domingo, 14 de fevereiro de 2016

"Venho como missionário da misericórdia", diz Papa.


Viagem apostólica do Papa Francisco ao México
Encontro com Autoridades, com a Sociedade Civil e com o Corpo Diplomático

Senhor Presidente,
Membros do Governo da República,
Distintas Autoridades,
Representantes da sociedade civil,
Irmãos no Episcopado,
Senhoras e Senhores!

Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as palavras de boas-vindas que me dirigiu. É motivo de alegria poder pisar esta terra mexicana que ocupa um lugar especial no coração das Américas. Hoje venho como missionário de misericórdia e de paz, mas também como um filho que quer prestar homenagem à sua mãe, a Virgem de Guadalupe, e deixar-se olhar por Ela.

Procurando ser um bom filho que segue os passos da mãe, desejo, por minha vez, prestar homenagem a este povo e a esta terra tão rica de cultura, história e diversidade. Na sua pessoa, Senhor Presidente, desejo saudar e abraçar o povo mexicano nas suas múltiplas expressões e nas mais diversas situações em que vive. Obrigado por me receberdes hoje na vossa terra!

O México é um grande país. Abençoado com riquezas naturais abundantes e uma enorme biodiversidade que se estende ao longo de todo o seu vasto território. A sua localização geográfica privilegiada faz dele uma encruzilhada das Américas; e as suas culturas indígenas, mestiças e crioulas dão-lhe uma identidade própria que possibilita uma riqueza cultural nem sempre fácil de encontrar e, especialmente, de valorizar. A sabedoria ancestral que o seu multiculturalismo traz consigo é, de longe, um dos seus maiores recursos humanos. Uma identidade que aprendeu a tomar forma na diversidade e constitui, sem dúvida alguma, um rico património que deve ser valorizado, incentivado e cuidado.

Penso e ouso dizer que, hoje, a principal riqueza do México tem um rosto jovem; sim, são os seus jovens. Um pouco mais de metade da população é composta por jovens. Isto permite pensar e projectar um futuro, um amanhã. Isto dá esperança e abertura ao futuro. Um povo rico de juventude é um povo capaz de se renovar, de se transformar; é um convite a levantar o olhar com confiança para o futuro e, ao mesmo tempo, desafia-nos positivamente no presente. Esta realidade leva-nos, inevitavelmente, a reflectir sobre a responsabilidade de cada um na construção do México que desejamos, do México que pretendemos transmitir às gerações futuras; e leva-nos igualmente à certeza de que um futuro rico de esperança se forja num presente feito de homens e mulheres justos, honestos, capazes de comprometer-se com o bem comum, aquele «bem comum» que neste século XXI não é muito apreciado. A experiência demonstra-nos que quando se busca o caminho do privilégio ou do benefício para poucos em detrimento do bem de todos, mais cedo ou mais tarde, a vida em sociedade transforma-se num terreno fértil para a corrupção, o tráfico de drogas, a exclusão das culturas diferentes, a violência e até o tráfico humano, o sequestro e a morte, que causam sofrimento e travam o desenvolvimento. 

No Cristo fomos tentados e nele vencemos o demônio


Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração (Sl 60,2). Quem é que fala assim? Parece ser um só: Dos confins da terra a vós eu clamo, e em mim o coração já desfalece (Sl 60,3). Então já não é um só, e contudo é somente um, porque o Cristo, de quem todos somos membros, é um só. Como pode um único homem clamar dos confins da terra? Quem clama dos confins da terra é aquela herança a respeito da qual foi dito ao próprio Filho: Pede-me e te darei as nações como herança e os confins da terra por domínio (Sl 2,8).

Portanto, é esse domínio de Cristo, essa herança de Cristo, esse corpo de Cristo, essa Igreja de Cristo, essa unidade que somos nós, que clama dos confins da terra. E o que clama? O que eu disse acima: Ouvi, ó Deus, a minha súplica, atendei a minha oração; dos confins da terra a vós eu clamo. Sim, clamei a vós dos confins da terra, isto é, de toda parte.

Mas por que clamei? Porque em mim o coração já desfalece. Revela com estas palavras que ele está presente a todos os povos no mundo inteiro, não rodeado de grande glória mas no meio de grandes tentações. Com efeito, nossa vida,enquanto somos peregrinos neste mundo, não pode estar livre de tentações, pois é através delas que se realiza nosso progresso e ninguém pode conhecer-se a si mesmo sem ter sido tentado. Ninguém pode vencer sem ter combatido, nem pode combater se não tiver inimigo e tentações.

Aquele que clama dos confins da terra está angustiado, mas não está abandonado. Porque foi a nós mesmos, que somos o seu corpo, que o Senhor quis prefigurar em seu próprio corpo, no qual já morreu, ressuscitou e subiu ao céu, para que os membros tenham a certeza de chegar também aonde a cabeça os precedeu.

Portanto, o Senhor nos representou em sua pessoa quando quis ser tentado por Satanás. Líamos há pouco no Evangelho que nosso Senhor Jesus Cristo foi tentado pelo demônio no deserto. De fato, Cristo foi tentado pelo demônio. Mas em Cristo também tu eras tentado, porque ele assumiu a tua condição humana, para te dar a sua salvação; assumiu a tua morte, para te dar a sua vida; assumiu os teus ultrajes, para te dar a sua glória; por conseguinte, assumiu as tuas tentações, para te dar a sua vitória.

Se nele fomos tentados, nele também vencemos o demônio. Consideras que o Cristo foi tentado e não consideras que ele venceu? Reconhece-te nele em sua tentação, reconhece-te nele em sua vitória. O Senhor poderia impedir o demônio de aproximar-se dele; mas, se não fosse tentado, não te daria o exemplo de como vencer na tentação.


Dos Comentários sobre os Salmos, de Santo Agostinho, bispo

(Ps 60, 2-3:CCL39,766)            (Séc.V)

A Secularização e a dessacralização do Sagrado.


Lá vou eu, novamente, escrevendo do que percebo, do que meu coração intui...

É triste e trágico o que tem acontecido com a Igreja católica nas últimas décadas. Vou logo dizendo que se trata de uma interpretação torta, unilateral e truncada do Concílio Vaticano II. De modo algum é culpa do Concílio, mas de uma certa leitura dele, que se impôs vulgarmente...

Estou pensando concretamente no fenômeno da secularização e de sua consequência mais palpável: a dessacralização. Pouco a pouco, a golpe de picaretas de vulgaridade, superficialidade, mau gosto e informalidade, vão-se jogando fora expressões veneráveis que eram importantes mediações do Mistério. Símbolos, sinais, gestos, comportamentos, tudo vai sendo jogado fora, ridicularizado, tratado com zombaria como forma de causar constrangimento...

O Deus invisível, visível no Senhor Jesus e, ainda assim, misterioso, era serenamente mediado continuamente nos símbolos, gestos, palavras, ritos, costumes que, inspirados pela fecunda e discreta ação do Espírito na Igreja, foram se desenvolvendo paulatinamente no seio da Comunidade eclesial. Esse conjunto simbólico e consuetudinário colocava o fiel como que imerso no Mistério divino, ajudando-o a perceber psicológica e existencialmente a realidade ontológica que envolve aqueles que em Cristo são feitos novas criaturas.

Após o Concílio, muitíssimos esposaram a ideia torta de que a secularização aproximaria a Igreja do mundo. Não perceberam, não percebem que tal atitude somente banaliza a fé, mundaniza a Igreja, amolece e adormece nos corações dos crentes o sentido do sagrado, da presença de Deus e de Sua santidade... Sem esta mediação da sacralidade, a Igreja vai perdendo a capacidade de perceber o Mistério, de abrir-se a Ele, de escutá-Lo. Ela vai perdendo a atitude fundamental que brota do "Ouve, ó Israel" e vai se tornando uma Igreja autorreferencial, que se preocupa o tempo todo consigo mesma, em ser atraente e aplaudida diante do mundo secularizado... Mas, o resultado é o oposto!

Neste caso, vamos perdendo a qualidade de religião para assumirmos, na percepção dos de fora, a característica de ONG encarregada de temas humanitários... Sem dúvida, uma Instituição ainda com alguma utilidade, mas, não mais religiosa. Porque a religião somente pode ser expressa enquanto tal quando nos liga ao Mistério divino e, a Ele nos ligando, liga os fieis entre si e liga os múltiplos aspectos da vida no coração de cada fiel.

Um exemplo que exprime de modo dramático o que estou afirmando - poderia citar outros - é a tremenda crise da vida religiosa. Um dos principais motivos é a secularização. Dessacralizada, tendo perdido símbolos e observâncias, tendo deixado de lado a materialidade de suas práticas, reduzindo muitíssimo de sua riqueza a ideias e conceitos abstratos ela não atrai, não traz aos que a procuram a doce alegria de perceber-se e ser percebido como alguém que tudo deixou e foi separado do mundo secular para servi-lo como sinal e mediação do Eterno. Não é por acaso que tantos, depois da primeira profissão deixam tudo e voltam à vida secular... Não é por acaso que as novas comunidades atraem a tantos, e tantos que se entregam de modo tão generoso! Alguns podem contestar o que afirmo, mas isto não muda a dura realidade das coisas!

Deveríamos ter a coragem de reconhecer a tremenda crise na qual nos metemos... Deveríamos deixar de lado preconceitos, triunfalismos ilusórios e desbotados discursos ideológicos mais próprios dos anos 60 ou 70 do século passado (!) e dialogar de modo desarmado e fecundo com o imenso patrimônio da Igreja nos seus vinte séculos de caminho...

São Cirilo e São Metódio


Metódio e Cirilo nasceram na Macedônia e foram irmãos unidos pelo sangue, pela fé, pela vocação apostólica. Metódio nasceu em 815 e Cirilo em 826. Metódio, ainda jovem, foi nomeado governador da província da Macedônia Inferior, onde estavam estabelecidos os eslavos. Cirilo, também ainda jovem, foi levado a estudar em Constantinopla, capital do então Império Bizantino, onde se formou. Mais tarde, lecionou filosofia e foi diplomata junto aos árabes.

Com trinta e oito anos, Metódio abandonou a carreira política e se tornou monge no mosteiro de Bósforo. Poucos anos depois seu irmão Cirilo também entrou para a vida monástica. A missão apostólica dos dois irmãos começou em 861, quando foram enviados numa missão de conversão dos povos eslavos.

São Cirilo criou um novo alfabeto eslavo e traduziu a Bíblia, a Missa, os rituais e ensinamentos cristãos. Assim o povo podia rezar, cantar e ler tudo em sua própria língua.

Na época, os textos sagrados só existiam em grego ou latim, não podiam ser traduzidos. A iniciativa dos monges Cirilo e Métódia gerou conflito com outros monges. Muitos religiosos ficaram contra o trabalho de Metódio e Cirilo. Os dois foram então chamados a Roma, onde conseguiram o apoio do Papa Adriano II, que abençoou pessoalmente os livros litúrgicos escritos em língua eslava.

Cirilo seria ordenado bispo, mas na viagem de volta de Roma acabou falecendo. O ano era 896 e Cirilo tinha apenas 42 anos de idade. Foi sepultado a 14 de fevereiro na Igreja de São Clemente, perto do Coliseu.

Metódio voltou para a missão e foi nomeado arcebispo de Panônia, com sede em Sirmio. Numa segunda viagem a Roma, em 885, acabou morrendo.

Ambos foram proclamados patronos da Europa, ao lado de São Bento, pelo Papa João Paulo II em 1980. 



Deus Pai de bondade, iluminados pelo ideal missionário de São Cirilo e Metódio, sejamos também nós revestidos com a graça de levar aos homens e mulheres mais abandonados a mensagem de amor que brota do evangelho. Tudo isso Vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Biografia e convite de Ordenação Diaconal do Seminarista Ayrton Frank na Arquidiocese de São Luís


Ayrton Frank Castro Pinheiro nasceu na cidade de Viana, no dia 17 de Junho de 1986, e é o quarto filho de Clenair Castro Pinheiro e Armando Pinheiro Filho (In memoriam) cursou o Ensino Fundamental nas escolas Prof° Antônio Lopes, Princípe da Paz e CAIC. Vindo para São Luis para concluir o Ensino Básico no CEM Barjonas Lobão. Foi batizado no dia 01 de Outubro de 1989, recebeu a Primeira Eucaristia no dia 13 de Maio de 1999, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Viana-MA e a Confirmação em Maio de 2006, na Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, Cohatrac, já em São Luís. Participou do grupo de Liturgia exercendo os ministérios de leitor e da Acolhida na mesma Paróquia onde recebeu a crisma. Ingressou no Seminário Menor São João Maria Vianney no dia 10 de fevereiro de 2006, sendo acompanhado pelo Padre Clemilton Moraes enquanto se preparava para o vestibular. Nesse mesmo período chegou a cursar o segundo período de Comunicação Social com habilitação em Radio e TV na Universidade Federal do Maranhão.

Em 2007 ingressou no seminário Santo Antônio onde cursou Filosofia no IESMA e teve como reitores o até então Pe. Benedito Araújo (atualmente bispo de Guajará Mirim) e o Padre Clemilton Moraes. Por ocasião da divisão das casas de Formação em 2008 passou a residir no Seminário Maior de Filosofia São João Maria Vianney, tendo por reitor o padre Antônio José Ramos Costa. Em 2010 ingressou no Seminário Maior de Teologia na Igreja de São Pantaleão e teve por reitor o padre Orlando Ramos.

Durante o período de formação fez estágio pastoral nas paróquias Nossa Senhora de Nazaré (comunidade Itapiracó), Nossa Senhora Aparecida do Munim - Morros, Sagrada Família – Maiobão, Espírito Santo – Parque Timbira (Comunidade Bom Jesus), Nossa Senhora da Boa Viagem – Matinha (Km 11) e Nossa Senhora da Penha – Anjo da Guarda. Admitido às Ordens Sacras no dia 27 de Abril de 2015 juntamente com os seminaristas James Serrão e Danilo Fontinele, e no dia 19 de Outubro do mesmo ano, recebeu o ministério de Leitor e Acólito no Seminário São João Maria Vianney - Cohatrac 

O Papa chega a Cuba e abraça o seu “irmão” Kirill


“Irmão, finalmente!”. “De agora em diante, as coisas vão ser mais fáceis…”. “É claro que é a vontade de Deus”. Com estas sinceras palavras abriu-se o encontro histórico entre o Papa Francisco e o patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Kirill.

Um evento que nunca ocorreu na história da Igreja e do mundo, aconteceu em uma sala privada do aeroporto internacional ‘José Martí’ da Havana, em Cuba.

O avião da Alitalia transportando o papa aterrissou pontualmente às 20, depois de 12 horas de voo, recuperando os 40 minutos de atraso da manhã.

Para receber Bergoglio – como na visita apostólica em setembro passado – o presidente Raul Castro, o núncio apostólico em Cuba, o arcebispo Giorgio Lingua e o cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a unidade dos cristãos que chegou à Havana há alguns dias.

O patriarca, à sua vez, chegou ontem à noite, acompanhado por uma comitiva de cerca de 100 pessoas, entre jornalistas e membros do patriarcado. Depois de Cuba, o primaz da Igreja Ortodoxa russa continuará a sua visita à América Latina fazendo paradas no Brasil e Paraguai. 

Corpo de Padre Pio retorna a Pietrelcina 100 anos após sua morte e profecia se cumpre.


Procedente da Basílica de São Pedro e a pedido do Papa Francisco por ocasião do Ano da Misericórdia, os restos mortais de São Padre Pio voltaram ontem (11) para a cidade de Pietrelcina e assim se cumpriu a profecia que o mesmo frade capuchinho fez sobre sua volta à cidade.

Segundo informações da TV2000, choveu durante toda a manhã em Pietrelcina até que chegou o Padre Pio. Saiu o sol durante “este retorno histórico que ocorreu 100 anos depois da sua chegada a este local em 1916”.

Sobre isso, Orazio Pennelli, sobrinho bisneto do Padre Pio comentou: “A relação (do Santo) com Pietrelcina é profunda. Embora não esteve aqui fisicamente durante este tempo, sempre esteve espiritualmente presente, sobretudo aqui em Chiana Romana, neste lugar ao qual estava muito ligado”.

Os restos do Padre Pio estarão em Pietrelcina até o domingo, 14 de fevereiro, na igreja da Sagrada Família, a qual permanecerá aberta durante o dia e a noite inteira para poder receber a grande quantidade de fiéis que chegaram desde muitos lugares para ver o Santo que recebeu os estigmas de Cristo.

A profecia

Em agosto de 1968, pouco antes de sua morte, o Padre Pio conversou com o Pe. Mariano da Santa Croce, que lhe disse que voltaria para sua cidade natal “alguns anos depois de sua morte (…) O Senhor sabe… e o chamará também ao Paraíso. Depois da sua morte haverá sinais, prodígios, milagres, a Igreja o levará aos altares. Então, transladarão seu corpo deste lugar e será feita uma preciosa viagem a Pietrelcina”.

O Santo, assinalou o jornal Avvenire dos bispos italianos, juntou suas mãos e abaixou duas vezes a cabeça e disse ao sacerdote: “Assim será”. 

A amizade de Deus


Nosso Senhor, o Verbo de Deus, que primeiro atraiu os homens para serem servos de Deus, libertou em seguida os que lhe estavam submissos, como ele próprio disse a seus discípulos: Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15,15). A amizade de Deus concede a imortalidade aos que a obtém.

No princípio, Deus formou Adão, não porque tivesse necessidade do homem, mas para ter alguém que pudesse receber os seus benefícios. De fato, não só antes de Adão, mas antes da criação, o Verbo glorificava seu Pai, permanecendo nele, e era também glorificado pelo Pai, como ele mesmo declara: Pai, glorifica-me com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse (Jo 17,5).

Não foi também por necessitar do nosso serviço que Deus nos mandou segui-lo, mas para dar-nos a salvação. Pois seguir o Salvador é participar da salvação, e seguir a luz é receber a luz.
Quando os homens estão na luz, não são eles que a iluminam, mas são iluminados e tornam-se resplandecentes por ela. Nada lhe proporcionam, mas dela recebem o benefício e a iluminação.

Do mesmo modo, o serviço que prestamos a Deus nada acrescenta a Deus, porque ele não precisa do serviço dos homens. Mas aos que o seguem e servem, Deus concede a vida, a incorruptibilidade e a glória eterna. Ele dá seus benefícios aos que o servem precisamente porque o servem e aos que o seguem precisamente porque o seguem; mas não recebe deles nenhum benefício, porque é rico, perfeito e de nada precisa.

Se Deus requer o serviço dos homens é porque, sendo bom e misericordioso, deseja conceder os seus dons aos que perseveram no seu serviço. Com efeito, Deus de nada precisa, pias o homem é que precisa da comunhão com Deus.

É esta, pois, a glória do homem: perseverar e permanecer no serviço de Deus. Por esse motivo dizia o Senhor a seus discípulos: Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi (Jo 15,16), dando assim a entender que não eram eles que o glorificavam seguindo-o, mas, por terem seguido o Filho de Deus, eram por ele glorificados. E disse ainda: Quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória (Jo 17,24).


Do Tratado contra as heresias, de Santo Irineu, bispo

(Lib. 4,13,4-14,1: Sch 100, 534-540)       (Séc. II)