terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Angelus: Abrir a porta do nosso coração à Palavra de Deus para que o mal não prevaleça


SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR
PAPA FRANCISCO

ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 03 de Janeiro de 2016


Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!

A liturgia de hoje, segundo domingo depois do Natal, apresenta-nos o Prólogo do Evangelho de João, no qual se proclamou que "o Verbo - ou a Palavra criadora de Deus - se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14). Essa Palavra, que habita no céu, na dimensão de Deus, veio ao mundo para que a escutássemos e pudéssemos conhecer e tocar com a mão o amor do Pai. O Verbo de Deus é seu próprio Filho unigênito, feito homem, cheio de amor e fidelidade (cf. Jo 1,14), é o próprio Jesus.

O evangelista não esconde a dramaticidade da Encarnação do Filho de Deus, salientando que ao dom do amor de Deus se contrapõe a não aceitação dos homens. [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. (cf. vv. 9-10). Eles fecharam a porta ao Filho de Deus. É o mistério do mal que ameaça também as nossas vidas e que exige a nossa vigilância e atenção para que não prevaleça. O livro de Gênesis diz uma frase que nos faz entender isso: diz que o mal "jaz à porta" (ver 4.7). Ai de nós se o deixarmos entrar; seria ele que fecharia a nossa porta a qualquer pessoa. Em vez disso, somos chamados a abrir a porta do nosso coração à Palavra de Deus, a Jesus, para nos tornarmos seus filhos.

No Dia de Natal já foi proclamado este solene início do Evangelho de João; hoje nos é proposto mais uma vez. É o convite da Santa Mãe Igreja para acolher esta Palavra de salvação, este mistério de luz. Se a acolhermos, se acolhermos Jesus, cresceremos no conhecimento e no amor do Senhor, aprenderemos a ser misericordiosos como Ele. Especialmente neste Ano Santo da Misericórdia, façamos com que o Evangelho se torne cada vez mais carne também em nossas vidas. Aproximar-se do Evangelho, medita-lo, encarna-lo na vida cotidiana é a melhor maneira de conhecer Jesus e levá-lo aos outros. Esta é a vocação e a alegria de todo batizado: mostrar e dar Jesus aos outros; mas para isso devemos conhece-lo e tê-lo dentro de nós, como Senhor de nossas vidas. E Ele nos protege do mal, do diabo, que está sempre agachado à nossa porta, em frente ao nosso coração e quer entrar.

Com uma explosão renovada de abandono filial, nos confiamos mais uma vez a Maria: a sua doce imagem de mãe de Jesus e mãe nossa, a contemplamos nestes dias no presépio.

Depois do Angelus 

Família de Nazaré é escola para toda família, diz Papa


FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ
PAPA FRANCISCO

ANGELUS
Praça São Pedro
Domingo, 27 de Dezembro de 2015


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Estes jovens cantam muito bem. Parabéns!

No clima de alegria que é próprio do Natal, celebramos neste domingo a festa da Sagrada Família. Lembro-me do grande encontro de Filadélfia, no passado mês de Setembro; das numerosas famílias encontradas durante as viagens apostólicas; e daquelas do mundo inteiro. Gostaria de as saudar com afecto e gratidão, especialmente neste nosso tempo, no qual a família está sujeita a incompreensões e dificuldades de vários tipos que a enfraquecem.

O Evangelho de hoje convida as famílias a descobrir a luz de esperança que provém da casa de Nazaré, na qual se desenvolveu com alegria a infância de Jesus, o qual — diz são Lucas — «crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens» (2, 52). O núcleo familiar de Jesus, Maria e José é para cada crente, especialmente para as famílias, uma autêntica escola do Evangelho. Aqui admiramos o cumprimento do desígnio divino de tornar a família uma especial comunidade de vida e de amor. Aqui aprendemos que cada núcleo familiar cristão é chamado a ser «igreja doméstica», para fazer resplandecer as virtudes evangélicas e tornar-se fermento de bem na sociedade. Os traços típicos da Sagrada Família são: recolhimento e oração, compreensão mútua e respeito, espírito de sacrifício, trabalho e solidariedade.

Do exemplo e do testemunho da Sagrada Família, cada família pode obter indicações preciosas para o estilo e as escolhas de vida, e pode haurir força e sabedoria para o caminho de cada dia. Nossa Senhora e são José ensinam a acolher os filhos como dons de Deus, a gerá-los e educá-los cooperando de forma maravilhosa na obra do Criador e doando ao mundo, em cada criança, um novo sorriso. É na família unida que os filhos levam a sua existência ao amadurecimento, vivendo a experiência significativa e eficaz do amor gratuito, da ternura, do respeito recíproco, da compreensão mútua, do perdão e da alegria.

Gostaria de meditar sobretudo acerca da alegria. A verdadeira alegria que se experimenta na família não é algo casual nem fortuito. É uma alegria fruto da harmonia profunda entre as pessoas, que faz apreciar a beleza de estar juntos, de nos apoiarmos reciprocamente no caminho da vida. Mas na base da alegria há sempre a esperança de Deus, o seu amor acolhedor, misericordioso e paciente para com todos. Se não abrirmos a porta da família à presença de Deus e ao seu amor, a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e apaga-se a alegria. Ao contrário, a família que vive a alegria, a alegria da vida, a alegria da fé, comunicando-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.

Jesus, Maria e José abençoem e protejam todas as famílias do mundo, para que nelas reinem a serenidade e a alegria, a justiça e a paz, que Cristo nascendo trouxe como dom à humanidade.

Depois do Angelus 

"O perdão de Deus cura o coração e reaviva o amor", diz Papa


FESTA DE SANTO ESTEVÃO, PROTOMÁRTIR
 PAPA FRANCISCO

ANGELUS

Praça São Pedro
Sábado, 26 de Dezembro de 2015


Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje celebramos a Festa de santo Estêvão. A recordação do primeiro mártir segue-se imediatamente à solenidade do Natal. Ontem pudemos contemplar o amor misericordioso de Deus, que se fez carne por nós; hoje vemos a resposta coerente do discípulo de Jesus, que dá a própria vida. Ontem nasceu na terra o Salvador; hoje nasce no céu a sua testemunha fiel. Tanto ontem como hoje, manifestam-se as trevas da rejeição da vida, mas resplandece ainda mais vigorosamente a luz do amor, que vence o ódio e inaugura um mundo novo.

A hodierna narração dos Actos dos Apóstolos contém um aspecto particular, que aproxima santo Estêvão ao Senhor. Trata-se do seu perdão antes de morrer lapidado. Pregado na Cruz, Jesus tinha dito: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34); de maneira semelhante, Estêvão «posto de joelhos, exclamou em alta voz: “Senhor, não tenhais em conta este seu pecado”» (At 7, 60). Por conseguinte, Estêvão é mártir, que significa testemunha, porque faz como Jesus; com efeito, é uma verdadeira testemunha que se comporta como Ele: quem reza, quem ama, quem doa, mas acima de tudo quem perdoa, porque o perdão, como evoca a própria palavra, é a expressão mais elevada do dom.

Mas — poder-nos-íamos perguntar — para que serve perdoar? É somente uma boa acção, ou produz algum resultado? Encontramos uma resposta precisamente no martírio de Estêvão. Entre aqueles para os quais ele implorou o perdão havia um jovem chamado Saulo, que perseguia a Igreja e procurava destruí-la (cf. At 8, 3). Pouco tempo depois, Saulo tornou-se Paulo, o grande santo, o apóstolo dos gentios. Tinha recebido o perdão de Estêvão. Podemos afirmar que Paulo nasce da graça de Deus e do perdão de Estêvão.

Também nós nascemos do perdão de Deus. Não apenas no Baptismo, mas cada vez que somos perdoados o nosso coração volta a nascer, é regenerado. Cada passo em frente na vida de fé traz gravado no início o sinal da misericórdia divina. Porque só quando somos amados podemos, também nós, amar. Recordemo-lo, porque isto nos fará bem: se quisermos progredir na fé, antes de tudo é necessário receber o perdão de Deus; encontrar o Pai, que está pronto para perdoar tudo e sempre, e que precisamente perdoando purifica o coração e reaviva o amor. Nunca podemos cansar-nos de pedir o perdão divino, porque somente quando somos perdoados, quando nos sentimos perdoados, aprendemos a perdoar.

No entanto, perdoar não é algo fácil, é sempre muito difícil! Como podemos imitar Jesus? Por onde devemos começar, para perdoar as pequenas ou grandes injustiças que padecemos todos os dias? Antes de tudo pela oração, como fez Estêvão. Começa-se pelo próprio coração: é mediante a oração que conseguimos enfrentar o ressentimento que sentimos, confiando à misericórdia de Deus aquele que nos fez algum mal: «Senhor, peço-vos por ele, peço-vos por ela!». Sucessivamente, descobrimos que esta luta interior para perdoar purifica do mal e que a oração e o amor nos libertam das correntes interiores do rancor. É muito feio viver no rancor! Todos os dias nós temos a ocasião para nos formar no perdão, para viver este gesto tão excelso que aproxima o homem a Deus. À maneira do nosso Pai celestial, também nós nos tornamos misericordiosos, porque através do perdão vencemos o mal com o bem, transformamos o ódio em amor e tornamos o mundo mais puro.

A Virgem Maria, a quem confiamos aqueles — e, infelizmente, são deveras numerosos — que, como santo Estêvão, padecem perseguições em nome da fé, os nossos inúmeros mártires de hoje, oriente a nossa oração para receber e conceder o perdão. Receber e conceder o perdão!

Depois do Angelus 

São João Nepomuceno Neumann


João Nepomuceno nasceu na Boêmia, no dia 28 de março de 1811. Entrou para o seminário em 1831. Era autodidata e tornou-se fluente em vários idiomas. Por causa do grande número de padres de sua região, o bispo não queria ordená-lo sacerdote. João então resolveu mudar-se para os Estados Unidos da América. 

A diocese de Nova Iorque possuía apenas três dúzia de padres para mais de duzentos mil católicos. Padre João recebeu uma paróquia onde a igreja não tinha torre e o chão era de terra. Mas isso não o preocupava muito, pois ele passava o seu tempo visitando doentes, ensinando e evangelizando. 

Padre João tinha a intenção de participar de uma congregação, por isto procurou padres redentoristas, que se dedicavam aos pobres e abandonados. Foi aceito e ingressou na Congregação e se tornou o primeiro padre ordenado no novo continente a professar as Regras dos redentoristas na América, em 1842. Em 1847 foi eleito pela Congregação o superior geral dos redentoristas nos Estados Unidos. 

O Padre Neumann foi nomeado Bispo de Filadélfia em 1852. Sua diocese era muito grande e se desenvolvia com muita rapidez. Por isto, decidiu introduzir no país as escolas católicas. 

Ele morreu de repente, no dia 05 de janeiro de 1860, enquanto caminhava pela rua de sua cidade episcopal.


ORAÇÃO:

Deus de amor e de bondade, cujo graça renova a vida humana a cada dia, concedei-nos, pela intercessão de João Neumann, as forças necessárias para enfrentar os desafios que pretendem enfraquecer nossa fé. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

5 remédios de São Tomás de Aquino para acabar com a tristeza


Todos nós já passamos pela experiência de dias tristes, nos quais é difícil superar aquele peso interior que contamina todo estado de ânimo e afeta as relações. Existe algum truque para superar o mau humor e recuperar o sorriso? São Tomás de Aquino propõe 5 remédios surpreendentemente eficazes contra a tristeza, confira:

Primeiro remédio: fazer algo prazeroso

É como se o teólogo, há sete séculos, já tivesse intuído a ideia moderna de que o chocolate é um antidepressivo. Pode parecer uma visão materialista, mas é evidente que um dia cheio de amarguras pode acabar bem graças a uma cerveja, um bom filme ou um jantar com seu prato favorito, por exemplo.

Este não é um materialismo incompatível com o Evangelho: sabemos que o Senhor Jesus participou com prazer de refeições e banquetes, antes e depois da ressurreição, e aproveitou muitas coisas boas da vida.

Há também um salmo que afirma que o vinho alegra o coração do homem – mas é preciso lembrar que a Bíblia condena a embriaguez, claro!

Segundo remédio: chorar

Muitas vezes, um momento de melancolia pode ficar pior quando não conseguimos desabafar; é como se a tristeza se acumulasse dentro de nós, até tornar impossível fazer qualquer coisa.

O choro é uma linguagem, uma maneira de expressar e de desfazer o nó de uma dor que às vezes se torna sufocante. Jesus também chorou. E o Papa Francisco recorda que “certas realidades da vida só podem ser vistas com olhos limpos pelas lágrimas”.

Terceiro remédio: a compaixão dos amigos

Conversar com os amigos, desabafar com eles pode ser um grande alívio para quem passa por um momento de tristeza.

Quando a pessoa se sente um pouco triste e tende a ver tudo cinza, é muito eficaz fazer um gesto de abertura a algum amigo ou conhecido de confiança. Às vezes, basta uma mensagem ou uma ligação para contar ou escutar um amigo, e o panorama da vida fica mais claro. 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Imagem de Nossa Senhora é atacada no Rio Grande do Sul


Um ato de vandalismo danificou uma imagem de Nossa Senhora de Caravaggio, em Farroupilha (RS), recém-inaugurada. Imagens de câmeras de segurança registraram a ação de dois homens, na madrugada de domingo, 3, por volta das 2h35, atacando a estátua.

O vídeo, publicado na página de Facebook do Santuário dedicado à Virgem, mostra quando dois homens chegam de moto ao local, descem, atacam a imagem com golpes, ateiam fogo e vão embora. A estátua ficou com os dedos da mão quebrados e os pés queimados. A imagem da devota Joaneta (camponesa que testemunhou a aparição da santa em 1432) ficou com o nariz e as mãos estragadas.  


Os responsáveis pelo ato ainda não foram identificados. Em sua página na rede social, o Santuário afirma que “qualquer informação sobre os elementos envolvidos será de grande ajuda”.

Após o ocorrido, foi divulgada uma nota de repúdio, que expressa a perplexidade “diante de tal atitude”.

“Toda a forma de intolerância e fundamentalismo religioso não edificam. O nosso tempo exige respeito, diálogo entre as culturas e as religiões”, afirma a nota.

Edir Macedo diz que Deus se relaciona conosco no ‘toma-lá-dá-cá”.


O SBT reprisou no Conexão Repórter, neste domingo, dia 3,  uma entrevista com Edir Macedo, o autoproclamado bispo dono da Rede Record e da Igreja Universal do Reino de Deus.

As declarações de Macedo sobre a fé revelam bem o seu pensamento alinhado com a Teologia da Prosperidade, uma corrente que tem atraído neo-pentecostais a acreditarem que uma vida farta de bens sobre a terra é “um direito” do crente, como afirmou o líder religioso a Roberto Cabrini.

Indagado sobre a polêmica que envolveu um vídeo divulgado vinte anos atrás no Jornal Nacional (TV Globo) onde Macedo ensinava os pastores a aumentarem a arrecadação. O dono da Record asseverou que não se arrepende de nada do que foi dito. “Ou dá ou desce”, resume as Escrituras para o homem que fez fortuna à frente da IURD.

“Eu falei aquilo que eu pensava e penso – e vou continuar pensando. Com Deus, meu caro, ou você dá – a sua vida, e sobre pro céu - ou desce para o inferno. É a lei da palavra de Deus. Se você dá, você recebe; se você não dá, você não recebe. Jesus ensinou isso de outra forma, dai e ser-vos-á dado… Quer dizer, toma-lá-dá-cá. Toma-lá-dá-cá. De acordo com o que você oferece a Deus você recebe”, disse o homem que já se posicionou favorável ao aborto, mesmo sendo um líder que se diz cristão. 

Homilética Festa do Batismo do Senhor* - Ano C: "Somos incorporados a Cristo pelo Batismo".


A Festa do Batismo do Senhor encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus por São João Batista nas águas do rio Jordão. Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito tal como se submetera às demais observâncias legais que também não o obrigavam.

O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).

O dia em que fomos batizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o batismo, todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o menor fruto sobrenatural.

Devemos agradecer a Deus a Graça do Batismo. Agradecer que nos tenha purificado a alma da mancha do pecado original, bem como de qualquer outro pecado que tivéssemos naquele momento. A água batismal significa e atualiza de um modo real o que é evocado pela água natural: a limpeza e a purificação de toda a mancha e impureza.

“Graças ao sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do demônio, porque o teu preço é o sangue de Cristo.”

Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O batismo é a porta por onde se entra na Igreja.

“E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somo todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. A chamada à santidade e a conseqüente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o batismo as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “um certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa alma no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.

Com estas considerações é fácil compreender porque é de desejar que as crianças recebam logo o batismo. Desde cedo a Igreja pediu aos pais que batizassem os seus filhos quanto antes. É uma demonstração prática de fé. Não é um atentado contra a liberdade da criança, da mesma forma que não foi uma ofensa dar-lhe a vida natural, nem alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando ela própria não podia pedir esses bens. Pelo contrário, a criança tem direito a receber essa graça. No Batismo está em jogo um bem infinitamente maior do que qualquer outro: a graça e a fé; talvez a salvação eterna. Só por ignorância e por uma fé adormecida se pode explicar que muitas crianças sejam privadas pelos seus próprios pais, já cristãos, do maior dom da sua vida.

“Enquanto batizado, o homem deve sentir-se enviado pela Igreja a todos os campos de atividade que constituem sua vocação e missão, para dar testemunho como discípulo e missionário de Jesus Cristo…” (nº 460 do Doc. de Aparecida).