O Prefeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Müller, falando em
Ratisbona, advertiu para a possibilidade de uma séria divisão interna na Igreja
nos temas que tocam o matrimônio e a sexualidade. Referiu-se em particular aos
bispos da sua nativa Alemanha, e disse que as reivindicações deles para
assumirem um papel de líderes na definição política da Igreja universal deve
ser examinada criticamente, também a luz do êxodo das massas da Igreja católica
alemã.
Müller
acrescentou que a Igreja não deve aceitar a secularização em evidência na
Europa ocidental, porque ela “não é um processo natural inevitável”. Mesmo com
a forte tendência, uma evangelização enérgica pode neutralizá-la, “porque a fé
move montanhas”.
Müller
criticou o modo no qual se tenta desconstruir a doutrina católica do
matrimônio: exegético, histórico, com a história do dogma, psicologia e
sociologia, uma doutrina que nasce do ensinamento de Jesus mas deseja tornar-se
compatível com a sociedade atual. Disse ainda que quem é fiel aos ensinamentos
da Igreja é difamado como “adversário do Papa”, como se o Papa e todos os
bispos em comunhão com ele não fossem testemunhas da verdade revelada.