Outubro se apresenta como um mês repleto de
atividades, do ponto de vista eclesial. Em contexto mundial, a Igreja celebra o
Sínodo da Família e, em contexto nacional, celebramos a festa de Nossa
Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Um mês, igualmente, no qual seremos
convidados a considerar nosso testemunho cristão diante deste difícil momento
histórico, pelo qual passa o nosso país. A pedagogia litúrgica deste mês terá
muito a dizer e nos ajudar neste sentido. Além destes dois eventos, Outubro é
também o Mês Missionário, o qual a Igreja no Brasil dedica uma especial
atenção, seja com a contribuição financeira como com as orações, sustentando os
milhares de missionários e missionárias que semeiam e plantam o projeto do
Reino de Deus.
Fidelidade
conjugal e fidelidade ao Evangelho
A primeira celebração de outubro (27DTC-B)
sintoniza-se perfeitamente com a abertura do Sínodo dos Bispos sobre a família.
É uma celebração que se inspira e se contextualiza no projeto divino da
fidelidade matrimonial, proposto pelo próprio Deus, com a conhecida orientação
de Jesus de o que Deus uniu, o homem não ouse separar. Um ensinamento que
considera a fidelidade não unicamente do ponto de vista legal, mas como caminho
e meio de se viver de modo feliz o Matrimônio. Um tema, por isso, de grande
atualidade, que tem a ver com identidade do homem e da mulher que buscam no
Matrimônio a felicidade e o sentido de suas vidas. Um tema que, como
dizia, torna-se ainda mais atual devido ao Sínodo sobre a Família, que
acontecerá neste mês de outubro, no Vaticano.
Ainda no campo da fidelidade, mas em outro
contexto, podemos compreender como esta conduz a vida do homem e da mulher nos
caminhos da sabedoria. A celebração do 28DTC-B é bem direta, neste sentido:
escolher o dom da sabedoria divina para ser livre, para se viver na alegria de
quem tem o coração livre e libertado. É o exemplo de Salomão, o rei sábio, que
prefere o dom da sabedoria às estratégias políticas para ter sucesso na
liderança de seu povo. Um desejo, este de buscar a sabedoria divina, que jamais
deveria se apartar de nossa alma. Buscar o espírito da sabedoria divina
cultivado através do contato com a Palavra de Deus e do desapego de todo e
qualquer tipo de bem terreno, capaz de impedir nossa liberdade. No contexto do
discipulado, é importante interceder o espírito da sabedoria divina para se
tornar discípulo e discípula de Jesus. Ou seja, para se viver na sabedoria
divina não basta o conhecimento intelectual dos preceitos ou do Evangelho,
é preciso viver desapegado de tudo que é terreno, para que o Espírito
de liberdade, que vem de Deus, nos torne sábios na vida e fiéis aos
ensinamentos do Evangelho.
O sentido da
vida: servir
Considerando o sentido da vida e o caminho para se
encontrar um sentido existencial, a celebração do 29DTC-B considera a vida a
partir do serviço e o fazer do serviço uma atividade missionária. A Igreja
pede, na Liturgia deste Domingo, que dediquemos nossas preces com uma lembrança
especial à sua atividade missionária. A missionariedade é uma atividade essencial,
uma vez que a Igreja nasceu missionária e só vive sua vocação quando exerce o
mandato de Jesus de ir pelo mundo em missão evangelizadora. A missão de
anunciar o Evangelho encorajando nossa gente a não se deixar cegar pelo atual
momento histórico, pelo qual passa o país, mas a exemplo do acontece ao cego
que é chamado para se aproximar de Jesus dizer a todo o nosso povo: “coragem,
levanta-te, ele te chama!” (30DTC-B). Diante da crise moral, social e econômica
do país, a Palavra deste Domingo convida a se aproximar de Jesus, para sermos
iluminados pela sua luz e, com esta luz, realizarmos a missão de iluminar quem
vive nas trevas.