Kim Davis, a funcionária do Condado de Rowan em
Kentucky (Estados Unidos) que foi presa por negar-se a dar licenças para
matrimônios homossexuais devido a sua fé, assegura ter recebido o apoio e o
consolo do Papa Francisco em um encontro no dia 24 de setembro, durante a
viagem do Pontífice. Neste mesmo dia, foi o aniversário de Davis, que esteve na
prisão durante cinco dias até que um juiz a libertou.
A Sala de Imprensa da Santa Sé emitiu hoje de manhã
uma declaração do porta-voz do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, a respeito da
notícia difundida pelo grupo cristão Liberty Counsel (Conselho pela Liberdade):
“Não nego que o encontro foi realizado, mas não tenho comentários a serem
acrescentados”, sustentou o sacerdote.
Segundo um comunicado da Liberty Counsel divulgado
ontem à noite, o encontro aconteceu na Nunciatura do Vaticano, em Washington,
aproveitando a presença do Pontífice devido sua visita ao país. Na reunião,
também esteve presente o esposo de Kim, Joe Davis.
O comunicado assinado pelo advogado de Davis, Matt
Staver, assegura que o Pontífice agradeceu a Kim pela sua “valentia” e lhe
pediu para “manter-se forte”. Além disso, disse que rezaria por ela.
“Nunca pensei
que me encontraria com o Papa. Quem sou eu para ter esta oportunidade? Eu
apenas sou uma funcionária do Condado que ama Jesus e desejo servi-lo com todo
meu coração”, declara Davis através do comunicado.
A funcionária relatou que “Francisco foi amável, atencioso e muito agradável”. “Inclusive me
pediu que reze por ele”, diz o comunicado. “Francisco me agradeceu pela minha valentia e me pediu para ser forte”,
acrescentou.
Na coletiva de imprensa com os jornalistas a bordo
do avião que o levou da Filadélfia a Roma, o Papa falou sobre a objeção de consciência dos funcionários públicos e disse que é um direito humano.
A respeito dos funcionários do governo, o Santo
Padre expressou: “É um direito humano! Se
o funcionário do governo é uma pessoa humana, tem esse direito. É um direito
humano”.
O Papa Francisco assinalou que não pode “ter em mente todos os casos de objeção de
consciência que podem existir. Mas posso dizer que a objeção de consciência é
um direito que faz parte [do conjunto] de todos os direitos humanos. E se
alguém não permite que outros sejam objetores de consciência, essa pessoa nega
um direito”.
Entenda o
caso
No último dia 3 de setembro, Kim Davis foi presa,
depois que o juiz federal David Bunning declarou desacato a uma ordem da
Suprema Corte americana que legalizou as uniões homossexuais em todo país. Ela
foi enviada à prisão até que aceitasse cumprir esta decisão do Supremo
Tribunal.
Então, a funcionária disse: “Avaliei o custo e
estou preparada para ir à prisão. Estou segura”, isto “nunca foi para mim um
tema de gays ou lésbicas. Trata-se de defender a Palavra de Deus, esta é uma
luta pela qual vale a pena brigar”.
Declaração
do Vaticano
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe.
Federico Lombardi, divulgou hoje (02) uma declaração a respeito do encontro entre
o Papa Francisco e Kim Davis. Na declaração, o porta-voz do Vaticano assinalou
que “o breve encontro” de Davis com o Santo Padre gerou diversos “comentários e
discussões”, razão pela qual deseja “esclarecer” alguns pontos.
“O Papa
Francisco se encontrou com várias pessoas que foram convidadas à Nunciatura a
fim de saudá-lo, enquanto partia de Washington para Nova Iorque. Esses
encontros breves acontecem em todas as visitas papais e foram possíveis graças
à amabilidade e disponibilidade que caracterizam o Papa. A única audiência
concedida pelo Papa na Nunciatura foi a um antigo aluno e sua família”,
afirma o texto do Pe. Lombardi.
Em seguida, a declaração indica que “o Papa Francisco não entrou nos detalhes da
situação da Sra. Davis e seu encontro com ela não deve ser considerado como
apoio a sua posição em todos seus aspectos particulares e complexos”.
A respeito deste tema, o Pe. Thomas Rosica,
assistente para o idioma inglês da Sala de Imprensa da Santa Sé, disse aos
jornalistas: “Não acredito que alguém
estivesse voluntariamente tratando de confundir ao Papa”. Ele esclareceu
que não explicaram detalhadamente ao Santo Padre sobre a situação de Davis ou o
impacto que causaria o seu encontro com ela.
No dia 29 de setembro à noite, o Liberty Counsel
(Conselho pela Liberdade) difundiu um comunicado assinado pelo advogado da
instituição, Matt Staver, que assegurava que “o Pontífice agradeceu a Kim pela sua “coragem” e lhe pediu “manter-se
forte”.
Segundo algumas informações, o Papa teria
presenteado a cada uma com um terço abençoado.
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ACI Digital
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