Com o objetivo
de não ofender alunos de outras culturas e religiões, o diretor de um colégio
em Itália proibiu o concerto de Natal. Decisão está a gerar polémica e até o
primeiro-ministro já falou.
Na Itália já é conhecido como o ‘Caso Rozzano’. O
diretor do Colégio Garofani, em Rozzano, no norte de Itália, decidiu cancelar o
concerto de Natal, em nome da integração de todos os alunos, e a decisão está a
gerar muita polémica.
O diretor Marco Parma decidiu adiar para 21 de
janeiro o concerto de Natal e transformá-lo num “concerto de inverno”,
excluindo as músicas religiosas. O diretor deste colégio, com cerca de 1.000
crianças do ensino primário ao ensino secundário e onde uma em cada cinco
pertence a uma religião não cristã, confirmou ainda que negou a duas mães o pedido
de ensinarem às crianças canções de Natal durante as horas de almoço.
“Num ambiente multicultural, isto gera problemas”,
explicou o diretor, contando que a sua decisão se prende com experiências menos
felizes que ocorreram no ano passado.
“Tivemos um concerto de Natal em que os pais de
algumas crianças insistiram que houvesse canções de Natal e as crianças
muçulmanas não cantaram. Ficaram lá, totalmente rígidas. Não é bom ver uma
criança não cantar ou, pior ainda, ser chamada pelos pais para fora do palco”,
justificou Marco Parma, que está a ser alvo de muitos ataques por parte de pais
e de outras personalidades.
Matteo Salvini, dirigente da Liga Norte, pediu de
imediato a demissão do diretor e até o primeiro-ministro italiano, Matteo
Renzi, já veio criticar, publicamente, a decisão.
“O Natal é muito mais importante do que um diretor
de escola provocador”, afirmou, este domingo, o chefe do Executivo italiano,
Matteo Renzi, em declarações ao Corriere della Sera.
Se ele pensa que desta forma está a promover a
integração, na minha opinião ele cometeu um grande erro”, acrescentou o
primeiro-ministro italiano. “A Itália inteira, laica e cristã, jamais
renunciará ao Natal”, finalizou.
A questão também já foi comentada pela ministra da
Educação, Stefania Giannini, que, num artigo publicado este domingo no Corriere
della Sera, reivindicou que “nossa escola deve transmitir valores”. “Isso
significa valorizar os símbolos de nossa identidade e não escondê-los, sejam
estes laicos ou religiosos.”
Segundo a imprensa italiana, Marco Parma já terá
apresentado o seu pedido de demissão e falará, esta segunda-feira (30), com a
secretária de Educação do Governo regional.
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Observador
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