sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Papa aos religiosos: “Não caiam no ‘mercado’ da tibieza. Deus vomita”


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA –

DISCURSO

Encontro com o clero, os religiosos, as religiosas e os seminaristas
Escola Saint Mary’s no Quênia

Quinta-feira, 26 de novembro de 2015

V. Tumisufu Yesu Kristu! [Louvado seja Jesus Cristo!]

R. [Milele na Milele. Amina (Agora e sempre. Amen)]

Muito obrigado pela vossa presença. Gostaria muito de vos falar em inglês, mas o meu inglês é pobre! Tomei nota e quero dizer-vos tantas coisas a todos vós, a cada um de vós, mas sinto-me inseguro se vo-las disser em inglês; prefiro falar na minha língua materna. Mons. Miles é o tradutor. Obrigado pela vossa compreensão.

Quando estava a ser lida a carta de São Paulo, impressionaram-me estas palavras: «É exactamente nisto que ponho a minha confiança: Aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim, até ao dia de Cristo Jesus» (Flp 1, 6).

O Senhor escolheu-vos a todos; escolheu-nos a todos. E Ele deu início à sua obra no dia em que nos fixou no Baptismo e, depois, no dia em que nos fixou quando nos disse: «Se quiseres, vem comigo». Então pusemo-nos na fila [dos seus seguidores] e começámos o caminho. Mas o caminho foi Ele que o iniciou, não nós. Não fomos nós. No Evangelho, lemos que uma pessoa por Ele curada queria segui-Lo ao longo do caminho, mas Jesus disse-lhe: «Não». No seguimento de Jesus Cristo – tanto no sacerdócio como na vida consagrada – entra-se pela porta; e a porta é Cristo. Ele chama, Ele começa, Ele vai-nos trabalhando. Há alguns que querem entrar pela janela; mas isso não resulta. Por favor, se alguém vir que um companheiro ou uma companheira entrou pela janela, abraçai-o e explicai-lhe que é melhor ir embora e servir a Deus noutro lado, porque nunca chegará ao fim uma obra cujo início não foi dado por Jesus, por Ele mesmo, através da porta.

Isto há-de levar-nos à consciência de ser escolhidos: «Ele fixou-me, fui escolhido». Faz-me impressão o início do capítulo 16 de Ezequiel: «Eras filha de estrangeiros, uma recém-nascida abandonada; mas Eu passei, lavei-te e tomei-te comigo». Temos aqui o caminho, a obra que o Senhor começou, quando pousou o seu olhar sobre nós.

Há alguns que não sabem para que os chama Deus, mas sentem que Deus os chamou. Ficai tranquilos, Deus vos fará compreender para que vos chamou. Há outros que querem seguir o Senhor por conveniência, por interesse. Lembremos a mãe de Tiago e João: «Senhor, peço-te que, ao dividires o bolo, dês o pedaço maior aos meus filhos. Que um fique à tua direita, e o outro a tua esquerda». Esta é a tentação de seguir Jesus por ambição: a ambição do dinheiro, a ambição do poder. Talvez todos nós possamos dizer: «Quando comecei a seguir Jesus, isso nem sequer me passou pela cabeça». Mas a qualquer outro passou, e pouco a pouco foi-o semeando no teu coração como cizânia.

Na vida do seguimento de Jesus, não há lugar para ambições próprias, nem para riquezas, nem para ser uma pessoa importante no mundo. A Jesus segue-se até ao último passo da sua vida terrena: a Cruz. Depois Ele encarrega-Se de te ressuscitar, mas tu deves ir até lá. Isto que vos digo é sério, porque a Igreja não é uma empresa, não é uma ONG. A Igreja é um mistério: é o mistério do olhar de Jesus pousado sobre cada um, que lhe diz: «Segue-me».

Então, que fique claro: quem chama é Jesus; entra-se pela porta, não pela janela; e segue-se o caminho de Jesus. 

Campanha para a Evangelização 2015


A Campanha para a Evangelização associa a Encarnação do Verbo e o nascimento de Jesus Cristo com a missão permanente da Igreja que é evangelizar. Inicia-se na festa de Cristo Rei, e encerra-se no terceiro domingo do Advento, quando deve ser realizada nas comunidades a Coleta para a Evangelização.

Durante a Campanha deste ano, ocorrerá a abertura do Jubileu Extraordinário da Misericórdia. É desejo do Papa Francisco que a Igreja anuncie a misericórdia, caminho que une Deus e os homens, e nutre a esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado.

As comunidades são chamadas a prepararem as pessoas para contemplarem o rosto misericordioso de Deus, manifesto na ternura do Filho que Maria Santíssima apresenta a todos, e acolherem os valores que Ele nos anuncia.

O pecado e o Protoevangelho

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus e, por isso, só encontra a verdadeira realização em Deus. Sua vida deve ser voltada para Ele e nele está a razão de seu existir e de sua felicidade.

O pecado é a grande ameaça a esta felicidade humana, uma vez que representa uma ruptura no relacionamento com Deus. O pecado de Adão muda os rumos da his- tória e enterra o sonho de felicidade do ser humano. Só traz sofrimento, dor e morte. Desumaniza a pessoa.

Assim, temos os sinais de morte presentes no mundo, como a violência, o desrespeito à dignidade humana e aos direitos pessoais e sociais, as doenças, o medo, os traumas, as neuroses etc.

Mas, como diz a Oração Eucarística IV, “quando pela desobediência perderam a vossa amizade, não os abandanastes ao poder da morte, mas a todos socorrestes com bondade, para que, ao procurar-vos, vos pudessem encontrar”. E este socorro é anunciado no protoevangelho: “E o Senhor Deus disse à serpente: ‘Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selvagens. Rastejarás sobre teu ventre e comerás o pó todos os dias de tua vida. Porei inimiza- de entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar’” (Gn 3,14-15).

Esta promessa é cumprida em Jesus Cristo. Todos esta- mos acostumados a ver a imagem de Nossa Senhora das Graças, na qual ela pisa na cabeça da serpente, indicando que por seu filho Jesus, o mal é vencido. O Natal é o cumprimento dessa promessa. 

Perante a ONU em Nairobi o Papa denuncia o comércio ilegal


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

DISCURSO

Visita ao escritório das Nações Unidas em Nairóbi
Quinta-feira, 26 de novembro de 2015


Desejo agradecer o amável convite e as palavras de boas-vindas da Senhora Sahle-Work Zewde, Directora-Geral do Gabinete das Nações Unidas em Nairobi, bem como do Senhor Achim Steiner, Director Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e do Senhor Joan Clos, Director Executivo da ONU-Hábitat. Aproveito esta oportunidade para saudar todos os funcionários e quantos colaboram com as instituições aqui presentes.

Quando me dirigia para esta sala, convidaram-me a plantar uma árvore no parque do Centro das Nações Unidas. De boa vontade aceitei cumprir este gesto simbólico e simples, cheio de significado em muitas culturas.

Plantar uma árvore é, em primeiro lugar, um convite a perseverar na luta contra fenómenos como a desflorestação e a desertificação. Lembra-nos a importância de proteger e administrar responsavelmente aqueles «pulmões do planeta repletos de biodiversidade [como bem podemos apreciar neste continente com] a bacia fluvial do Congo», lugares essenciais «para o conjunto do planeta e para o futuro da humanidade». Por isso, é sempre digna de apreço e encorajamento «a tarefa de organismos internacionais e organizações da sociedade civil que sensibilizam as populações e colaboram de forma crítica, inclusive utilizando legítimos mecanismos de pressão, para que cada governo cumpra o dever próprio e não-delegável de preservar o meio ambiente e os recursos naturais do seu país, sem se vender a espúrios interesses locais ou internacionais» (Laudato si’, 38).

Por outro lado, plantar uma árvore incita-nos a continuar confiando, esperando e sobretudo dando-nos as mãos para inverter todas as situações de injustiça e deterioração que sofremos hoje.

Dentro de poucos dias, começará em Paris uma reunião importante sobre as alterações climáticas, onde a comunidade internacional como tal se confrontará mais uma vez sobre esta problemática. Seria triste e – atrevo-me a dizer – até catastrófico se os interesses particulares prevalecessem sobre o bem comum e chegassem a manipular as informações para proteger os seus projectos.

Neste contexto internacional em que se põe o dilema – que não podemos ignorar – de melhorar ou destruir o meio ambiente, cada iniciativa, pequena ou grande, individual ou colectiva, tomada para cuidar da criação, indica o caminho seguro para aquela «criatividade generosa e dignificante, que põe a descoberto o melhor do ser humano» (ibid., 211).

«O clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. (…) As mudanças climáticas são um problema global com graves implicações ambientais, sociais, económicas, distributivas e políticas, constituindo actualmente um dos principais desafios para a humanidade» (ibid., 23 e 25), cuja resposta «deve integrar uma perspectiva social que tenha em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos» (ibid., 93). Pois «o abuso e a destruição do meio ambiente aparecem associados, simultaneamente, com um processo ininterrupto de exclusão» (Discurso à ONU, 25 de Setembro de 2015). 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Filme 'Terra de Maria' é exibido em São Luís do Maranhão


O filme Terra de Maria que tem sido sucesso em várias cidades do Brasil, após pedidos do público, chegou a São Luís do Maranhão pela rede Kinoplex. O filme começou a ser exibido no último fim de semana, 20 a 22/11, porém não teve o público esperado. Por isso São Luís conseguiu mais sessões para o próximo final de semana, e será exibido às 13:30 no sábado (28/11) e no domingo (29/11). É importante que se sua cidade tem a exibição do filme Terra de Maria, divulgue para os seus amigos, na sua paróquia, nas redes sociais, pois onde há muita procura o filme abre novas salas de cinema.

O resultado fica agora em suas mãos! Por isso, se você assistiu e gostou do filme e comprovou pessoalmente o potencial transformador que o filme tem na vida das pessoas, divulgue entre seus amigos, familiares, vizinhos, colegas, conhecidos e desconhecidos, começando por aqueles que talvez nunca receberam um convite amável para conhecer a verdade e beleza do amor de Deus. 

“Terra de Maria” foi produzido em um formato especial: ele reúne depoimentos de pessoas de várias nacionalidades, cuja conversão aconteceu graças à intercessão de Maria, a Mãe de Jesus, e intercala esses testemunhos com elementos de ficção. Há especial atenção às aparições marianas, incluindo as de Medjugorje, mas, segundo o produtor do filme, o jornalista espanhol Juan Manuel Cotelo, a obra quer apresentar Maria para quem não a conhece, com base nos relatos de pessoas que, durante um tempo da sua vida, também não a conheciam.

Nossa Senhora das Graças - 27 de Novembro


O ano de 1830 ficou marcado pela manifestação da Imaculada Virgem Maria que, do Céu veio trazer-nos o seu retrato da Medalha bendita, à qual por causa dos seus prodígios e milagres, o povo cristão deu o título de Milagrosa.

Não é a Medalha Milagrosa como muitas que se tem inventado para representar os títulos e invocações de Maria Santíssima, medalhas dignas de respeito e veneração pelo que representam, mas que não têm origem mais do que o gosto do artista que as fabricou, ou o fervor do Santo que as divulgou.

Não é assim a Medalha Milagrosa; ela é um rico presente que Maria Imaculada quis oferecer ao mundo no século XIX, como penhor dos seus carinhos e bênçãos maternais, como instrumento de milagres e como meio, de preparação para a definição dogmática de 1854.

Foi na comunidade das Filhas da Caridade, fundada por São Vicente de Paulo, que a Santíssima Virgem escolheu a confidente dos seus desígnios, para recompensar de certo a devoção que o Santo sempre teve à Imaculada Conceição de Nossa Senhora, e que deixou por herança aos seus filhos e filhas espirituais.

Chamava-se ela Catarina Labouré. Nasceu a 2 de maio de 1806, na Côte d'Or, em França, e aos 20 anos de idade tomou o hábito das Filhas da Caridade. Noviça ainda,muito humilde, inocente e unida com Deus, era ternamente devota à Santíssima Virgem, a quem escolhera por Mãe desde que em pequenina ficara órfã, ardia em contínuos desejos de a ver e instava com o seu Anjo da Guarda para que lhe alcançasse este favor. Não foi baldada a sua esperança; entre outras, foi bem célebre a aparição de 18 para 19 de julho de 1830, em que Nossa Senhora a chamou à Capela, e com a irmã se dignou conversar por algumas horas, anunciando-lhe o que em breve aconteceria, enchendo-a de carinhos e consolações.


A mais importante das aparições foi a do dia 27 de novembro de 1830, sábado antes do primeiro domingo do Advento. Neste dia, estando a venerável irmã na oração da tarde, nessa Capela da Comunidade, rua du Bac, Paris, a Rainha do Céu se lhe mostrou, primeiro, junto do arco cruzeiro, do lado da epístola, onde hoje está o altar " Virgo Potens", e depois por detrás do Sacrário, no altar-mor. "A Virgem Santíssima, diz a irmã, estava de pé sobre um globo, vestida de branco, com o feitio que se diz à Virgem, isto é, subido e com mangas justas; véu branco a cobrir-lhe a cabeça, manto azul prateado que lhe descia até aos pés; o cabelo em tranças, seguro por uma fita debruada de pequena renda, sobre ele pousava, o rosto bem descoberto de uma formosura indescritível. As mãos, elevadas até à cinta, sustentavam outro globo, figura do mundo, rematado por uma cruzinha de ouro; a Senhora toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la; o rosto iluminou-se-lhe de radiante claridade no momento em que com os olhos levantados para o céu, oferecia ao Senhor esse globo".

"De repente os dedos cobriram-se de anéis e pedrarias preciosas de extraordinária beleza, de onde se desprendiam raios luminosos para todos os lados, envolvendo a Senhora em tal esplendor que já se lhe não via a túnica nem os pés. As pedras preciosas eram maiores umas, menores outras e proporcionais eram também os raios luminosos". "O que então experimentei e aprendi naquele momento é impossível explicar". 

Centenas de pessoas rezam o Rosário ante exposição blasfema em Pamplona


Mais de 400 pessoas se congregaram na terça-feira, 24, para rezar ante a mostra blasfema de Abel Azcona, na qual ele usou mais de 200 hóstias consagradas, exposta na sala Conde Rodezno de Pamplona (Espanha).

Em relação a este tema, Azcona considera que as manifestações contra sua exposição são “parte da performance” e fez comentários depreciativos nas redes sociais a respeito daqueles que participaram no ato de desagravo. Disse, por exemplo, que essas concentrações de pessoas expressam uma “maravilhosa continuação da minha performance Art ‘Amem’”.

Alguns cidadãos entraram na sala para rezar o rosário em ato de desagravo ante as fotografias de Azcona sem roupa junto às hóstias consagradas que roubou, com as quais escreveu a palavra “pederastia”. Fora da sala Conde Rodezno, onde está a mostra de Azcona, havia também mais de 300 cidadãos que permaneciam rezando.

O município de Pamplona pediu ao artista que retirasse a parte ofensiva e sacrílega da sua exposição, mas até agora não obtiveram uma resposta.

Em meio a esta polêmica, na segunda-feira, 23, um cidadão entrou na exposição e retirou o prato onde estavam as hóstias e as levou a uma paróquia próxima à sala de exposição. Azcona considerou que roubaram parte da sua obra, enquanto o município comunicou ao artista que as hóstias consagradas “não serão devolvidas”.

A Arquidiocese de Pamplona celebrou hoje uma missa de reparação nas Catedrais de Pamplona e de Tudela. 

Papa na Missa em Nairobi: não ao materialismo e indiferença.


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

Santa Missa
Campus da Universidade de Nairobi (Quênia)

Quinta-feira, 26 de novembro de 2015


A palavra de Deus toca-nos no mais íntimo do coração. Hoje, Deus diz-nos que Lhe pertencemos. Foi Ele quem nos fez, somos a sua família, e Ele estará sempre ao nosso dispor. Não temais – diz-nos Ele! Eu vos escolhi e prometo dar-vos a minha bênção (cf. Is 44, 2).

Escutamos esta promessa na primeira Leitura de hoje. O Senhor diz-nos que fará jorrar água no deserto, numa terra sequiosa; fará com que os filhos do seu povo floresçam como a erva e como salgueiros exuberantes. Sabemos que esta profecia se cumpriu com a efusão do Espírito Santo no Pentecostes. Mas vemos que se cumpre também onde quer que o Evangelho é pregado, quando novos povos se tornam membros da família de Deus, a Igreja. Hoje alegramo-nos, porque se cumpriu nesta terra. Através da pregação do Evangelho, tornastes-vos também participantes da grande família cristã.

A profecia de Isaías convida-nos a olhar para as nossas famílias, dando-nos conta de como são importantes no plano de Deus. A sociedade do Quénia tem sido longamente abençoada com uma vida familiar sólida, um respeito profundo pela sabedoria dos idosos e o amor pelas crianças. A saúde de qualquer sociedade depende da saúde das famílias. Para nosso próprio bem e para bem da sociedade, a nossa fé na Palavra de Deus chama-nos a sustentar a missão das famílias na sociedade, a acolher as crianças como uma bênção para o nosso mundo, e a defender a dignidade de cada homem e mulher, pois somos todos irmãos e irmãs na única família humana. 

Papa: "Não usar o Nome de Deus para justificar a violência!"


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

Encontro ecumênico e inter-religioso
Salão da Nunciatura Apostólica, Nairobi (Quênia)

Quinta-feira, 26 de Novembro de 2015


Queridos amigos!

Agradeço a vossa presença aqui hoje e a oportunidade de partilhar estes momentos de reflexão convosco. De modo particular, quero agradecer a D. Kairo, ao Arcebispo Wabukala e ao Professor El-Busaidy as palavras de boas-vindas que me dirigiram em nome pessoal e das respectivas comunidades. Considero importante que, ao visitar os católicos duma Igreja local, sempre tenha ocasião de encontrar os líderes de outras comunidades cristãs e de outras tradições religiosas. Tenho esperança de que este tempo transcorrido em conjunto possa ser um sinal da estima da Igreja pelos seguidores de todas as religiões; possa este encontro ajudar a fortalecer os laços de amizade que já existem entre nós.

A bem da verdade, esta relação coloca-nos perante um desafio; põe-nos questões. Mas o diálogo ecumênico e inter-religioso não é um luxo. Não é algo exterior ou opcional, mas é essencial, algo de que o nosso mundo, ferido por conflitos e divisões, tem cada vez mais necessidade.

Com efeito, as crenças religiosas e a maneira de as praticar influem sobre aquilo que somos e a compreensão do mundo que nos rodeia. São, para nós, fonte de iluminação, sabedoria e solidariedade, enriquecendo assim as sociedades onde vivemos. Ao cuidar do crescimento espiritual das nossas comunidades, ao formar as mentes e os corações para a verdade e os valores ensinados pelas nossas tradições religiosas, tornamo-nos uma bênção para as comunidades onde vive o nosso povo. Numa sociedade democrática e pluralista como o Quênia, a cooperação entre os líderes religiosos e as suas comunidades torna-se um importante serviço ao bem comum.