sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CNBB divulga nota sobre a realidade sociopolítica brasileira


A REALIDADE SOCIOPOLÍTICA BRASILEIRA
DIFICULDADES E OPORTUNIDADES

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília de 27 a 29 de outubro de 2015, comprometido com a vivência democrática e com os valores humanos, consciente de que é dever da Igreja cooperar com a sociedade para a construção do bem comum, manifesta-se acerca do momento de crise na atual conjuntura social e política brasileira.

A permanência e o agravamento da crise política e econômica, que toma conta do Brasil, parecem indicar a incapacidade das instituições republicanas que não encontram um modo de superar o conflito de interesses que sufoca a vida nacional, e que faz parecer que todas as atividades do país estão paralisadas e sem rumo. A frustração presente e a incerteza no futuro somam-se à desconfiança nas autoridades e à propaganda derrotista, gerando um pessimismo contaminador, porém, equivocado, de que o Brasil está num beco sem saída. Não nos deixaremos tomar pela “sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre” (Papa Francisco – Alegria do Evangelho, 85). 

Somos todos convocados a assegurar a governabilidade que implica o funcionamento adequado dos três poderes, distintos, mas harmônicos; recuperar o crescimento sustentável; diminuir as desigualdades; exigir profundas transformações na saúde e na educação; ampliar a infraestrutura, cuidar das populações mais vulneráveis, que são as primeiras a sofrer com os desmandos e intransigências dos que deveriam dar o exemplo. Cada protagonista terá que ceder em prol da construção do bem comum, sem o que nada se obterá. 

É preciso garantir o aprofundamento das conquistas sociais com vistas à construção de uma sociedade justa e igualitária. Cabe à sociedade civil exigir que os governantes do executivo, legislativo e judiciário recusem terminantemente mecanismos políticos que, disfarçados de solução, aprofundam a exclusão social e alimentam a violência, entre os quais o estado penal seletivo, as tentativas de redução da maioridade penal, a flexibilização ou revogação do Estatuto do Desarmamento e a transferência da demarcação de terras indígenas para o Congresso Nacional. No genuíno enfrentamento das atuais dificuldades pelas quais passa o país, não se pode abrir espaço para medidas que, de maneira oportunista, se apresentam como soluções fáceis para questões sabidamente graves e que exigem reflexão e discussão mais profundas com a sociedade. 

Holyween: "Noite dos Santos".


O fenômeno do Halloween, introduzido pela cultura celta e por tradições pagãs, estabeleceu-se tão exuberantemente em nossa realidade, ridicularizando, assim, o princípio cristão da comunhão dos santos.

O mundo oculto define a noite de 31 de outubro como o dia mais mágico do ano, o ano novo do mundo esotérico. As notícias internacionais em qualquer parte do mundo estão cheias de eventos amedrontadores que acontecem nesta noite.

As novas gerações são acostumadas ao culto do horror e da violência, tornando "normais" as figuras e diversões assustadoras e repulsivas: fantasmas, vampiros, bruxas e demônios, com a falsa motivação de exorcizar e superar o medo da morte.

"Nós não queremos ser intolerantes, retrógrados ou fazer censura - diz Dom Pasqualino Di Dio, exorcista da diocese de Piazza Armerina, Itália – mas devemos afirmar que, além de não respeitar as nossas tradições, o escopo do fenômeno Halloween é a difusão de uma mentalidade mágica que às vezes inconscientemente ou ingenuamente através de festas é introduzida”.

O Halloween faz do espiritualismo e do macabro seu centro inspirador, tentando boicotar e transformar a recordação de todos os santos e a celebração pelos fiéis defuntos em um evento de marketing, de negócios do macabro.

Tudo isso está lentamente entrando nas escolas, promovido como uma brincadeira educativa. Quando vemos os nossos filhos copiando o costume americano de "trick or treat", pedindo doces de casa em casa, tudo parece inofensivo e divertido, mas será que não estamos introduzindo, inconscientemente, um ritual pagão? Às vezes, as escolas são enfeitadas para comemorar o Halloween, mas se negam a montar um presépio no Natal.

Na noite de 31 de outubro, muitas paróquias organizam várias atividades para celebrar Holyween - Noite dos Santos -, por meio de vigílias de oração e evangelização. Uma noite em oração é um verdadeiro desafio contra as noites sem sentido que muitas vezes vivem tantos jovens que procuram a felicidade na direção errada. A paróquia carmelita de Gela, por exemplo, há seis anos organiza uma vigília de oração que começa com a Missa, depois, adoração eucarística, e continua com confissões até tarde da noite.

"Devemos olhar para os santos e para os nossos entes queridos - continua Dom Pasqualino - isto é, para o mistério da morte de modo luminoso, com o olhar para o céu. Por anos, convidamos os fiéis a não exporem esqueletos ou fantasmas, máscaras de monstros, zumbis ensanguentados ou caveiras, mas o mais belo rosto da Igreja e da nossa terra: os santos. Os santos nos recordam que a santidade é possível se nos tornarmos pessoas capazes de dar um significado forte para as nossas vidas e de mudar o mundo, começando com as pequenas coisas de todos os dias". 

Por que temos de sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?


Todos nós, seres humanos, fomos criados de tal modo, que podemos livremente eleger entre os caminhos possíveis que temos por diante, inclusive com a terrível capacidade de negarmos o nosso próprio Criador.

Realmente, é impressionante a liberdade humana. Deus nos cria com ela, preferindo o risco de que o neguemos a obrigar-nos a amá-Lo por coação. Deseja, assim, que o amemos livremente, como filhos, e não como escravos.

Observando a nossa história pessoal, não é difícil perceber que a cada uma dessas escolhas que fazemos nos tornamos responsáveis pelas suas consequências. Quando preferimos o pecado à vontade de Deus, inevitavelmente experimentamos suas amargas consequências, e é justo que seja assim. Mas o que dizer quando o pecado de uma outra pessoa passa a ser, de algum modo, atribuído também a mim? Por que temos que sofrer as consequências do pecado de Adão e Eva, nossos primeiros pais?

Com efeito, afirma São Paulo: “Como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todo o gênero humano, porque todos pecaram” (Rm 5, 12). Nossos primeiros pais pecaram gravemente. Abusando de sua liberdade, desobedeceram ao mandamento de Deus. Nisto consistiu o primeiro pecado do homem (cf. Rm 5, 19). Por este pecado perderam o estado de santidade no qual haviam sido criados. O pecado entra na história, portanto, não procedendo de Deus, mas do mal uso da liberdade do homem. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Os homossexuais após o Sínodo


Na Igreja, ultimamente, tem-se prestado muita atenção à homossexualidade. Tudo começou com a famosa frase proferida pelo papa Francisco a bordo do voo que o levou do Rio de Janeiro a Roma, em 2013: “Quem sou eu para julgar a consciência de um gay?” O carinho e o respeito de sua santidade para com essa parcela de irmãos homossexuais manifesta-se sempre. Sem embargo, em nenhum instante o bispo de Roma relevou uma vírgula sequer da moral cristã, que exproba os chamados “atos homossexuais” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2357). Mas, a grande característica do sumo pontífice reinante consiste em aproximar-se dos dramas humanos, sem medo, sem preocupação com o que vão dizer. Afinal de contas, ele é o vigário de Cristo, do salvador que veio ao mundo para trazer vida abunda nte (Jo 10,10).

A Relatio Synodi, publicada no dia 24 de outubro de 2015, reitera a doutrina de que “não existe nenhum fundamento para uma analogia, nem mesmo remota, entre a união homossexual e o designío de Deus sobre o matrimônio e a família” (n. 76), porém, frisa a obrigação de se acolher o homossexual com todo respeito e alude à premência de se prover uma atenção específica, bem como um acompanhamento dessas situações (idem).

Espera-se que o santo padre, dentro em breve, divulgue uma exortação apostólica pós-sinodal, roborando e explicitando as temáticas agitadas no sínodo de 2015, inclusive a questão da solicitude pastoral para com os homossexuais. 

O ENEM e o controle ideológico da população


Um exame que foi pensado como mero indicador de qualidade acadêmica transformou-se num forte instrumento de controle, inclusive ideológico, de acesso ao ensino superior. E já está sendo usado para consolidar a ideologia de gênero

Nunca houve, na história do Brasil, um instrumento potencialmente tão completo, em termos de dominação ideológica do país, como o ENEM. De fato, ele é, hoje, basicamente a única porta de acesso a todo o ensino superior e a toda a estrutura de pós-graduação no país – vale dizer, quem não estiver preparado para demonstrar não somente qualidade acadêmica, mas também afinação com os pressupostos ideológicos que regem os elaboradores e corretores do exame está condenado a não obter vaga nas universidades, ou ao menos privar-se das universidades de maior qualidade e dos cursos mais procurados.

Não se trata de discutir se o ENEM é ou não um instrumento pedagógico tecnicamente bom. Possivelmente ele é, e isto não diz nada em seu favor: são exatamente os instrumentos bons os que são mais aptos de produzir danos enormes quando mal utilizados. Uma faca extremamente afiada é um instrumento soberbo para um bom churrasco, mas é também uma arma letal nas mãos de um assassino. Há uma confusão básica – também no campo da educação – entre ética e técnica, como se o avanço técnico da ciência pudesse influir diretamente, ou mesmo determinar, as fronteiras da ética.

Neste ponto, há que se frisar: nenhum governo autoritário do Brasil jamais dispôs de um instrumento tão completo, abrangente e eficaz, no plano do controle ideológico, como é o ENEM. Para o bem ou para o mal. Trata-se, como disse, de condicionar o acesso a todo o ensino superior à porta única de entrada que é este exame. E que, é claro, submete-se (potencialmente ao menos, senão em ato) a um grande controle ideológico sob o ângulo de certos consensos acadêmicos e midiáticos que estão bem estabelecidos, hoje, no nosso país e no mundo.

Dou um exemplo: há uma grande discussão, hoje, sobre a verdadeira noção de “identidade sexual”. Tradicionalmente, sempre se entendeu que a “identidade sexual” do ser humano é binária: somos homens e mulheres, e as exceções clínicas, raríssimas, somente confirmavam a regra. Há, é claro, (e tradicionalmente se entendia assim) o campo das tendências, inclinações, desejos e opções sexuais, mas estes não faziam parte da própria identidade sexual, da substância da pessoa humana, senão do campo dos condicionamentos e das escolhas, das opções e vivências culturais e pessoais, na riqueza da sexualidade humana. Compreendia-se que havia homens e mulheres, e que havia diversas maneiras e modos de se viver na prática a sexualidade, sem que tais maneiras e modos passassem a integrar a própria noção de identidade sexual. É assim que a Declaração Universal de Direitos Humanos, já nos seus “consideranda”, fala em “dignidade e valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres”, ou em vedação de “distinção de sexo”, já no seu artigo 2º. É assim, também, que no seu art. 16, reconhece-se que “Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução”. Para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, portanto, a questão de uma “identidade sexual” diversa do sexo das pessoas nem sequer se colocava. Éramos, e sempre fomos, homens e mulheres. Ponto. Todo o resto estava no campo dos condicionamentos, das escolhas, das tendências e desvios, alguns publicamente reprimidos, como a pedofilia, alguns simplesmente tolerados, como a promiscuidade, outros estimulados, em função do seu interesse para todos, como a formação de famílias complementares e fecundas. E as coisas foram assim até pelo menos os anos setenta.

Sínodo: Algumas propostas eram um “cavalo de Troia” para minar a doutrina, diz Cardeal.


"Alguns pensavam que o recente Sínodo, mais em particular o ‘Sínodo paralelo’, o que poderíamos chamar de ‘Sínodo da mídia’, teria, na prática, dado a autorização para os católicos divorciados e recasados civilmente – que, pelo que parece, alguns consideram como as únicas famílias que fracassaram, as únicas famílias que estão em dificuldade – de se aproximarem da Santa Comunhão. Claramente o texto do Sínodo que foi aprovado não faz nenhuma menção à comunhão aos divorciados recasados civilmente. Alguns ficaram felizes com este resultado, e não nos surpreendeu que o Sínodo Paralelo dos meios de comunicação tenham proclamado rapidamente que a Igreja abriu-se a tal possibilidade quando o texto não fala nada sobre isso”.

Não deixa margem para dúvidas o cardeal George Pell, prefeito da Secretaria para a Economia, que falou hoje para a abertura do ano acadêmico 2015-2016 do Pontifício Instituto João Paulo II para estudos sobre Matrimônio e Família. Na sua palestra inaugural com o tema "Fé, família e finanças hoje", o cardeal australiano voltou ao sínodo que concluiu domingo passado esclarecendo algumas discussões que ocorreram na Sala.

"Em algum momento - disse, por exemplo, o purpurado – foi proposto por alguns Padres uma solução de ‘foro interno’. Era, talvez, um cavalo de Troia usado para propor um ataque à belíssima doutrina da Igreja sobre consciência? Quando uma visão defeituosa de consciência poderia ser usada para desconstruir a doutrina católica sobre casamento, família e sexualidade...".

Esta questão de "foro interno" - recordou também o prefeito de finanças do Vaticano - "foi criada, mais ou menos, da mesma forma depois da Humanae Vitae". A consciência - explicou - "não é um egoísmo clarividente, nem o desejo de ser coerentes consigo mesmos”, mas sim “um severo conselheiro”, embora se “nestes séculos foi esmagada por uma falsificação: o direito de agir segundo o prazer próprio; o direito de falar, escrever, segundo o próprio julgamento e o próprio humor dar nenhum pensamento a Deus”.

Falando de "práticas eucarísticas contrárias à disciplina da Igreja", o cardeal sublinhou que "a Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e redução. No recente texto do Sínodo da família, apesar das declarações dos meios de comunicação em sentido contrário, a questão da comunhão aos divorciados recasados não foi nem sequer mencionada. A herança de João Paulo II permanece intacta. E nos damos conta de que há uma relação simbiótica entre a família humana e a família eclesial. Porque a Eucaristia alimenta a vida espiritual de ambos”.

Portanto "valorizar e proteger a prática é de vital importância”. “Precisamos – evidenciou Pell – de um claro ensinamento sobre a família e a Eucaristia para ajudar a dissipar as sombras de práticas e de doutrinas não aceitáveis para que a Eucaristia continue a resplandecer no seu mistério radiante".

À margem do Dies Academicus, ZENIT fez algumas perguntas ao cardeal.

***

Homilética: Finados (2 de Novembro): Comemoração de Todos os Fiéis Falecidos: "Outra visão da morte"


Neste dia 2 de novembro celebramos o dia de Finados, momento de fazer memória aos parentes e amigos já falecidos, em uma manifestação pública de afeto. Para os cristãos, este é também o momento de olhar para o futuro e ter o conforto de saber que o nosso destino está em Deus e que a morte nada mais é do que o nascimento para a vida eterna. A Igreja nos convida neste dia a comemorar todos os fiéis defuntos, a voltar o nosso olhar a tantos rostos que nos precederam e que concluíram o caminho terreno. Para nós cristãos a morte é iluminada pela ressurreição de Cristo e para renovar a nossa fé na vida eterna.

A liturgia do dia de Finados poderia ser chamada também de liturgia da esperança, pois, a vitória sobre a morte é o critério da esperança do cristão.  Diante da morte a resposta do cristão deve ser: “A vida não é tirada, mas transformada”.  E esta resposta baseia-se na fé na Ressurreição de Jesus. Somos unidos com Ele na vida e na morte.  Somente quem pode reconhecer uma grande esperança na morte, pode também viver uma vida a partir da esperança. O homem tem necessidade de eternidade e esse desejo de eternidade foi o que Jesus veio trazer quando disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26).


A Palavra de vida e de esperança é um profundo conforto para nós, face ao mistério da morte, especialmente quando atinge as pessoas que nos são mais queridas. Embora nos tenhamos entristecido porque tivemos que nos separar delas, e ainda nos amargura a sua falta, a fé nos enche de íntimo alívio perante o pensamento de que, como aconteceu para o Senhor Jesus e sempre graças a Ele, a morte já não tem qualquer poder sobre eles (cf. Rm 6,9). Passando, nesta vida, através do Coração misericordioso de Cristo, eles entraram “num lugar de descanso” (Sb 4,7).

A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida. No horizonte final do homem não está a morte, o fracasso, o nada, mas está a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida eterna.

No Evangelho, Jesus deixa claro que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão” que conduz à vida eterna. Para aceder a essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e beber o sangue” de Jesus) é, ao longo da nossa caminhada pela terra, um momento privilegiado de encontro e de compromisso com essa vida nova e definitiva que Jesus veio oferecer.

Na segunda leitura, Paulo garante aos cristãos de Tessalônica que Cristo virá de novo, um dia, para concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo; todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.

Na primeira leitura, Isaías anuncia e descreve o “banquete” que Deus, um dia, vai oferecer a todos os Povos. Com imagens muito sugestivas, o profeta sugere que o fim último da caminhada do homem é o “sentar-se à mesa” de Deus, o partilhar a vida de Deus, o fazer parte da família de Deus. Dessa comunhão com Deus resultará, para o homem, a felicidade total, a vida definitiva.

Jesus Cristo ilumina o mistério da dor e nos ensina a olhar a morte além da angústia e do medo. Ele venceu o lado angustiante da morte, através da sua Ressurreição, pela qual foi possível abrir a porta da esperança para a eternidade. Cristo transformou a morte, que anteriormente era vista como um túnel escuro e sem saída, em uma passagem luminosa, um caminho para a Páscoa.

Cristo morreu e ressuscitou e nos abriu a passagem para a casa do Pai, o Reino da vida e da paz. Quem segue Jesus nesta vida é recebido onde Ele nos precedeu. Portanto, enquanto visitamos os cemitérios, recordemo-nos que ali, nos túmulos, repousam só os despojos dos nossos entes queridos na expectativa da ressurreição final. As suas almas, como diz a Sagrada Escritura, já “estão nas mãos de Deus” (Sb 3,1). Portanto, o modo mais justo e eficaz de os honrarmos é rezar por eles, oferecendo atos de fé, de esperança e de caridade em união ao Sacrifício Eucarístico (cf. BENTO PP XVI, Angelus, 1 de novembro de 2009).

O dia de finados é sempre excelente ocasião, não somente para rezar pelos nossos irmãos já falecidos, mas também para alagarmos nosso conceito de vida, pensarmos no modo como estamos vivendo, bem como reforçarmos a nossa esperança de um dia estarmos todos diante do Pai. Portanto, a nossa oração pelos defuntos é útil e também necessária, enquanto ela não só os pode ajudar, mas ao mesmo tempo torna eficaz a sua intercessão em nosso benefício (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 958).

Cada Santa Missa possui um valor infinito e é o que temos de mais valioso para oferecer pelas almas.  Também podemos oferecer por elas as indulgências que lucramos na terra: as nossas orações; a melhor maneira de demonstrarmos o nosso amor pelos nossos parentes e amigos e por todos os que nos precederam e esperam o seu encontro definitivo com Deus.


Nas nossas orações, peçamos para que também nós, peregrinos na terra, mantenhamos sempre orientados os olhos e o coração para a meta derradeira pela qual aspiramos, a casa do Pai, o Céu. E que o  Senhor nos conceda, no final da nossa peregrinação terrestre, uma morte santa e que possamos estar entre os seus escolhidos para que Ele possa dizer neste dia a cada um de nós: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança o reino que para vós está preparado desde a criação do mundo” (Mt 25,34). Assim seja.

Ideologia de Gênero no ENEM cria polêmica.


O Ministério da Cultura não desiste mesmo de querer impor à sociedade brasileira, sobretudo aos jovens, a Ideologia de Gênero, que quer colocar em nossa cabeça a “fórceps” que não existe sexo, num desrespeito ao que já foi aprovado pelas autoridades do governo.

O Plano Nacional de Educação foi aprovado pelo Congresso Nacional, excluindo dele a Ideologia de Gênero; e a Lei foi sancionada pela Presidente da República. Ora, o assunto, ao menos em nível governamental, deveria cessar. Há uma definição clara e legal sobre a matéria.

Mas os ideólogos que defendem essa cultura, vencidos no campo legal, insistem em usar os meios controlados pelo governo para insistir nesta tecla.

Em um vídeo muito divulgado na internet, o Procurador Regional da República em Brasília, Dr. Guilherme Scheib, afirma que:

“O governo federal e alguns governos locais cometem graves ilegalidades contra a família e a infância, ao propor e implantar em escolas públicas e particulares a ideologia de gênero. Diversas denúncias revelam a prática de ministrar aulas para crianças sobre sexo anal, bissexualidade, sexo com animais, prostituição e até masturbação. Além de apresentar temas sexuais complexos ao entendimento de crianças e adolescentes, procura-se relativizar abusivamente na mente das crianças os conceitos morais de masculinidade e feminilidade”. 

E o Procurador apresenta até um “Modelo de notificação extrajudicial” que se for necessário pode a ser entregue ao diretor da escola de seu filho.

Agora, a questão volta no ENEM (24-25 de outubro de 2015). Uma questão da prova de Ciências Humanas do Enem 2015 chamou a atenção porque colocou em uma das questões a ousada afirmação da feminista Simone de Beauvoir (†1986), uma das ativistas da Ideologia de Gênero:

“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher. Nenhum destino biológico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”. (Simone Beauvoir, O segundo sexo, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1980).

Ela deixa claro que “o objetivo final do movimento feminista é eliminar a diferenciação entre os sexos. A meta é a ectogênese, ou seja, a possibilidade de ter filhos fora de um corpo feminino”. Por isso, já se trabalha na construção de um útero artificial.