De um lado, a libertação das primeiras cidades; do
outro, o sofrimento de parte dos cristãos que retornam a Al-qosh e a outros
vilarejos do norte do Iraque.
A
reconquista de Amerli
É um pequeno sinal, mas importante: a libertação de
duas cidades ao norte do Iraque que estavam nas mãos do Estado Islâmico (EI).
As forças iraquianas romperam o cerco de Amerli, cidade xiita turcomana de 20
mil habitantes, a 160 quilômetros de Bagdá. O Exército, apoiado pela aviação
americana e pela peshmerga curda, conseguiu entrar na cidade no dia 31 de
agosto, após dois meses sob os extremistas (La Repubblica, 1° setembro).
A Batalha de
Sulaiman Bek
Depois de Amerli, no domingo 31 de agosto foi
libertada também a cidade de Sulaiman Bek, reduzida ao controle das milícias
jihadistas que a ocupavam já por 11 semanas. Sulaiman Bek se encontra na
província de Salaheddin, 175 quilômetros ao norte de Bagdá e não distante de Amerli.
Esta cidade turcomana também foi reconquistada pelo Exército iraquiano, ajudado
pelos curdos e pelas milícias xiitas e “protegido” pelos bombardeamentos
americanos (Avvenire, 1° setembro).
Agora
esforços em Mossul
O primeiro-ministro iraquiano Nuri al Maliki chegou
ontem, 1° setembro, a Amerli, onde encontrou alguns responsáveis das forças de
segurança. Maliki “incitou os combatentes em Amerli a libertar agora Mossul”, a
segunda cidade do país, que no mês de junho caiu nas mãos dos jihadistas (Ansa,
1° setembro).
Mais de
1.400 vítimas
Existe um dado provisório das vítimas desta guerra
civil, os números chegam a 1.420, pessoas que perderam a vida durante o mês de
agosto no Iraque, por causa do avanço do Estado Islâmico no norte e no oeste do
país. O anúncio foi feito pela missão das Nações Unidas no Iraque, explicando
que pelo menos 1.370 pessoas foram feridas no mesmo período no país (Adn
Kronos, 1° setembro).
Crimes e
violações dos direitos humanos
As Nações Unidas e a União Europeia condenaram “com
veemência as amplas, difusas e sistemáticas violações e abusos dos direitos
humanos no Iraque, cometidos em particular pelo EI e outros grupos armados”.
Quem disse isso ontem, em Genebra, foi o embaixador italiano na ONU, Maurizio
Enrico Serra, que falou em nome da União Europeia, ao Conselho de direitos
humanos. “Reiteramos que os ataques difusos e sistemáticos contra civis com
base em sua origem étnica ou religiosa podem constituir crimes contra a
humanidade”, acrescentou Serra.
A condenação
dos imames ingleses
Também os imames do Reino Unido desceram em campo
para condenar os jovens muçulmanos que vão combater na Síria e no Iraque.
Lançaram uma “fatwa” (decreto religioso) contra os jihadistas britânicos do EI
definindo-os de “hereges”. O documento proíbe os muçulmanos de se alistarem ao
“opressivo e tirano” Estado Islâmico e pede que se oponham a sua “ideologia
venenosa”. A fatwa chegou logo depois que a Grã-Bretanha lançou o alerta de
terrorismo (com um atentado definido como “altamente provável”).
Missa para
os cristãos
Continua a ser infeliz a situação dos cristãos. Se
por um lado as forças iraquianas tentam reconquistar vilarejos, por outro é
evidente o sofrimento da população perseguida. Ontem, 1° setembro, foi
celebrada uma missa solene na Igreja de São José, em Erbil, capital da região
autônoma do Curdistão, para lembrar as vítimas do ódio religioso. “O povo foi
forçado a fugir, buscamos salvar as crianças, mas os nossos soldados, os nossos
recursos, estão lá ainda”, disse Ibrahim, um dos refugiados cristãos que fugiu
para Qaraqosh (TmNews, 1° setembro).
Jihadistas
sem escrúpulos
Em Al-qosh, porém, existe o temor de que após a
volta para casa da parte dos cristãos existam novas represálias por parte dos
extremistas muçulmanos. Em uma reportagem do Tempi.it, no dia 1° de setembro,
foi relatado o medo do padre Grabriel, superior dos monges do mosteiro de Nossa
Senhora das Mercês, o maior mosteiro cristão do Iraque. “Estes jihadistas não
querem somente ocupar e atacar - disse padre Gabriel, que fugiu com outros
monges na noite entre 6 e 7 de agosto - querem apagar completamente tudo aquilo
que existia antes deles”.
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Fonte: Aleteia
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