quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Medalha do Jubileu da Misericórdia: o pai que recebe o filho pródigo


A medalha oficial do Jubileu Extraordinário da Misericórdia 2015-2016 foi apresentada hoje (29) no Vaticano.

A medalha, conforme nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, tem o escudo do Papa Francisco coroado com a frase: Iubilaeum Extraordinarium Misericordiae 2015 e abaixo o nome do artista que a concebeu.

Na parte de trás figura a arte de Rembrandt “O retorno do filho pródigo", preservado no Museu Hermitage em São Petersburgo, inspirada na parábola evangélica do pai misericordioso.

Uma curiosidade é que as mãos do Pai são uma masculina e outra feminina para dizer que o perdão é do Pai, mas passa através do ministério da Igreja. Em torno da imagem está gravada a frase: In aeternum misericórdia eius, do Salmo 135. 

No último dia do ano, a Igreja canta o 'Te Deum'


Um ar de triunfo e alegria pairava sobre a cidade de Orléans naquele belo dia de maio de 1429. O estandarte de Santa Joana d'Arc, semeado de flores-de-lis e tendo as figuras de Jesus e Maria, tremulava ao vento, entre brados de júbilo dopovo. Repicavam os sinos enquanto pela ponte do rio Loire adentrava a intrépida virgem que reerguera uma França desmoralizada e dividida. Sob as ogivas da Catedral de Sainte-Croix, milhares de vozes entoavam um hino de vitória e ação de graças: o Te Deum.

Da Idade Média até os nossos dias

Ao longo dos séculos, em ocasiões de especial relevância - uma insigne vitória ou algum outro grande dom recebido da Providência -, o povo cristão utilizou-se do Te Deum para manifestar aos Céus sua gratidão. A História registra diversos desses momentos.

Em 20 de janeiro de 1554, por exemplo, quando a cidade de Lisboa exultava pelo nascimento do herdeiro do trono luso, Dom Sebastião, o Desejado, a Igreja uniu-se ao júbilo geral, promovendo solene Te Deum acompanhado do repicar dos sinos. E em 12 de setembro de 1683, após a famosa Batalha de Viena, o rei polonês João Sobieski entrou vitorioso na cidade e cantou com o povo o Te Deum, agradecendo a intervenção da Mãe de Deus, que lhes prestara seu invencível auxílio.

Hoje, as comunidades cristãs do mundo todo se reúnem para entoar solenemente este hino a cada 31 de dezembro, por ocasião das Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima. Sobre este belo costume, o Papa Bento XVI afirma: Deus "fez-Se como nós, para nos fazer como Ele: filhos no Filho, portanto, homens livres da lei do pecado. Não é este porventura um motivo fundamental para elevar a Deus a nossa ação de graças? Uma ação de graças que não pode deixar de ser ainda mais motivada no final de um ano, considerando os numerosos benefícios e a sua assistência constante que pudemos experimentar no arco dos doze meses transcorridos".1

Hino de louvor e súplica

Cântico de arrebatadora beleza, tanto pela admirável evocação da Igreja triunfante e militante, como pela efusiva proclamação dos atributos e benefícios divinos, possui o Te Deum três partes bem características.

Na primeira, ressalta-se a glorificação da Santíssima Trindade por todos os seres racionais: os Anjos e os Santos prosternam-se em adoração diante desse augusto Mistério. A segunda é uma exaltação de Jesus Cristo, o Verbo Encarnado, o Redentor, que voltará no fim dos tempos como Supremo Juiz para julgar os vivos e os mortos. Por fim, a terceira contém uma veemente súplica: "Fazei-nos ser contados, Senhor Vos suplicamos, em meio a Vossos santos na Vossa eterna glória".

Aqui termina o hino propriamente dito. O que se segue é um apêndice, composto de versículos extraídos de diversos salmos2, acrescentado posteriormente ao texto original. 

Papa explica as lições que podemos aprender de Jesus Menino e deixa uma tarefa aos católicos


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 30 de dezembro de 2015


Irmãos e irmãs, bom dia!

Nestes dias natalícios é colocado diante de nós o Menino Jesus. Tenho certeza de que nas nossas casas ainda muitas famílias fazem o presépio, levando adiante esta bela tradição que remonta a São Francisco de Assis e que mantém vivo nos nossos corações o mistério de Deus que se faz homem.

A devoção a Jesus Menino é muito difundida.. Tantos santos e santas a cultivaram em suas orações cotidianas e desejaram modelar suas vidas sobre aquela do Jesus Menino. Penso, em particular, em Santa Teresa di Lisieux, que como monja carmelita levou o nome de Teresa do Menino Jesus e da Face Santa. Ela – que é também Doutora da Igreja – soube viver e testemunhar aquela “infância espiritual” que se assimila justamente meditando, à escola da Virgem Maria, a humildade de Deus que por nós se fez pequeno. E este é um mistério grande, Deus é humilde! Nós que somos orgulhosos, cheios de vaidade e acreditamos ser grande coisa, somos nada! Ele, o grande, é humilde e se faz menino. Este é um verdadeiro mistério! Deus é humilde. Isso é belo!

Houve um tempo em que, na Pessoa divino-humana de Cristo, Deus foi um menino e isso deve ter um significado peculiar para a nossa fé. É verdade que a sua morte em cruz e a sua ressurreição são a máxima expressão do seu amor redentor, porém não esqueçamos que toda a sua vida terrena é revelação e ensinamento. No período natalício recordamos a sua infância. Para crescermos na fé temos precisamos contemplar com mais frequência o Menino Jesus. Certo, não conhecemos nada deste seu período. As raras indicações que temos fazem referência à imposição do nome depois de oito dias do seu nascimento e à apresentação no Templo (cfr Lc 2, 21-28); e além disso a visita dos Magos com a consequente fuga ao Egito (cfr Mt 2, 1-23). Depois, há um grande salto até os doze anos, quando com Maria e José vai em peregrinação a Jerusalém para a Páscoa e, em vez de retornar com os seus pais, fica no Templo falando com os doutores da lei.

Como se vê, sabemos pouco de Jesus Menino, mas podemos aprender muito com Ele se olhamos para a vida das crianças. É um belo hábito que os pais, os avós, têm de olhar para as crianças, o que fazem. 

Homilética: 2º Domingo do Natal*: "O nosso Deus é um Deus Palavra que nos fala em Jesus".


Toda a liturgia de hoje está permeada de uma palavra maravilhosa: palavra. Palavra que desceu dos céus quando um profundo silêncio e quando a noite envolvia tudo (antífona de entrada). Palavra que colocou a sua tenda aqui embaixo e se encarnou em Cristo (1 leitura e evangelho). Palavra que é Deus, é Vida, é Luz. Palavra que, aproximando-se de nós, elege-nos  para sermos santos e imaculados na sua presença (2 leitura).

Textos: Eclo. 24, 1-4.12-16; Ef 1, 3-6.15-18; Jo 1, 1-18

Pontos da ideia principal:

Em primeiro lugar, o nosso Deus é um Deus que nos fala. Os homens e mulheres desejaram que os deuses lhes dirigissem uma palavra. O salmo faz notar que os ídolos dos pagãos “têm boca e não falam, têm olhos e não veem, têm orelhas e não ouvem, têm nariz e não sentem o cheiro, tem mãos e não tocam, têm pés e não andam, não têm voz nem garganta” (Sal 115, 5-7). Pelo contrário, o profeta Baruc proclama a sorte de Israel que tem um Deus que se comunica com os seus fiéis: “Felizes somos, Israel, pois o que agrada que ao Senhor se nos foi revelado” (cf. Bar 4,4). Deus nos falou por etapas. Primeiro, por meio da natureza, na obra maravilhosa da criação. Depois, falou-nos por meio dos profetas. E finalmente, falou-nos por meio do seu Filho (cf. Heb 1, 1-4). E nos fala porque quer entrar em comunicação conosco, as suas criaturas e os seus filhos prediletos, e assim participar do seu amor e dos seus sonhos. Deus não é um Deus mudo. Deus se fez Palavra e pede uns ouvidos interiores para escutá-la, um coração para interiorizá-la e remoê-la dentro de nós, como fez Maria, e uma vontade para colocar em prática o que essa Palavra me pede, sugere-me ou me exige para meu bem.   

Em segundo lugar, Jesus é a Palavra eterna de Deus, que se fez som para puséssemos atenção e se fez imagem para o víssemos entre nós. Jesus é a revelação de Deus Amor ao homem. Mas é também a revelação de Deus sobre o homem mesmo. Olhando para Ele aprenderemos o que somos e a que dignidade estamos chamados: “A ser santos e irrepreensíveis diante dos seus olhos” (2 leitura). Esta Palavra que e Jesus se oferece a nós, não è imposta. Por isso alguns não a receberam, fecharam as portas da sua casa quando veio a este mundo. “Não havia lugar para Ele”. Ignorar a Palavra de Deus feita carne não nos faz mais inteligentes e livres, mas mais cegos e escravos, mais desumanos. E cairemos no que disse o Papa Francisco na sua viagem aos Estados Unidos: na cultura da exclusão, do descarte, da destruição... e privaremos os nossos irmãos das três T que o Papa mencionou: teto, trabalho, terra. Esta Palavra encarnada “continua batendo as nossas portas, a nossa vida. Não faz isso magicamente, não faz isso com por arte de mágica, com cartais luminosos ou fogos artificiais. Jesus continua batendo a nossa porta no rosto humano, no rosto do vizinho, no rosto de quem está do nosso lado” (Papa Francisco aos sem teto na paróquia de São Patrício, Washington, 24 de setembro de 2015). Mas quando escutamos esta Palavra existem famílias reunidas ao redro dessa Palavra, diálogo, inclusão, paz e reconciliação duradoura, autêntica liberdade, respeito do irmão- pobre, ancião, jovem, criança- e do ambiente.      

Gratidão no campo da graça: O Cristão


Não há dúvida de que ele (o cristão) deve agradecer Àquele que, como afirma Paulo, “me amou e se entregou por mim”. E por trás desta auto-doação de Cristo pelo Pai em colaboração com o Espírito Santo.

A gratidão do cristão é endereçada ao Pai no Cristo dado através do Espírito Santo. Pela auto-doação de Cristo “se constrói” a Igreja com Seu “Corpo”, Sua “esposa” e vaso onde derrama a Sua Plenitude (e que já faz parte de tal Plenitude), Igreja a quem confiou a própria Palavra (a Escritura) e que administra os Seus Sacramentos.

Esta última coisa não é mais evidente aos olhos do homem moderno: a Bíblia lhe parece um livro como milhões de outros, um livro que ele adquire na livraria e que depois lhe pertence como qualquer outro volume comprado. E os Sacramentos perderam em grande parte a sua evidência de “meios necessários para a salvação”. Será que não podem ser substituídos por uma vida honesta, responsável sob o aspecto moral, vivida a serviço do mundo e do próximo? Uma e outra coisa são frutos de uma ilusão de ótica.

Todo homem de alguma forma religioso é grato por toda a vida, não só aos pais, mas também a Deus, que acima de todos os outros bens do mundo, como dom supremo e primário, lhe deu a vida.

Notemos um particular importante: as duas orientações da gratidão – para com os pais e para com Deus – existem sem fazer concorrência, uma ao lado da outra, com a outra e na outra, enquanto o homem reconhece que Deus delegou aos seres vivos algo de Seu poder criador e capaz de produzir frutos. 

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Padre Alessandro Campos pede demissão da TV Aparecida minutos antes do especial de Natal


Desde o último dia 22, padre Alessandro Campos não faz mais parte do quadro de apresentadores da TV Aparecida, emissora católica ligada ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

“O pedido foi feito pessoalmente por ele, momentos antes do programa Aparecida Sertaneja Especial de Natal ir ao ar”, lê-se em um trecho da nota oficial emitida pela emissora. “O Conselho Diretivo da emissora já vinha propondo ao padre, com base em pesquisas de audiência, algumas melhorias em seu programa para o ano de 2016, porém, o padre recusou a proposta e decidiu dedicar-se a outros projetos”.


A vida oculta de Jesus


São muitas as teorias acerca da vida oculta de Jesus, no período compreendido entre os doze anos e o início de sua vida pública, aos trinta. Não há nada na Bíblia que sinalize o modo como Ele viveu aqueles anos, por isso, muito se especula até hoje sobre eles.

Por trás destas teorias está o compreensível escândalo de Nazaré. Assim diz o Evangelho: "De Nazaré pode sair algo de bom?" (Jo 1,46). Existem duas desproporções possíveis: quando se tem fé e quando não. Se não se tem fé e não se crê que Jesus é Deus que se fez homem, mas tão somente um grande profeta, um sábio, um iluminado, um grande líder religioso da humanidade, instala-se a desproporção de causa e efeito, pois Nazaré, sendo um vila muito pequena e humilde, não poderia ter dado ao mundo tão grande e importante sábio. Jesus teria que ter aprendido ou adquirido a sua grande sabedoria em outro lugar que não Nazaré.

Quando se tem fé e realmente se acredita que Jesus é Deus não há o problema da causa e efeito. A sua sabedoria ele a trouxe do Alto. O escândalo se torna o desperdício, pois Jesus sendo quem é - o Salvador - parece ter despediçado anos de sua vida fazendo cadeiras, mesas, portas, trabalhando numa carpintaria, sem nada dizer, enquanto o mundo todo precisava ser salvo.

Contudo, neste escândalo existe uma grande luz. São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei, na homilia pronunciada no dia 24 de dezembro de 1963, publicada no livro "Cristo que passa", diz:

"por muito que tenhamos pensado nessas verdades devemos encher-nos sempre de admiração ao pensar nos trinta anos de obscuridade que constituem a passagem da maior parte da vida de Jesus entre seus irmãos, os homens. Anos de sombra, mas para nós, claros como a luz do sol, resplendor que ilumina o nosso dia e lhes dá uma autêntica projeção, pois somos cristãos correntes com uma vida vulgar igual a tantos milhões de pessoas nos mais diversos lugares do mundo." (14)

O Santo está dizendo que, ao viver a vida ordinária, comum, do dia a dia, Jesus iluminou a vida de milhões de pessoas. Que Deus, o Criador do Universo, das galáxias, dos anjos, o Sábio dos sábios, o Onipotente, a Luz da luz, tenha se transformado numa pequena vela, bruxuleando na noite de uma pequena vila no interior da Palestina, na periferia do mundo, pode sim soar como um grande escândalo, mas para muitos é um grande farol que ilumina e significa que a vida desses milhões de pessoas tem dignidade. 

As obras de misericórdia são 14. Sendo que, 7 são corporais e 7 espirituais


Estamos vivendo o Ano Santo, o Jubileu extraordinário da Misericórdia, o Papa Francisco instituiu este tema para nos aproximar mais de Cristo, o rosto da misericórdia do Pai. A Quaresma, é   um tempo propício por excelência, para intensificarmos a vivencia desse amor misericordioso.

Muitos ainda têm dúvidas sobre o que significa indulgencia.  É a remissão da pena devida, dos pecados que já fomos perdoados. Sobre isso, escreveu o Papa Francisco: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanecem. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela se torna indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, 22).

Em cada Diocese há nas catedrais e santuários a Porta Santa, pela qual os peregrinos podem passar para obter as indulgencias, desde que confessem, comunguem, façam uma reflexão sobre a misericórdia, acompanhem celebrações com a profissão de fé, façam oração pelo papa e para o bem da Igreja.

Este ano santo não é restritivo, mas  abre para todos os caminhos. 

O Papa estabeleceu que se um prisioneiro estiver na cela e passar pela sua cela num ato de reconciliação tem as indulgências. Se uma pessoa doente acompanhando pela TV daí meu empenho com os meios de comunicação "que não pode ir à igreja por doença ou por idade avançada e participar fielmente da celebração recebe indulgência." 

Também é desejo do Papa que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia, diz ele que todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar.

As obras de misericórdia são 14. Sendo que, 7 são corporais e 7 espirituais. Por mais que já tratamos sobre elas em uma antiga edição, bem como no Livro “20 Passos para a Pz Interior”, vale a pena relembrá-las: