VIAGEM
DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
–
QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -
DISCURSO
Encontro
com as autoridades de Uganda e com o corpo diplomático
Palácio
do Governo – Kampala
Sexta-feira,
27 de novembro de 2015
Senhor Presidente,
Ilustres membros do Governo,
Distintos membros do Corpo Diplomático,
Amados Irmãos Bispos,
Senhoras e Senhores!
Obrigado pela vossa amável recepção! Estou feliz
por me encontrar no Uganda. A minha visita ao vosso país tem como objectivo
principal comemorar o cinquentenário da canonização dos Mártires do Uganda pelo
meu predecessor, o Papa Paulo VI. Mas espero que a minha presença seja vista
também como um sinal de amizade, estima e encorajamento para todos os
habitantes desta grande nação.
Os Mártires, tanto católicos como anglicanos, são
verdadeiros heróis nacionais. Dão testemunho dos princípios orientadores
expressos no lema do Uganda: Por Deus e pelo meu País. Lembram-nos a
importância que a fé, a rectidão moral e o serviço ao bem comum desempenharam e
continuam a desempenhar na vida cultural, económica e política do país.
Recordam-nos também que, apesar das nossas crenças religiosas e convicções
diferentes, somos todos chamados a procurar a verdade, a trabalhar pela justiça
e a reconciliação, e a respeitar-nos, proteger-nos e ajudar-nos uns aos outros
como membros da única família humana. Estes altos ideais são pedidos
particularmente a homens e mulheres como vós que tendes o dever de assegurar
com critérios de transparência um bom governo, um desenvolvimento humano
integral, uma ampla participação na vida pública da nação e também uma sábia e
justa distribuição dos recursos que o Criador derramou tão abundantemente sobre
estas terras.
A minha visita visa ainda chamar a atenção para a
África no seu conjunto, para a promessa que representa, as suas esperanças, as
suas lutas e as suas conquistas. O mundo olha para a África como o continente
da esperança. O Uganda foi realmente abençoado por Deus com abundantes recursos
naturais, que sois chamados a administrar como guardiões responsáveis. Mas a
nação foi abençoada sobretudo no seu povo: através das suas famílias sólidas,
da sua juventude e dos seus idosos. Anseio pelo meu encontro de amanhã com os
jovens, a quem dirigirei palavras de encorajamento e estímulo. Como é
importante que lhes sejam oferecidas a esperança, a oportunidade de receber uma
instrução adequada e um trabalho remunerado e sobretudo a oportunidade de
participar plenamente na vida da sociedade! Quero assinalar também a bênção que
recebeis através dos idosos. São a memória viva de cada povo. A sua sabedoria e
experiência deveriam ser sempre valorizadas como uma bússola capaz de permitir
que a sociedade encontre a orientação certa para enfrentar os desafios do
presente com integridade, sabedoria e clarividência.