Neste domingo oficiamos em todas as Igrejas a
Comemoração anual de todos os fiéis finados. Celebração da saudade e da
esperança cristã que nos torna conscientes da misteriosa comunhão dos santos
que conecta a Igreja peregrinante, com a padecente e a triunfante.
Esta liturgia apresenta desde suas origens no
Mosteiro de Cluny a importância de aplicar missas em sufrágio dos falecidos e
de rezar pelo seu descanso. A morte na perspectiva cristã embora tenha um
aspecto doloroso de desmontar a tenda do corpo na nossa travessia terrestre e
signifique a separação física dos seres queridos e dos amigos, é apenas um
passamento, uma passagem para a vida eterna de felicidade que nos aguarda na
Casa do Pai, se formos justos e misericordiosos.
Como nem todos alcançam a perfeição evangélica em
vida, a doutrina católica fundamentada na solidariedade da comunhão dos santos
e no tesouro infinito da paixão e morte do Redentor, socorre com orações,
indulgências e as intenções das missas pelos irmãos que precisam de purificação
e limpar seu coração para entrar no paraíso.
A morte não nos separa daqueles que morrem em
Cristo, ao contrário os ganhamos para sempre porque ao lado de nosso Advogado e
Mediador operam pelai ntercessão, graças e dons para nossa salvação. Mas também
a morte dos outros nos leva a pensar na própria, eu gostaria ou não de rever
meus seres queridos e amados, vale pena ou não, pensar no céu, neste estado
maravilhoso de comunhão total com Deus, os irmãos e o universo inteiro?
Isto significa que devemos estar vigilantes e
preparados, que onde a morte nos encontrar e possamos oferecer sempre um
coração cheio de amor, ternura, perdão e misericórdia, e que nossas mãos
estejam gastas de dar e servir aos outros. Só assim compreenderemos que a morte
é como São Francisco a chamou: uma irmã, pois vem para nos levar ao Pai,
encerrando de forma serena e plácida a nossa caminhada terrestre.
Que Nossa Senhora da Boa Morte e São José o patrono
dos moribundos nos ajude a bem morrer nas mãos do Senhor Jesus Cristo, nosso
querido Irmão e. Salvador. Deus seja louvado!
Dom Roberto
Francisco Ferreria Paz
Bispo de
Campos (RJ)
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