quarta-feira, 11 de março de 2015

Quais são as semelhanças e diferenças entre a Bíblia e o Alcorão?


Alcorão (ou Corão) e Bíblia são equiparáveis? Sim e não.

Para entender de maneira simples, podemos dizer que entre ambos há conexões e diferenças, tanto no conteúdo como na forma.

Sem pretender esgotar o tema, podemos começar dizendo que ambos são escrituras reveladas. E, em certos aspectos, o conteúdo dessa revelação é similar e constante: adorar um único Deus e submeter-se à sua vontade. Alcorão e Bíblia representam a cristalização da palavra de Deus que "descende" em épocas diferentes até os profetas.

Adão, Noé, Abraão, Moisés, Aarão, Jesus e Maria são figuras que também aparecem no Alcorão, ainda que suas histórias não coincidam exatamente com as do relato bíblico.

A principal diferença entre ambos quanto ao ensinamento se refere a que a figura de Cristo é concebida de maneira muito diferente. No Alcorão, Jesus é considerado um grande profeta, predecessor de Maomé. Em nenhum caso é reconhecido como Filho de Deus.

O Espírito Santo, para um cristão, é o Espírito de Deus, expressão do amor existente entre o Pai e o Filho. No Alcorão, o Espírito é uma emanação divina, mas não faz parte da sua própria natureza.

Para o Islã, o Alcorão é a palavra revelada de Deus. E o profeta Maomé é apenas seu transmissor, porque essa palavra foi ditada integramente pelo próprio Deus. Para o cristão, a Palavra de Deus é uma pessoa, Verbo encarnado em Jesus, Palavra de Deus feita Homem, e não um livro. O Novo Testamento nos transmite essa Palavra viva mediante o testemunho dos apóstolos.

terça-feira, 10 de março de 2015

Angelus: O chicote do Senhor é a misericórdia


ANGELUS
Papa Francisco
Praça de São Pedro
Terceiro Domingo da Quaresma,
8 de março de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje (Jo 2,13-25) apresenta-nos o episódio da expulsão dos vendedores do templo, Jesus "fez um chicote de cordas e expulsou todos do templo, com as ovelhas e os bois" (v 15)., dinheiro, tudo. Este gesto despertou forte impressão, nas pessoas e nos discípulos. Claramente apareceu como um gesto profético, tanto que alguns dos presentes perguntou a Jesus: "Que sinal nos mostras para fazer essas coisas?" (V. 18), quem é você para fazer essas coisas? Mostre-nos um sinal de que você tem autoridade para fazê-las. Eles estavam procurando um sinal de Deus, queriam prodígios que apresentam Jesus como enviado por Deus. E Ele disse: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei" (v. 19). Responderam-lhe: "Este templo está em construção há quarenta anos, e você vai levantá-lo em três dias?" (V. 20). Eles não se deram conta de que o Senhor estava se referindo ao templo vivo de seu corpo, que seria destruído com a morte na cruz, mas que ressuscitaria ao terceiro dia. "Quando ele foi ressuscitado dentre os mortos - observa o evangelista - os seus discípulos lembraram que ele tinha dito isso, e creram na Escritura e na palavra que Jesus" (v 22)..

Na verdade, esse gesto de Jesus e sua mensagem profética é totalmente compreendida à luz da sua Páscoa. Temos aqui, de acordo com o evangelista João, o primeiro anúncio da morte e ressurreição de Cristo: seu corpo, destruído pela violência do pecado na cruz, na Ressurreição será o lugar de encontro entre Deus e os homens universal. E o Cristo ressuscitado é realmente o ponto de encontro universal - para todos! - Entre Deus e os homens. Por esta sua humanidade é o verdadeiro templo, onde Deus se revela, fala, você conhece; e os verdadeiros adoradores, que os verdadeiros adoradores de Deus não são os guardiões do templo, símbolos de quem está no poder ou de conhecimento religioso, são aqueles que adoram a Deus "em espírito e em verdade" (Jo 4,23). 

Extremistas hindus atacam igreja católica e destroem cemitério cristão na Índia


Depois de queimarem a foto da Madre Teresa na Índia e de hostilizarem diversos missionários, foram registrados no país asiático novos episódios de violência contra comunidades e edifícios cristãos. Segundo os cristãos locais “alguns elementos antissociais estão tentando criar o pânico e a insegurança na sociedade”.

Um caso de vandalismo ocorreu em Goa, na Índia ocidental, onde uns homens profanaram uma igreja e destruíram uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes em uma paróquia de um povoado.

Em outro estado indiano, em Kerala, ao sul do país, um cemitério cristão no distrito de Pathanamthitta foi objeto de vandalismo, com sepulturas e lápides destruídas durante dois dias consecutivos. O muro do cemitério foi pichado.

Em Mangalore, no estado de Karnataka, na Índia central, uma sala de oração católica nos subúrbios da cidade foi apedrejada e as janelas foram quebradas. Segundo os cristãos locais “alguns elementos antissociais estão tentando criar o pânico e a insegurança na sociedade”.

Reforma Política encabeçada pela CNBB não têm o consenso de todos os bispos, afirma o Primaz do Brasil


Nomeado pelo Papa Bento XVI, em 2011, o arcebispo de São Salvador da Bahia, Primaz do Brasil, dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, concedeu uma entrevista a ZENIT sobre o tema: Campanha da Fraternidade e Reforma Política.

Nessa exclusiva, o Primaz do Brasil afirmou que as propostas da Reforma Política, encabeçada pela CNBB, não tiveram a participação de todos os bispos. "Preferiria uma proposta nossa e, quem concordasse com elas, participasse de nossa campanha", disse.

Acompanhe a íntegra da entrevista abaixo:

***

ZENIT: Ultimamente, referindo-se ao tema da Reforma Política e da Campanha da Fraternidade no Brasil, o senhor tem falado que não é papel da Igreja ocupar o lugar do Estado. Por que essa é a sua opinião?


Dom Murilo: A Constituição de nosso país reconhece ser dever do Estado cuidar da saúde,
Dom Murilo Krieger
Arcebispo de São Salvador
da Bahia, Primaz do Brasil
da educação, da escola etc. Nesse campo, atualmente a Igreja tem um papel supletivo - isto é, deve atuar onde não há a presença do Estado ou onde tal presença não é suficiente. No passado, quando a organização social era muito limitada, a Igreja sentia ser seu dever abrir hospitais, creches, escolas etc. Hoje só tem sentido manter essas obras ou fundá-las se, com seus valores, a Igreja quiser "fazer a diferença" - isto é, apresentar uma maneira própria de curar, educar, formar etc. Essa "maneira própria" são as motivações evangélicas isto é, o desejo de mostrar como vemos o doente, o jovem a ser educado, o idoso abandonado, a partir do que nos ensinou Jesus. Se for para ter, por exemplo, um escola "como as outras", sem os valores do Evangelho, não valeria a pena tanto esforço, mesmo que se tratasse de uma escola de boa qualidade. Afinal, como bem insiste o Papa Francisco, a Igreja não é uma ONG, mas uma extensão da presença de Cristo no mundo.

ZENIT: A CNBB é uma entidade séria e necessária para a nossa Igreja, mas existe a possibilidade de que os seus colaboradores errem?

Dom Murilo: Onde há seres humanos há a possibilidade de erros. Minha longa experiência na CNBB tem me mostrado que se pode falar da presença do Espírito Santo naquelas iniciativas que foram rezadas, refletidas e debatidas por todos os bispos. Assim, num documento aprovado, não prevalece a ideia de um ou de outro; nossos documentos oficiais são a síntese do que os bispos pensam. Pode-se dizer, então, que aquele texto é o que o Espírito Santo está querendo falar às nossas Dioceses. Não digo o mesmo de iniciativas de pequenos grupos ou de comissões, onde facilmente pode prevalecer a ideia de uma pessoa ou de um grupo. Nesse caso, o que for apresentado não é um texto "da" CNBB, mas sim daquela comissão.

Desonestidade


Não é honesto dizer "Jesus é o Senhor" e congregar numa igreja cujo fundador é outro senhor. Muitos seguem os senhores William Joseph Seymour e Charles Fox Parham, fundadores da seita “Assembleia de Deus” e ainda tem a cara de pau de se dizerem seguidores de Jesus, e assim outros seguem Malafaia, Lutero, Edir etc. É o mesmo que chamar uma mulher de esposa e deitar com outra.


São muitos senhores e muitos espíritos diversos, o verdadeiro Senhor só nos concede o verdadeiro Espírito através da Igreja que ele fundou, por isso Cornélio mesmo falando com um anjo de Deus (At 10,3) só recebeu o Espírito Santo quando se uniu ao corpo da Igreja (At 10,44), por isso também São Paulo mesmo falando diretamente com Deus no caminho pra Damasco (At 9,4-5) só recebeu o Espírito Santo ao unir-se ao seio da Santa Igreja recebendo um Sacramento pelas mãos de Ananias (At 9,17-18).

1Co 12,13: "(...) ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo".

Paulo Leitão de Gregorio

segunda-feira, 9 de março de 2015

24 Horas para o Senhor: dias 13 e 14 de março. Dia 15: Oração pela Paz na Síria.


O Papa Francisco, na sua Mensagem para a Quaresma 2015, pede que dediquemos 24 horas a uma oração mais intensa, conforme se pode ler neste parágrafo:

"Não subestimemos a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e 14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração." (Papa Francisco, Mensagem para a Quaresma 2015).

DEUS RICO DE MISERICÓRDIA

Neste contexto, o Papa convida todas as dioceses do mundo a promover a iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, que neste ano decorre em Roma entre os dias 13 e 14 de março, para “dar expressão a esta necessidade da oração”.

“Não subestimemos a força da oração de muitos”, observa.


As ‘24 horas para o Senhor’ são promovidas pelo Conselho Pontifício para a Nova Evangelização e incluem momentos de oração, confissões, anúncio do Evangelho e vigílias e, igrejas no centro de Roma. A iniciativa 24 horas para o Senhor, que teve imenso sucesso em 2014 será celebrada neste ano nos dias 13 e 14 de Março.

O tema que orientará a reflexão em 2015 é “Deus rico de misericórdia” (Ef 2,4).

O Papa Francisco presidirá a liturgia penitencial em São Pedro, colocando assim o sacramento da reconciliação no centro do caminho da nova evangelização de toda a Igreja.

PARTICIPAR

O próprio Papa convida todas as dioceses, paróquias e comunidades a participar. Seria, por isso, importante proporcionar uma abertura extraordinária das igrejas nos dias 13 e 14 de Março, segundo as possibilidades e as necessidades das próprias Igrejas locais, oferecendo a possibilidade de Confissões e da Adoração Eucarística. O dia poderia concluir-se com a celebração da Santa Missa vespertina. 

Igreja e sociedade atual segundo Dom Damasceno


Na segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015, às 10:30, estivemos, com Flávia Camargo, na residência do Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e Presidente também do Sínodo dos Bispos, a realizar-se em outubro deste ano, no Vaticano. Dois temas foram objeto de atenção especial na audiência: 1º) a Reforma Política e 2º) o Sínodo dos Bispos. Inicialmente, queríamos já gravar a conversa, mas Dom Damasceno preferiu primeiro que apresentássemos os nossos questionamentos e discorrêssemos sobre o assunto, ao qual ele faria suas colocações, para, em seguida, fazer uma súmula do que havia sido conversado, em forma de uma breve entrevista. Foi o que ocorreu. Ficamos por quase duas horas tratando dos temas acima mencionados, e somente, ao final, em quase trinta minutos, ele expôs sua posição sobre os temas, em entrevista gravada. Ainda, foi possível acrescentar na entrevista rapidamente o tema da reforma da cúria romana e o aceno que se faz na Evangelium Gaudium de autonomia às conferências episcopais.

Dom Raimundo
Damasceno
Sobre a questão da reforma política, a pergunta que se faz é: "qual reforma política"? Pois há muitos projetos em tramitação no Congresso Nacional. Por que justamente o que favorece o PT é apoiado pela CNBB? Apresentamos a Dom Damasceno os questionamentos e apreensões em relação ao projeto de Reforma Política, de caráter bolivariana, encabeçada pela CNBB e OAB, com mais de 100 entidades de alinhamento ideológico à esquerda, reforma esta que apoia, por exemplo, o financiamento público exclusivo de campanha, proposta esta que favorece especialmente o projeto político do PT, cujo projeto ainda mais por iniciativa popular, pode repetir aqui o que já está acontecendo na Venezuela, conforme as diretrizes do Foro de São Paulo, visando com o fortalecimento do PT, viabilizar a Pátria Grande socialista.

Dom Damasceno nos explicou que sabia ser muito difícil mesmo obter consenso em torno de uma proposta de reforma política, mas que, diante da corrupção e de tantas distorções existentes no atual sistema eleitoral, a reforma política se faz necessária. Disse ainda que quando decidiram apoiar a proposta da Coalizão, ele teve o cuidado de chamar um de seus assessores e pediu para que ele estudasse com acuidade toda a proposta para ver se havia nela algum petismo. Ao que, depois de feita a análise, o assessor lhe assegurou de que não havia nada de petismo na referida proposta de reforma política. Disse ainda que havia pensado muito no nome de um “católico exemplar” para que apresentasse ao Conselho Permanente da CNBB um posicionamento sobre a referida reforma política, e depois de muito pensar em alguém que não estivesse ligado ao PT, chegou enfim ao nome do embaixador Rubens Ricúpero, segundo ele, um católico confiável, beneditino, inclusive maritainista.

Em suma, dos questionamentos feitos, é preocupante o fato de que a CNBB não apenas apoie, mas encabeçe esse perigosíssimo projeto de "reforma política"; estão comprando gato por lebre, seduzidos pelo discurso demagógico de "eleições limpas", enredados pela astúcia do PT, que quer o financiamento público, com o dinheiro do contribuinte e, assim, engessar o sistema eleitoral brasileiro, para se perpetuar no poder e tudo isso com as bençãos da CNBB.

Sobre o Sínodo dos Bispos, Dom Damasceno corroborou a tese de que é preciso haver misericórdia para com aqueles que vivem situações difíceis, e que é possível uma pastoral mais acolhedora em casos bem específicos. E ainda em relação à reforma da cúria, já na entrevista gravada, afirmou ser favorável à uma maior autonomia das conferências episcopais, também em casos e situações específicas. Ao final, perguntamos a ele se seria possível encaminhar um pedido de audiência com Bento XVI, que vive no Matter Ecclesia, ao que ele respondeu: "Ele está muito fragilizado e doente. Estando em Roma, conseguimos mais facilmente uma audiência com Francisco". 

Para acessar a gravação da entrevista cliqueaqui

Posso afirmar que a misteriosa mulher do Apocalipse é Nossa Senhora?


Muitas pessoas nos indagam sobre a mulher misteriosa do Apocalipse. Para começar a entender as escrituras é preciso ter em mente o que nos ensina São Pedro em sua segunda carta: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal”. (II São Pedro 1, 20), ou seja, você não pode sair interpretando as Sagradas Escrituras a seu bel prazer, sob seu limitado arbítrio. Depois que entendeu isto é preciso saber os sentidos das Escrituras. Se você não conhece os três sentidos das Escrituras é impossível compreender esta passagem. A Igreja aceita duas interpretações, tanto que fala que a mulher é Nossa Senhora quanto que é a própria Igreja Católica.

Para começar, precisamos entender que as Escrituras assumem os sentidos literal, alegórico e o anagógico (místico). Segundo Santo Tomás de Aquino, as escrituras assumem por padrão o sentido literal, por exemplo, o Salmo 2 fala realmente de David em primeira instância (sentido literal) e em Cristo no sentido místico. Dentro destes três sentidos existem ainda muitos outros.

Partindo deste pressuposto, a interpretação de que é a Igreja ou a que diz que é Nossa Senhora não se anulam, pelo contrário, são aceitas amplamente. No caso de Apocalipse 12 é notável que temos que admitir o sentido anagógico, i.e., o sentido místico que se esconde por trás do figurativo. Vale a pena lembrar que se é figurado admite aplicações diversas. Então vejamos: