quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Santa Elisabete Ana Bayley Seton


Primeira norte-americana a ser canonizada. Em 1975, sob o pontificado do papa Paulo VI, nasceu nos Estados Unidos, no ano de 1774 dentro de uma família cuja mãe era uma cristã não católica e o pai, conhecido como médico muito atarefado e famoso. A mãe faleceu e, infelizmente, a madrasta fazia sofrer Santa Elisabete. Seu refúgio era a oração e a Palavra de Deus. Era alguém que buscava cumprir os mandamentos do Senhor, responder como Cristo respondeu aos sofrimentos do seu tempo.

Santa Elisabete Ana Bayley Seton chegou a casar-se, teve vários filhos, mas, por falência de seu esposo, tiveram que entrar no ritmo da migração dos Estados Unidos para a Itália. Com as dificuldades da viagem e a fragilidade de seu esposo, ele faleceu. Ela continuou até chegar à Itália e ser acolhida por uma família amiga. Era uma família feliz porque seguiam a Cristo como católicos praticantes. Tudo aquilo foi mexendo com o coração de Santa Elisabete e ela quis se tornar católica. Não se sabe ao certo tornou-se católica ali na Itália ou nos Estados Unidos, mas o fato é que retornou para os Estados Unidos, foi acolhida pela Igreja Católica, mas pelos familiares que eram cristãos não-católicos não foi bem acolhida; foi até perseguida.

De fato, o ecumenismo é uma conquista de cada dia e em todos os tempos. Santa Elisabete Ana Bayley teve uma dificuldade (como uma minoria católica nos Estados Unidos) de tal forma, pois não encontrava espaço para a educação dos filhos, que inspiradamente começou uma obra que chegou a ser uma Congregação das Irmãs de São José, com o objetivo de formar as crianças numa fé cristã e católica.

Santa Elisabete, com apenas 47 anos, faleceu; mas deixou para todos os cristãos católicos do mundo inteiro o testemunho de um coração que buscou, em tudo, a obediência ao Senhor.


Ó Deus, grandeza dos humildes, que fizestes Santa Elisabete distinguir-se pela caridade e paciência, dai-nos, por suas preces e méritos, a graça de amar-vos sempre, carregando a cruz de cada dia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Santa Elisabete Ana Bayley, rogai por nós!

Liturgia - Tempo Comum: O Tempo da vida besta!


Com a Festa do Batismo do Senhor, terminou o Tempo do Natal. Após a Missa, retirou-se o presépio e, no dia seguinte, hoje precisamente, iniciou-se o chamado Tempo Comum, aquele, em que não se celebra nada de especial, a não ser o mistério mesmo do Cristo.

Tempo Comum… Tempo de nada, tempo da mesmice, da vida besta, da qual falava Carlos Drummond de Andrade? “Eta vida besta, meu Deus!” – dizia o poeta.

Não! A cor própria deste período é o verde, exatamente para mostrar que este Tempo Comum não é tempo miúdo, mesquinho da rotina de cada dia! O verde, é o da esperança, aquela que invade o coração de quem sabe que “nasceu para nós um Menino, um Filho nos foi dado”, como dizia Isaías; aquela esperança de quem sabe que o Menino é o Cordeiro de Deus que, morto, ressuscitou e permanece vivo no coração da Igreja e do mundo! O Tempo Comum é o tempo da esperança em Deus, tempo de crer que o Senhor está presente no dia a dia, nas pequenas coisas, que parecem sem sentido e bêbadas de banalidade!

Sabem um bom quadro da Bíblia para compreender este tempo? A vida oculta de Jesus em Nazaré. Alguns curiosos tontos – desses que não entendem nada de Bíblia e se metem a falar do que não sabem – ficam perguntando o que fez Jesus nos trinta anos de vida oculta. Será que foi ao Egito aprender alquimia? Teria ido à Pérsia aprender os segredos dos magos, as mágicas e feitiços dos pagãos? Alguns, alucinados, dizem que fora ao Tibet, aprender meditação… Festival de bobagens; coisas de desmiolados pedantes… De fazerem rir e chorar!

Mas, então, o que fez Jesus nestes trinta anos? O Evangelho diz, revela; é tão claro: Ele crescia! Isso mesmo: crescia, em estatura, sabedoria e graça (cf. Lc 2,52), como qualquer criança. Trinta anos de dia a dia, de coisas pequenas, de vidinha igual, rotineira, na acanhada Nazaré, aprendendo a ser gente, a ser homem… Que coisa linda: o Filho de Deus viveu em tudo a nossa condição! 

E viva o país “laico”: Marcha para Satanás trará mais castigos sobre o Brasil…




Defensores da marcha justificam-se como “indignados com os pastores ladrões”.

Antes que algum leitor tente debochar dessa postagem, vou logo avisando que durante anos vivi afastado do meu convívio católico, tive experiências com o ocultismo, e posso garantir que o mal está vivo.

Toda destruição, violência e morte  é culpa de Satan.

Se por um lado, a Igreja do Brasil deixou de cumprir seu papel, o lado negro busca oportunidades de trazer juízos e destruição justamente pela ausência do cristianismo vivo, atuante. Alguém acha que a crise que o Brasil enfrenta, também, o acidente da lama que destruiu a cidade mineira de Mariana foi simples descuido dos governos ou das mineradoras?

Ofensas, toda ação tem reação. Muita gente debocha daquilo que não conhece. 

Em encontro com embaixadores, Papa destaca tema da migração


DISCURSO
Audiência com o corpo diplomático creditado junto à Santa Sé
para as felicitações de início de ano
Sala Régia do Palácio Apostólico – Vaticano
Segunda-feira, 11 de janeiro de 2015


Excelências, Senhoras e Senhores!

De coração vos dou as boas-vindas a este encontro anual, em que tenho oportunidade de vos apresentar os meus votos para o novo ano e reflectir convosco sobre a situação deste nosso mundo, abençoado e amado por Deus e todavia atribulado e aflito por tantos males. Agradeço ao novo Decano do Corpo Diplomático, senhor Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, Embaixador de Angola, as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todo o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé; desejo aqui fazer memória especial – quase um mês depois da sua morte – dos falecidos Embaixadores de Cuba, Rodney Alejandro López Clemente, e da Libéria, Rudolf P. von Ballmoos.

Aproveito a ocasião também para dirigir uma saudação particular a quantos participam pela primeira vez neste encontro, notando com satisfação que, no decurso do ano passado, aumentou ainda mais o número de Embaixadores residentes em Roma. Trata-se de um sinal importante da atenção com que a comunidade internacional segue a actividade diplomática da Santa Sé. E outra prova disso mesmo são os Acordos internacionais assinados ou ratificados durante o ano findo. Em particular, desejo mencionar aqui as convenções específicas em matéria de tributação assinadas com a Itália e os Estados Unidos da América, que demonstram o crescente empenho da Santa Sé em prol duma maior transparência nas questões económicas. Não menos importantes, porém, são os acordos de carácter geral, visando regular aspectos essenciais da vida e da actividade da Igreja nos diferentes países, como o Acordo assinado em Díli com a República Democrática de Timor-Leste.

De igual modo, desejo recordar a troca dos Instrumentos de Ratificação do Acordo com o Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país, bem como o Acordo assinado e ratificado com a Palestina. Trata-se de dois acordos que, juntamente com o Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Estado e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait, demonstram, para além do mais, que a convivência pacífica entre membros de religiões diferentes é possível quando se reconhece a liberdade religiosa e se assegura uma real possibilidade de colaborar para a edificação do bem comum, no respeito mútuo da identidade cultural de cada um.

Aliás toda a experiência religiosa, vivida autenticamente, só pode promover a paz. Assim no-lo recorda o Natal que há pouco celebrámos, contemplando o nascimento dum menino indefeso, cujo «nome é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz» (cf. Is 9, 5). O mistério da Encarnação mostra-nos o verdadeiro rosto de Deus, para quem o poder não significa força e destruição, mas amor; a justiça não significa vingança, mas misericórdia. Precisamente nesta perspectiva, quis proclamar o Jubileu extraordinário da Misericórdia, inaugurado excepcionalmente em Bangui durante a minha viagem apostólica ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana. Num país longamente atribulado pela fome, a pobreza e os conflitos, onde a violência fratricida dos últimos anos deixou feridas profundas nos espíritos, dilacerando a comunidade nacional e gerando miséria material e moral, a abertura da Porta Santa da Catedral de Bangui pretendeu ser um sinal de encorajamento para erguerem o olhar, retomarem o caminho e reencontrarem as razões do diálogo. Lá onde se abusou do nome de Deus para cometer injustiça, quis reiterar, juntamente com a comunidade muçulmana da República Centro-Africana, que «quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz»1 e, consequentemente, de misericórdia, porque nunca se pode matar em nome de Deus. Só uma forma ideologizada e extraviada de religião pode pensar fazer justiça em nome do Omnipotente, massacrando deliberadamente pessoas indefesas, como aconteceu nos sanguinários ataques terroristas dos meses passados na África, Europa e Médio Oriente.

A misericórdia foi, de certo modo, o «fio condutor» que guiou as minhas viagens apostólicas já no ano passado. Refiro-me, antes de mais nada, à visita a Sarajevo, cidade profundamente ferida pela guerra nos Balcãs e capital dum país, a Bósnia-Herzegovina, que se reveste dum significado especial para a Europa e o mundo inteiro. Como encruzilhada de culturas, nações e religiões, tem-se esforçado, com resultados positivos, por construir sem cessar novas pontes, valorizar aquilo que une e olhar as diferenças como oportunidades de crescimento no respeito por todos. Isto é possível através dum diálogo paciente e confiante, que sabe assumir os valores da cultura de cada um e acolher o bem proveniente das experiências alheias.2

Depois, penso na viagem à Bolívia, Equador e Paraguai, onde encontrei povos que não se rendem diante das dificuldades e, com coragem, determinação e espírito de fraternidade, enfrentam os numerosos desafios que os afligem, a começar pela pobreza generalizada e as desigualdades sociais. Durante a viagem a Cuba e aos Estados Unidos da América, pude abraçar dois países que, depois de prolongada divisão, decidiram escrever nova página na história, empreendendo um caminho de avizinhamento e reconciliação.

Em Filadélfia, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, bem como durante a viagem ao Sri Lanka e às Filipinas e com o recente Sínodo dos Bispos, recordei a importância da família, que é a primeira e mais importante escola de misericórdia, na qual se aprende a descobrir o rosto amoroso de Deus e onde cresce e se desenvolve a nossa humanidade. Conhecemos os numerosos desafios que, infelizmente, a família tem de enfrentar neste tempo em que está «ameaçada pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida».3 Hoje há um medo generalizado à condição definitiva que a família supõe e, quem o paga, são sobretudo os mais novos, muitas vezes frágeis e desorientados, e os idosos que acabam por ser esquecidos e abandonados. Pelo contrário, «da fraternidade vivida na família, nasce a solidariedade na sociedade»,4 que nos leva a ser responsáveis uns pelos outros. Isto só é possível se nas nossas casas, bem como na sociedade, não deixarmos sedimentar incómodos e ressentimentos, mas dermos lugar ao diálogo, que é o melhor antídoto contra o individualismo tão largamente espalhado na cultura do nosso tempo. 

São Pedro Donders


Pedro Donders nasceu em 27 de outubro de 1809, no sul da Holanda. Pedro tinha seis anos de idade, quando sua mãe morreu e diante dessa circunstância precisou deixar os estudos para ajudar seu pai, já muito idoso, na renda familiar. 

Por causa de sua saúde frágil e da pobreza, o jovem não conseguia realizar seu sonho: ser padre. Entretanto Pedro insistia com seu pároco, até que conseguiu que o recebessem no seminário diocesano, mais como empregado do que como noviço.

No ano de 1839 o Seminário foi visitado pelo Prefeito Apostólico do Suriname, buscando ajuda para seu território de missão que estava numa situação muito crítica. Apenas Pedro Donders se ofereceu. Em 5 de junho de 1841 foi ordenado sacerdote. Um ano mais tarde chegou em Paramaribo, uma região selvagem quatro vezes maior que a Holanda.

Os primeiros catorze anos foram dedicados à formação dos catequistas, das crianças e às visitas pastorais entre os escravos das fazendas holandesas. Recebeu o encargo da pastoral dos enfermos, dedicando-se especialmente aos leprosos. Foi um homem corajoso, aliviando as dores dos doentes terminais, sem nunca reclamar do apostolado.

Em 1865 chegaram os Missionários Redentoristas no Suriname, com a missão de continuar os trabalhos de evangelização. Padre Pedro decidiu ficar e pediu seu ingresso na Congregação do Santíssimo Redentor, professando os votos em 1867. No dia 14 de janeiro de 1887, morreu de uma grave enfermidade renal. 

ORAÇÃO


Pai de amor e de bondade, que escolhestes ao longo dos tempos homens e mulheres para proclamar as maravilhas de vosso amor, servindo os pobres e abandonados, concedei-nos, pela intercessão de Pedro Donders a paciência e a coragem de vos servir todos os dias de nossa vida. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Ser discípulo de Cristo é renunciar tudo o que tem...


“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo
e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. (Lc 9,23).

Com o passar do tempo eu percebi que quando uma pessoa vai conversar com outra para resolver alguma desavença, ela sempre leva consigo alguns valores, valores renunciáveis que deve haver de ambas as partes para que o acordo seja feito, e também aqueles valores dos quais não abre mão, são inalienáveis. Acredito que não é segredo para ninguém que um valor grandioso que carrego comigo é a fé católica que professo. E não sou católico, como muitos por aí, desinformados, que não sabem sequer o que significa a palavra “católico”, que não conhecem a Jesus Cristo, nem a Sua Igreja e tampouco o evangelho. Sou católico por convicção, ou como bem dizia o meu ex-pároco, frei Inocêncio Pacchioni: “não sou tão leigo assim”. Não sou perfeito, só Deus é perfeito. Carrego comigo, como todas as pessoas falhas, pecados que precisam constantemente ser corrigidos ao longo da vida. E tenho essa convicção porque fui chamado “pessoalmente” pelo Senhor. Desde que me aproximei d’Ele, inicialmente por caminhos tortuosos, mas que serviram para fazer de mim quem hoje sou, Ele não me abandonou e a minha convicção é tão grande que é preferível ser ateu a professar uma fé que não seja a fé católica.

No trecho de Lucas acima citado, Jesus coloca duas condições para segui-lo: “negar a si mesmo” e “carregar a sua cruz”. A primeira tem relação com a segunda. O que seria negar a si mesmo senão deixar de lado seus instintos puramente carnais? E que cruz seria essa senão a de ter que negar a si mesmo, às suas vontades, aos seus desejos? De fato, “minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7,16). Por isso o verdadeiro discípulo de Cristo “não anuncia a si mesmo” (v.18), as suas convicções, os seus desejos e pensamentos, mas Aquele que o chamou e escolheu. Acontece, porém, que o sistema inteiro sob o qual vivemos é muito, muito afastado de Cristo. Pode não haver respostas, mas nós temos que fazer pelo menos as perguntas. A nossa inteligência, como católicos, não pode deixar de notar a violência satânica e cheia de segredos terríveis que é perpetrada pelo nosso governo! 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Profanação de um cemitério entristece os cristãos na Terra Santa


Desconhecidos profanaram o cemitério junto ao mosteiro salesiano de Beit Gemal, localizado na cidade israelense de Beit Shemesh, no oeste de Jerusalém. As cruzes de madeira e de concreto colocadas em muitas tumbas também foram destruídas.

De acordo com a agência Fides, embora estes fatos tenham ocorrido no mês de dezembro, as fontes oficiais do Patriarcado Latino de Jerusalém informaram a respeito recentemente.

Esta não é a primeira vez que feitos assim ocorrem nesta local. Na madrugada do dia 31 de março de 2014, na região de Beit Shemesh, vândalos escreveram frases blasfemas nos muros de duas casas pertencentes ao mosteiro católico latino de Deir Rafat.

As religiosas do mosteiro, pertencente à Família monástica de Belém, da Assunção da Virgem Maria e de São Bruno, confirmaram à agência vaticana Fides que entre as frases escritas em hebraico, algumas expressam “blasfêmias contra Jesus e a Virgem Maria”. Outras pedem “vingança” e acusam de “nazismo” a Alemanha e os Estados Unidos. Inclusive alguns carros estacionados na região foram objeto do vandalismo e tiveram os pneus furados. 

Homilética: 2º Domingo Comum - Ano C: "O Primeiro Milagre".


Após as festas natalinas, inicia o Tempo Comum, em que revivemos os principais Mistérios da Salvação.

O Evangelho (Jo 2, 1-11) fala das Bodas de Caná. O motivo da escolha deste texto, para este domingo – o segundo depois da Epifania – é explicado na frase conclusiva: Jesus, em Caná da Galiléia, deu inicio aos sinais e manifestou sua glória e seus discípulos creram nele (Cf. Jo 2, 11).

Em Caná aconteceu uma nova epifania de Jesus: ele se manifestou como havia se manifestado no início aos magos e a João Batista no Batismo do Jordão.

Segundo o costume da época a festa, o banquete, durava oito dias. Depois de alguns dias começou a faltar o vinho; a alegria daqueles esposos e de sua família estava ameaçada…

Maria percebe a situação, e disse a Jesus, em tom aflito: “Eles não têm mais vinho”. Jesus opôs um pouco de resistência, mas depois fez o milagre: Da água soube tirar um novo vinho para continuar a festa. A presença de Jesus salvou a alegria dos esposos e permitiu que a festa continuasse.

Acontece em todo casamento aquilo que aconteceu nas Bodas de Caná; começa no entusiasmo e na alegria; o vinho é o símbolo, precisamente, desta alegria e do amor recíproco que lhe é a causa. Mas este amor e esta alegria – como o vinho de Caná – com o passar dos dias e dos anos, consome-se e começa a faltar; todo sentimento humano, exatamente porque humano, é recessivo, tende a consumir-se e a se exaurir; então desaba sobre a família uma nuvem de tristeza e desgosto; aos convidados para as bodas que são os filhos, não se tem mais nada a oferecer, a não ser o próprio cansaço, a própria frieza recíproca e muitas vezes a própria amarga desilusão. Falhas cheias de água. O fogo para o qual tinham vindo para se aquecer vai se apagando e todos procuram outros fogos fora dos muros da casa para aquecer o coração com um pouco de afeto.

Há remédio para esta triste perspectiva ? Sim, o mesmo remédio que houve em Caná da Galiléia: Convidar Jesus para as bodas! Se ele for de casa, a ele se poderá recorrer quando enfraquecerem o entusiasmo, a atração física, a novidade, enfim, o amor com que se tinha começado como namorados, porque da água da “rotina”, ele saberá fazer brotar, pouco a pouco, um novo vinho melhor do que o primeiro, isto é, um novo tipo de amor conjugal, menos efervescente do que o da juventude, mas mais profundo, mais duradouro, feito de compreensão, de conhecimento mútuo, de solidariedade, feito também de muita capacidade de se perdoar.

Convidar Jesus para o próprio matrimônio! Sim, isto significa reconhecer desde o tempo de namoro que o matrimônio não é uma questão privada entre um homem e uma mulher, em que a religião e o padre devem entrar somente para pingar sobre nós um pouco de agra benta ou para lhe dar um pouco de prestígio exterior com órgão, flores e tapete, mas é uma vocação, um chamado para realizar, de certa forma, a própria vida e o próprio destino; vocação que vem de Deus cuja norma e cuja força devem orientar a vida do casal.

Merecem ser destacadas as palavras de Maria: “Eles não tem mais vinho”; “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2, 3.5).

“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de ser compadecer dos infelizes, impele-a a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que Teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Sto. Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós” ? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela ?

“Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas infigências e dos seus sofrimentos. Maria faz-se de Medianeira, não como uma estranha, mas na posição de Mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, tem o direito de – tornar presentes ao Filho as necessidades dos homens” (Beato João Paulo II).

Jesus não nos nega nada; e concede-nos de modo particular tudo o que lhe pedimos através de sua Mãe.

Maria continua dizendo a nós, seus filhos: “Fazei o que Ele vos disser”.