segunda-feira, 20 de abril de 2015

Bispos reunidos na 53ª Assembleia Geral da CNBB


Desde quarta-feira, dia 15 de abril, os bispos do Brasil estão reunidos junto ao Santuário de Aparecida, em São Paulo para a 53ª Assembleia Geral da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. É um bonito momento de confraternização e troca de experiências entre os bispos além de ser o grande espaço para deliberar sobre os rumos da Igreja no atual momento da história.

Todos os bispos chegaram à Assembleia com a disposição de ajudar a Igreja a cumprir com sua missão evangelizadora. Cada qual trouxe as alegrias e preocupações específicas da sua Diocese e região. Em todos se percebe uma grande preocupação com o futuro do Brasil, onde, além das contínuas denúncias de corrupção cresce o ódio entre grupos políticos e ideológicos. Igualmente é visível a preocupação com o acirramento da violência no mundo, em particular com a perseguição sofrida pelos cristãos em regiões dominadas por grupos extremistas muçulmanos. Também não passa despercebida a preocupação com as classes trabalhadoras que vêem ameaçados alguns direitos com as medidas tomadas pelos governos para fazer frente à crise econômica que se instaurou no Brasil e nos Estados.

Vários são os temas que irão ocupar os bispos durante estes dias. Se nada vier em contrário deveremos firmar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil aprovadas em 2011, adaptando-as à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium e inserindo elementos do discurso do Papa Francisco aos bispos durante a Jornada Mundial da Juventude. Pretendemos também avançar no debate do texto de Estudos sobre “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”, publicado na Assembléia de 2014. Há a possibilidade de procedermos à publicação de um Documento Oficial. Além disso, a Assembléia é eletiva, o que significa que deveremos eleger a nova presidência da CNBB, que terá a missão de presidir a entidade nos próximos anos. E, como sempre acontece em nossas assembléias, lançaremos um olhar sobre a conjuntura e participaremos de um retiro sobre a missão do bispo na Igreja de hoje. 

História e presença da Igreja Sírian Ortodoxa de Antioquia em São Luís


Igreja Sírian Ortodoxa de Antioquia

No dia 27 de julho de 2012, Sua Eminência Mor José Faustino Filho, em comum acordo com os demais hierarcas do Brasil, proclamou durante o XVIII Sínido Ortodoxo Nacional realizado em Brasília – DF a aprovação da criação da Comunidade Santo Efrém, na cidade de São Luis do Maranhão, ficando esta a partir de então formalmente e reconhecidamente pela Igreja sob coordenação do então vocacionado Pablo e acompanhamento espiritual do corepíscopo Francisco Vale, do Santuário Theotokos, no Piauí.

Desde então a nascente comunidade na capital do Maranhão (fruto de um trabalho missionário realizado desde 2008) passou por grandes transformações, especialmente marcadas pela inauguração da Capela Sirian Ortodoxa Santo Efrém em outubro de 2013 com a presença do Raban Cristiano Lopes e pela recém visita de Sua Eminência Mor José Faustino pela primeira vez ao Maranhão, acompanhado do vigário geral da Igreja no Brasil abuna Paulo Milton Justus.[1]

A Igreja Ortodoxa Siríaca no Brasil[2]


A Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia chegou ao Brasil na década de 1950 com os imigrantes sírios e libaneses (a maioria cristãos ortodoxos ou maronitas) que formaram colônias e trouxeram suas comunidades religiosas para manter viva não somente sua cultura e língua, mas também a forma de crer e rezar de seus países de origem. O Maranhão, apesar de possuir um dos maiores números de descendentes de sírios e libaneses do Brasil, não formou colônias e nem comunidades religiosas, ao contrário de estados como São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Porém, com o tempo, os brasileiros começaram a conhecer a Igreja e sua forma de viver a fé cristã, começando então a fazer parte de suas comunidades, sendo hoje a Igreja Sirian Ortodoxa no Brasil uma Igreja não só para imigrantes, mas para todos, presente em 15 estados brasileiros e hoje, inclusive, no Maranhão.

Os evangélicos são mais católicos do que eles imaginam


A tradição é importante.

Como declaração sobre as bases da doutrina da Igreja, este comentário pode não soar muito surpreendente. Aliás, ele é bastante óbvio para os fiéis católicos e ortodoxos. Mas ele também evoca um grande paradoxo que existe no pensamento de uma numerosa e influente parcela dos cristãos do mundo inteiro: os evangélicos. Por mais surpresos e até chocados que eles possam ficar ao ouvir ou ler isto, o fato é que os evangélicos são muito mais católicos do que eles imaginam.

Os evangélicos se orgulham do alicerçar a sua fé somente na Bíblia. Este, afinal, é o núcleo da doutrina da “sola scriptura”, proposta pela reforma protestante. Se você acompanhar um debate evangélico, verá que esta questão não demora quase nada para surgir: “Onde é que esta afirmação consta na Bíblia? Indique o capítulo e o versículo”.

E aí é que está o problema. Os evangélicos acreditam de modo irrenunciável em doutrinas centrais da fé que não podem se basear simplesmente na escritura, pois se desenvolveram na tradição da Igreja. Depois de formulada uma crença, caso se queira, é possível pinçar versículos bíblicos para ampará-la, mas nunca se chegaria a essas posições doutrinárias por meio das escrituras sozinhas.

O exemplo mais óbvio é a própria Trindade, que os evangélicos consideram uma crença fundamental para qualquer cristão. No entanto, ela não aparece explicitamente na Bíblia. A sua única base bíblica é aquilo que ficou conhecido como “os parênteses joaninos”, uma menção abertamente trinitária feita em 1 Jo 5, 7-8, passagem consagrada no texto da Bíblia do rei James, de 1611. Mas os estudiosos sabem há séculos que aquelas palavras foram inseridas muito tardiamente no texto original. Nenhum escritor sério as cita hoje como autênticas.

Deixar esses parênteses de lado não gera dificuldade alguma para quem acredita na Trindade, que é uma doutrina muito arraigada na tradição da Igreja. A doutrina foi abraçada pelos cristãos no segundo século, em especial por padres apostólicos como Inácio e Justino Mártir. Falar de tradição da Igreja não significa, é claro, que tais figuras inventaram doutrinas para satisfazer os seus próprios propósitos obscuros. Ao contrário, como os teólogos católicos e ortodoxos sempre destacaram, a Igreja foi e é guiada pelo Espírito Santo. Sem essa crença no poder da tradição contínua, porém, como é que se poderia justificar a própria doutrina da Trindade?

domingo, 19 de abril de 2015

Papa no Regina Coeli: Testemunha é alguém que viu e deixou-se envolver


PAPA FRANCISCO
REGINA COELI

Praça São Pedro
III Domingo de Páscoa, 19 de Abril de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nas leituras bíblicas da liturgia de hoje ressoa duas vezes a palavra "testemunha". A primeira vez nos lábios de Pedro que após a cura do paralítico exclama: “Matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos: nós somos testemunhas”. A segunda vez em que ouvimos a palavra “testemunhas” nas leituras deste domingo são pronunciadas pelo próprio Jesus Ressuscitado que na noite de Páscoa diz aos discípulos: “Disto vós sois testemunhas”.

Os Apóstolos, que viram com os próprios olhos Cristo ressuscitado, não poderiam silenciar a extraordinária experiência. Ele apareceu a eles a fim que a verdade de sua ressurreição chegasse a todos através do testemunho deles. E a Igreja tem o dever de prolongar esta missão; todo batizado é chamado a testemunhar com palavras e com a vida, que Jesus ressuscitou, que Jesus está vivo e presente no meio de nós. Todos nós somos chamados a dar testemunho de que Jesus está vivo.

Podemos perguntar: afinal, quem é uma testemunha? Testemunha é alguém que viu, que recorda e conta. Ver, recordar e contar são os três verbos que nos descrevem a identidade e a missão. A testemunha é alguém que viu, mas não com olhos indiferentes; viu e deixou-se envolver pelo evento. Por isto recorda, não somente porque sabe reconstruir em modo concreto os fatos que aconteceram, mas porque aqueles fatos falaram-lhe e ele colheu o seu sentido profundo. Então, a testemunha conta, não em maneira fria e destacada, mas como um que se deixou pôr em questão, e desde aquele dia mudou de vida.

O conteúdo do testemunho cristão não é uma teoria, não é uma ideologia ou um complexo sistema de preceitos e proibições ou moralismo, mas uma mensagem de salvação, um evento concreto, aliás uma pessoa: é Cristo Ressuscitado, vivo e único Salvador de todos. Ele pode ser testemunhado por aqueles que tiveram uma experiência pessoal com Ele, na oração e na Igreja, através de um caminho que tem o seu fundamento no Batismo, seu alimento na Eucaristia, o seu selo na Confirmação, a sua conversão contínua na Penitência. Graças a este caminho, sempre guiado pela Palavra de Deus, todo cristão pode se tornar testemunha de Jesus ressuscitado. E o seu testemunho é tanto mais credível quanto mais transparece um modo de viver evangélico, alegre, corajoso, manso, pacífico, misericordioso. Se, ao invés, o cristão se deixa tomar pelas comodidades, pela vaidade, pelo egoísmo, torna-se surdo e cego ao pedido de "ressurreição" de tantos irmãos, como poderá comunicar  Jesus Vivo, como poderá comunicar a potência libertadora de Jesus vivo e sua infinita ternura?

Maria nossa Mãe nos sustente com a sua intercessão, para que nos tornemos, com as nossas limitações, mas com a graça da fé, testemunhas do Senhor Ressuscitado, levando às pessoas que encontramos os dons pascais da alegria e da paz.

Brasil não aparece na lista de Educação da ONU porque não enviou as informações necessárias


O relatório sobre Monitoramento Global da Educação para Todos mostrou que apenas 33% dos países conseguiram atingir as metas sobre o setor estipuladas em 2000 e que deveriam ser cumpridas até 2015, informou a Rádio Vaticano. O documento, preparado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, diz ainda que apenas metade das nações conseguiu alcançar o principal objetivo de novas matrículas na escola primária.

Tendência positiva

Isso significa que quase 100 milhões de crianças não vão finalizar o ensino primário em 2015. Mas, ao mesmo tempo, a Unesco cita um importante progresso. Segundo a agência, comparado a 1999, são 50 milhões de crianças a mais que frequentam atualmente a escola.

A diretora-geral da organização, Irina Bokova, afirmou que "o mundo alcançou um tremendo progresso em relação à Educação para Todos". Bokova disse que, apesar de não atingir as metas em 2015, milhões a mais de crianças estão na escola hoje, contrariando a tendência de retração dos anos 90.

Copa do Mundo 2022 no Catar: um milhão de operários escravos


Uma tragédia esquecida e uma catástrofe silenciosa: sob o sol do Catar, 1.200 pessoas já morreram na construção de estádios para o Mundial de Futebol de 2022.

A denúncia dos sindicatos internacionais e italianos, transmitida pela Rádio Vaticano, destaca as condições de escravidão em que os imigrantes trabalham no país árabe. A fim de despertar a atenção para este drama, os sindicatos escreveram uma carta ao governo italiano e aos dirigentes internacionais do futebol.

A principal acusação dos sindicatos é contra o sistema "kafala", uma relação de trabalho a que empresários do Catar submetem trabalhadores indianos e nepaleses: os empregados não podem deixar a empresa sem o consentimento do empregador, não têm visto para sair do país e não existe acordo claro sobre as condições de trabalho, as horas e os salários.

Domingo: A Perpétua Páscoa


Era o primeiro dia da semana quando Jesus ressuscitou. O Sábado, dia santificado para os judeus desde o tempo da criação, sétimo dia do descanso de Deus, foi para Cristo o dia do repouso silencioso no sepulcro, depois dos terrores da paixão acontecida na tarde de sexta-feira. Tudo estava, na verdade, recomeçando. Deus renovava todas as coisas, dava início a um novo tempo, vencia o poder do pecado e da morte, ressuscitando seu Filho único dado em sacrifício para a salvação de todos, qual novo Isaac. Ninguém poderia imaginar o milagre do Dies Domini! Nem os discípulos, nem as santas mulheres que vão ao sepulcro para encontrar um corpo morto a quem, ao menos, querem venerar com respeito e por saudade. Mas, naquele amanhecer do primeiro dia da semana, encontram o túmulo vazio, como vazio estava o universo quando Deus iniciou a obra da criação. O Senhor Ressuscitado lhes aparece vivo, fala como elas, envia-as com anunciadoras da nova realidade: Ele não permaneceu na morte, mas reina vivo.

À tarde daquele primeiro dia, Jesus miraculosamente se apresenta vivo aos discípulos no cenáculo, onde se encontravam de portas fechadas, por medo dos judeus que haviam matado cruelmente o Mestre. Nesta hora, o Senhor Ressuscitado, com o sopro de seu milagroso hálito, lhes oferece o Espírito Santo com três grandes dons: a paz, a misericórdia e a fé robustecida. Diz João que por três vezes, Jesus os saudou em sua língua materna com um Shalon Aleichem! (a paz esteja convosco). A paz é a vitória sobre o medo, pois o medo tira-nos a paz. A paz é a segurança da alma, pois é o resultado da certeza de que se está correto no pensar, nas escolhas, na fé professada. A paz é o efeito da convicção pura e forte de que Deus está presente e se assim é não há nada mais a temer, e nenhuma razão para desesperar. 

Anuário Pontifício 2015: crescem os católicos no mundo!


Os católicos batizados no mundo passaram de 1115 mil milhões a 1254 mil milhões, entre 2005 e 2013, o que representa um aumento de 12%. Os dados estão contidos no Anuário Pontifício 2015, publicado nesta quinta-feira dia 16 de abril.

Existem, contudo, diferenças percentuais nos vários continentes. A Europa, por exemplo, com um crescimento populacional tendendo ao declínio nas próximas décadas, observou um leve aumento dos batizados em 2013, totalizando 287 milhões, 6,6 milhões a mais em relação a 2005.

Na África os católicos tiveram um incremento de 34%, passando de 153 milhões em 2005 a 206 milhões em 2013. O aumento deve-se, sobretudo, à elevação da presença dos fiéis batizados. Os católicos, que representavam 17,1% da população africana em 2005, oito anos mais tarde passaram a representar quase 19% da população no continente.

O crescimento de fiéis na América e Ásia, por sua vez, teve um incremento de 10,5 e 17,4%, respectivamente, explicável em parte pelo aumento populacional registrado neste período. Em termos relativos, de fato, os católicos americanos mantém a percentual de 63% da população, enquanto na Ásia a incidência de católicos passou de 2,9% em 2005 a 3,2% em 2013. 

Na Oceania a incidência de católicos batizados por cada cem habitantes permanece estável, não obstante em valores absolutos tenha observado um leve decréscimo.