quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ambulância é transformada em confessionário móvel nos Estados Unidos


Faltando poucas semanas para o início do Ano da Misericórdia, a diocese de Lafayette, localizada no estado de Louisiana (Estados Unidos) propôs uma interessante iniciativa para ir em busca dos fiéis católicos e aproximá-los da confissão: transformaram uma ambulância em um confessionário que vai de bairro em bairro.

“Acredito que as pessoas perdem a oportunidade de aceder ao sacramento devido ao fato de que muitos deles têm horários apertados e nós queremos superar esse obstáculo”, disse o Bispo de Lafayette, Dom Michael Jarell ao canal KLFY News.

Dom Jarrell acrescentou que este projeto responde a um chamado do Papa Francisco: “O Santo Padre nos pediu concentrar-nos no sacramento da reconciliação e este é o propósito desta unidade de cuidado espiritual: levar as pessoas a uma comunhão mais profunda com Cristo”.

O Bispo abençoou a ambulância junto de diversos membros da diocese. Por sua parte, o Pe. Michael Champagne assinalou que este confessionário móvel deverá percorrer as ruas da cidade a partir do dia 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Concepção e inauguração do Ano da Misericórdia. 

Os europeus deveriam ter a coragem de voltar à Igreja e à Bíblia, afirma Angela Merkel


A chanceler alemã Angela Merkel, que é filha de um pastor protestante, convidou os seus compatriotas a irem com mais frequência à igreja e a conhecerem melhor a bíblia.

A notícia foi publicada pela revista Pro. Merkel participou de um debate público na Universidade de Berna, Suíça, no começo deste mês e, diante de uma pergunta sobre o risco de “islamização” da Europa, recordou que a melhor resposta é ter “a coragem de ser cristãos, de fomentar o diálogo (com os muçulmanos), de voltar à igreja, de se aprofundar de novo na bíblia”. Depois acrescentou, com pesar, que “se você perguntar a crianças em idade escolar o que é o Pentecostes, as respostas serão provavelmente muito decepcionantes”.

A chanceler, que está bastante envolvida na busca de solução para a crise dos migrantes, quis mostrar que o medo do islã não contribui para melhorar a situação. A afluência de refugiados e os debates em torno da crise também constituem, segundo ela, uma oportunidade “para descobrir um pouco mais sobre as nossas próprias raízes”. Para dialogarmos e falarmos de nós próprios, é antes necessário nos conhecermos e entendermos. 

Falta de educação na liturgia


Cada vez mais impressiona-me a falta de educação nas celebrações litúrgicas, de modo particular na Missa. Isto se faz presente para com o local sagrado, manifestado no modo de se vestir, por exemplo, e até mesmo de falar alto dentro de uma igreja, antes da celebração e no momento da celebração. São evidências de uma falta de catequese, mas também de um discernimento em favor de respeito para com o espaço onde pessoas e a comunidade se encontram com Deus. Hoje, o uso de celular durante a Missa aumentou o grau de desrespeito para com a celebração. A questão beira à falta de educação, do ponto de vista social. Já vi pessoas de todas as idades usando o celular dentro da igreja, durante alguma celebração, sem contar aqueles pais que deseducam seus filhos, contribuindo com o distanciamento do sagrado, permitindo que eles fiquem totalmente alheios à celebração, brincando com joguinhos no celular.

A educação de desligar, ou ao menos, colocar o celular no vibratório, é esquecida por muitos que participam de nossas celebrações. Outro dia, um padre me contava que durante a celebração do Batismo, o celular da madrinha tocou e ela atendeu, pedindo ao padre que tivesse um pouco de paciência porque precisava atender ao telefone. Um pai de uma noiva comentou comigo que um dos padrinhos de sua filha atendeu o celular no presbitério, durante a celebração e na frente de todos os convidados. Sei que muitos de nós já fomos molestados com gente atendendo celular perto de nós, durante a missa, ou saindo da igreja falando alto, respondendo a uma chamada, como se fossem os únicos dentro da igreja. 

ISIS: "Vocês não terão o meu ódio".


Antoine Leiris perdeu a esposa nos ataques terroristas da última sexta-feira, 13 de novembro, em Paris. Neste dia 16 de novembro, ele deu uma resposta avassaladora aos monstros – e a todos nós também, que, às vezes, achando-nos justos, alimentamos a nossa própria monstruosidade… Antoine postou em seu perfil no Facebook:

“Vocês não terão o meu ódio”

Na noite de sexta-feira, vocês acabaram com a vida de um ser excepcional, o amor da minha vida, a mãe do meu filho, mas vocês não terão o meu ódio. Eu não sei quem vocês são e não quero saber; vocês são almas mortas. Se esse Deus pelo qual vocês matam cegamente nos fez à sua imagem, cada bala no corpo da minha mulher terá sido uma ferida no seu coração.

Eu não vou dar a vocês o presente de odiá-los. Vocês o procuraram, mas responder ao ódio com a cólera seria ceder à mesma ignorância que fez vocês serem quem são. Vocês querem que eu tenha medo, que eu olhe para os meus concidadãos com olhar desconfiado, que eu sacrifique a minha liberdade pela segurança. Vocês perderam. Nós vamos continuar jogando a nossa partida.

Eu a vi esta manhã. Finalmente, depois de noites e dias de espera. Ela ainda estava tão bela como quando partiu na noite de sexta-feira, tão bela como quando me apaixonei perdidamente por ela, há mais de doze anos. É claro que estou devastado pela dor – concedo a vocês esta pequena vitória, mas ela será de curta duração. Eu sei que ela vai nos acompanhar todos os dias e que vamos nos reencontrar no paraíso das almas livres, ao qual vocês nunca terão acesso.

Nós agora somos dois, meu filho e eu, mas nós somos mais fortes do que todos os exércitos do mundo. Eu não tenho mais tempo para dar a vocês; eu vou buscar o Melvil, que está acordando da sua sesta. Ele só tem 17 meses, vai comer a sua papinha como todos os dias, depois nós vamos brincar como todos os dias, e, durante toda a sua vida, este rapaz vai fazer a vocês a afronta de ser feliz e livre. Porque não, vocês nunca vão ter o ódio dele.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A desgraça do mundo moderno


“Não se deu conta ainda de que o mundo se libertou das trevas da ignorância, dos preconceitos, dos tabus, da tirania, do despotismo, graças ao iluminismo?”

Quantas e quantas vezes em meu combate, em discussões mais acaloradas, não ouvi uma sentença mais ou menos nestes termos: “Não se deu conta ainda de que o mundo se libertou das trevas da ignorância, dos preconceitos, dos tabus, da tirania, do despotismo, graças ao iluminismo?”

É preciso, pois, estudar e entender melhor o que foi o iluminismo e suas consequências. Há uma vasta e excelente literatura sobre o assunto. Todavia, nunca é demais tentar informar um público maior, não dado a leituras mais densas, um público que acaba sendo enganado pela propaganda ideológica subversiva que doura o iluminismo como se representasse um grande avanço da humanidade, uma descoberta libertadora do homem, que o tivesse tornado essencialmente melhor que o homem antigo, o homem histórico, ou ainda mais perfeito que o homem redimido e feito filho de Deus pelo batismo e membro do corpo místico de Cristo a Santa Igreja Católica.

A primeira coisa que cumpre dizer é que o iluminismo não representa absolutamente um período de desenvolvimento e aprofundamento da filosofia ou de um progresso do conhecimento humano em geral. Não houve disparate que não fosse sustentado pelos “filósofos das luzes”, como, por exemplo, a negação da causalidade por David de Hume, um dos precursores do iluminismo. Ele, contraditoriamente, queria descobrir a causa que levava o homem a confundir a sucessão constante entre dois fenômenos  com a relação de causa e efeito! E o pior é que tal absurdo lhe valeu a a admiração de outros autores que aumentaram e sofisticaram ainda mais os seus erros.

Acrescente-se ainda que os verdadeiros métodos científicos modernos não devem nada ao iluminismo. Bacon é anterior ao iluminismo e certamente ficaria horrorizado com o que alguns iluministas disseram sobre a ciência. E debocharia do otimismo pueril de muitos deles.

Outra acusação que se deve fazer contra o iluminismo é quanto ao seu endeusamento da razão. O hino iluminista à razão está longe de ser um reconhecimento reverente da capacidade da inteligência humana de conhecer a natureza humana e o mundo, adequar as coisas às necessidades do homem e promover, enfim, a ciência e a cultura. Pelo contrário, há no iluminismo uma tendência a rebaixar o homem à condição de irracional. É verdade que tal tendência  prevalece, sobretudo, em um Rousseau, justamente por isso classificado, sob certos aspectos, como um opositor do iluminismo.

Entretanto, é inegável que o fruto próprio do iluminismo tenha sido um amesquinhamento da razão humana considerada inepta para conhecer a realidade e reduzida a instrumento (por contraditório que pareça) de manipulação da realidade. O endeusamento da razão significa apenas um desprezo da fé, seja porque basta uma religião natural (o homem é bom e não precisa de uma religião redentora) seja porque o homem não pode sequer saber racionalmente se Deus existe. 

Brasil sofreu ontem o maior ataque terrorista da sua história. E anteontem também. E hoje também.


O maior atentado terrorista da história da França desde a II Guerra Mundial, terminada há mais de 70 anos, matou na última sexta-feira 13, em Paris, 129 pessoas. Com toda a razão, este fato monstruoso deixou o mundo boquiaberto, chocado e indignado.

Se mais 14 pessoas tivessem sido assassinadas, a tragédia histórica da França teria empatado com a normalidade cotidiana do Brasil, país “pacífico” que teve em 2014 a média de 143 assassinatos dolosos por dia.

REPETINDO: EM 2014, O BRASIL TEVE A MÉDIA DE 143 ASSASSINATOS DOLOSOS POR DIA.

Um assassinato doloso é aquele em que o homicida tem a intenção de matar. Ficam excluídos da estatística, portanto, os homicídios não intencionais, que elevariam os números já estratosféricos a níveis de ultraterrorismo épico.

Em números absolutos, o Brasil ostenta o título terrorista de maior quantidade de homicídios do planeta Terra. De cada 100 assassinatos que acontecem no mundo, cerca de 13 são cometidos no Brasil. Esta informação fica mais clara quando mencionamos junto com ela as seguintes palavras: Iraque, Síria, Nigéria, Palestina, Afeganistão, Paquistão, Congo, Sudão do Sul, Líbia, Egito. 

Portas das igrejas não sejam blindadas, diz Papa.


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo. Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! – , que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!

Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas as famílias, e toda a Igreja, receberam um grande encorajamento para se encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas, para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.

O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto! 

Afinal, o que é que o Estado Islâmico realmente pretende?


Despertou furor um artigo publicado na atual edição da revista norte-americana The Atlantic: “What ISIS Really Wants” [“O que o Estado Islâmico realmente quer”], escrito por Graeme Wood. Enquanto as fantasias ocidentais reduzem o Estado Islâmico a um bando de psicopatas altamente descontentes, o autor vai mais a fundo e o descreve como uma força descomunal, alicerçada solidamente em uma mistura coesa de ideologia e fé.

De acordo com Wood:

1. O Estado Islâmico e a Al-Qaeda estão muito longe de ser a mesma coisa.

O Estado Islâmico já eclipsou a Al-Qaeda e considera seus líderes como apóstatas. É um grave erro ocidental o de não perceber a diferença entre esses dois grupos, particularmente no tocante à sua forma de interpretar o Alcorão.

2. O Estado Islâmico defende a estrita observância do Alcorão e se proclama responsável pelo cumprimento das suas profecias apocalípticas.

Os seguidores do grupo são muito bem doutrinados na fé e seguem a lei islâmica ao pé da letra, o que inclui a “obrigação” de praticar crucificações e amputações e de impor a escravidão.

3. O Estado Islâmico se considera um califado.

O grupo conseguiu cumprir o requisito de possuir um território próprio: depois de ocupar a área ao redor de Mosul, no Iraque, eles têm hoje um território tão grande quanto o do Reino Unido. Agora, os crentes são obrigados a observar todas as leis da sharia. Em tese, isto implica a imigração dos fiéis ao califado.

4. Os membros do Estado Islâmico acreditam que têm um papel a desempenhar no armagedom.

Para eles, está profetizado que haverá uma grande batalha contra “Roma” em Dabiq, na Síria; que eles conseguirão saquear Istambul; e que acontecerá um confronto final com um anti-Messias antes do retorno de Jesus, no final dos tempos.

5. O atual foco do Estado Islâmico é a ofensiva jihadista de expansão.

Uma vez estabelecido, o califado deve expandir-se para territórios não muçulmanos, conquistando novas terras pelo menos uma vez por ano. Suas táticas – decapitações, crucificações e escravização de mulheres e crianças – têm o objetivo de aterrorizar os inimigos e apressar o fim do conflito.