quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Família no Plano de Deus


Neste último domingo (XXVII DTC-B), a Palavra de Deus trata do matrimônio e de sua indissolubilidade. Eis aqui um tema que se tornou tabu nos tempos atuais e, por isso mesmo, precisa ser tratado com toda clareza pelos cristãos... Afinal, se o Evangelho não for sal e luz, para que serve?

Comecemos com o plano de Deus, descrito no Gênesis de modo figurado, como as parábolas que Jesus contava. São textos que não devem ser tomados ao pé da letra, pois são a Palavra de Deus, a verdade da nossa salvação em forma de poema! Se lermos com atenção, perceberemos algo muito belo: Deus, à medida que vai criando, vê que tudo é bom... Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom” (Gn 1,31). Mas, há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era ainda bom como Ele desejava: “Não é bom que o homem esteja só”.Se o ser humano é imagem do Deus-Trindade, ele não foi criado para a solidão, mas deve viver em relação com outros: “Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja semelhante”. Notemos os detalhes tão belos da criação da mulher:

1) “O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. Por quê? Para ficar claro que o homem não participou da criação da mulher; esta é tão obra de Deus quanto aquele.

(2) “Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher”. A imagem é bela: tirada do lado do homem, como companheira e igual!

(3) “E Adão exclamou: ‘Desta vez sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne!’” É a primeira vez que o homem falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma declaração de amor... Não a Deus, mas à mulher que o Senhor Deus lhe dera de presente: osso de meus ossos, carne de minha carne, parte de mim, cara metade, outro lado do meu coração!

(4) E, finalmente, o preceito de Deus, inscrito no íntimo do coração humano pelo próprio Criador: “O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”. Pronto! Este é o sonho de Deus para o amor humano!

Já aqui há três observações a serem feitas:

(a) O laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer outro laço, inclusive aquele que liga pais e filhos: o homem e a mulher deixarão pai e mãe para ir ao encontro de sua esposa, de seu esposo.

(b) Esta união, no sonho original de Deus, envolve a pessoa toda, corpo e alma: “serão uma só carne”! É uma união completa, abrangente, total: serão um só coração, uma só carne um só desejo, um só sonho, uma só conta bancária, uma só casa, um só futuro, um só destino!

(c) A relação matrimonial, no sonho de Deus, é uma relação entre um homem e uma mulher. Por isso mesmo, jamais os cristãos poderão equiparar a união entre homossexuais ao matrimônio! O respeito às pessoas homossexuais é dever de todos nós; o respeito pela consciência dessas pessoas, que têm o direito de dar o rumo que acharem justo às suas vidas, é obrigação nossa, é gesto de amor que Jesus espera de seus discípulos. Mas, equiparar a relação matrimonial a qualquer outra relação afetiva, sobretudo homossexual, nunca!

Por fidelidade a Cristo, nunca!
Por respeito ao plano de Deus, jamais! 

A inversão de valores e sua conseqüência na vida familiar


Conceituação de Família

Ao abordarmos a problemática da Família, tendo em vista o objetivo de melhor conhecê-la e compreendê-la e ao mesmo tempo considerando a sua importância, seus valores e significados para realidade social contemporânea, faz-se necessário lançar um olhar para o seu percurso histórico destacando o seu processo de desenvolvimento, para a partir daí viabilizarmos alguns conceitos referentes à mesma.

O termo família vem do grego oikoV, que vem designar, casa habitação, pessoas que moram na mesma casa, unidas pelo mesmo sangue.

Este mesmo termo é constituído ou derivado do latim “Famulus”, o que vem significar, “escravo domestico”, este termo foi instituído no contexto da antiguidade romana, tendo como intenção o destaque de um novo grupo social que na época surgia entre as tribos latinas. Esta época era marcada por uma estrutura familiar patriarcal, aonde uma boa parte de pessoas eram influenciada pela autoridade do mesmo chefe.

Na concepção hebraica, o termo Família é “bêt, ab”, o qual vem significar casa do pai, este por sua vez quer designar o caráter patriarcal da Família, no Antigo Testamento a Família era constituída por todos os membros do mesmo sangue, ou que viviam numa habitação comum. Como afirma John L. Mackenzie.
                              
[...] a Família inclui assim o marido e pai, chefe da Família, sua esposa, ou esposas e concubinas, seus filhos, escravos e servos, clientes e os hospedes estrangeiros, filhas viúvas ou repudiadas, os filhos e filhas solteiros (DICIONARIO BIBLICO, 1983, 337).

A concepção de Família para o hebreu era muito ampla, pois o individuo dependia exclusivamente da mesma para o seu sustento e para sua proteção. A vida de cada pessoa estava intimamente ligado a sua Família, uma vez que sem ela as possibilidades de vida eram quase improváveis.

Depois deste breve aceno histórico e etimológico referente à Família nos permitimos conceituá-la das seguintes formas:

Entre uma grande variedade de conceitos atribuídos à Família diz-se que esta é: o pai, a mãe e os filhos, pessoas do mesmo sangue, comunidade formada por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, ou pelos filhos nascidos dessa união, (DICIONARIO AURELIO 1998).

Esta é também vista como uma unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em comum ou ligados por laços afetivos. Esta por sua vez, constitui um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições.

A Família é unida por múltiplos laços capazes de manter os seus membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida ou durante as gerações.

A Família é conceituada também como um conjunto invisível de exigências funcionais, que por sua vez mantém a organização e interação dos seus membros e considerando-a igualmente como um sistema que opera por meios de padrões transacionais. 

Filme “Terra de Maria” sairá de cartaz no Brasil se não atrair público numeroso na semana de 12 de outubro

Obra intercala testemunhos de conversão por intercessão de Maria com elementos de ficção

A Virgem Maria é a estrela de um filme a ser lançado no Brasil em 12 de outubro – e que sairá de cartaz rapidamente se não atrair um número chamativo de espectadores às salas de cinema.

“Terra de Maria” foi produzido em um formato especial: ele reúne depoimentos de pessoas de várias nacionalidades, cuja conversão aconteceu graças à intercessão de Maria, e intercala esses testemunhos com elementos de ficção. Há especial atenção às aparições marianas, incluindo as de Medjugorje, mas, segundo o produtor do filme, o jornalista espanhol Juan Manuel Cotelo, a obra quer apresentar Maria para quem não a conhece, com base nos relatos de pessoas que, durante um tempo da sua vida, também não a conheciam.


Destaca-se no filme a figura do “advogado do diabo”, o responsável por investigar os fatos e desmascarar eventuais falsidades envolvidas nos relatos. A ele é confiada a tarefa de estudar uma verdadeira “revolução mundial, que começou com doze seguidores e hoje é promovida em plena luz do dia por um número incalculável de pessoas comuns”. 

Fala, Pedro! – Toda a Igreja espera a palavra do Papa sobre a família


Apresentamos aos nossos amigos e leitores o artigo do Padre Lodi, da diocese de Anápolis. Em meio a grande confusão que a Igreja atravessa de forma geral, e em particular nas questões relacionadas a família, o presente artigo esclarece de forma inequívoca, o grande prejuízo causado pela falta de uma definição dogmática e definitiva do assunto, que somente o Papa pode fazer.Padre Lodi é um dos grandes combatentes em defesa da doutrina tradicional da Igreja, sobre os temas relacionados ao matrimonio, família, aborto, eutanásia, mas é frequentemente esquecido não só nos meios civis, mas também nos meios eclesiásticos.Alegra-nos a citação da Casti-Conubi feita pelo Padre Lodi em seu artigo, Encíclica esta, também frequentemente esquecida nos meios eclesiásticos.  

A controvérsia sobre a circuncisão

Paulo e Barnabé estavam em Antioquia da Síria quando chegaram alguns vindos da Judeia (conhecidos como judaizantes) e disseram aos cristãos não judeus: “se não vos circuncidardes segundo a norma de Moisés, não podereis salvar-vos” (At 15,1). Houve então uma grande controvérsia, e todos resolveram dirigir-se a Jerusalém onde, na época, estava Simão Pedro. Diante da discussão acesa da assembleia, Pedro levantou-se e fez um discurso argumentando que não é pela circuncisão, mas “pela graça do Senhor Jesus que nós [judeus] cremos ser salvos, da mesma forma como também eles [os gentios]” (At 15,11). A Escritura prossegue dizendo: “Então, toda a assembleia silenciou” (At 15,12). A palavra de Pedro, a quem Jesus deu o poder e missão de confirmar seus irmãos na fé (cf. Lc 22,32) pôs fim a uma discussão que parecia interminável.

A controvérsia sobre a anticoncepção

O Concílio Vaticano II (1963-1965) estava trabalhando na elaboração da Constituição Gaudium et spes (sobre a Igreja no mundo de hoje), quando surgiu entre os Bispos uma discussão acesa sobre a licitude do uso de meios anticoncepcionais (em particular, a pílula recém-inventada) para regular a procriação. O Papa Beato Paulo VI resolveu então chamar a si a questão, tirando-a do debate conciliar. Segundo nota de rodapé colocada na própria Gaudium et spes, “algumas questões, que necessitam de investigações mais aprofundadas, foram por ordem do Sumo Pontífice confiadas à Comissão para o estudo da população, família e natalidade, para que, terminados os estudos, o próprio Papa decida”[1]. Corria o ano 1964 quando o Beato Paulo VI chamou a si o estudo da matéria. Em dezembro de 1965, o Concílio terminou, sem que o assunto fosse resolvido. Em fins de 1966, o relatório da Comissão foi posto nas mãos do Papa, mas seus membros não haviam chegado a um consenso. Foi somente em 25 de julho de 1968 (quatro anos, portanto, após o Papa ter chamado a si a questão) que foi publicada a belíssima encíclica Humanae vitae sobre a regulação da procriação. Como era de se esperar, o documento não modificava a doutrina moral da Igreja, mas reafirmava o que já havia dito Pio XI na encíclica Casti conubii, ou seja, que “qualquer ato matrimonial [quilibet matrimonii usus] deve permanecer aberto à transmissão da vida”[2]. A anticoncepção foi, portanto, explicitamente condenada como meio de regular a procriação. 

Organização abortista Planned Parenthood critica o papa por... defender a vida!


Durante a visita apostólica aos Estados Unidos no final de setembro, o papa Francisco falou reiteradamente do “absoluto respeito à vida em todas as suas etapas e dimensões”.

Ele recordou a máxima de ouro segundo a qual “com a medida com que medires, serás medido”, ressaltando que cada vida é sagrada e digna e que cada pessoa é dotada de dignidade inalienável. Ele também enfatizou a necessidade de se construir um lar comum para todos os homens e mulheres, alicerçado no correto entendimento da fraternidade universal e no respeito pelo sagrado de cada vida humana. Esta mensagem foi essencial durante a sua visita.

Viu-se uma grande aceitação da mensagem do papa pela sociedade norte-americana, mas ela não foi bem recebida por todos…

“Apesar da postura progressiva de Francisco sobre as mudanças climáticas e a equidade econômica, a sua postura fica em segundo plano quando se trata de saúde e direitos reprodutivos das mulheres”, disse Alexander Sanger, neto da eugenista Margaret Sanger e membro do conselho da Planned Parenthood, a gigante multinacional abortista. Alexander Sanger acusa o papa de “limitar os direitos das mulheres” e obstaculizar a “saúde da mulher”. Por “saúde da mulher”, entenda-se, no caso, “liberdade de abortar”.

“O papa e a Igreja católica têm que reconhecer o fato de que 99% das mulheres católicas usam anticoncepcionais e fazem abortos na mesma proporção que as demais mulheres. A sua tentativa de sufocar o acesso aos anticoncepcionais reduz as mulheres a provedoras básicas de material biológico e lhes nega o direito de planejar sua própria família”, declarou Sanger em comunicado de imprensa. 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sínodo: "Acolhida aos divorciados, não comunhão. Respeito com os gays, não matrimônio", diz Cardeal Erdo.


Começa o tão esperado Sínodo ordinário dos bispos que tem como tema: A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. Hoje foi a primeira Congregação Geral, na Sala do Sínodo, na presença de Francisco, com o discurso introdutório do cardeal Peter Erdo, relator geral do encontro. Em cima da mesa, o arcebispo de Esztergom-Budapeste colocou os diferentes temas que concentrarão a atenção dos 270 padres e dos, aproximadamente, 90 especialistas, observadores e representantes de outras igrejas cristãs até o próximo dia 25 de outubro. Ou seja, os temas listados no Instrumentum laboris preparado depois da Relatio Synodi da Assembleia de 2014, fruto também das respostas das Conferências Episcopais do mundo. Portanto: comunhão aos divorciados novamente casados, preparação dos jovens casais para o matrimônio, controle de natalidade, assistência às famílias em crise, discriminação de homossexuais, aborto, eutanásia, uniões civis. Argumentos polêmicos e questões espinhosas, sobre as quais a Igreja é convidada a manifestar o seu ponto de vista. E a fazê-lo com o mesmo olhar de Cristo: um olhar - explicou - que não é "de um sociólogo ou de um fotojornalista", mas dos "olhos do coração".

Mudanças antropológicas

Cardeal Peter Erdo
O arcebispo húngaro começou com uma reflexão sobre a atualidade, na qual se interligam os desafios que dizem respeito à família: dos efeitos das injustiças sociais, violências e guerras, que levam milhões de pessoas a deixarem as suas casas, até problemáticas como os salários tão baixos que mal permitem a sobrevivência de um homem, muito menos a criação de uma família. O cardeal analiza também outro fenômeno: “a assim chamada ‘mudança antropológica’ que corre o risco de se tornar um" reducionismo antropológico ", para o qual a pessoa" em busca de sua liberdade, procura, muitas vezes, ficar independente de qualquer ligação": da religião, como "ligação com Deus", dos laços sociais, especialmente daqueles relacionados a "formas institucionais da vida".

Fuga das instituições e das responsabilidades

Contemplamos também uma “fuga das instituições” – diz o cardeal – que explica o aumento do número de casais que vivem juntos estavelmente, mas que não querem contrair nenhum tipo de matrimônio nem religioso nem civil”. Por outro lado, também quem manifesta o desejo de casar-se é influenciado pelas mudanças antropológicas que “tocam as camadas mais profundas do ser humano”. "Tornou-se moda – observa Erdo – planejar até os mínimos detalhes as núpcias, prevendo tudo, da música ao cardápio, até as toalhas da mesa. Vemos jovens casais completamente tomados pela ansiedade e preocupação de realizarem da melhor forma possível estes detalhes, mas que, ao mesmo tempo, esquecem do verdadeiro significado do matrimônio”. Nesse contexto, soma-se também a exaltação da idade na qual se casa, ou seja, o medo dos jovens de assumir responsabilidades e compromissos definitivos, como, por exemplo, o matrimônio e a família. E especialmente uma crescente “instabilidade institucional” que se manifesta na alta taxa de divórcio. 

Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil - 12 de Outubro




Viva a mãe de Deus e nossa! Viva a Senhora Aparecida! Celebramos com todo amor do nosso coração a Festa da Rainha e Padroeira de todos os brasileiros, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

A Festa é em torno de uma imagem, encontrada por pobres pescadores. Eram homens muito simples e, na simplicidade do coração deles, Deus se revelou através de uma simples imagem, quebrada, esquecida e jogada no fundo de um rio.

Deus fala e se manifesta nas coisas mais simples, que talvez pareçam até insignificantes. A graça que aqueles pescadores alcançaram foi incomensurável. E desde que aquela imagem foi encontrada no rio Paraíba, até os dias de hoje, Deus tem concedido graças incontáveis ao Seu povo pelo sinal de uma simples imagem de Maria; a mãe de Deus, mãe de Jesus Cristo, mãe de todos nós.

A Palavra de Deus, hoje, aponta-nos a figura da rainha Ester, aquela que foi agradável ao rei, que concedeu qualquer pedido que ela [a rainha] fizesse ao seu coração. E ela pediu pela sua vida e a de seu povo. A rainha Ester é o modelo de uma intercessora.

Maria é aquela que, diante do rei, diante do Senhor da Vida, intercede por nós, seu povo. Ela pede em favor da nossa vida, em favor de nossas necessidades. Por isso nos voltemos, hoje, de coração sincero, a devotarmos aquela que é a Nossa Rainha, a nossa Padroeira, a Nossa Senhora!

Tudo a ver com a celebração de Nossa Senhora Aparecida, a nossa Mãe negra, que apareceu a pobres pescadores em 1717 num contexto de escravidão dos negros.

Há algo muito sublime no amor a Nossa Senhora. Primeiro, porque foi Deus quem a amou em primeiro lugar, como filha e depois como aquela que desposou do Espírito Santo. E dessa união do céu e da terra, no ventre de Maria, foi que aconteceu o maior dos milagres e a maior das graças que a terra já concebeu: o nascimento de Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Maria foi o templo da grande graça divina. E é neste templo chamado ‘Maria’, é no ventre de Maria, que Deus continua gerando novos homens, uma nova humanidade. Quantas pessoas se convertem, mudam de vida, quantas pessoas são agraciadas pelos méritos, pela intercessão daquela que é medianeira das graças! O povo brasileiro guarda-lhe profunda veneração. A solidariedade de Maria com as pessoas necessitadas e excluídas é importante indicativo para todos os que desejam caminhar na vida como discípulos e missionários de Jesus.

Maria, mãe de Deus, Senhora Aparecida, pedimos hoje pelo seu povo, o povo de Deus; os doentes, os aflitos, os necessitados, os desamparados, aqueles que só têm porto seguro no coração de Deus. Ó Virgem soberana, intercede e pede pelo seu povo, não nos deixeis sozinhos nem desamparados em nossas aflições e necessidades!

Mãe de Deus, Senhora Aparecida, intercedei por nós!

Conflitos e desafios que a Família enfrenta na modernidade.


Infidelidade

Entre tantos outros fatores que geram conflitos e desafios na Família atual, destaca-se com muita intensidade a infidelidade conjugal.

Em uma sociedade enaltecedora do hedonismo, do consumismo e sobretudo da auto-realização prazerosa, a fidelidade e muitos outros valores que durante muitos séculos foram basilares no que diz respeito ao processo de realização humana, hoje perdem gradativamente seu valor por conta de ideologias fomentadoras de pseudo-liberdades que visam principalmente a realização e a felicidade subjetiva.

Neste contexto, os meios de comunicação orientados por um sensacionalismo capitalista, acentuam com muita relevância o erotismo e destacam as anomalias, as crise conjugais, a infidelidade e o divorcio como algo muito natural e de acordo com as circunstancias  até mesmo convenientes e necessário.

Por isso, a Família vem sofrendo serias conseqüências por conta de uma crescente difusão da idéia que propaga a fidelidade ilimitada do matrimonio como uma responsabilidade imposta ao homem extremamente pesada e ao mesmo tempo corre o grande risco de tirar-lhe a própria liberdade.

Diante deste cenário, se tem a impressão que o ideal da realização familiar e conseqüentemente a construção de uma sociedade mais justa fraterna e humana, está desmoronando, pois hoje se corre o grande perigo de mergulharmos na infeliz pretensão egoísta do próprio prazer, da auto realização.

Em nossos dias a televisão assim como muitos outros meios de comunicação apresenta constantemente esse desejo egocêntrico como a única possibilidade ou paradigma de realização e felicidade existente.

Dessa forma o compromisso com a fidelidade matrimonial é transformada em uma proposta que inibe e ao mesmo tempo assusta as pessoas, daí vem a preferência pelas desastrosas uniões descompromissadas que buscam a satisfação afetiva e sexual que geralmente tornam-se transitórias e ao mesmo tempo frustrantes.

Hoje mais do que nunca se precisa de homens e mulheres corajosos que proclamem através dos seus exemplos a riqueza e a preciosidade de viver em uma Família feliz e consciente de que a felicidade foi e sempre será proveniente da fidelidade, como enfatiza veementemente o Santo Padre João Paulo II, às famílias em 1999 no Rio de Janeiro:

Pais e famílias do mundo inteiro, deixai que volo diga: Deus vos chama à   santidade! Ele mesmo escolheu-nos por Jesus Cristo, antes da criação do mundo, nos diz São Paulo, para que sejamos santos na sua presença. Ele vos ama loucamente, deseja a vossa felicidade, mas quer que saibais conjugar sempre a fidelidade com a felicidade, pois não pode haver uma sem a outra.( ).

Estas duas palavras Felicidade e Fidelidade estão intimamente ligas e são tão parecidas que não podem ser dissociadas tanto ao serem focalizadas como na realidade da vida, assim afirma Cifuentes:

Fidelidade. Felicidade. Pode-se começar por qualquer uma dessas duas palavras, que se terminará na outra. Não apenas as palavras, mas os conceitos, as realidade, as vivencias: entrelaçam-se e completam-se. Não podem viver uma sem a outra. Casam-se, confundem-se foneticamente, comprometem-se poeticamente. Fidelidade, Felicidade; Felicidade, Fidelidade; compõem o poema da vida. (CIFUENTES, 1995).

Atrelado à infidelidade está o que o jurista italiano Béria di Argentine conceituou como Síndrome da Subjetividade, nela o principal interesse em um matrimonio não consiste na busca da objetividade, mas única e exclusivamente o resultado subjetivo, ou seja, um perseguir excessivo do seu próprio beneficio.