Neste
último domingo (XXVII DTC-B), a Palavra de Deus trata do matrimônio e de sua
indissolubilidade. Eis aqui um tema que se tornou tabu nos tempos atuais e, por
isso mesmo, precisa ser tratado com toda clareza pelos cristãos... Afinal, se o
Evangelho não for sal e luz, para que serve?
Comecemos
com o plano de Deus, descrito no Gênesis de modo figurado, como as parábolas
que Jesus contava. São textos que não devem ser tomados ao pé da letra, pois
são a Palavra de Deus, a verdade da nossa salvação em forma de poema! Se lermos
com atenção, perceberemos algo muito belo: Deus, à medida que vai criando, vê
que tudo é bom... Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom” (Gn 1,31). Mas,
há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era ainda bom como Ele
desejava: “Não é bom que o homem esteja só”.Se o ser humano é imagem do
Deus-Trindade, ele não foi criado para a solidão, mas deve viver em relação com
outros: “Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja semelhante”. Notemos os detalhes
tão belos da criação da mulher:
1)
“O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. Por quê? Para ficar claro
que o homem não participou da criação da mulher; esta é tão obra de Deus quanto
aquele.
(2)
“Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Da costela tirada de
Adão, o Senhor Deus formou a mulher”. A imagem é bela: tirada do lado do homem,
como companheira e igual!
(3)
“E Adão exclamou: ‘Desta vez sim, é osso de meus ossos e carne da minha
carne!’” É a primeira vez que o homem falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma
declaração de amor... Não a Deus, mas à mulher que o Senhor Deus lhe dera de
presente: osso de meus ossos, carne de minha carne, parte de mim, cara metade,
outro lado do meu coração!
(4)
E, finalmente, o preceito de Deus, inscrito no íntimo do coração humano pelo
próprio Criador: “O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e
eles serão uma só carne”. Pronto! Este é o sonho de Deus para o amor humano!
Já
aqui há três observações a serem feitas:
(a)
O laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer outro laço,
inclusive aquele que liga pais e filhos: o homem e a mulher deixarão pai e mãe
para ir ao encontro de sua esposa, de seu esposo.
(b)
Esta união, no sonho original de Deus, envolve a pessoa toda, corpo e alma:
“serão uma só carne”! É uma união completa, abrangente, total: serão um só
coração, uma só carne um só desejo, um só sonho, uma só conta bancária, uma só
casa, um só futuro, um só destino!
(c)
A relação matrimonial, no sonho de Deus, é uma relação entre um homem e uma
mulher. Por isso mesmo, jamais os cristãos poderão equiparar a união entre
homossexuais ao matrimônio! O respeito às pessoas homossexuais é dever de todos
nós; o respeito pela consciência dessas pessoas, que têm o direito de dar o
rumo que acharem justo às suas vidas, é obrigação nossa, é gesto de amor que
Jesus espera de seus discípulos. Mas, equiparar a relação matrimonial a
qualquer outra relação afetiva, sobretudo homossexual, nunca!
Por fidelidade a Cristo, nunca!
Por respeito ao plano de Deus, jamais!