segunda-feira, 23 de março de 2015

Jesus está no chão


O conselho é claro: Receba a comunhão da boca, com o uso da patena, que foi criada justamente para esta finalidade. Caso você opte por comungar na mão ou não possa comungar na boca, ao menos verifique suas mãos.


O Diretório Litúrgico publicado pela CNBB recorda o seguinte a respeito da Comunhão recebida na mão:

13.7 Comunhão na mão

No dia 03 de abril de 1995, a Congregação do Culto Divino enviou notificação sobre a Comunhão na mão (Prot. n. 720/85):

1) Comunhão na mão deve se manifestar, tanta como com a comunhão na boca, o respeito pela presença real de Cristo na Eucaristia.

2) De acordo com os ensinamentos dos Santos Padres, insista-se no “Amém” que o fiel pronuncia como resposta à fórmula do ministro: “O Corpo de Cristo”, O amém deve ser uma afirmação de fé.

domingo, 22 de março de 2015

Homilética: Domingo de Ramos da Paixão do Senhor - Ano B: "Amar desinteressadamente".


O Domingo de Ramos é a grande porta de entrada na Semana Santa, a semana em que o Senhor Jesus caminha até ao ponto culminante da sua existência terrena. Ele sobe a Jerusalém para dar pleno cumprimento às Escrituras e ser pregado no lenho da Cruz, o Trono donde reinará para sempre, atraindo a Si a humanidade de todos os tempos e oferecendo a todos o dom da redenção. Jesus se encaminhou para Jerusalém juntamente com os Doze e que, pouco a pouco, se foi unindo a eles uma multidão cada vez maior de peregrinos. São Marcos refere que, já à saída de Jericó, havia uma “grande multidão” que seguia Jesus (Mc 10, 46).  Em Mc 15,1-39,   vemos que o cortejo organizou-se rapidamente. Jesus faz a sua entrada em Jerusalém, como Messias, montado num burrinho, conforme havia sido profetizado muitos séculos antes (Zac. 9,9). Jesus aceita a homenagem, e quando os fariseus, que também conheciam as profecias, tentaram sufocar aquelas manifestações de fé e alegria, o Senhor disse-lhes: “Eu vos digo, se eles se calarem, as pedras gritarão.” (Lc 19, 40).

Nossa celebração de hoje, inicia-se com o Hosana! E culmina no crucifica-o! Mas, este não é um contrassenso; é, antes, o coração do mistério. O mistério que se quer proclamar é este: Jesus se entregou voluntariamente a sua Paixão; não se sentiu esmagado por forças maiores do que Ele (Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por mim mesmo: Jo 10,18); foi Ele que, perscrutando a vontade do Pai, compreendeu que havia chegado a hora e a acolheu com a obediência livre do filho e com infinito amor para os homens: “… sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).

“Muitos estenderam seus mantos pelo caminho…. gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!” ( Mc 11, 8 – 9).  Perguntemo – nos: Que pensavam, realmente, em seus corações aqueles que aclamam Cristo como Rei de Israel? Certamente tinham a sua idéia própria do Messias, uma idéia do modo como devia agir o Rei prometido pelos profetas e há muito esperado. Não foi por acaso que a multidão em Jerusalém, poucos dias depois, em vez de aclamar Jesus, grita para Pilatos: “Crucifica-O! ”, enquanto os próprios discípulos e os outros que O tinham visto e ouvido ficam mudos e confusos. Na realidade, a maioria ficara desapontada com o modo escolhido por Jesus para Se apresentar como Messias e Rei de Israel. É precisamente aqui que está o ponto central da festa de hoje, mesmo para nós. Para nós, quem é Jesus de Nazaré? Que idéia temos do Messias, que idéia temos de Deus? Esta é uma questão crucial, que não podemos evitar, até porque, precisamente nesta semana, somos chamados a seguir o nosso Rei que escolhe a Cruz como Trono; somos chamados a seguir um Messias que não nos garante uma felicidade terrena fácil, mas a felicidade do Céu, a bem-aventurança de Deus. Por isso devemos perguntar – nos: Quais são as nossas reais expectativas? Quais são os desejos mais profundos que nos animaram a vir aqui, hoje, celebrar o Domingo de Ramos e iniciar a Semana Santa?

Hoje Jesus quer também entrar triunfante na vida dos homens, sobre uma montaria humilde: quer que demos testemunho d’Ele com a simplicidade do nosso trabalho bem feito, com a nossa alegria, com a nossa serenidade, com a nossa sincera preocupação pelos outros. Quer fazer-se presente em nós através das circunstâncias do viver humano. Naquele cortejo triunfal, quando Jesus vê a cidade de Jerusalém, chora! Jesus vê como Jerusalém se afunda no pecado, na ignorância e na cegueira. O Senhor vê como virão outros dias que já não serão como estes, um dia de alegria e de salvação, mas de desgraça e ruína. Poucos anos depois a cidade será arrasada. Jesus chora a impenitência de Jerusalém. Como são eloquentes estas lágrimas de Cristo. A história de cada homem é a história da contínua solicitude de Deus para com ele. Cada homem é objeto da predileção do Senhor. Jesus tentou tudo com Jerusalém, e a cidade não quis abrir as portas à misericórdia. É o profundo mistério da liberdade humana, que tem a triste possibilidade de rejeitar a graça divina. Como é que estamos correspondendo às inúmeras instâncias do Espírito Santo para que sejamos santos no meio das nossas tarefas, no nosso ambiente? Quantas vezes, em cada dia, dizemos sim a Deus e não ao egoísmo, à preguiça, a tudo o que significa falta de amor, mesmo em pormenores insignificantes? A entrada triunfal de Jesus foi bastante efêmera para muitos. Os ramos verdes murcharam rapidamente. O hosana entusiástico transformou-se, cinco dias mais tarde, num grito furioso: Crucifica-o! Por que foi tão brusca a mudança, por que tanta inconsistência? São Bernardo comenta: “Como eram diferentes umas vozes e outras! Fora, fora, crucifica-o e bendito o que vem em nome do Senhor, Hosana nas alturas! Como são diferentes as vozes que agora o aclamam  Rei de Israel e dentro de poucos dias dirão: Não temos outro rei além de César! Como são diferentes os ramos verdes e a Cruz, as flores e os espinhos! Àquele a quem antes estendiam as próprias vestes, dali a pouco o despojam das suas e lançam a sorte sobres elas.” A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém pede-nos coerência e perseverança, aprofundamento da nossa fidelidade, para que os nossos propósitos não sejam luz que brilha momentaneamente e logo se apaga. Muito dentro do nosso coração, há profundos contrastes: somos capazes do melhor e do pior. Se queremos ter em nós a vida divina, triunfar com Cristo, temos de ser constantes e matar pela penitência o que nos afasta de Deus e nos impede de acompanhar o Senhor até a Cruz. 

A Igreja nos lembra que a entrada triunfal vai perpassar todos os passos da Paixão de Cristo. Terminada a procissão, mergulha-se no mistério da Paixão de Jesus Cristo: Em Is 50 4-7 descreve o Servo sofredor, na esperança da vitória final. Vemos nele a própria pessoa de Jesus Cristo. Em Fl 2,6-11 temos a chave principal de todo o mistério deste Domingo de Ramos: Jesus humilhou-se e por isso Deus o exaltou! No texto de  Mc 15,1-39, somos chamados a contemplar a PAIXÃO e a MORTE de Jesus! Que durante a Semana Santa possamos tirar muitos frutos da meditação da Paixão de Cristo. Que em primeiro lugar tenhamos aversão ao pecado; possamos avivar o nosso amor e afastar a tibieza!

Cabe a nós escolher com que atitude queremos entrar na história da Paixão de Cristo: com a atitude de Cirineu, que se coloca ao lado de Jesus, ombro a ombro, para carregar com Ele o peso da cruz; com a atitude das mulheres que choram, do centurião que bate no peito e de Maria que fica silenciosa ao pé da Cruz; ou se queremos entrar com a atitude de Judas, de Pedro, de Pilatos e daqueles que “olham de longe” para ver como irá terminar aquele episódio.

O Domingo de Ramos diz – nos que o verdadeiro grande “Sim” é precisamente a Cruz, que a Cruz é a verdadeira Árvore da vida. Não encontramos a vida apoderando – nos dela, mas entregando – a. O amor é um doar – se a si mesmo, e por isso é o caminho da vida verdadeira, simbolizada pela Cruz.


Evangelho, crucifixo e fé são caminhos para ver Jesus, diz Papa


ANGELUS
Papa Francisco
Praça de São Pedro
Quinto Domingo da Quaresma,
22 de março de 2015

Queridos irmãos e irmãs,

Neste quinto domingo da Quaresma, o evangelista João chama a nossa atenção com um detalhe curioso: alguns "gregos", judeus, vindos de Jerusalém para a festa da Páscoa, se voltam para o apóstolo Filipe e dizem: "Queremos ver Jesus"(Jo 12, 21). Na cidade santa, onde Jesus foi pela última vez, havia muitas pessoas. Havia os pequenos e simples que acolheram festivamente o profeta de Nazaré reconhecendo-o como o enviado do Senhor. Havia os sumo sacerdotes e chefes do povo que querem elimina-lo porque consideram-no herético e perigoso. E havia também pessoas, como os "gregos", curiosos para vê-lo e saber mais sobre a sua pessoa e as obras por Ele realizadas, entre as quais - a ressurreição de Lázaro – que causou grande alarde.

‘Queremos ver Jesus’: estas palavras, como tantas outras no Evangelho, ultrapassam determinado episódio e exprimem algo universal; revelam um desejo que atravessa as épocas e as culturas, um desejo presente no coração de tantas pessoas que ouviram falar de Cristo, mas que ainda não o encontraram. ‘Eu quero ver Jesus’, isso sente o coração deste povo.

Respondendo indiretamente, de maneira profética, o pedido para vê-lo, Jesus faz uma profecia que revela a sua identidade e indica o caminho para conhecê-lo verdadeiramente: "Chegou a hora do Filho do Homem ser glorificado" (Jo 12, 23). É a hora da cruz! É o tempo da derrota de Satanás, o príncipe do mal, e do triunfo definitivo do amor misericordioso de Deus. Cristo declara que será "elevado da terra", uma expressão com duplo significado. (V 32): "elevado" porque crucificado, e "elevado" porque exaltado pelo Pai na Ressurreição, para atrair todos a si e reconciliar os homens com Deus e uns com os outros. A hora da Cruz, a hora mais escura da história, é também a fonte da salvação para todos os que acreditam nEle. 

Lutero via capeta, capeta everywhere


Salve, meu povo! Estamos de volta!

Continuando narração das aventuras e desventuras do monge maluco do “coração” de todos. Mais uma vez, buscamos trazer à tona as evidências de que o protestantismo nasceu não do ato de bravura de um monge virtuoso, mas sim da mente doentia de um homem mergulhado em baixezas. O que de bom poderia sair dali?

Vamos agora para o dia 26 de maio de 1521. Para não ser preso, Lutero escondeu-se no Castelo de Wartburg, antiga residência de Santa Isabel. Estava ali acobertado por um católico, o já mencionado aqui Frederico, chamado de “O Sábio” (há controvérsias). Foi nesta data que Imperador Carlos V promulgou um ato contra Lutero:

“(…) ordenamos que ninguém deve, doravante, ousar comprar, vender, conservar, copiar, imprimir ou fazê-los serem copiados e impressos, ou aprovar as suas opiniões, ou apoiá-los, pregá-los, defendê-los ou difundi-los de algum modo… Decretamos que todos que exerçam o poder devem tomar providências, para que os trabalhos  de Lutero sejam queimados e, por esse e outros meios, destruídos.”

A luteranada, como era de se esperar, ficou possessa com o Imperador. O que era pra ele um problema, já que era um espanhol no comando de um Império Alemão.

Enquanto nobres insatisfeitos se engalfinhavam por contas das ideias do herege, o mad monk começava a dar os primeiros sinais de demência. Enclausurado e assustado, Lutero alimentou suas paranoias até que estas chegaram a um nível absurdo. Obcecado, passou a ver o demo em todo canto, e sentia-se vigiado por ele em todo momento. Isso influenciou muito a teologia luterana que veio a ser desenvolvida posteriormente. Como disse sabiamente o professor Michael Davies:

“A teologia de Lutero é um reflexo de sua personalidade melancólica. Uma combinação de pessimismo e otimismo fácil: ao que a natureza humana seja malvada, o pecado não pode separar de Deus o homem justificado (pela fé).”

Essa, meus amigos, é a justificativa da Sola Fide (para entender o que Sola Fide, clique aqui). Mas apenas ilustramos, vamos seguir adiante.

sábado, 21 de março de 2015

Papa: "A sociedade corrupta fede! Um cristão que deixa entrar em si a corrupção não é cristão, fede!".


Visita do Papa Francisco a Nápoles
DISCURSO
Encontro com a população de Scampia
Praça João Paulo II
Sábado, 21 de março de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Quis começar daqui, desta periferia, a minha visita a Nápoles. Saúdo todos vocês e vos agradeço pelo vosso caloroso acolhimento! Realmente se vê que os napolitanos não são frios! Agradeço ao vosso arcebispo por me ter convidado – também ameaçado se não tivesse vindo a Nápoles – pelas suas palavras de boas vindas; e obrigado àqueles que deram voz às realidades dos migrantes, dos trabalhadores e dos magistrados.

Vocês pertencem a um povo de longa história, atravessada por acontecimentos complexos e dramáticos. A vida em Nápoles nunca foi fácil, porém nunca foi triste! Esse é o vosso grande recurso: a alegria, a alegria. O caminho cotidiano nesta cidade, com as suas dificuldades e suas provações, produz uma cultura de vida que ajuda sempre a se levantar depois de cada queda e a fazer de modo que o mal não tenha nunca a última palavra. Este é um belo desafio: não deixar nunca que o mal tenha a última palavra. É a esperança, vocês sabem bem, este grande patrimônio, esta “alavanca da alma” tão preciosa, mas também exposta a assaltos e roubos.

Sabemos, quem adota voluntariamente o caminho do mal rouba um pedaço de esperança, ganha algo mas rouba a esperança a si mesmo, aos outros, à sociedade. O caminho do mal é um caminho que rouba sempre a esperança, rouba-a também do povo honesto e trabalhador e também da boa fama da cidade, da sua economia.

Gostaria de responder à irmã que falou em nome dos imigrantes e dos sem moradia fixa. A senhora pediu uma palavra que assegure que os migrantes são filhos de Deus e que são cidadãos. Mas é necessário chegar a isso? Os migrantes são seres humanos de segunda classe? Devemos fazer nossos irmãos e irmãs migrantes ouvirem que são cidadãos, que são como nós, filhos de Deus, que são migrantes como nós, porque todos nós somos migrantes rumo a outra pátria, e talvez chegaremos todos. E ninguém se perca pelo caminho! Todos somos migrantes, filhos de Deus que nos colocou todos em caminho. Não se pode dizer: “Mas os migrantes são assim… Nós somos…” Não! Todos somos migrantes, todos estamos em caminho. E esta palavra que todos somos migrantes não está escrita em um livro, está escrita na nossa carne, no nosso caminho de vida, que nos assegura que em Cristo somos todos filhos de Deus, filhos amados, filhos queridos, filhos salvos. Pensemos nisso: todos somos migrantes no caminho da vida, ninguém de nós tem morada fixa nesta terra, todos precisamos caminhar para lá. E todos devemos ir encontrar Deus: primeiro um, depois o outro, ou como dizia aquele idoso, aquele velhinho esperto: “Sim, sim, todos! Vão vocês, eu vou por último”. Todos devemos ir. 

Há pecados que um padre "normal" não pode perdoar?

Alguns pecados só podem ser perdoados pelos bispos, e outros só pela Santa Sé

"Com espírito contrito, (os fiéis) submetam seus pecados à Igreja no sacramento da penitência" (Vaticano II, Presbyterorum Ordinis, 5).

Antes de mais nada, dois esclarecimentos:

1. Os pecados não são perdoados pelo padre em si. Os pecados são perdoados por Deus, mediante a absolvição do ministro ordenado: bispo ou padre.

2. Todos os pecados têm perdão em Deus, menos um: o pecado contra o Espírito Santo (cf. Mt 12, 31). O único pecado que Deus não perdoa é a blasfêmia contra o Espírito Santo.

Em que consiste o pecado contra o Espírito Santo?

A blasfêmia não é somente com palavras, mas também com fatos. Quem blasfema? Quem não se sente necessitado de Deus, quem não se sente pecador ou se considera sem pecado. Trata-se de fechar-se ao convite de Deus à conversão, endurecer o coração, a tal ponto que a pessoa não se interessa mais por Deus.

É pecado endurecer o coração e dizer a Deus: você não me interessa, estou bem sem você, não preciso de você. É pecado considerar que Deus não pode perdoar, ou negar o perdão de Deus na confissão. Diante desta circunstância, o que Deus pode fazer? Nada, só deixar que a pessoa morra em seu pecado. Aqui Deus não pode agir, não tem nada a fazer, não tem nada para perdoar, não perdoa nada.

A Bíblia nos dá mais luz: "Quem oculta seus pecados não prosperará, mas quem os confessa e se afasta deles alcançará misericórdia" (Prov 28, 13).

O sacramento da confissão

Só Deus perdoa os pecados (cf. Mc 2, 7). Porque Jesus é o Filho de Deus, diz de si mesmo: "O Filho do homem tem poder de perdoar os pecados na terra" (Mc 2, 10) e exerce esse poder divino: "Teus pecados estão perdoados" (Mc 2, 5; Lc 7, 48).

Mais ainda: em virtude da sua autoridade divina, Jesus confere este poder aos homens (cf. Jo 20, 21-23) para que o exerçam em seu nome (Catecismo da Igreja Católica, 1441). Todos os pecados submetidos ao "poder das chaves" (Mt 16, 19) têm perdão.

Portanto, tenhamos cuidado ao dizer: "Deus perdoa este pecado, mas este outro Ele não perdoa". Uma coisa é o julgamento social e outra, muito diferente, é o que Deus pensa e o poder que Ele tem de perdoar o pecado – poder delegado aos seus apóstolos.

Cristo deu poder de perdoar aos apóstolos, aos bispos como sucessores deles e aos padres que colaboram com os bispos. Eles são os ministros do sacramento (Cânon 965).

Os bispo, que possuem em plenitude o sacramento da Ordem e têm todos os poderes que Cristo deu aos apóstolos, delegam aos presbíteros (padres) sua missão ministerial, fazendo parte deste ministério a capacidade de poder perdoar os pecados.

Isso foi definido pelo Concílio de Trento como verdade de fé, contra a postura de Lutero, que dizia que qualquer batizado tinha a potestade para perdoar os pecados. Cristo só deu este poder aos apóstolos (cf. Mt.18, 18; Jo 20, 23). 

Milagre de São Januário se repete hoje nas mãos do Papa Francisco.


Visita do Papa Francisco a Nápoles
PALAVRAS DO SANTO PADRE
Visita ao presídio “Giuseppe Salvi”,
em Poggioreale, e almoço com grupo de detentos
Sábado, 21 de março de 2015

Estou contente de me encontrar em meio a vocês por ocasião da minha visita a Nápoles. Agradeço a Cláudio e Pasquale que falaram em nome de todos. Este encontro me permite exprimir a minha proximidade a vocês e o faço levando a vocês a palavra e o amor de Jesus, que veio à terra para tornar plena a nossa esperança e morreu na cruz para salvar cada um de nós.

Às vezes você se sente desiludido, desanimado, abandonado por todos: mas Deus não se esquece dos seus filhos, não os abandona jamais! Ele está sempre ao nosso lado, especialmente na hora da provação; é um Pai “rico de misericórdia” (Ef 2, 4), que dirige sempre para nós o seu olhar sereno e benevolente, espera-nos sempre de braços abertos. Esta é uma certeza que infunde consolo e esperança, especialmente nos momentos difíceis e tristes. Mesmo se na vida erramos, o Senhor não se cansa de nos indicar o caminho do retorno e do encontro com Ele. O amor de Jesus por cada um de nós é fonte de consolação e de esperança. É uma certeza fundamental para nós: nada poderá nunca nos separar do amor de Deus! Nem mesmo as grades da prisão. A única coisa que pode nos separar Dele é o nosso pecado; mas se o reconhecemos e o confessamos com arrependimento sincero, justamente aquele pecado se torna lugar de encontro com Ele, porque Ele é misericórdia.

Queridos irmãos, conheço as situações dolorosas de vocês: chegam a mim tantas cartas – algumas realmente comoventes – de presídios de todo o mundo. Os prisioneiros são muitas vezes mantidos em condições indignas da pessoa humana, e depois não conseguem se reinserir na sociedade. Mas graças a Deus há também dirigentes, capelães, educadores, agentes de pastoral que sabem estar próximo a vocês de modo justo. E há algumas experiências boas e significativas de inserção. É preciso trabalhar nisso, desenvolver estas experiências positivas, que fazem crescer uma atitude diferente na comunidade civil e também na comunidade da Igreja. Na base desse empenho está a convicção de que o amor sempre pode transformar a pessoa humana. E então um lugar de marginalização, como pode ser o cárcere em sentido negativo, pode se tornar um lugar de inclusão e de estímulo para toda a sociedade, para que seja mais justa, mais atenta às pessoas.

Convido-vos a viver cada dia, cada momento na presença de Deus, a quem pertence o futuro do mundo e do homem. Eis a esperança cristã: o futuro está nas mãos de Deus! A história tem um sentido porque é habitada pela bondade de Deus. Portanto, mesmo em meio a tantos problemas, mesmo graves, não perdemos a nossa esperança na infinita misericórdia de Deus e na sua providência. Com essa segura esperança, preparemo-nos à Páscoa que se aproxima, orientando decididamente a nossa vida para o Senhor e mantendo viva em nós a chama do seu amor.

Arquidiocese de São Luís celebra a Missa Crismal 2015 nesta quinta-feira, dia 26 de março.


A missa crismal, presidida pelo bispo e concelebrada pelos presbíteros da diocese, é a celebração na qual se consagra o santo crisma (daqui vem o nome de “missa crismal”) e se abençoa também os demais óleos (que serão usados nos enfermos e batismos). Também o clero da diocese renova suas promessas sacerdotais.

Segundo a tradição, a Missa do Crisma é celebrada na Quinta-feira da Semana Santa. Se o clero e o povo encontram dificuldade para se reunir naquele dia com o bispo, tal celebração pode ser antecipada para outro dia, contanto que próximo da Páscoa (Caeremoniale Episcoporum, n. 275). Com efeito, o novo Crisma e o novo óleo dos catecúmenos devem ser usados na noite da Vigília Pascal, para a celebração dos sacramentos da iniciação cristã. Esta celebração seja feita antes do Tríduo Pascal e não deve preceder imediatamente a missa vespertina “In Cena Domíni” (“na Ceia do Senhor”).

Por razões pastorais (nem todos os presbíteros podem estar presentes na missa do crisma quando realizada na quinta-feira santa de manhã devido à distância de suas paróquias), a missa do Crisma onde serão abençoados os santos óleos, será celebrada na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, na quinta-feira, 26 de março às 9h da manhã na Catedral Nossa Senhora da Vitória. No mesmo dia acontecerá a confraternização de páscoa do clero.

Chamem-se os presbíteros das diversas partes da diocese para participarem nesta missa, concelebrando com o bispo, como testemunhas e cooperadores seus na consagração do Crisma, visto que são os seus cooperadores e conselheiros no ministério quotidiano.

Os fiéis sejam também encarecidamente convidados a participar nesta missa e a receber o sacramento da Eucaristia durante a sua celebração.

Celebre-se uma única missa, considerada a sua importância na vida da diocese, e a celebração seja feita na igreja catedral ou, por razões pastorais, noutra igreja especialmente mais insigne (Caeremoniale Episcoporum, n. 276).