quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O desafio do Islã hoje


Para entender melhor o que significa a festa do Ramadã e toda a situação de guerra no Oriente Médio, no contexto muçulmano e dos cristãos orientais, entrevistamos o Pe. Samir Khalil Samir, SJ, pró-reitor e interim do Pontifício Instituto Oriental, que explicou aos leitores de ZENIT o que publicamos abaixo.

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ZENIT: O que é o Ramadã?

- Padre Samir: o Ramadã é um mês de jejum e oração que os muçulmanos fazem todos os anos, durante um mês lunar como nos antigos calendários. Jejua-se desde o amanhecer, pelas 5hs da manhã, até o anoitecer.

ZENIT: É como o jejum quaresmal?

- Padre Samir: Exatamente como os cristãos orientais fazem o jejum hoje, não só os monges, mas também as famílias. No Egito, na Igreja Copta, os cristãos não colocam nada na boca, nem de comer nem de beber, a partir da meia-noite até as duas da tarde, e os monges até o anoitecer. E depois fazem um jantar muito leve, e nada de carne, nem manteiga ou queijo, nada produzido com animais. Para os cristãos a quaresma são uns 47 dias, porque o domingo não conta como jejum.

ZENIT: Então, existe um significado muito semelhante?

- Padre Samir: Sim, é muito parecido, uma penitência que é feita para purificar-se, e normalmente a tradição espiritual muçulmana convida os fieis a utilizar a noite para meditar o Corão. Na verdade poucas pessoas do povo o fazem, só alguns ímãs sufis, que correspondem aos místicos.

Para os muçulmanos e os cristãos, mas também para os judeus e outras religiões, é um tempo para estar cada vez mais perto dos pobres e dos sofredores. A diferença com o jejum cristão é que no Ramadã come-se mais do que em qualquer outro período do ano, e é um período festivo. Em certo sentido, pode-se dizer que de tarde se recupera o que não se pode comer durante o dia, também quando vai dormir ou meia noite ou às duas da manhã. Este é o costume normal dos muçulmanos nos países árabes que conheço.

ZENIT: Os Muçulmanos veem a religião como uma mensagem de paz?

- Padre Samir: No Alcorão existem fragmentos que falam de paz e outros que falam de guerra, contra os inimigos da fé. Contra os incrédulos, o Alcorão diz: sejam rápidos e matem-nos onde os encontrarem” "(Alcorão 4, 89) e"sejam rápidos e matem-nos no local onde os encontrem” (Alcorão 4, 91).

Segundo a tradição, na segunda parte de sua vida, entre 622 e 632, data de sua morte, Maomé fez uns sessenta ataques contra as caravanas, de saques (a palavra vem do árabe Ghazwa) por várias razões. O Alcorão também diz aos muçulmanos: "Vocês têm no Mensageiro de deus um modelo perfeito (Uswatun hasanatun)" (33,21).

A razão para essa violência é variada: de um lado pode ser a de garantir a sobrevivência, ou roubar, ou para comprar escravos e escravas, etc. Em uma palavra: pela pilhagem. Portanto, foi ‘revelado’ a Maomé o capítulo 8, chamado de "A pilhagem” (al-Anfal), pelo qual Deus revela ao Seu mensageiro que tem direito ao quinto de todo o espólio na primeira eleição! (Alcorão 8, 41). Os ataques podem ser destinados à conversão das tribos árabes que não acreditaram no único Deus.

Temos duas biografias muçulmanas de Maomé escritas por volta do 750: uma se intitula a biografia do Profeta (al-Sīrah al-Nabawiyyah) de Ibn Ishaq, e a outra O Livro dos saques (Kitab al-Maghazi) de al-Waqidi, onde descreve uns sessenta. Não é possível dizer que o Islã não conheça a guerra e não convide para a guerra. Mas não é possível dizer que o Islã seja somente guerra. Existe um e outro, de acordo com o momento da vida de Maomé.

E este é um dos grandes problemas dos nossos irmãos muçulmanos. Porque é fácil para alguns dizer que o Islã é uma religião de guerra, para converter todos para a única e verdadeira religião dentre as três reveladas (judaísmo, cristianismo e islamismo) e fazer a guerra em nome disso. Infelizmente vemos com o ISIS, com o Boko Haram, com o Al-Qaeda, e com muitos outros. 

Transfiguração do Senhor: a fortaleza dos apóstolos e de todos os fiéis até o fim do mundo.


Verdadeiro Homem

Um dos principais mistérios de nossa Fé é a encarnação do Verbo. Com efeito, quem poderia excogitar a possibilidade de uma das Pessoas da Santíssima Trindade unir sua natureza divina à humana, e - sem deixar de ser verdadeiro Deus - se tornar também verdadeiro Homem? Nunca, pelo simples raciocínio, nenhum homem - e nem mesmo algum Anjo - conceberia tal conúbio entre Criador e criatura. Para conhecermos esse belo e atraente mistério, era necessário que o próprio Deus no-lo revelasse.

O Redentor foi radical em assumir a humana condição, dentro da frágil contingência desta (excluído o pecado, como também qualquer defeito). Por exemplo, ao escolher as mais modestas circunstâncias para nascer: a total pobreza, uma gruta, o auge do inverno, tendo por berço apenas uma manjedoura.

São inúmeros os episódios do Evangelho nos quais transparece a natureza humana de Jesus: o ter de fugir para o Egito, levado por Maria e José, a fim de poupar-se da espada de Herodes; o trabalhar como humilde carpinteiro, até os 30 anos de idade, evitando chamar a atenção do povo; o fazer penitência durante 40 dias no deserto, suportando as agruras de um terrível jejum; o verter sangue no Jardim das Oliveiras, em meio ao temor e à angústia ante a Paixão; o externar fraqueza física durante sua flagelação e enquanto carregava a cruz ao alto do Calvário. Por fim, a sua morte, como a de qualquer ser humano, e no pior dos suplícios.

Como diz São Paulo: "Sendo Ele de condição divina, não reteve avidamente sua condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens" (Fl 2, 5-7).

Sem uma especial assistência da graça, seria inevitável para qualquer um, ao ouvir a narração desses fatos, concluir que Jesus não passava de uma mera criatura humana.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Decreto Episcopal sobre a distribuição da Sagrada Comunhão, o abraço da paz e a atuação dos Ministros Extraordinários da Comunhão.


DIOCESE DE BARRETOS

DECRETO EPISCOPAL SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DA 
SAGRADA COMUNHÃO SOB DUAS ESPÉCIES,
O ABRAÇO DA PAZ E A ATUAÇÃO DOS MINISTROS EXTRAORDINÁRIOS
DA SAGRADA COMUNHÃO NAS CELEBRAÇÕES EUCARÍSTICAS

Desde o início do meu ministério episcopal em nossa Diocese de Barretos, observando como são distribuídas as sagradas espécies do Corpo e do Sangue do Senhor, o Rito do Abraço da Paz e a participação dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão no Rito da Comunhão, creio ser importante chamar a atenção dos irmãos padres, dos ministros e fiéis para o que a Igreja determina em relação a estas matérias.

No uso das minhas faculdades, na qualidade de moderador da Sagrada Liturgia na diocese e “Pontífice responsável pelo culto divino da Igreja particular” (Diretório para o Ministério Episcopal dos Bispos, n. 145), considerando a importância desta matéria, determino que, a partir da presente data sejam observadas em todas as paróquias, nas respectivas Igrejas Matriz e Capelas (Comunidades), Casas Religiosas e Casas de Formação, as seguintes orientações:

1)    SOBRE A SAGRADA COMUNHÃO SOB DUAS ESPÉCIES

De acordo com o que determina a Instrução REDEMPTIONIS SACRAMENTUM sobre alguns aspectos que se deve observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia , no que tange à comunhão sob as duas espécies (cf. nn. 100-107), sublinho que:

a) Não seja permitido ao comungante molhar por si mesmo a hóstia no cálice, nem que receba na mão a hóstia molhada; ou seja, para a distribuição da comunhão eucarística é somente permitida a comunhão na boca (cf. n.104);

Papa: "Os casais de segunda união não estão excomungados; eles são membros da Igreja".


CATEQUESE
Sala Paulo VI – Vaticano
Quarta-feira, 5 de agosto de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com esta catequese retomamos a nossa reflexão sobre família. Depois de ter falado, da última vez, das famílias feridas por causa da incompreensão dos cônjuges, hoje gostaria de parar a nossa atenção sobre outra realidade: como cuidar daqueles que, após o fracasso irreversível do seu laço matrimonial, assumiram uma nova união.

A Igreja sabe bem que tal situação contradiz o sacramento cristão. Todavia, o seu olhar de mestre parte sempre de um coração de mãe; um coração que, animado pelo Espírito Santo, busca sempre o bem e a salvação das pessoas. Eis porque sente o dever, “por amor da verdade”, de “bem discernir as situações”. Assim se expressava São João Paulo II, na Exortação Apostólica Familiaris consortio (n.84), levando como exemplo a diferença entre quem sofreu a separação e quem a provocou. É preciso fazer esse discernimento.

Se depois olhamos também para estes novos laços com os olhos dos filhos pequenos – e os pequenos olham – com os olhos das crianças, vemos ainda mais a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real para com as pessoas que vivem tais situações. Por isso, é importante que o estilo da comunidade, a sua linguagem, as suas atitudes, estejam sempre atentas às pessoas, a partir dos pequenos. Eles são aqueles que sofrem mais, nestas situações. De resto, como podemos recomendar a estes pais que façam de tudo para educar os filhos à vida cristã, dando a eles o exemplo de uma fé convicta e praticada, se os mantemos à distância da vida da comunidade, como se fossem excomungados? Deve-se certificar de não atribuir outros pesos àqueles que os filhos, nestas situações, já estão tendo que carregar! Infelizmente, o número destas crianças é realmente grande. É importante que elas sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro. 

A Igreja no Japão recorda os 70 anos de Hiroshima e Nagasaki


Amanhã, 06 de agosto de 2015, ocorre o 70º aniversário do desastre de Hiroshima, no Japão. Pela primeira vez na história foi lançada uma bomba atômica e as consequências foram terríveis: 80 mil mortos e quase 40 mil feridos, mais de 13 mil desaparecidos e, nos anos seguintes, inúmeras vítimas por causa da radiação. No total, cerca de 250 mil mortos. Somadas a estas estão as vítimas de outra bomba que os Estados Unidos lançaram sobre o Japão, em 9 de agosto de 1945, em Nagasaki, três dias depois de Hiroshima: 70 mil vítimas até o final do ano e mais de 70 mil nos anos seguintes.

Para recordar, Dom Tarcísio Isao Kikuchi, bispo de Niigata e presidente da Caritas Ásia, emitiu uma mensagem ressaltando que o Japão pode contribuir para a paz "não com novas armas, mas com suas atividades de nobre e longa história no crescimento mundial, especialmente nos chamados países em desenvolvimento". "Eu acredito - escreveu o arcebispo, citado pela agência AsiaNews - que esta contribuição para o desenvolvimento, que leva ao pleno respeito e realização da dignidade humana, seria muito apreciada e respeitada pela comunidade internacional".

Iraque: há um ano, o ataque do Estado Islâmico tomava Mossul


"Apelo aos cristãos de todo o mundo para se unirem a nós neste primeiro aniversário da conquista das aldeias cristãs da planície de Nínive por parte do EI, em 7 de agosto de 2014, menos de um mês após a de Mossul", escreveu o patriarca da Babilônia dos Caldeus, Louis Raphaël I Sako, na oração que voltará ao papa e aos bispos de todo o mundo para lembrar a difícil situação dos cristãos locais, expulsos da província iraquiana de noite, entre 6 e 7 de agosto, quando a milícia do Estado Islâmico os obrigou a fugir da região autônoma do Curdistão iraquiano, onde muitos ainda vivem em situações trágicas.

No texto, mencionado pelo Osservatore Romano e pelo site BaghdadHope, Sako sublinha que Jesus nos ensinou "a rezar ao Pai" e assegurou "que tudo o que pedirmos, conseguiremos". E continua: “Nós nos confiamos a ti e te pedimos a força de ser firmes durante esta violenta tempestade para ter a paz e a segurança antes que seja tarde demais. Esta é a nossa oração e, embora pareça difícil, confiamos que podes dar-nos o necessário para a nossa sobrevivência e para o nosso futuro".

"Ajuda-nos, Pai, a trabalhar em conjunto, a ser livres, responsáveis e amorosos e a cumprir a tua vontade com alegria, atenção e coragem. Em Caná, a Mãe de Jesus foi a primeira a notar que faltava o vinho; com a sua intercessão, pedimos, ó Pai, que mudes a nossa situação da morte para a vida, assim como o teu Filho transformou a água em vinho". 

Discurso do Papa no encontro com acólitos e coroinhas


DISCURSO
Encontro do Santo Padre com os participantes da
peregrinação internacional de acólitos e coroinhas a Roma
Terça-feira, 4 de agosto de 2015


Queridos Acólitos, Bom dia.

Agradeço a vossa presença numerosa que desafiou o sol romano de agosto. Agradeço o Bispo Dom Nemet, vosso Presidente, pelas palavras com que introduziu este encontro. Saístes de vários Países para fazer a vossa peregrinação a Roma, lugar do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo. É significativo ver que a proximidade e familiaridade com Jesus Eucaristia no serviço do altar, torna-se também uma oportunidade para abrir-se aos outros, para caminhar juntos, de escolher metas de compromisso e encontrar as forças para alcançá-las. É fonte de verdadeira alegria reconhecer-se pequeno e fraco, mas sabendo que, com a ajuda de Jesus, podemos ser revestidos de força e realizar uma grande viagem na vida com Ele.

O profeta Isaías também descobre esta verdade, ou seja, que Deus purifica as suas intenções, perdoa os seus pecados, cura o seu coração e torna-o idôneo para realizar uma tarefa importante: levar a palavra de Deus ao povo, tornando-se instrumento da presença e da misericórdia divina. Isaías descobre que, ao colocar-se confiadamente nas mãos do Senhor, toda a sua existência se transforma.

A passagem bíblica que escutamos fala-nos justamente sobre isso. Isaías tem uma visão, que lhe faz perceber a majestade do Senhor, mas, ao mesmo tempo, mostra-lhe como Deus, embora se revele, permanece distante.

Isaías descobre, com assombro, que é Deus quem dá o primeiro passo, que se aproxima em primeiro lugar; Isaías percebe que a ação divina não é impedida pelas suas imperfeições pessoais, mas que somente a benevolência divina é capaz de torná-lo idôneo para a missão, transformando-o numa pessoa totalmente nova e, portanto, capaz de responder ao chamado de Deus e dizer: “Aqui estou, envia-me” (Is 6,8). 

Dia Internacional de Oração pelos Cristãos Perseguidos no Oriente Médio - 6 de Agosto.


Eu tenho uma pergunta para fazer a vocês – mas não respondam em voz alta, apenas em seus corações. Quem de vocês reza pelos cristãos que estão sendo perseguidos? Quantos rezam? Cada um responda em seu coração. Eu rezo por meu irmão, por minha irmã que está em dificuldade porque ele confessa e defende a sua fé? É muito importante olhar para além de nossas próprias fronteiras, para sentir que nós somos uma só igreja, uma só família em Deus! - Papa Francisco.

A cada cinco minutos um cristão é assassinado simplesmente por professar a sua fé. E o Oriente Médio é a região onde a perseguição hoje é mais cruel. A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), através de seus benfeitores, está fazendo tudo ao seu alcance para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos, construindo casas, escolas, provendo alimento, medicamento, sustentando os heroicos missionários que diariamente doam suas vidas para salvar outras tantas e tudo mais que se faz necessário para ajudá-los a alcançar algo que é mais próximo de uma vida normal, para dar-lhes esperança e força para suportar todas as dificuldades.

No entanto, no dia 6 de agosto, quando se completa um ano da fuga de milhares de cristãos do norte do Iraque, a AIS pede o mais importante: a oração. Com o apoio da CNBB, a Ajuda à Igreja que Sofre convida você e sua comunidade a celebrar a Santa Missa nas intenções dos cristãos perseguidos no Oriente Médio. Se não for possível a Missa, um terço ou mesmo nas orações pessoais que cada um possa fazer. O mais importante é que todos estejam unidos em oração.

Em São Paulo, na Catedral da Sé, haverá uma celebração às 16h30m presidida pelo Cardeal Arcebispo Dom Odilo Pedro Scherer

A perseguição não está acontecendo aqui, mas está acontecendo agora! Para rezar também é preciso conhecer. Nesta página você tem acesso às informações sobre o que acontece no Oriente Médio e os testemunhos de sofrimento e martírio vividos pelo “povo da cruz”, como são chamados os cristãos pelos seus perseguidores.