quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Jihadistas estão recuando, mas sofrimento dos cristãos não acaba




De um lado, a libertação das primeiras cidades; do outro, o sofrimento de parte dos cristãos que retornam a Al-qosh e a outros vilarejos do norte do Iraque.



A reconquista de Amerli



É um pequeno sinal, mas importante: a libertação de duas cidades ao norte do Iraque que estavam nas mãos do Estado Islâmico (EI). As forças iraquianas romperam o cerco de Amerli, cidade xiita turcomana de 20 mil habitantes, a 160 quilômetros de Bagdá. O Exército, apoiado pela aviação americana e pela peshmerga curda, conseguiu entrar na cidade no dia 31 de agosto, após dois meses sob os extremistas (La Repubblica, 1° setembro).



A Batalha de Sulaiman Bek



Depois de Amerli, no domingo 31 de agosto foi libertada também a cidade de Sulaiman Bek, reduzida ao controle das milícias jihadistas que a ocupavam já por 11 semanas. Sulaiman Bek se encontra na província de Salaheddin, 175 quilômetros ao norte de Bagdá e não distante de Amerli. Esta cidade turcomana também foi reconquistada pelo Exército iraquiano, ajudado pelos curdos e pelas milícias xiitas e “protegido” pelos bombardeamentos americanos (Avvenire, 1° setembro).



Agora esforços em Mossul



O primeiro-ministro iraquiano Nuri al Maliki chegou ontem, 1° setembro, a Amerli, onde encontrou alguns responsáveis das forças de segurança. Maliki “incitou os combatentes em Amerli a libertar agora Mossul”, a segunda cidade do país, que no mês de junho caiu nas mãos dos jihadistas (Ansa, 1° setembro).



Mais de 1.400 vítimas



Existe um dado provisório das vítimas desta guerra civil, os números chegam a 1.420, pessoas que perderam a vida durante o mês de agosto no Iraque, por causa do avanço do Estado Islâmico no norte e no oeste do país. O anúncio foi feito pela missão das Nações Unidas no Iraque, explicando que pelo menos 1.370 pessoas foram feridas no mesmo período no país (Adn Kronos, 1° setembro).


Crimes e violações dos direitos humanos



As Nações Unidas e a União Europeia condenaram “com veemência as amplas, difusas e sistemáticas violações e abusos dos direitos humanos no Iraque, cometidos em particular pelo EI e outros grupos armados”. Quem disse isso ontem, em Genebra, foi o embaixador italiano na ONU, Maurizio Enrico Serra, que falou em nome da União Europeia, ao Conselho de direitos humanos. “Reiteramos que os ataques difusos e sistemáticos contra civis com base em sua origem étnica ou religiosa podem constituir crimes contra a humanidade”, acrescentou Serra.



A condenação dos imames ingleses



Também os imames do Reino Unido desceram em campo para condenar os jovens muçulmanos que vão combater na Síria e no Iraque. Lançaram uma “fatwa” (decreto religioso) contra os jihadistas britânicos do EI definindo-os de “hereges”. O documento proíbe os muçulmanos de se alistarem ao “opressivo e tirano” Estado Islâmico e pede que se oponham a sua “ideologia venenosa”. A fatwa chegou logo depois que a Grã-Bretanha lançou o alerta de terrorismo (com um atentado definido como “altamente provável”).



Missa para os cristãos



Continua a ser infeliz a situação dos cristãos. Se por um lado as forças iraquianas tentam reconquistar vilarejos, por outro é evidente o sofrimento da população perseguida. Ontem, 1° setembro, foi celebrada uma missa solene na Igreja de São José, em Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, para lembrar as vítimas do ódio religioso. “O povo foi forçado a fugir, buscamos salvar as crianças, mas os nossos soldados, os nossos recursos, estão lá ainda”, disse Ibrahim, um dos refugiados cristãos que fugiu para Qaraqosh (TmNews, 1° setembro).



Jihadistas sem escrúpulos



Em Al-qosh, porém, existe o temor de que após a volta para casa da parte dos cristãos existam novas represálias por parte dos extremistas muçulmanos. Em uma reportagem do Tempi.it, no dia 1° de setembro, foi relatado o medo do padre Grabriel, superior dos monges do mosteiro de Nossa Senhora das Mercês, o maior mosteiro cristão do Iraque. “Estes jihadistas não querem somente ocupar e atacar - disse padre Gabriel, que fugiu com outros monges na noite entre 6 e 7 de agosto - querem apagar completamente tudo aquilo que existia antes deles”.
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Fonte: Aleteia

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