Virou uma
febre nas redes sociais os textos em formato de listas. Parece ser uma
metodologia bem didática e bastante apropriada para o rápido ambiente virtual.
Resolvi então aderir à moda e exercitar essa maneira diferente de escrever
aproveitando um tema bastante comum e que costuma gerar tantos problemas na
nossa igreja. Não sou um especialista em liturgia, mas ao longo da minha
caminhada, estudando, praticando e vendo outros grupos de música acho que
aprendi pelo menos essas coisas…
1) Vestir-se inadequadamente
Palco é
palco, altar é altar. É comum que um artista faça do seu próprio corpo uma
extensão da sua expressão; no entanto, a liturgia não é um lugar de expressar
sua individualidade a ponto de roubar a atenção do principal: o mistério que
está sendo celebrado no altar. Atualmente as equipes de música vêm ocupando
lugares no templo bastante destacados (ao contrário de quando escondiam-se nos
“coros”), muitas vezes ao lado do altar. A preparação, portanto, deve começar
quando você abre o seu armário e escolhe a sua roupa. Sobriedade e discrição
são a norma.
2) Chegar em cima da hora
Tocar e
cantar numa missa são responsabilidades muito grandes e muita coisa pode dar
errado: um cabo que resolve chiar assim que se liga, uma bateria do violão que
precisa ser trocada, uma extensão de força que não está no armário como deveria
estar (“quem foi que usou por último, hein??”). Sendo assim, os músicos devem
chegar a tempo suficiente de deixar tudo perfeitamente preparado para quando a
missa começar, para não ter que cometer o abuso de afinar o violão somente
durante a primeira leitura.
3) Cantar e tocar sem ensaio
Se com
ensaio a quantidade de erros que vemos numa celebração já é enorme quanto mais
sem ensaiar… É bom que todo grupo de música tenha um repertório básico ensaiado
para qualquer situação e que ensaie uma ou outra música específica para aquela
celebração, seja por uma solicitação do celebrante, seja por uma exigência
litúrgica.
4) Substituir os cantos do ordinário por outras
músicas quaisquer
Momentos
específicos da liturgia como o Ato Penitencial (Kyrie), Gloria, Santo (Sanctus)
e o Cordeiro (Agnus Dei) são parte integrante da celebração. Da mesma forma que
o padre não pode substituir a Oração Eucarística por uma outra oração qualquer,
se esses momentos da missa forem cantados, a letra deve respeitar as fórmulas
prescritas pela Instrução Geral do Missal Romano. Essa inclusive é uma ótima
oportunidade para estimular os compositores da paróquia a fazerem novas
melodias para esses momentos.
5) Escolher as músicas sem ler as leituras do
dia
A
liturgia não é uma audição onde você escolhe as músicas que melhor se adequam à
sua voz ou a que o guitarrista tirou o solo “igualzinho ao do CD”. As músicas
devem ser escolhidas de acordo com o que está sendo celebrado naquele dia,
levando-se em conta as leituras do dia e o tempo litúrgico. Ao preparar-se para
a liturgia, faça uma lectio divina com as passagens que serão lidas e
somente a partir daí escolha as músicas do dia.