sábado, 27 de junho de 2015

Bispos dos EUA: Como se equivocou ao aprovar aborto, Suprema Corte se equivoca ao aprovar o ‘matrimônio gay’.


O Presidente da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), Dom Joseph E. Kurtz, lamentou a falha da Suprema Corte quando pronunciou: “O matrimônio gay é um ‘direito constitucional’. Assim como há 40 anos se equivocou ao abrir as portas ao aborto no país, hoje a Corte novamente se equivocou”.

Dom Joseph assegurou: “Sem dar importância ao que uma pequena maioria da Suprema Corte possa declarar neste momento da história, a natureza da pessoa humana e o matrimônio permanecem inalterada e inalterável”.

“Assim como a sentença da Suprema Corte no caso Roe vs. Wade em 1973 não resolveu o tema do aborto há 40 anos, a decisão atual não resolve o problema do matrimônio hoje”.

“Nem a decisão da Suprema Corte sobre o aborto nem esta sobre o matrimônio estão enraizados na verdade, por isso ambos eventualmente fracassarão”, assinalou Dom Joseph.

O Presidente da USCCB sublinhou também: “É profundamente imoral e injusto que o governo declare que duas pessoas do mesmo sexo poderão constituir um matrimônio”.

“O único significado de matrimônio como a união entre um homem e uma mulher está inscrito em nossos corpos”, e indicou também que “defender isto é uma dimensão crítica da ‘ecologia integral’ que o Papa Francisco nos exortou a promover”.

“Ordenar uma redefinição do matrimônio em todo o país é um erro trágico que danifica o bem comum e o mais vulnerável entre nós, especialmente as crianças”, advertiu o Prelado.

Dom Kurtz indicou: “Jesus Cristo, com grande amor, ensinou inequivocamente que desde o princípio o matrimônio é a união perpétua entre um homem e uma mulher. Como bispos católicos, seguimos Nosso Senhor e continuaremos ensinando e atuando de acordo a esta verdade”. 

Santa Sé reconhece oficialmente o Estado da Palestina


O aguardado Acordo global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina foi assinado na manhã desta sexta-feira (26/06), no Vaticano. O reconhecimento da Santa Sé ao Estado da Palestina é o resultado do Acordo Básico, assinado entre a Santa Sé e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), datado de 15 de fevereiro de 2000, e das negociações de uma Comissão bilateral, realizadas nos últimos anos.

O Acordo Global, constituído de um Preâmbulo e de 32 artigos, divididos em 8 capítulos, refere-se aos aspectos essenciais da vida e da atividade da Igreja, no Estado da Palestina. Ao mesmo tempo, reafirma o apoio a uma solução negociada e pacífica da situação na região. O Acordo Global entre a Santa Sé e o Estado da Palestina entrará em vigor depois que ambos os Países informarem, por escrito, que os requisitos constitucionais ou internos são satisfatórios. 

A novidade, além de refletir a evolução da situação naquela região é, sobretudo, a liberdade reconhecida pela "Igreja católica, pelas pessoas jurídicas e canônicas e por todos os católicos" (art.2 §3), interpretada e regulada com base nos padrões mais reconhecidos do direito internacional na matéria.  

A inaptidão dos cristãos para deter o gayzismo


Hoje (26) a corte dos EUA aprovou o “casamento” gay. No portal G1 podem-se ler os comentários dos cristãos e é de dar vergonha alheia. Nenhum comentário até a publicação desse artigo se dava ao trabalho de dizer o obvio e de enxergar o mundo além da revelação.

Antes de qualquer coisa, caro leitor, eu creio firmemente na revelação de Nosso Senhor através da Sagrada Escritura e da Sagrada Tradição, mas daí eu usar desse instrumento de crença para tentar explicar a uma sociedade laicista e atéia o que é o casamento, é pedir para perder de locaute. Por que usar o deposito da fé quando se pode explicar o que é evidente? Quando alguém apresenta um problema teológico, muito bem, use-se a bíblia, mas quando se fala com um pagão se fala com a razão já ensinava São Tomás de Aquino.

Devido à incapacidade generalizada de entender o obvio, vou dar-me o trabalho de explicar o que é o casamento.

O casamento não é uma concessão do Estado, é uma instituição natural que o Estado reconheceu e incorporou à sua estrutura!

O que faz dessa seguramente uma instituição natural? Antes de tudo, o caráter universal dela. Quem prova isso é a série histórica que universalmente reconheceu o casamento como uma instituição entre homem e mulher. Os gayzistas (movimento político que usa os gays como massa de manobra) conhece o fato da série histórica da civilização está contra eles, então recorrem a falácia de que isso ocorreu devido a crença religiosa. Ora, num mundo plurirreligioso, poderíamos falar de uma conspiração orquestrada contra os direitos dos gays? É evidente que tem uma definição universalmente aceita do que consiste uma família e esta, por sua vez, não tem na base as palavras de um deus ou profeta mas é, como posso dizer, evidente.

A base essencial para o reconhecimento de uma família: 

A falsidade do "casamento" gay


Nesta polêmica sobre as uniões homossexuais, é recorrente a acusação de que aqueles que se posicionam contrários a essas propostas sejam motivados por preconceito ou fundamentalismo religioso. Acusação nada mais falaciosa, pois a verdade fundamental de que o matrimônio seja algo genuinamente formado por um homem e uma mulher não é, nem nunca foi, de ordem religiosa, mas natural. Por isso não é justa a argumentação laicista que pretende excluir os católicos dessa discussão, pois ela fere diretamente o ordenamento jurídico da sociedade e sua moral.

Quando a Igreja se posiciona nestes temas relacionados à moralidade - leia-se aborto, uso de células-tronco embrionárias, camisinha, etc. - ela não o faz por dogmatismos, mas por fidelidade à racionalidade. Assim recordava o Santo Padre Bento XVI no seu discurso ao Parlamento Alemão: "o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito".

A equiparação das relações homossexuais ao matrimônio nasce justamente de uma frágil compreensão a respeito da pessoa humana. Entende-se "pessoa" como apenas o aspecto consciente e volitivo do eu. Neste sentido, o corpo seria um mero instrumento e não parte constitutiva da pessoa humana. Com efeito, quando se aceita essa proposição dualista do ser humano, abre-se espaço para qualquer tipo de relação, pois a unidade pessoal não seria mais através dos corpos, ao contrário, as pessoas se uniriam emocionalmente. Ora, salta aos olhos o absurdo desse raciocínio.

Contra essas proposições, o professor de jurisprudência da Universidade de Princeton, Robert P. George, recorda o direito matrimonial histórico e aquilo que Isaiah Berlin (1909-1997) chamou de tradição central do pensamento ocidental. Segundo o professor, "longe de ser um mero instrumento da pessoa, o corpo é intrinsecamente parte da realidade pessoal do ser humano". Dessa maneira, George conclui que "a união corporal é, pois, união pessoal, e a união pessoal integral - a união conjugal - está fundada na união corporal". 

Resposta dos Cardeais a Walter Kasper sobre a Família


Robert Dodaro, OSA (ed.), 
Remaining in the Truth of Christ, Ignatius Press, 
San Francisco, 2014, 275p.

Tradução do primeiro capítulo
(texto provisório)


Resumo da argumentação

Robert Dodaro, OSA

Os ensaios deste volume representam a resposta de cinco Cardeais da Igreja Católica Romana e quatro outros especialistas ao livro Evangelho da Família, publicado anteriormente este ano pelo Cardeal Walter Kasper. O livro de Kasper contém o discurso feito por ele, durante o consistório extraordinário de cardeais celebrado nos dias 20-21 de fevereiro de 2014. Um tema importante daquele encontro foi a preparação das duas sessões do Sínodo dos Bispos, convocadas pelo Papa Francisco para 2014 e 2015, com o tema “Desafios Pastorais para a Família no Contexto da Evangelização”. Quase no final de sua colocação o Cardeal Kasper propôs uma mudança no ensinamento e na disciplina sacramental da Igreja, que permitisse, em casos limitados, que católicos divorciados e recasados civilmente fossem admitidos à comunhão eucarística, depois de um período de penitência. Ao defender esta proposta, o cardeal usou como argumento a prática primitiva dos cristãos assim como a longa tradição ortodoxa oriental de aplicar a misericórdia às pessoas divorciadas, dentro de uma fórmula na qual as segundas núpcias seriam “toleradas” – uma praxe geralmente chamada pelos ortodoxos de oikonomia. Kasper espera que seu livro venha a fornecer  “uma base teológica para uma ulterior discussão entre os cardeais”, e que a Igreja Católica encontre um caminho de harmonizar “fidelidade e misericórdia em sua prática pastoral”.

A finalidade da presente obra é responder ao convite, feito pelo Cardeal Kasper, de uma ulterior discussão. Os ensaios publicados neste volume refutam a sua proposta específica de uma forma católica de oikonomia,para alguns casos de pessoas divorciadas e civilmente recasadas, tendo como fundamento o fato de que tal proposta não pode ser harmonizada com a doutrina católica da indissolubilidade do matrimônio e que, com isto, ela fortalece uma concepção equivocada seja de fidelidade, seja de misericórdia.

Depois deste capítulo introdutório, o volume examina os principais textos bíblicos a respeito do divórcio e do segundo casamento. O capítulo seguinte trata do ensinamento e da praxe que predominavam na Igreja primitiva.  Em nenhum dos dois âmbitos, seja bíblico, seja patrístico, os autores encontraram fundamento para o tipo de “tolerância” de casamentos civis após divórcio como advogado por Kasper.  Em seguida, o capítulo quarto examina o fundamento histórico e teológico da praxe ortodoxa oriental da oikonomia, enquanto o quinto capítulo traça o plurissecular desenvolvimento da atual doutrina católico romana a respeito do divórcio e do segundo casamento. A urgência destes capítulos se torna clara com a afirmação do Cardeal Kasper de que com relação à  doutrina da indissolubilidade do matrimônio, “a tradição em nosso caso não é de forma alguma convergente, com se costuma afirmar”, e que “há questões históricas e opiniões discordantes de sérios especialistas, que não podem ser facilmente desconsideradas”. Dada a gravidade da questão doutrinal envolvida, estas suposições históricas exigem uma resposta acadêmica.

À luz dos dados bíblicos e históricos desta primeira parte deste volume, os autores dos quatro capítulos restantes reafirmam o arrazoado teológico e canônico a favor de se manter a coerência entre a doutrina e a disciplina sacramental católicas a respeito do matrimônio e da sagrada comunhão. Assim, os estudos contidos neste livro levam à conclusão que a longa fidelidade da Igreja à verdade do matrimônio constitui o fundamento irrevogável de sua misericordiosa e amorosa resposta ao indivíduo que seja divorciado e civilmente recasado. Sendo assim, este livro contesta a premissa de que a doutrina tradicional e a prática pastoral contemporânea se encontram em contradição.

A finalidade deste primeiro capítulo é resumir e salientar os principais argumentos contra a proposta de Kasper, tais como são apresentados neste livro. 

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nossa boa Mãe


Podemos afirmar que o tema principal deste ícone é o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é representada através de um quadro. Você sabe que ele não é um simples quadro. E um ícone (= imagem). E uma pintura do gênero sacro, portátil, feita de madeira, segundo uma técnica praticada, desde séculos, no Oriente. Um ícone não é uma simples representação dos santos, mas uma representação que torna presente, de modo espiritual, as personagens representadas.

Rezando diante do ícone, somos levados a contemplar o mistério da Encarnação narrado em Cl 1,15: "Cristo é a imagem do Deus invisível". Assim, podemos aprofundar nosso conhecimento da realidade do mistério de Cristo, de Nossa Senhora e dos Anjos e entrar em contato espiritual com eles.

O ícone do Perpétuo Socorro apresenta "Maria com o Menino ladeado pêlos Anjos, com os instrumentos da Paixão, enquanto as mãos do Menino se agarram à mão da Mãe e do seu pé escapa a sandália, deixando ver a planta do çé.As letras gregas que aparecem no ícone indicam os nomes das quatro figuras Jesus Cristo, a Mãe de Deus, o Arcanjo Gabriel (a direita) e o Arcanjo Miguel (a esquerda)". Estes elementos revelam a realidade do sofrimento e da paixão de Cristo. O fundo dourado do quadro é uma representação da Ressurreição. É a vitória de Cristo sobre o sofrimento e a morte. Podemos afirmar que o tema principal deste ícone é o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.

Acredito que você já está se perguntando: e a Virgem Maria? E o título de Perpétuo Socorro? Qual a razão deste nome? Vamos então ao : ponto central do quadro: ele está no encontro da mão de Maria com as i mãos do Menino. "A mão direita da Mãe acolhe o Filho, sublinhando assim a humanidade de Cristo". A mão da Virgem indica ao mesmo tempo o próprio Filho de Deus. Maria é aquela que nos guia a Jesus Cristo, que é "Caminho, Verdade e Vida". Ela é nosso Socorro porque intercede por nós diante de seu Filho, que deu a sua vida em sacrifício por nós sobre a Cruz no Calvário. Maria é a mulher acolhedora, a boa Mãe. 

O que este padre viu em Medjugorje


Está correndo informações que o Vaticano irá se pronunciar de forma negativa sobre os alegados acontecimentos sobrenaturais em Medjugorje.

É claro que antes de fazer qualquer comentário completo que vai querer ler o que a CDF (Congregação para a Doutrina da Fé) tem a dizer, mas nesta ocasião eu pensei que poderia ser interessante se as pessoas verem minha história em Medjugorje:

Eu era um sacerdote anglicano que vivia na Inglaterra, em 1985, quando fui convidado por um grupo de anglicanos e católicos para visitar Medjugorje. Eu não queria ir. Sendo um ex-fundamentalista evangélico eu não estava muito interessado em aparições da Santíssima Virgem. E embora resistisse várias vezes, após várias tentativas acabei aceitando.

Então lá fui eu e este foi um dia de Medjugorje. Tudo o que posso fazer é relatar minhas memórias dessa visita: As pessoas estavam em todos os lugares fazendo confissões. Massa foi ao pararmos na igreja de St. James na praça da Vila. Multidões faziam fila para ver os visionários que ainda viviam lá desde adolescentes e ainda recebendo aparições diárias. Os franciscanos pregam poderosamente. Havia muito louvor e adoração, música forte carismática e fervorosa pregação.

Se minha memória não me falha, às seis horas da tarde os visionários iriam para o quarto do lado fora do santuário da igreja onde as visões ocorrem. A cidade inteira começaria a rezar o rosário. Todos os visitantes rezam também. Às 6:20 as visões iriam começar. Por volta de 6:40 eles iriam parar e as pessoas rezavam o último conjunto de mistérios.

Em nosso segundo dia lá eu me sentei na varanda da nossa pousada com uma grande mulher chamada Eleanor. Quando começamos o rosário eu olhei para cima e o sol era uma chama de luz no céu. Eu olhei para baixo para o carro estacionado abaixo e o sol se refletiu no capô do carro como uma chama de luz. Eleanor e eu rezamos o terço juntos. Eu tinha os olhos fechados.

Às 6:20 Eleanor me deu uma cotovelada nas costelas e apontou. O sol estava agora um disco de luz branca no céu como um anfitrião eucarístico. Então, quando o vi começou a girar, primeiro no sentido horário, em seguida, sentido anti-horário. Faíscas cuspiam para fora da borda do sol como um fogo de artifício. Eu olhei para baixo e o sol era um disco giratório branco sobre o capô do carro.

Eu não acho que isso teria acontecido se fosse apenas meus olhos pregando peças em mim. Além disso, Eleanor também viu. É por isso que ela me deu uma cotovelada nas costelas. Não estou certo quanto tempo isso durou, mas quando falamos sobre isso para nossos companheiros peregrinos disseram muitas pessoas na praça da cidade havia relatado o mesmo fenômeno.

Algumas outras coisas estranhas: os dias que passamos lá foram de comunhão incrível. Nós parecíamos estar em um plano superior de consciência. Nós parecíamos amar uns aos outros e nós rimos alegremente quase constantemente. Pense em estar em férias com realmente boa família e os amigos e estar o tempo todo sobre o amor e a alegria que você estava compartilhando. Nós também conhecemos os peregrinos de todo o mundo e estabeleceu uma família instantânea como o rapport, e oh sim, o novo rosário eu comprei lá era de uma cor de estanho, mas quando cheguei em casa ainda em sua embalagem, tinha virado uma cor dourada.

Então agora o que eu faço de tudo isso?

Teologia das Palavras da Instituição


“(…) Depois de todas essas reflexões sobre o quadro histórico e sobre a credibilidade histórica das palavras da instituição de Jesus, é tempo de fixar a atenção na mensagem que elas contêm. Antes de mais nada, convém recordar de novo que, nas quatro narrações sobre a Eucaristia, encontramos dois topos de tradição com diferenças características, que aqui não temos de examinar nos detalhes; todavia, devem-se mencionar brevemente as diferenças mais importantes.

Enquanto em Marcos (14,22) e Mateus (26,26) a frase sobre o pão declara apenas: “Isto é o meu Corpo”, em Paulo lê-se: “Isto é o meu Corpo, que é para vós” (1 Cor 11,24), e Lucas completa, segundo o sentido, escrevendo: “Isto é o meu Corpo que é dado por vós” (22,1(). Em Lucas e Paulo, logo a seguir a isso, aparece a ordem da repetição: “Fazei isto em Minha memória”, que falta em Mateus e Marcos. A frase sobre o cálice, segundo Marcos, soa assim: “Isto é o meu Sangue, o ‘Sangue da Aliança’, que é derramado em favor de muitos” (14,24); Mateus acrescente ainda: “… por muitos, para a remissão dos pecados” (26,28). Segundo São Paulo, diversamente, Jesus disse: “Este cálice é a Nova Aliança em meu Sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de Mim” (1 Cor, 11,25). Lucas formula de maneira semelhante, mas com pequenas diferenças: “Este cálice é a nova Aliança em meu Sangue, que é derramado em favor de vós” (22,20). Falta a segunda ordem de repetição.

São importantes, porém, duas diferenças claras entre Paulo/Lucas, por um lado e Marcos/Mateus, por outro: em Marcos e Mateus, “sangue” é o sujeito: “Isto é o meu Sangue”, enquanto Paulo e Lucas dizem: Esta é a “Nova Aliança no meu Sangue”. Muitos veem aqui uma deferência para com os judeus, sabendo que da sua repulsa quanto à sua ingestão de sangue: como conteúdo direto da bebida, não se indica “o sangue”, mas “a Nova Aliança”, aludindo com isso a Êxodo 24,8, ou seja, à estipulação da Aliança no Sinai, Paulo e Lucas falam da Nova Aliança, referindo-se agora a Jeremias 31,31. Por conseguinte, há em cada caso um cenário veterotestamentário diferente. Além disso, Marcos e Mateus falam do derramamento do sangue “por muitos”, aludindo desse modo a Isaías 53,12, enquanto Paulo e Lucas dizem “em favor de vós”, levando assim a pensar imediatamente na comunidade dos discípulos.

Compreensivelmente existe, na exegese, uma ampla discussão sobre quais possam ser, por conseguinte, as palavras originais de Jesus. Rudolf Pesch mostrou que aparecem, num primeiro tempo, 46 possibilidades, que podem ainda duplicar, caso se cruzem entre si as diversas introduções (cf. Das Evangelium in Jerusalem,PP. 134ss). Tais esforços têm sua importância, mas não podem entrar nos objetivos deste livro.