Na conclusão de mais um Ano Litúrgico, que
celebramos no decorrer deste mês de Novembro, a Pastoral Litúrgica de nossas
comunidades é convidada a incentivar a esperança e a cultivar a serenidade no
coração de todos os celebrantes. Isto tem início na primeira celebração de
Novembro, na festa de Todos os santos e santas, recordando que quem espera em
Deus terá a recompensa nos céus e participará da santidade divina.
Santos e santas são aqueles que viveram como servos
e servas do Senhor nesta terra, dedicaram suas vidas ao serviço fraterno,
limparam suas mãos e seus corações no sangue do Cordeiro, tornando-se
inocentes, puros como inocente e puro é o Coração de nosso Mestre, Jesus.
Agora, eles participam plenamente da santidade divina como filhos e filhas de
Deus e como discípulos e discípulas de Jesus Cristo. Por isso, a Igreja insiste
que a vocação cristã tem como objetivo a santidade para participar e viver em
comunhão com a vida divina. Esta é, portanto, uma das principais finalidades de
celebrar na Liturgia a santidade divina oferecida a todos nós, homens e
mulheres, presente nos Mistérios Pascais de Cristo. Uma Liturgia que convida
seus celebrantes a serem santos e santas, que recorda a vocação
à santidade e que a santidade é a realização plena da vida humana.
Um modo de entrar no caminho da santidade é viver
com os pés na terra, sem esquecer que não somos eternos, que não temos morada
permanente aqui na terra, como celebrado na Missa da Comemoração dos fiéis
defuntos (finados) como sua bela e forte profissão de fé: Eu creio na vida
eterna! Professar a fé na vida eterna é professar a certeza de que Deus não
quer a morte do homem e da mulher, mas que ele viva cultivando a semente da
vida eterna, plantada pelo próprio Deus no coração humano. Eis, porque a Igreja
jamais celebra a morte, mas sempre celebra a força da vida e conforta os que
choram o sentimento de perda de seu ente querido. A Igreja sempre celebra o
encontro com a morte com a força da esperança para fortalecer os enfraquecidos
pelo luto, provocado pela experiência da morte.