segunda-feira, 27 de abril de 2015

Confissões de um sacerdote


Estive pensando que Deus permite que seus sacerdotes não sejam impecáveis, dentre outros motivos, como uma maneira de que, tendo eles total e plena consciência do nada que são, de suas misérias, aprendam a ser verdadeiramente misericordiosos no confessionário quando se depararem com os pecados alheios.

Talvez seja por isso, uma das causas pela qual Deus não manda os anjos atenderem as confissões, como não os manda ministrar nenhum dos Sacramentos. Primeiro Deus quer a colaboração humana na salvação da própria humanidade, aplicando-se aqui aquele pensamento agostiniano: O Deus que te criou sem ti não te salvará sem ti. Depois pelo fato de que, poderíamos especular, com exceção de Deus, qualquer um que fosse santo e imaculado se encheria de tédio ao ouvir as misérias desfiadas em um confessionário e, quem sabe até se inflamaria de santa ira diante de tão graves ofensas a Deus e a Sua Igreja. 

domingo, 26 de abril de 2015

Papa no Regina Coeli: "O bom pastor pensa nas ovelhas e doa a si mesmo".


PAPA FRANCISCO
REGINA COELI

Praça São Pedro
IV Domingo da Páscoa, 26 de Abril de 2015


Caros irmãos e irmãs, bom dia!

O IV Domingo de Páscoa - este - chamado de "Domingo do Bom Pastor", a cada ano nos convida a redescobrir, com estupor sempre novo, esta definição que Jesus deu de si mesmo, à luz da sua paixão, morte e ressurreição. "O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10,11). Essas palavras se tornaram realidade quando Cristo, obedecendo livremente a vontade do Pai, se sacrificou na cruz. Então, torna-se bastante claro o que significa Ele como "o bom pastor": deu a vida, ofereceu a sua vida como um sacrifício por todos nós: para você, para você, para você, para mim, para todos! Por isso é o bom pastor!

Cristo é o verdadeiro pastor, o maior modelo de amor pelo rebanho: Ele dispõe livremente a própria vida, ninguém a tira (cf. v 18.), Ele a dá em favor das ovelhas (v. 17). Em oposição aberta aos falsos pastores, Jesus se apresenta como o verdadeiro e único pastor do povo: o mau pastor pensa em si mesmo e usa as ovelhas; o bom pastor pensa nas ovelhas e doa a si mesmo. Ao contrário do mercenário, Cristo pastor é um guia cuidadoso que participa da vida do seu rebanho, não busca outro interesse, não tem outra ambição a não ser guiar, alimentar e proteger suas ovelhas. E tudo isso ao preço mais alto, o do sacrifício da própria vida.

Na figura de Jesus, bom pastor, contemplamos a Providência de Deus, a sua solicitude paterna por cada um de nós. Não nos deixa sozinhos! A consequência desta contemplação de Jesus Pastor verdadeiro e bom, é a exclamação de profunda admiração que encontramos na segunda leitura da liturgia de hoje: "Considerai com que amor nos amou o Pai..." (1 João 3,1). É realmente um amor surpreendente e misterioso, porque dando-nos Jesus como Pastor que dá a vida por nós, o Pai nos deu tudo aquilo que de maior e precioso poderia nos dar! É o amor mais alto e mais puro, porque não é motivado por nenhuma necessidade, não é condicionado por nenhum cálculo, não é motivado por nenhum interessado desejo de troca. Diante deste amor de Deus, nós experimentamos uma alegria imensa e nos abrimos ao reconhecimento por aquilo que recebemos gratuitamente.

Mas somente contemplar e agradecer não basta. É necessário seguir o Bom Pastor. Especialmente aqueles que têm a missão de guia na Igreja - sacerdotes, bispos, papas – são chamados a assumir, não a mentalidade do administrador, mas a de servo, à imitação de Jesus que, despojando-se de si mesmo, nos salvou com a sua misericórdia. A este estilo pastoral, de Bom Pastor, são chamados também os novos sacerdotes da Diocese de Roma, que tive a alegria de ordenar esta manhã na Basílica de São Pedro.

E dois deles se aproximarão para agradecer-lhes pelas orações e para cumprimentá-los... [dois padres recém-ordenados se aproximam do Santo Padre]

Maria conceda para mim, para os bispos e sacerdotes do mundo inteiro a graça de servir o povo santo de Deus por meio do anúncio jubiloso do Evangelho, a celebração dos sacramentos e a paciente e humilde guia pastoral.

De onde saem as regras da Igreja?

Uma pergunta que todo católico precisa saber responder

A autoridade conferida por Jesus aos seus apóstolos não morreu com eles; continua na Igreja por meio dos seus sucessores, ou seja, o colégio episcopal.

Por isso, a Igreja, com sua autoridade recebida de Cristo, transmite e defende o que recebeu do Senhor Jesus e o concretiza celebrando os sacramentos e formalizando-o na doutrina cristã.

A revelação divina (ou depósito da fé) se fundamenta em dois pilares que não podem ser separados: Escritura e Tradição. Destes dois pilares é que surge o Magistério da Igreja.

A Tradição, a Escritura e o Magistério, segundo o plano de Deus, estão intimamente unidos, de maneira de um não pode existir sem os outros dois.

Os três, cada um segundo seu caráter, e sob a ação do único Espírito Santo, contribuem eficazmente para a obra da salvação.

A Escritura e a Tradição são meios de transmissão da Revelação, constituindo o princípio material da teologia. O Magistério é a autoridade instituída por Jesus Cristo para interpretar autenticamente o transmitido, e é o nosso princípio formal de teologia.

sábado, 25 de abril de 2015

Papa fala aos formadores de consagrados: "não poupem tempo".


DISCURSO DO PAPA FRANCISCO
AOS PARTICIPANTES NO ENCONTRO
 DOS FORMADORES DA VIDA CONSAGRADA PROMOVIDO
PELA CONGREGAÇÃO PARA OS INSTITUTOS
DE VIDA CONSAGRADA E AS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
Sábado, 11 de Abril de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Disse-me [o Cardeal Prefeito] o vosso número, quantos sois, e eu respondi: «Mas, com a escassez de vocações que temos, há mais formadores do que formandos!». Isto é um problema! É preciso pedir ao Senhor e fazer o possível para que surjam vocações!

Agradeço ao Cardeal Braz de Aviz as palavras que me dirigiu em nome de todos os presentes. Agradeço também ao Secretário e aos demais colaboradores que prepararam o Congresso, o primeiro deste nível que se celebra na Igreja, precisamente no Ano dedicado à Vida Consagrada, com formadores e formadoras de muitos Institutos de tantas partes do mundo.

Desejava este encontro convosco, pelo que sois e representais como educadores e formadores, e porque por detrás de cada um de vós entrevejo os vossos e nossos jovens, protagonistas de um presente vivido com paixão, e promotores de um futuro animado pela esperança; jovens que, estimulados pelo amor de Deus, procuram na Igreja os caminhos para o assumir na própria vida. Sinto-os presentes aqui e dirijo-lhes um pensamento afetuoso.

Ao ver-vos tão numerosos não se diria que há crise vocacional! Mas na realidade há uma indubitável diminuição quantitativa, e isto torna ainda mais urgente a tarefa da formação, uma formação que plasme deveras no coração dos jovens o Coração de Jesus, para que tenhamos os seus mesmos sentimentos (cf. Fl 2, 5; Vita consecrata, 65). Estou convicto também de que não há crise vocacional onde há consagrados capazes de transmitir, com o próprio testemunho, a beleza da consagração. E o testemunho é fecundo. Se não houver testemunho, coerência, não haverá vocações. E para este testemunho estais chamados. É este o vosso ministério, a vossa missão. Não sois apenas «mestres»; sois sobretudo testemunhas do seguimento de Cristo no vosso próprio carisma. E isto só pode ser feito se todos os dias redescobrirmos com alegria que somos discípulos de Jesus. Deriva disto também a exigência de cuidar sempre da vossa formação pessoal, a partir da amizade forte com o único Mestre. Nestes dias da Ressurreição, a palavra que na oração ressoava com frequência era «Galileia», «onde tudo começou», diz Pedro no seu primeiro discurso. O que aconteceu em Jerusalém começou na Galileia. Também a nossa vida começou numa «Galileia»: cada um de nós fez a experiência da Galileia, do encontro com o Senhor, do encontro que não se esquece, mas muitas vezes acaba por ser coberto pelas coisas, pelo trabalho, por preocupações e até por pecados e pela mundanidade. Para dar testemunho é necessário fazer muitas vezes a peregrinação à própria Galileia, voltar à memória daquele encontro, àquela admiração, e recomeçar a partir dali. Mas se não se segue este caminho da memória há o perigo de permanecer lá onde nos encontramos e até o risco de não saber porque estamos ali. Esta é uma disciplina de quantos querem dar testemunho: voltar à própria Galileia, onde me encontrei com o Senhor; àquela primeira maravilha. 

Deputado norte-americano quer trocar estátua do beato Junípero Serra pela de uma astronauta lésbica no Capitólio


Um deputado americano abertamente homossexual pretende substituir a estátua do Frei Junípero Serra, missionário católico considerado o Fundador do Estado da Califórnia, pela estátua de Sally Ride, falecida astronauta e ativista gay, no Capitólio em Washington. A iniciativa se dá no contexto em que o Papa Francisco visitará a capital americana e canonizará Junípero Serra. Levantando a voz contra a proposta foi lançada uma campanha na internet pedindo salvar a estátua de Frei Serra.

O Capitólio dos Estados Unidos, onde se reúnem os deputados e senadores americanos, acolhe em seu hall de entrada 100 estátuas que recordam importantes figuras da história da nação. Entre elas a imagem do Frei Junípero Serra, missionário espanhol do século XVIII e evangelizador da atual Califórnia.

São João Paulo II beatificou Frei Junípero Serra no dia 25 de setembro de 1988. O Papa Francisco anunciou que ele será canonizado este ano, durante sua visita aos Estados Unidos.

A iniciativa de retirar a imagem do Beato é promovida pelo senador Ricardo Lara e foi aprovada pelo Senado da Califórnia, no último 13 de abril, com 22 votos a favor e 10 contra.

Entretanto, para que a proposta da mudança de imagens seja definitiva, o governador da Califórnia, Jerry Brown, e a assembleia do estado devem aprovar a votação.

Assim, cidadãos americanos lançaram a campanha “Salvemos Serra” que promove que os moradores do estado da Califórnia entrem em contato com seus legisladores para pedir-lhes que se contraponham à retirada da imagem do Beato Junípero Serra. A campanha teve também uma versão que permite que cidadãos de outros estados americanos e outros países se juntem aos californianos para impedir que a estátua do “Pai da Califórnia” seja banida do lugar onde são tomadas as decisões políticas dos EUA. 

CNBB manifesta solidariedade aos cristãos perseguidos e ao povo armênio


MENSAGEM DE SOLIDARIEDADE
AOS CRISTÃOS PERSEGUIDOS
E AO POVO ARMÊNIO
NO CENTENÁRIO DO GENOCÍDIO

  
“Se um membro sofre,
todos os membros sofrem com ele” (1Cor 12,26).


Nós, Bispos do Brasil, reunidos na 53a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, manifestamos nossa solidariedade aos irmãos e irmãs que sofrem uma perseguição cruel e violenta na Síria, Iraque, Irã, Índia, Egito, Argélia, Burundi, Líbia, Nigéria, Tunísia, Sudão, Quênia, Indonésia, Coreia do Norte e outros lugares.

Por professar a fé cristã, esses irmãos e irmãs vivem em constante ameaça de vida devido à política de extermínio, através da expulsão de suas casas e cidades, do estupro e outras violências físicas, chegando até ao martírio. A eles nos unimos na oração, na comunhão dos afetos e sofrimentos e na fidelidade a Cristo que neles continua a sua Paixão.

Esses irmãos e irmãs perseguidos não estão esquecidos. Convidamos nossas comunidades a interceder por eles e partilhar recursos, mantendo um forte elo de unidade e compaixão. “Assim como na Igreja antiga o sangue dos mártires se tornou semente de novos cristãos, também nos nossos dias o sangue de muitos cristãos se torna semente da unidade” (Papa Francisco, Discurso no encontro com o Patriarca Karekin II, 05.08.2014).

No espírito fraterno de compromisso e solidariedade, abraçamos o povo Armênio, que faz memória do centenário do genocídio de 1.500.000 filhos e filhas. Acolhemos em nossa oração os sofrimentos e dores desses irmãos e irmãs, certos da consolação e da compaixão do Deus da Vida, que defende a dignidade, a liberdade, a paz e a reconciliação entre todos os povos. 

Por ocasião do Ano da Vida Consagrada, CNBB envia mensagem a religiosos


MENSAGEM ÀS PESSOAS DE VIDA CONSAGRADA


“Enviou-os [...] a toda cidade e lugar para
onde Ele mesmo devia ir” (Lc 10,1).


Nós, Bispos do Brasil, reunidos na 53a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, manifestamos a todas as Consagradas e a todos os Consagrados o nosso apreço e a nossa comunhão, neste Ano da Vida Consagrada proclamado pelo Papa Francisco.

Expressamos a nossa gratidão à Vida Consagrada que por primeiro proclamou o Evangelho nesta Terra de Santa Cruz, na qual partilhou o dom da fé. Desde o início da Igreja em nossas terras, muitos Consagrados e Consagradas foram e são pioneiros nos mais diversos ambientes, na evangelização, na promoção humana e na vida contemplativa, doando a própria vida para testemunhar a alegria do Evangelho e o amor pelos pequenos e pobres. Inflamados pelo amor a Cristo, em atitude de desprendimento e de saída, a exemplo do Mestre que “veio para servir”, lançaram-se à missão para plantar uma Igreja servidora, em áreas difíceis, nem sempre assumidas por todos. Reconhecemos a contribuição que a Vida Consagrada continua dando à evangelização no Brasil, inserida nas periferias geográficas e existenciais às quais é levada “movida pela caridade que o Espírito Santo derrama nos seus corações” (PC, n. 1).

A alegria que “enche o coração e a vida dos que se encontram com Jesus Cristo” (EG, n. 1) continue envolvendo e transformando o coração de todos vocês. Essa alegria é sinal inequívoco da fiel vivência do carisma e da missão que lhes foi concedido como dom. Nossa palavra fraterna recorda o que nos ensinou o Concílio Vaticano II: “quanto mais fervorosamente se unirem a Cristo por uma doação que abraça a vida inteira, tanto mais rica será a sua vida para a Igreja e mais fecundo o seu apostolado” (PC, n. 1). 

Nova presidência toma posse e concede entrevista coletiva


A nova presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tomou posse na manhã desta sexta-feira, dia 24, durante a sessão de encerramento da 53ª Assembleia Geral (AG) da entidade, iniciada no dia 15, em Aparecida (SP). Também tomaram posse os doze presidentes da Comissões Episcopais.

O arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, na condição de presidente da Conferência, fez uma série de agradecimentos aos participantes, parceiros e colaboradores pela realização da 53ª AG. Também agradeceu pelos “frutos” do trabalho. “A oração, a convivência fraterna, os temas que pudemos aprofundar, sobre os quais pudemos dialogar, os documentos que aprovamos são alguns dos frutos do nosso trabalho que nos fizeram crescer na corresponsabilidade colegial pela Igreja no Brasil”, disse o cardeal.

Dom Damasceno ainda expressou a gratidão ao episcopado pela confiança do mandato iniciado em 2011, o qual os permitiu “servir com limitações, mas com grande amor, à Igreja no Brasil”, afirmou.

No final de sua fala, dom Raymundo desejou “votos de boas realizações” na condução dos trabalhos da Conferência Episcopal.