terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Pedagogia Litúrgica para o mês de Dezembro de 2015: "Feliz e santo Natal! Paz e alegria!"


Em meio as correrias de Dezembro, a Liturgia manda-nos um convite para serenar nossos corações iniciando nossa preparação para o encontro com o Senhor, seja pela vigilância, nos dois primeiros Domingos do Advento, seja pela alegria da proximidade do Natal, nos dois outros Domingos do Advento. Um convite especial, digamos, por um motivo importante: o início do Ano Santo da Misericórdia, no dia 8 de dezembro. Além disso, a Liturgia nos presenteia com a grande celebração da Salvação, festejando a alegria do Santo Natal de Jesus Cristo.

Preparai o caminho para o encontro com Senhor, no final dos tempos

Com as mesmas luzes do 1º Domingo do Advento, que foi celebrado no último Domingo de Novembro, O 2º Domingo do Advento favorece a preparação espiritual da abertura do Ano Santo da Misericórdia, no dia 8 de dezembro, dois dias depois deste Domingo. Como o povo que recebeu a missão de testemunhar a misericórdia divina, pela libertação, a celebração do 2º Domingo do Advento envia os celebrantes a participar da mesma missão: testemunhar e concretizar a misericórdia divina no meio da sociedade de nossos dias. Testemunhar que Deus é misericordioso e concretizar a misericórdia sendo misericordiosos como Deus é misericordioso.

Com este 2º Domingo do Advento as “celebrações vigilantes”, iniciadas com as últimas celebrações do Tempo Comum, cedem espaço ao contexto da preparação próxima do Natal, no 3º e 4º Domingos do Advento.
  
Alegrai-vos sempre no Senhor; Ele está perto.

No 3º Domingo do Advento, a alegria toma conta da celebração para fortalecer os corações vacilantes para encorajar diante das dificuldades que a vida nos leva a deparar. Trata-se, pois, de uma alegria que revigora a alma dos celebrantes pela paz e pela força que somente Deus pode dar. Neste sentido, vale a pena perceber que João Batista não pede práticas ascéticas, nem ritos especiais ou orações poderosas; pede apenas uma mudança de coração que consiste em evitar a corrupção, não ser injusto, e o afastamento da violência. Este é o melhor modo de se preparar para o Natal e crescer na fidelidade do discipulado.

Quem viveu isto de modo intenso e exemplar foi a Virgem Maria, a “Bendita entre as mulheres”. A alegria espiritual, a alegria interior é percebida no coração de Maria de modo claro. A intenção que Lucas deixa transparecer, no Evangelho do 4º Domingo do Advento, é evidenciar como Isabel e Maria, mulheres pobres e mulheres que viviam no meio do povo, estão unidas pelo mesmo desígnio divino. A visita de Maria evidencia a força da fé, proclamada pela acolhedora Isabel: “bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. É aqui que nos deparamos com um grande segredo da espiritualidade do Natal: tornar-se um bem-aventurado crendo que o Senhor visita o seu povo na mais completa pobreza, como evidenciado no quadro da visitação de Nossa Senhora à sua prima Isabel. Pobreza que, aqui, não significa miséria, mas que rima com simplicidade, com humildade e com ternura. Virtudes de um coração alegre e cheio de paz por não estar apegado aos bens materiais.  

Itália: Escola proíbe comemorações natalícias. Decisão está gerando grande polêmica.


Com o objetivo de não ofender alunos de outras culturas e religiões, o diretor de um colégio em Itália proibiu o concerto de Natal. Decisão está a gerar polémica e até o primeiro-ministro já falou.

Na Itália já é conhecido como o ‘Caso Rozzano’. O diretor do Colégio Garofani, em Rozzano, no norte de Itália, decidiu cancelar o concerto de Natal, em nome da integração de todos os alunos, e a decisão está a gerar muita polémica.

O diretor Marco Parma decidiu adiar para 21 de janeiro o concerto de Natal e transformá-lo num “concerto de inverno”, excluindo as músicas religiosas. O diretor deste colégio, com cerca de 1.000 crianças do ensino primário ao ensino secundário e onde uma em cada cinco pertence a uma religião não cristã, confirmou ainda que negou a duas mães o pedido de ensinarem às crianças canções de Natal durante as horas de almoço.

“Num ambiente multicultural, isto gera problemas”, explicou o diretor, contando que a sua decisão se prende com experiências menos felizes que ocorreram no ano passado.

“Tivemos um concerto de Natal em que os pais de algumas crianças insistiram que houvesse canções de Natal e as crianças muçulmanas não cantaram. Ficaram lá, totalmente rígidas. Não é bom ver uma criança não cantar ou, pior ainda, ser chamada pelos pais para fora do palco”, justificou Marco Parma, que está a ser alvo de muitos ataques por parte de pais e de outras personalidades.


Matteo Salvini, dirigente da Liga Norte, pediu de imediato a demissão do diretor e até o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, já veio criticar, publicamente, a decisão.

“O Natal é muito mais importante do que um diretor de escola provocador”, afirmou, este domingo, o chefe do Executivo italiano, Matteo Renzi, em declarações ao Corriere della Sera.

Se ele pensa que desta forma está a promover a integração, na minha opinião ele cometeu um grande erro”, acrescentou o primeiro-ministro italiano. “A Itália inteira, laica e cristã, jamais renunciará ao Natal”, finalizou.

A Igreja não precisa da ciência


O padre Lemaître, cientista de fama mundial e criador da teoria do Big Bang, respondendo se a ciência é necessária à Igreja, afirmou:

“Certamente que não; a cruz e o evangelho bastam-lhe. Mas ao cristão nada de humano é alheio. Como poderia a Igreja desinteressar-se da mais nobre das ocupações estritamente humanas: a busca da verdade?”

Nesta colocação simples, mas profunda, o sábio jesuíta põe, como se diz, “os pingos nos is”. Num mundo dominado pela doutrina materialista e pelo seu filho mais “nobre”, o cientificismo, muitos são levados a sacrificar dogmas de fé em nome de uma suposta busca de harmonia entre ciência e fé.

Cristo fundou a Igreja católica para anunciar a boa nova da salvação. Esta é a sua missão. Mas, como bem lembra o padre Lemaître, o bom cristão não pode ficar alheio às coisas do mundo. A ciência é uma forma de resposta ao anseio da busca da verdade, que se revela pela glória do Criador manifestada na criação. Este desejo foi colocado por Deus no coração do homem. Sendo assim, muito interessa à Igreja e aos cristãos a ciência. Entretanto, esta não é necessária à Igreja: é algo mais, um instrumento útil, mas não lhe faz parte da base. Nosso amado papa João Paulo II explicou isso dizendo:

“A ciência pode purificar a religião do erro e da superstição. A religião pode purificar a ciência da idolatria e do falso absolutismo”.

Quão inspiradoras as palavras do papa! Se no passado a ciência ajudou a eliminar qualquer traço de misticismo da religião, hoje é a ciência que precisa da religião para se livrar da “idolatria e do falso absolutismo” do cientificismo. Esta doutrina filosófica se mascara de verdade científica e tenta fazer-nos crer que o universo é regido e organizado unicamente por leis físicas e acaso; que não há propósito na criação. Ora, isso é instrumento da ciência, faz parte das hipóteses que a ciência, como método, assume para poder investigar a natureza. Mantendo-se isto como hipótese de trabalho, como método, não há problema. Entretanto, isto de forma alguma pode ser estendido à doutrina filosófica, como fazem os cientificistas. Eles, numa atitude anticientífica, assumem esta postura e negam qualquer direito de posição contrária. Quem se opõe, e muitos cientistas o fazem, é tachado de ignorante, fanático ou fundamentalista. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Papa se despede da África e pede sociedade justa e fraterna


Viagem do Papa Francisco à África
Homilia no Estádio Esportivo Barthélémy Boganda, em Bangui (República Centro- Africana)
Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ao ouvir a primeira Leitura, podemos ter ficado maravilhados com o entusiasmo e o dinamismo missionário presente no apóstolo Paulo. «Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas novas!» (Rm 10, 15). Estas palavras são um convite a darmos graças pelo dom da fé que recebemos destes mensageiros que no-la transmitiram. E são também um convite a maravilhar-nos à vista da obra missionária que trouxe, pela primeira vez – não há muito tempo –, a alegria do Evangelho a esta amada terra da África Central. É bom, sobretudo quando os tempos são difíceis, quando não faltam as provações e os sofrimentos, quando o futuro é incerto e nos sentimos cansados e com medo de falir, é bom reunir-se ao redor do Senhor, como fazemos hoje, rejubilando pela sua presença, pela vida nova e a salvação que nos propõe, como outra margem para a qual nos devemos encaminhar.

Esta outra margem é, sem dúvida, a vida eterna, o Céu onde nos esperam. Este olhar voltado para o mundo futuro sempre sustentou a coragem dos cristãos, dos mais pobres, dos mais humildes, na sua peregrinação terrena. Esta vida eterna não é uma ilusão, não é uma fuga do mundo; é uma realidade poderosa que nos chama e compromete a perseverar na fé e no amor.

Mas, a outra margem mais imediata que procuramos alcançar, esta salvação adquirida pela fé de que nos fala São Paulo, é uma realidade que transforma já a nossa vida presente e o mundo em que vivemos: «É que acreditar de coração leva a obter a justiça» (cf. Rm 10, 10). O crente acolhe a própria vida de Cristo, que o torna capaz de amar a Deus e amar os outros duma maneira nova, a ponto de fazer nascer um mundo renovado pelo amor.

Demos graças ao Senhor pela sua presença e pela força que nos dá no dia-a-dia da nossa vida, quando experimentamos o sofrimento físico ou moral, uma pena, um luto; pelos actos de solidariedade e generosidade de que nos torna capazes; pela alegria e o amor que faz brilhar nas nossas famílias, nas nossas comunidades, não obstante a miséria, a violência que às vezes nos circunda ou o medo do amanhã; pela coragem que infunde nas nossas almas de querer criar laços de amizade, de dialogar com aqueles que não são como nós, de perdoar a quem nos fez mal, de nos comprometermos na construção duma sociedade mais justa e fraterna, onde ninguém é abandonado. Em tudo isso, Cristo ressuscitado toma-nos pela mão e leva-nos a segui-Lo. Quero dar graças convosco ao Senhor de misericórdia por tudo aquilo que vos concedeu realizar de bom, de generoso, de corajoso nas vossas famílias e nas vossas comunidades, durante os acontecimentos que há muitos anos se têm verificado no vosso país.

Todavia é verdade também que ainda não chegámos à meta, de certo modo estamos no meio do rio, e devemos decidir-nos com coragem, num renovado compromisso missionário, a passar à outra margem. Cada baptizado deve romper, sem cessar, com aquilo que ainda há nele do homem velho, do homem pecador, sempre pronto a reanimar-se ao apelo do diabo (e como age no nosso mundo e nestes tempos de conflito, de ódio e de guerra!) para o levar ao egoísmo, a fechar-se desconfiado em si mesmo, à violência e ao instinto de destruição, à vingança, ao abandono e à exploração dos mais fracos… 

Papa fala sobre o amor, o perdão, a paz e, sobretudo, a oração.


VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
AO QUÉNIA, UGANDA E REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
(25-30 DE NOVEMBRO DE 2015)

VIGÍLIA DE ORAÇÃO COM OS JOVENS E CONFISSÕES

DISCURSO DO SANTO PADRE

Praça da Catedral, Bangui (República Centro-Africana)
Domingo, 29 de Novembro de 2015


Queridos jovens!

Saúdo-vos com todo o afeto. O vosso amigo, que falou em nome de todos, disse que o vosso símbolo é a bananeira, porque a bananeira é um símbolo de vida: cresce sempre, sempre se reproduz e nunca cessa de produzir os seus frutos de grande energia alimentar. Além disso, a bananeira é resistente. Penso que isto indique claramente o caminho que vos é proposto neste tempo difícil de guerra, ódio, divisão: o caminho da resistência.

Dizia o vosso amigo que alguns de vós querem partir. A fuga aos desafios da vida nunca é uma solução! É preciso resistir, ter a coragem da resistência, da luta pelo bem! Quem foge não tem a coragem de dar vida. A bananeira dá vida e continua a reproduzir-se e a dar sempre mais vida porque resiste, porque permanece, porque fica ali. Alguns de vós perguntar-me-ão: «Mas, Padre, que podemos fazer? Como se faz para resistir?» Dir-vos-ei duas ou três coisas que talvez vos sejam úteis para resistirdes.

Antes de mais nada, a oração. A oração é poderosa. A oração vence o mal. A oração aproxima-vos de Deus, que é o Todo-Poderoso. Faço-vos uma pergunta: Vós rezais? … Não ouço! [os jovens gritam: Sim!] Não o esqueçais.

Depois, trabalhar pela paz. E a paz não é um documento que se assina e fica ali. A paz constrói-se todos os dias. A paz é um trabalho artesanal, faz-se com as mãos, faz-se com a própria vida. Entretanto alguém pode-me pedir: «Diga-me, Padre, como posso eu fazer o artesão da paz?». Primeiro: nunca odiar. E, se alguém te faz mal, procura perdoar. Nenhum ódio! Muito perdão! Digamo-lo juntos: «Nenhum ódio, muito perdão» [todos repetem em língua sango]. E, se não tiveres ódio no teu coração, se perdoares, serás um vencedor. Porque serás vencedor da batalha mais difícil da vida: vencedor no amor. E, através do amor, vem a paz.

Vós quereis ser derrotados ou vencedores na vida? Que quereis ser? [Os jovens gritam: «Queremos ser aqueles que vencem!»] E só se vence pela estrada do amor. A estrada do amor. E pode-se amar o inimigo? Sim. Pode-se perdoar a quem te fez mal? Sim. Desta forma, com o amor e o perdão, sereis vencedores. Com o amor, sereis vencedores na vida e sempre dareis vida. O amor nunca vos deixará derrotados.

Agora, desejo-vos o melhor. Pensai na bananeira. Pensai na resistência frente às dificuldades. Fugir, partir para longe não é uma solução. Deveis ser corajosos. Vós compreendestes o que significa ser corajosos? Corajosos no perdão, corajosos no amor, corajosos na construção da paz. Estais de acordo? [Os jovens respondem «Sim» em língua sango] Dizemo-lo, juntos? «Corajosos no amor, no perdão e na construção da paz» [os jovens repetem em sango].

Queridos jovens centro-africanos, estou muito contente por vos ter encontrado. Hoje abrimos esta Porta. Significa a Porta da Misericórdia de Deus. Fiai-vos de Deus. Porque Ele é misericordioso, Ele é amor, Ele é capaz de nos dar a paz. Por isso vos disse, ao princípio, para rezardes: é preciso rezar para resistir, para amar, para não odiar, para ser artesãos da paz.

Muito obrigado pela vossa presença. Agora entrarei na Catedral, para ouvir alguns de vós em Confissão…

De coração, estais dispostos a resistir? Sim ou não? [os jovens: «Sim!»] De coração, estais dispostos a lutar pela paz? [«Sim!»] De coração, estais dispostos à reconciliação? [«Sim!»] De coração, estais dispostos a amar esta pátria maravilhosa? [«Sim!»] E volto ao princípio: de coração, estais dispostos a rezar? [«Sim!»]

E peço-vos também que rezeis por mim, para que possa ser um bom Bispo, para que possa ser um bom Papa. Prometeis rezar por mim? [«Sim!»]

E agora dar-vos-ei a bênção, a vós e às vossas famílias. Uma bênção, pedindo ao Senhor que vos dê o amor e a paz.

(A bênção)

Boa noite! E rezai por mim. 

“Juntos, digamos não ao ódio”, pede Papa a muçulmanos em Bangui


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA E REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA -

DISCURSO
Encontro com a comunidade muçulmana

Mesquita Central de Koudoukou, Bangui (República Centro-Africana)
Segunda-feira, 30 de Novembro de 2015

Queridos amigos, líderes e crentes muçulmanos!

É com grande alegria que vos encontro e exprimo a minha gratidão pela vossa calorosa recepção. Em particular, agradeço ao íman Tidiani Mousa Naibi pelas suas amáveis palavras de boas-vindas. A minha visita pastoral à República Centro-Africana não seria completa, se não incluísse também este encontro com a comunidade muçulmana.

Entre cristãos e muçulmanos, somos irmãos. Devemos, portanto, considerar-nos como tal, comportar-nos como tal. Sabemos bem que os acontecimentos recentes e as violências que abalaram o vosso país não se fundavam em motivos propriamente religiosos. Quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz. Cristãos, muçulmanos e membros das religiões tradicionais viveram juntos, em paz, durante muitos anos. Por isso, devemos permanecer unidos, para que cesse toda e qualquer acção que, dum lado e doutro, desfigura o Rosto de Deus e, no fundo, visa defender, por todos os meios, interesses particulares em detrimento do bem comum. Juntos, digamos não ao ódio, não à vingança, não à violência, especialmente aquela que é perpetrada em nome duma religião ou de Deus. Deus é paz, Deus salam.

Nestes tempos dramáticos, os líderes religiosos cristãos e muçulmanos quiseram erguer-se à altura dos desafios presentes. Tiveram um papel importante no restabelecimento da harmonia e da fraternidade entre todos. Quero assegurar-lhes a minha gratidão e a minha estima. E podemos também recordar os inúmeros gestos de solidariedade que cristãos e muçulmanos tiveram para com os seus compatriotas de outra confissão religiosa, acolhendo-os e defendendo-os durante esta última crise no vosso país, mas também noutras partes do mundo. 

Cinco detalhes sobre a Coroa do Advento que talvez você desconheça


A Igreja se prepara para iniciar o tempo de Advento neste domingo, 29 de novembro, e como é tradição os fiéis se reunirão para rezar e acender a primeira vela da Coroa do Advento. Confira a seguir, cinco detalhes que todo cristão deve saber sobre a Coroa. 

1. Tradição e evangelização

A Coroa do Advento tem a sua origem em uma tradição pagã europeia. No inverno, acendiam-se algumas velas que representavam o "fogo do deus sol" com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltassem. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar as pessoas. A partir de seus próprios costumes ensinavam-lhes a fé católica.

2. Por que deve ter uma forma circular?

O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo, o qual nunca deve terminar.

3. Usar ramos verdes

Verde é a cor da esperança e da vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida. O desejo mais importante deve ser querer chegar a uma união mais forte com Deus, nosso Pai, assim como a árvore e seus ramos.

4. Leva quatro velas

As quatro velas permitem refletir na experiência da escuridão provocada pelo pecado, o qual deixa o homem cego e o afasta de Deus. Depois da primeira queda do homem, Deus foi dando pouco a pouco uma esperança de salvação que iluminou todo o universo, como as velas da Coroa.

Neste sentido, assim como as trevas se dissipam com cada vela que acendemos, os séculos foram se iluminando cada vez mais com a próxima chegada de Cristo ao mundo.

As quatro velas colocadas na Coroa de Advento são acendidas semana a semana, nos quatro domingos do advento e com uma oração especial. 

“Vem, Senhor!”


Com o primeiro domingo do Advento, a Igreja inicia um novo Ano Litúrgico! Durante as semanas que antecedem o Natal, a comunidade de fé suplica: “Vem, Senhor Jesus”. Ela vive, assim, o anseio da chegada de seu Senhor. 

O Tempo do Advento celebra o “Deus da esperança” (Rm 15,13) e vive a alegre expectativa escatológica de sua segunda vinda. É, pois, um tempo marcado pela esperança!

Somos impulsionados pelas pequenas e grandes esperanças! Elas nos permitem sonhar, planejar, projetar. O ser humano sem expectativas e sem esperanças, vegeta! 

É verdade que a modernidade, com suas inúmeras conquistas e realizações, alimentou - e ainda alimenta - a esperança de muitos. Há uma esperança latente de poder no seio da sociedade, por exemplo, de um dia superar inclusive a morte. Será isso possível? Temos consciência de que o ser humano pode muito, mas não pode tudo! 

Sabemos que quem se orienta pela fé cristã coloca sua esperança maior em Deus. Deus é nossa grande esperança! Somente Ele abraça todo o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir. Deus possui rosto humano. Ele nos ama!  Onde Ele é amado, o Seu reino se faz presente. Na correspondência ao Seu amor, o ser humano de todos os tempos vislumbra a verdadeira vida. 

O Tempo do Advento propõe a vigilância, a atenção, o cuidado. Tais atitudes concedem a perspicácia sempre necessária para colher os sinais da presença do Senhor e de seu Reino, já presente no seio da comunidade de fé. 

Lendo o Evangelho, nos damos conta de que Jesus de Nazaré não ensina uma doutrina religiosa. Ele anuncia um acontecimento: “O Reino de Deus já está no meio de vós” (Lc 17, 21). É este acontecimento que a liturgia, sempre e de novo, a cada ano, celebra. Portanto, o Tempo do Advento não é simples narração de fatos acontecidos em um passado mais ou menos distante e que merecem ser recordados, mas celebração de um evento já acontecido no tempo, porém ainda não plenamente atuado.