sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Papa elogiou teoria do Big Bang há mais de 60 anos!


Nesta semana, a mídia anunciou, como se fosse uma coisa revolucionária e muito inusitada, que o Papa Francisco disse que a teoria do Big Bang (que explica a origem do Universo) e a Teoria da Evolução (que explica a origem das espécies) estão corretas.

O tom de “oh, que coisa incrível!” das manchetes, somado à falta de conhecimento das massas sobre a Igreja, refletiu o sentimento de surpresa geral. Mas gente… em 1951, há mais de 60 anos (!!!), o Papa Pio XII já havia acolhido com extrema simpatia a Teoria do Big Bang, afirmando que ela era perfeitamente compatível com o ensinamento da Igreja sobre a criação do mundo pelas mãos de Deus. Maravilhado com a então chamada “Hipótese átomo primordial”, ele disse:

“Realmente parece que a ciência moderna, olhando para milhões de séculos atrás, conseguiu se tornar testemunha daquele primordial Fiat lux, pelo qual do nada irrompe, com a matéria, um mar de luz e radiação, enquanto as partículas químicas dos elementos se separam e se reúnem em milhões de galáxias.” (…)

“…com a concretude própria das provas físicas, a contingência do universo e a fundamentada dedução sobre a época em que o cosmo saiu das mãos do Criador. A criação no tempo, então; e, portanto, um Criador: Deus! É essa a voz, ainda que não explícita e nem completa, que Nós pedíamos à ciência, e que a atual geração humana espera dela.” ( Discurso de Pio XII. 22/11/1951. Tradução: blog Tubo de Ensaio)

Como vocês veem, Pio XII não só aprovou a Teoria do Big Bang, como se empolgou com ela além da conta. Ele chega até mesmo a dizer que essa teoria era praticamente a prova científica da existência de Deus. Ao ouvir isso, o “pai” da teoria, o Padre – é isso mesmo, PADRE – Georges Lamaître fez chegar aos ouvidos do Papa um apelo do tipo: “Menos, Santidade… Meeeeeenos!”.

Quanto à teoria da evolução das espécies, o mesmo Pio XII, em 1950, já havia dito que, desde que mantida a devida prudência, “o magistério da Igreja não proíbe que nas investigações e disputas entre homens doutos de ambos os campos se trate da doutrina do evolucionismo” (Encíclica Humani Generis).

Temos que ser justos e dizer que ao menos a Folha de São Paulo publicou uma matéria bem ponderada, apresentando o parecer positivo de papas anteriores sobre essas teorias, como Pio XII, São João Paulo II e Bento XVI.

Papa defende diálogo teológico com os vétero-católicos


O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira, 30, uma delegação de bispos vétero-católicos da União de Utrecht, Igreja separada de Roma depois do Concílio Vaticano I, realizado em 1870. O Santo Padre defendeu o diálogo teológico entre a Igreja católica e a vetero-católica e a colaboração delas para responder à crise espiritual na Europa.

“Há sede de Deus. Há um profundo desejo de redescobrir o sentido da vida. E há uma necessidade urgente de um testemunho credível das verdades e dos valores do Evangelho. Nisto, podemos nos apoiar e encorajar reciprocamente, sobretudo em nível de paróquias e de comunidades locais”.

Francisco reconheceu a importância do trabalho da comissão internacional de diálogo entre católicos e vétero-católicos, que busca uma crescente fidelidade na oração de Deus para que todos sejam um. Ele destacou as pontes de entendimento construídas ao longo do tempo, lembrando, porém, os desacordos que também surgiram.

“O desafio que católicos e veterocatólicos precisam enfrentar é, então, aquele de perseverar em um substancial diálogo teológico e continuar a caminhar juntos, a rezar juntos e a trabalhar juntos em um mais profundo espírito de conversão a tudo aquilo que Jesus quer para a sua Igreja”, disse.

O diabo não é um mito e deve ser combatido com a arma da verdade – o Papa em Santa Marta


O diabo não é um mito e deve ser combatido com a arma da verdade – esta a mensagem principal do Papa Francisco na homilia da Missa de quinta-feira, dia 30 de outubro celebrada na Capela da Casa de Santa Marta.

Partindo da Carta de S. Paulo aos Efésios, proposta pela liturgia do dia, o Santo Padre reafirmou que o diabo existe e que devemos lutar contra ele com a armadura da verdade:

“De quem me devo defender? O que devo fazer? Revestir-me da armadura de Deus, diz-nos S. Paulo, isto é aquilo que é de Deus defende-nos, para resistir às insídias do diabo. É claro? Claro. Não se pode pensar numa vida espiritual, a uma vida cristã, sem resistir às tentações, sem lutar contra o diabo, sem vestir esta armadura de Deus, que nos dá força e nos defende.”

“Mas a esta geração – e a tantas outras – fizeram acreditar que o diabo fosse um mito, uma figura, uma ideia, a ideia do mal. Mas o diabo existe e nós devemos lutar contra ele. Di-lo Paulo, não o digo eu! A Palavra de Deus di-lo. Mas nós não estamos tão convencidos. E depois Paulo diz como é esta armadura de Deus, quais são as diversas armaduras, que fazem esta grande armadura de Deus. E ele diz: ‘Estai firmes, portanto, estai firmes, cingindo os vossos rins com a verdade. Esta é uma armadura de Deus: a verdade.” 

Catequese do Papa Francisco: a realidade visível da Igreja


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia

Nas catequeses precedentes, tivemos a oportunidade de evidenciar como a Igreja tem uma natureza espiritual: é o corpo de Cristo, edificado no Espírito Santo. Quando nos referimos à Igreja, porém, imediatamente o pensamento vai para as nossas comunidades, às nossas paróquias, às nossas dioceses, às estruturas nas quais nos reunimos e, obviamente, também à componente e às figuras mais institucionais que a regem, que a governam. Esta é a realidade visível da Igreja. Devemos nos perguntar, então: trata-se de duas coisas diversas ou da única Igreja? E, se é sempre a única Igreja, como podemos entender a relação entre a sua realidade visível e aquela espiritual?

1. Antes de tudo, quando falamos da realidade visível da Igreja, não devemos pensar somente no Papa, nos bispos, nos padres, nas irmãs e em todas as pessoas consagradas. A realidade visível da Igreja é constituída por tantos irmãos e irmãs batizados que no mundo acreditam, esperam e amam. Mas tantas vezes ouvimos dizer: “Mas, a Igreja não faz isto, a Igreja não faz aquilo…”. “Mas, diga-me, quem é a Igreja?”. “São os padres, os bispos, o Papa…”. A Igreja somos todos, nós! Todos os batizados somos a Igreja, a Igreja de Jesus. De todos aqueles que seguem o Senhor Jesus e que, no seu nome, fazem-se próximos aos últimos e aos sofredores, procurando oferecer um pouco de alívio, de conforto e de paz. Todos aqueles que fazem aquilo que o Senhor nos ordenou são a Igreja. Compreendemos, então, que também a realidade visível da Igreja não é mensurável, não é conhecível em toda a sua plenitude: como se faz para conhecer todo o bem que é feito? Tantas obras de amor, tanta fidelidade nas famílias, tanto trabalho para educar os filhos, para transmitir a fé, tanto sofrimento nos doentes que oferecem os seus sofrimentos ao Senhor… Mas isto não se pode mensurar e é tão grande! Como se faz para conhecer todas as maravilhas que, através de nós, Cristo é capaz de operar no coração e na vida de cada pessoa? Vejam: também a realidade visível da Igreja vai além do nosso controle, vai além das nossas forças e é uma realidade misteriosa, porque vem de Deus.

2. Para compreender a relação na Igreja, a relação entre a sua realidade visível e aquela espiritual, não há outro caminho que não olhar para Cristo, do qual a Igreja constitui o corpo e do qual foi gerada, em um ato de infinito amor. Também em Cristo, de fato, em força do mistério da Encarnação, reconhecemos uma natureza humana e uma natureza divina, unidas na mesma pessoa de modo admirável e indissolúvel. Isso vale de modo análogo também para a Igreja. E como em Cristo a natureza humana ajuda plenamente aquela divina e se coloca ao seu serviço, em função do cumprimento da salvação, assim acontece, na Igreja, pela sua realidade visível, nos confrontos da realidade espiritual. Também a Igreja, então, é um mistério, no qual aquilo que não se vê é mais importante que aquilo que se vê e pode ser reconhecido somente com os olhos da fé (cfr Cost. dogm. sulla Chiesa Lumen gentium, 8).

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cuba terá 1ª igreja católica desde a revolução


Em um sinal de distensão da relação entre o regime castrista e o Vaticano, a Igreja Católica em Cuba anunciou que, pela primeira vez desde a revolução de 1959, vai construir um novo templo na ilha. “Será no município de Sandino, na província de Pinar del Río”, informou um boletim dominical da igreja, distribuído aos fiéis no final da missa. A nota informa que isso só será possível “graças à colaboração da paróquia de San Lorenzo, em Tampa, nos Estados Unidos, composta em grande parte por fiéis cubanos.”

A nova igreja terá capacidade para 200 pessoas e ocupará uma área de 800 metros quadrados. Até o padre já foi escolhido. O titular da paróquia será Cirilo Castro — sem parentesco com os irmãos quer governam a ilha desde a revolução armada que tirou Fulgencio Batista do poder e decretou o pais um Estado ateu.

A cidade de Sandino foi criada após a revolução, no começo dos anos 60, por isso não tem nenhuma igreja. O local tem hoje cerca de 37 mil habitantes que se dedicam em grande parte à agricultura, principalmente de tabaco e frutas cítricas.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Depois de comungar é melhor sentar-se, ajoelhar-se ou ficar em pé?


Pergunta

Tenho uma dúvida: podemos nos sentar depois de receber a comunhão na Missa ou devemos esperar que as âmbulas* sejam guardadas no sacrário? Obrigado!

(*Âmbula, cibório ou píxide é o recipiente para a conservação e distribuição da Santa Eucaristia).

Resposta

Receber a comunhão ou comungar é estabelecer uma comum-união com Jesus Cristo, e isso envolve um momento intenso de fervor, pois se vive uma adesão pessoal a Ele.

Sobre a postura dos fiéis depois da comunhão, há indicações na Introdução Geral do Missal Romano (IGMR): “Compete, todavia, às Conferências Episcopais, segundo as normas do direito, adaptar à mentalidade e tradições razoáveis dos povos os gestos e atitudes indicados no Ordinário da Missa” (IGMR 43).

Segundo a IGMR, a comunhão pode ser recebida de joelhos ou em pé (fazendo antes a reverência profunda – cf. IGMR 160), e se permanece em pé enquanto se canta o cântico de comunhão.

E o canto se prolonga enquanto se administra o sacramento aos fiéis (cf. IGMR 86). Quando acaba o rito da comunhão? O rito termina quando o último fiel comunga.

Supõe-se que, durante este lapso de tempo, ou seja, desde que se comunga até que o último fiel comungue, a pessoa se une ao cântico de comunhão, e não fica rezando individualmente sentada ou de joelhos.

Por isso, normalmente se permanece em pé até que o Santíssimo Sacramento seja reservado, e depois disso podemos ficar de joelhos ou sentar-nos para adorar Jesus em silêncio.

Esta é a norma que, em princípio, se observa fielmente, na medida do possível. De qualquer maneira, respeita-se a postura que pode nascer livremente do fiel, em seu coração orante no momento posterior à comunhão.

Em outras palavras, apesar da norma, cada pessoa pode assumir, depois de comungar, a postura que lhe for mais cômoda segundo a idade (por exemplo, pessoas idosas), a saúde ou diversas circunstâncias, ou inclusive pelo desconhecimento da norma, e até pelo costume do local, para orar ou para unir-se ao cântico de comunhão. Portanto, não é preciso “sofrer” pelo que os outros possam pensar.

Santo Agostinho resume bem esta atitude: “Unidade no essencial; liberdade no opcional; caridade em tudo”. Pede-se aos sacerdotes e demais fiéis que respeitem a liberdade de cada um nesta matéria, sem julgar os motivos.


É preciso levar em consideração que a postura precisa favorecer a ação de graças, a adoração e o recolhimento que deveriam seguir a sagrada comunhão, tendo a pessoa comungado com fé, fervor e consciência pura.
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Aleteia

A solidariedade e comunhão com os irmãos finados


Neste domingo oficiamos em todas as Igrejas a Comemoração anual de todos os fiéis finados. Celebração da saudade e da esperança cristã que nos torna conscientes da misteriosa comunhão dos santos que conecta a Igreja peregrinante, com a padecente e a triunfante.

Esta liturgia apresenta desde suas origens no Mosteiro de Cluny a importância de aplicar missas em sufrágio dos falecidos e de rezar pelo seu descanso. A morte na perspectiva cristã embora tenha um aspecto doloroso de desmontar a tenda do corpo na nossa travessia terrestre e signifique a separação física dos seres queridos e dos amigos, é apenas um passamento, uma passagem para a vida eterna de felicidade que nos aguarda na Casa do Pai, se formos justos e misericordiosos.

Como nem todos alcançam a perfeição evangélica em vida, a doutrina católica fundamentada na solidariedade da comunhão dos santos e no tesouro infinito da paixão e morte do Redentor, socorre com orações, indulgências e as intenções das missas pelos irmãos que precisam de purificação e limpar seu coração para entrar no paraíso.

Papa: "Cristão deve entrar na Igreja, e não parar na 'recepção'"


“A Igreja é feita por Jesus”, que não olha ao pecado dos homens, mas a seu coração. Ele o procura e o cura”. Foi a reflexão feita pelo Papa na homilia na missa celebrada na manhã de terça-feira, 28, na Casa Santa Marta. “Os cristãos – completou Francisco – devem se sentir parte da Igreja, sem parar em sua porta”.

Dois mil anos atrás, Jesus construiu a sua Igreja e abriu as portas a todos, sem distinções, porque a Cristo interessa curar os corações e não medir os pecados. Citando o Evangelho do dia, que narra o nascimento da Igreja, e a Carta de Paulo, que descreve a Igreja como um ‘edifício bem ordenado’, o Papa chamou a atenção para as ações que marcaram a fundação da Igreja: Jesus se retira em oração, desce, vai aos discípulos, escolhe doze; simultaneamente acolhe e cura aqueles que tentam tocá-lo:

“Jesus reza, Jesus chama, Jesus escolhe, Jesus envia os discípulos, Jesus cura a multidão. Dentro deste templo, este Jesus, que é a pedra angular, faz todo este trabalho: é Ele que leva adiante a Igreja. Como dizia Paulo, esta Igreja foi edificada sobre o fundamento dos Apóstolos. Ele escolheu doze, doze pecadores. Judas não era o maior pecador, não sei quem era o mais pecador. Judas, pobrezinho, foi o que se fechou ao amor e por isso se tornou traidor, mas todos fugiram no momento difícil da Paixão e deixaram Jesus sozinho. Todos eram pecadores, mas Ele escolheu".

Jesus – disse ainda o Papa, citando São Paulo – não nos quer dentro da Igreja como hospedes ou estrangeiros, mas com o direito de um cidadão. Na Igreja não estamos de passagem, estamos radicados nela. Nossa vida está ali.