terça-feira, 1 de setembro de 2015

Cardeal assegura: Sínodo não vai mudar nada na Doutrina da Igreja sobre o matrimônio


“Não pensemos que o Sínodo vai inventar nada novo, a doutrina é a de sempre”, disse o Cardeal Juan Luis Cipriani, Arcebispo de Lima e Primaz do Peru, a respeito do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Família, a ser celebrado entre os dias 4 e 25 de outubro deste ano no Vaticano.

Em declarações ao Grupo ACI, durante o X Congresso Nacional Eucarístico e Mariano, realizado em Piura (Peru) durante o mês de agosto, o Cardeal Cipriani assinalou: “o que se espera do Sínodo é que confirme toda a doutrina que a Igreja sempre mostrou em uma continuidade de seus ensinamentos, isso não mudará nada”.

O Arcebispo de Lima explicou que “desde o ponto de vista pastoral, provavelmente ante tanto divórcio e tanto problema matrimonial e ruptura familiar, tenhamos que dirigir um maior esforço para preparar melhor os noivos, a fim de atender melhor os casos de pessoas em dificuldades, mas em qualquer caso servirá para reforçar a família como uma grande proposta do próprio Deus”.

“Acho que a família será recuperada, mas teremos que pôr mais atenção e ajudar a tanta gente que está divorciada, vive separada, não para que a doutrina seja modificada, mas para que ponhamos mais esforço em ajudá-los”, indicou o Arcebispo de Lima.

Lombardi: ‘Perdoar o aborto não significa minimizá-lo’


A prerrogativa que concedeu o papa Francisco, durante o Ano Jubilar da Misericórdia, para que os sacerdotes possam perdoar o pecado do aborto não significa minimizar este crime, mas dar a entender, àqueles que o cometeram, a gravidade do mesmo.

Foi o que disse nesta terça-feira o Pe. Federico Lombardi, em algumas declarações realizadas na Sala de Imprensa do Vaticano, apontando que no texto o Papa é claro, pois indica aos sacerdotes que “devem preparar-se para esta grande tarefa” sabendo conjugar “palavras de genuína acolhida com uma reflexão que ajude a compreender o pecado cometido”.

Além do mais, os sacerdotes, continuou o porta-voz, deverão “indicar um caminho de conversão verdadeira para chegar a acolher o autêntico e generoso perdão do Pai que tudo renova com a sua presença”.

E precisou que, normalmente, o perdão do pecado para aqueles que cometeram ou participaram de alguma forma em um aborto, pode ser dispensado apenas pelo bispo local ou pelo sacerdote por ele indicado.

Para comemorar este evento, o Papa "decidiu conceder a todos os sacerdotes, neste Ano Jubilar, não obstante qualquer questão contrária, a faculdade de absolver do pecado do aborto aqueles que o praticaram e arrependidos de coração pedem, por isso, perdão”.

Lombardi observou ainda que o Santo Padre indica em sua carta enviada a Mons. Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, que “um dos graves problemas do nosso tempo é, certamente, a mudança da relação com a vida. Uma mentalidade muito generalizada que causou uma perda da devida sensibilidade pessoal e social para a aceitação de uma nova vida. Alguns vivem o drama do aborto com uma consciência superficial, quase sem perceber o dano gravíssimo que envolve um ato desse tipo".

Por isso insistiu o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o perdão tem de abrir as portas para a conversão daqueles que cometeram esse pecado.

O Papa explica o Jubileu da Misericórdia e o perdão do aborto


CARTA DO SANTO PADRE A MONS. FISICHELLA,
ESCLARECENDO A INDULGÊNCIA, A ABSOLVIÇÃO DE PECADOS GRAVES
 E A POSSIBILIDADE DOS MEMBROS DA COMUNIDADE SÃO PIO X
DE CONFESSAR-SE VÁLIDA E LICITAMENTE


Ao Venerado Irmão
D. Rino Fisichella
Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização

A proximidade do Jubileu Extraordinário da Misericórdia permite-me focar alguns pontos sobre os quais considero importante intervir para consentir que a celebração do Ano Santo seja para todos os crentes um verdadeiro momento de encontro com a misericórdia de Deus. Com efeito,  desejo que o Jubileu seja uma experiência viva da proximidade do Pai, como se quiséssemos sentir pessoalmente a sua ternura, para que a fé de cada crente se revigore e assim o testemunho se torne cada vez mais eficaz.

O meu pensamento dirige-se, em primeiro lugar, a todos os fiéis que em cada Diocese, ou como peregrinos em Roma, viverem a graça do Jubileu. Espero que a indulgência jubilar chegue a cada um como uma experiência genuína da misericórdia de Deus, a qual vai ao encontro de todos com o rosto do Pai que acolhe e perdoa, esquecendo completamente o pecado cometido. Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos Santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que tradicionalmente são identificadas como Jubilares. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à celebração da santa Eucaristia com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar estas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro. 

Palavra de Vida: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22,39).


Essa frase do Evangelho é de aplicação imediata, clara, límpida – e exigente. Vejamos o seu contexto. Jesus responde a um escriba, um estudioso da Bíblia, que lhe perguntou qual é o maior dos mandamentos, entre os 613 preceitos da Sagrada Escritura a serem observados.

Um dos grandes mestres, o rabi Shamai, tinha-se recusado a dar a sua opinião. Outros, como o rabi Hilel, já consideravam que o centro de tudo é o amor: “Não faças aos outros aquilo que não gostarias que fizessem a ti. Essa é toda a lei. O resto é só comentário”.

Jesus não só reafirma a centralidade do amor, mas reúne em um único mandamento o amor a Deus (cf. Dt 6,4) e o amor ao próximo (cf. Lv 19,18). Basta ver a resposta dada ao escriba: “O primeiro [mandamento] é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força!’ E o segundo mandamento é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes.”

“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

Essa segunda parte do único mandamento é expressão da primeira parte, o amor a Deus. A melhor maneira de demonstrar o nosso amor a Deus é amarmos os outros de tal modo que eles encontrem em nós a expressão do amor de Deus para com eles. Assim como os pais ficam felizes vendo seus filhos em harmonia, ajudando-se, estando unidos, Deus – que para nós é como um pai e uma mãe – se alegra em ver que amamos o próximo como a nós mesmos, contribuindo assim à unidade da família humana.

Há séculos os profetas explicavam ao povo de Israel que Deus quer o amor e não os sacrifícios e os holocaustos (cf. Os 6,6). O próprio Jesus o relembra, quando diz: “Ide, pois, aprender o que significa: Misericórdia eu quero, não sacrifícios” (Mt 9,13). De fato: como se pode amar Deus que não se vê, quando não se ama o irmão que se vê? (cf. 1Jo 4,20). Nós o amamos, servimos, honramos, na medida em que amamos, servimos, honramos qualquer pessoa, amiga ou desconhecida, da nossa raça ou de outra, e de modo especial os “pequenos”, os mais necessitados. É o convite a transformarmos o culto em vida: ao sairmos das igrejas onde adoramos, amamos, louvamos a Deus, ir ao encontro dos outros, para atuar o que compreendemos na oração. 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Jesus oferece as chaves pra superar as dificuldades, diz Papa.



PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Domingo, 23 de Agosto de 2015


Queridos irmãs e irmãs, bom dia!

Conclui-se hoje a leitura do capítulo seis do Evangelho de João, com o discurso sobre o «Pão da vida», pronunciado por Jesus no dia seguinte ao milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. No final daquele discurso, o grande entusiasmo do dia anterior apagou-se, porque Jesus tinha afirmado ser Pão descido do céu, e que teria dado a sua carne como alimento e o seu sangue como bebida, aludindo assim claramente ao sacrifício da sua própria vida. Aquelas palavras suscitaram desilusão nas pessoas, que as julgaram indignas do Messias, não «vencedoras». Portanto, alguns olhavam para Jesus: como um Messias que devia falar e agir de forma que a sua missão tivesse sucesso, imediatamente. Mas precisamente sobre isso eles enganavam-se: acerca do modo de conceber a missão do Messias! Nem sequer os discípulos conseguem aceitar aquela linguagem inquietante do Mestre. E o trecho de hoje refere as suas apreensões: «Isto é muito duro! — diziam — Quem o pode admitir?» (Jo 6, 60).

Na realidade, eles compreenderam bem o discurso de Jesus. Tão bem que não queriam ouvi-lo, porque é um discurso que põe em crise a sua mentalidade. As palavras de Jesus sempre nos põem em crise, por exemplo diante do espírito do mundo, da mundanidade. Mas Jesus oferece a chave para superar as dificuldades: uma chave composta por três elementos. Primeiro, a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá «para onde estava antes» (v. 62). Segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas através da acção do Espírito Santo, Aquele «que dá a vida» (v. 63) é precisamente o Espírito Santo que nos faz entender bem Jesus. Terceiro: a verdadeira causa da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: «Mas há alguns entre vós que não crêem» (v. 64), diz Jesus. Com efeito, desde então, está escrito no Evangelho, «muitos dos seus discípulos se retiraram e voltaram atrás» (v. 66). Perante estas deserções, Jesus não faz concessões e não atenua as suas palavras, aliás obriga a fazer uma escolha específica: estar com Ele ou separar-se d’Ele, e diz aos Doze: «Quereis vós também retirar-vos?» (v. 67). 

Argentina: Padre tem a casa queimada e é assassinado.


O Pe. Luis Jesus Cortez, de 75 anos, foi assassinado durante o último fim de semana perto de Córdoba (Argentina) e logo incendiaram a sua casa, aparentemente para encobrir o crime.

Conforme assinala o Jornal argentino ‘Clarín’, o Procurador da cidade de Alta Graça, Emilio Drazile, confirmou ontem à noite o homicídio do sacerdote. “Foi encontrado no chão e com objetos ao redor dele, o que nos levam à ideia que ele foi amarrado, embora já estivessem queimados. Desde o começo, havia coisas que geravam dúvidas, sobretudo a porta que estava aberta, considerando que o Pe. Luis era muito cuidadoso nesse sentido”.

A notícia da morte do Pe. Cortez, ocorrida provavelmente após um roubo, comoveu cerca de 50 mil habitantes de Alta Graça, localizada aproximadamente a 37 quilômetros de Córdoba. 

Subsídios para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação


O Pontifício Conselho da Justiça e da Paz oferece em seu site alguns subsídios para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação instituído pelo Papa Francisco e que será celebrado no dia 1° de setembro de cada ano. A seção especial do site dedicada à Encíclica Laudato Si oferece um esquema para a hora de Adoração Eucarística proposta pelo dicastério, com um vídeo de cinco minutos trazendo imagens, música e frases (até o momento, somente em inglês).

Leituras

No esquema - que é introduzido pela Coleta segundo a tradição ortodoxa - foram escolhidas algumas passagens das Escrituras, como Gênesis (1, 26 - 2, 3 e 2, 15), onde é narrada a criação e o desejo de Deus de colocar o homem "no Jardim do Éden, para que o cultive e o guarde"; o Salmo 148, que é um louvor ao Senhor pelas maravilhas da criação e por fim o Evangelho de Mateus 6, 25-33, onde Jesus diz que nossa vida vale mais que comida e o corpo mais que vestido: "Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?”.

Laudato Si

Seguem três trechos da Laudato Si: no primeiro (n.8-9) o Papa recorda que “o Patriarca Bartolomeu tem-se referido particularmente à necessidade de cada um se arrepender do próprio modo de maltratar o planeta, porque «todos, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a nossa contribuição – pequena ou grande – para a desfiguração e destruição do ambiente». No segundo - n. 236 - o Pontífice sublinha como na Eucaristia "a criação encontra a sua maior elevação". No terceiro (n. 241-242), o Papa refere-se a Maria e José, colocando em evidência, em particular, como a Virgem " Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, assim também agora Se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano". 

Sou casada, tenho filhos e sinto atração pelo meu pároco

Sentir atração por um padre não é incomum.
Mas como lidar responsavelmente com ela?

Eu pertenço a uma paróquia de médio porte e ajudo na pastoral. Sou casada e tenho filhos que frequentam a escola paroquial. O nosso pároco fez um convite a vários líderes de apostolados e pastorais para um pequeno retiro de Quaresma. Faz tempo que não tenho a oportunidade de participar de um retiro e gostaria muito de ir, mas eu percebi que me sinto muito atraída pelo pároco e acho que passar mais tempo perto dele não seria uma boa ideia. O que você me recomenda?

Sentir atração por um padre não é incomum. Desenvolvemos uma sensação de proximidade e de admiração por várias pessoas que trabalham ao nosso lado e a quem respeitamos, especialmente se elas nos aconselham ou cuidam de nós de alguma forma. Nesses contextos, é possível que surja a atração física. Podem acontecer situações semelhantes entre alunos e professores, pacientes e médicos, clientes e advogados...

Um sacerdote é um pai espiritual que vive uma vida de fé e de liderança no serviço ao próximo, o que faz dele um belo ser humano. Se, além disso, ele ainda é carismático, bonito, inteligente, compassivo, acolhedor... bom, pode ser uma “receita” para uma igreja cheia de pessoas, mas também para que várias delas sintam uma “paixão secreta” pelo pároco. Afinal, quem é que não gosta de pessoas assim?

Se você apenas sente uma “queda” inocente pelo padre, daquelas que até comentamos com o marido ou namorado em uma roda de amigos, sem maior profundidade, não a transforme em um drama. Essas “quedas” são normais e tendem a se dissipar, especialmente se você as expuser à luz e mantiver os limites apropriados no relacionamento.

Agora, se for uma atração mais forte, que faz você pensar demais no sacerdote, fantasiar com ele, desejar a atenção pessoal dele, inventar motivos para vê-lo, etc., então você precisa tratar desta questão a sério.