jesus no seio de Maria, de fato, é o início do nascimento de cada cristão no seio da Igreja, do momento que Cristo é o primogênito de uma multidão de irmãos (cfr Rm 8, 29) e o nosso primeiro irmão Jesus nasceu de Maria, é o modelo, e todos nós nascemos na Igreja. Compreendemos, então, como a relação que une Maria e a Igreja é tão profunda: olhando para Maria, descobrimos a face mais bela e mais terna da Igreja; e olhando para a Igreja reconhecemos os traços sublimes de Maria. Nós, cristãos, não somos órfãos, temos uma mãe, temos uma mãe, e isto é grandioso! Não somos órfãos! A Igreja é mãe, Maria é mãe.



2.                  A Igreja é nossa mãe porque nos gerou no Batismo. Toda vez que batizamos uma criança, torna-se filho da Igreja, entra na Igreja. E daquele dia, como uma mãe atenta, nos faz crescer na fé e nos indica, com a força da Palavra de Deus, o caminho de salvação, defendendo-nos do mal.



A Igreja recebeu de Jesus o tesouro precioso do Evangelho não para retê-lo para si, mas para doá-lo generosamente aos outros, como faz uma mãe. Neste serviço de evangelização, manifesta-se de modo peculiar a maternidade da Igreja, empenhada, como uma mãe, em oferecer aos seus filhos o alimento espiritual que alimenta e faz frutificar a vida cristã. Todos, portanto, somos chamados a acolher com mente e coração abertos a Palavra de Deus que a Igreja a cada dia oferece, porque esta Palavra tem a capacidade de nos mudar de dentro. Somente a Palavra de Deus tem esta capacidade de nos mudar bem de dentro, das nossas raízes mais profundas. A Palavra de Deus tem esse poder. E quem nos dá a Palavra de Deus? A mãe Igreja. Ela nos amamenta desde criança com esta Palavra, ensina-nos durante toda a vida com esta Palavra e isto é grandioso! É justamente a mãe Igreja que, com a Palavra de Deus, nos muda de dentro. A Palavra de Deus que nos dá a mãe Igreja transforma-nos, torna a nossa humanidade não palpitante segundo a mundanidade da carne, mas segundo o Espírito.