domingo, 21 de fevereiro de 2016

Por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo


O Senhor manifesta a sua glória na presença de testemunhas escolhidas, e de tal modo fez resplandecer o seu corpo, semelhante ao de todos os homens, que seu rosto se tornou brilhante como o sol e suas vestes brancas como a neve.

A principal finalidade dessa transfiguração era afastar dos discípulos o escândalo da cruz, para que a humilhação da paixão, voluntariamente suportada, não abalasse a fé daqueles a quem tinha sido revelada a excelência da dignidade oculta de Cristo. Mas, segundo um desígnio não menos previdente, dava-se um fundamento sólido à esperança da santa Igreja, de modo que todo o Corpo de Cristo pudesse conhecer a transfiguração com que ele também seria enriquecido, e os seus membros pudessem contar com a promessa da participação daquela glória que primeiro resplandecera na Cabeça.

A esse respeito, o próprio Senhor dissera, referindo-se à majestade de sua vinda: Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai (Mt 13,43). E o apóstolo Paulo declara o mesmo, dizendo: Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós (Rm 8,18). E ainda: Vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus. Quando Cristo, vossa vida, aparecer, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória (Cl 3,3-4).

Entretanto, aos apóstolos que deviam ser confirmados na fé e introduzidos no conhecimento de todos os mistérios do Reino, esse prodígio ofereceu ainda outro ensinamento.

Moisés e Elias, isto é, a Lei e os Profetas, apareceram conversando como Senhor, a fim de cumprir-se plenamente, na presença daqueles cinco homens, o que fora dito: Será digna de fé toda palavra proferida na presença de duas ou três testemunhas (cf. Mt18,16).

Que pode haver de mais estável e mais firme que esta palavra? Para proclamá-la, ressoa em uníssono a dupla trombeta do Antigo e do Novo Testamento, e os testemunhos dos tempos passados concordam com o ensinamento do Evangelho.

Na verdade, as páginas de ambas as alianças confirmam-se mutuamente; e o esplendor da glória presente mostra, com total evidência, Aquele que as antigas figuras tinham prometido sob o véu dos mistérios. Porque, como diz João, por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo (Jo 1,17). Nele cumpriram-se integralmente não só a promessa das figuras proféticas, mas também o sentido dos preceitos da lei; pois pela sua presença mostra a verdade das profecias e, pela sua graça, torna possível cumprir os mandamentos.

Sirva, portanto, a proclamação do santo Evangelho para confirmar a fé de todos, e ninguém se envergonhe da cruz de Cristo, pela qual o mundo foi redimido.

Ninguém tenha medo de sofrer por causa da justiça ou duvide da recompensa prometida, porque é pelo trabalho que se chega ao repouso, e pela morte, à vida. O Senhor assumiu toda a fraqueza de nossa pobre condição e, se permanecermos no seu amor e na proclamação do seu nome, venceremos o que ele venceu e receberemos o que prometeu.

Assim, quer cumprindo os mandamentos ou suportando a adversidade, deve sempre ressoar aos nossos ouvidos a voz do Pai, que se fez ouvir, dizendo: Este é o meu filho amado, no qual pus todo o meu agrado. Escutai-o (Mt 17,5).


Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 51, 3-4.8: PL 54, 310-311.313)            (Séc.V)


Autobiografia devastadora de ex-pastor da Igreja Universal revela bastidores de terror psicológico, fraude e prostituição

"Nos Bastidores do Reino", de Mário Justino, 
chegou a ser proibido no Brasil logo após seu lançamento, em 1995

Lançado em 1995, este livro durou pouco mais de 20 dias nas estantes das livrarias brasileiras. Por determinação judicial, obtida mediante a ação do poderoso departamento jurídico da Igreja Universal do Reino de Deus, todos os exemplares ainda não vendidos na época foram recolhidos.

Nos Bastidores do Reino – A vida secreta na Igreja Universal do Reino de Deus” é uma autobiografia de Mário Justino, ex-pastor da igreja fundada por Edir Macedo e protagonista de uma ascensão meteórica dentro da organização neopentecostal mais famosa do país.

O autor se apresenta como um adolescente triste e pobre que, certo dia, zapeando pelas estações de rádio do interior do Rio de Janeiro, ouviu uma retumbante “bênção da água” e se sentiu atraído a conhecer pessoalmente aquela igreja. Os hinos de louvores e os supostos exorcismos o fascinaram e o jovem largou a família e a bolsa de estudos para, com apenas 15 anos, trabalhar sem receber nada além de três refeições diárias no templo que passou a frequentar: ela era faxineiro, porteiro e vigilante. Aos poucos, foi mostrando talento para ser pastor. Ele mesmo explica o que se entende por “talento” neste caso: a habilidade para enganar pessoas e fazê-las doar dinheiro.

Para crescer na “carreira” dentro da igreja, que funciona como uma franquia empresarial, basta ser um bom arrecadador de dinheiro e manter uma vida discreta. As aparências de virtude do pastor são cruciais para o sucesso do projeto, embora, nos bastidores, Mário Justino afirma serem normais os casos de adultério, fornicação e práticas homossexuais. Ele próprio conta que a sua primeira experiência sexual foi com outro pastor.

O autor acabou se tornando pastor titular de uma das igrejas da rede e, para manter o cargo, precisava bater as metas mensais de arrecadação. O maior medo de todos os pastores era terminar o mês com resultado negativo, tragédia que implicaria pesadas represálias e poderia acarretar seu pior pesadelo: ser expulsos da congregação. A cúpula sabia que muitos de seus pastores não tinham capacitação para exercer outros ofícios no mercado de trabalho e empregava com eficácia o terror psicológico para garantir o êxito das franquias. Como contraponto, as regalias para os que cumpriam as metas envolviam bônus em dinheiro, escola para os filhos, plano de saúde para a família, carro e viagens com direito a hotéis cinco estrelas.

Para um rapaz de 17 anos, de infância miserável e coração doído de tanto ver sofrer a pobre mãe lavadeira, aquela chantagem era poderosa. Mas não o suficiente para evitar que Mário Justino fosse tragado pela depressão profunda. Ele se tornou refém dos remédios controlados e não tardou a se viciar em drogas pesadas. Foram inúmeros os cultos que dirigiu, segundo seu próprio relato, depois de fumar maconha misturada com comprimidos de tarja preta. Ele se desligou da organização para trabalhar como servente num aeroporto de São Paulo. 

São Pedro Damião


O Santo deste dia é venerado como Doutor da Igreja, já que, pela doutrina e amor à Igreja, testemunhou sua vida de santidade.

São Pedro Damião nasceu em Ravena em 1007. Teve uma infância sofrida devido à morte dos pais. Mais tarde foi acolhido pelo irmão mais velho até entrar na vida religiosa pela Ordem Camaldulense. São Pedro Damião lutou para reformar a vida religiosa, lutando contra a venda dos privilégios eclesiásticos e contra o concubinato.

Pedro Damião dirigiu e fundou um grupo de mosteiros que seguiam, com certas variações, a reforma camaldulense. Trabalhou incansavelmente para devolver à vida religiosa seu sentido de consagração total a Deus, na solidão e penitência.

A partir de 1046 foi levado a trabalhar para a santificação de toda a Igreja de Cristo e começou a se tornar grande sua fama de santidade.

Foi ordenado bispo e cardeal de Óstia, perto de Roma, de onde auxiliou muitos papas. Foi legado do Pontífice Gregório VII, visitador dos mosteiros, escritor, conselheiro, libertando a Igreja de seus vínculos temporais. Sua extensa obra teológica fez o Papa Leão XII reconhecê-lo com o título de doutor da Igreja.  


São Pedro Damião, por vossa história de vida podemos sentir o quão sacrificada foi vossa existência por amor às Leis de Deus, por amor à Igreja que se encontrava tão decaída. Não medistes esforços para que os consagrados retomassem suas responsabilidades e retornassem à uma vida de penitências, orações e santidade. Pedimo-vos, são Pedro Damião, que ajudeis nossos governantes e líderes de nossa Igreja a santificá-la e fazê-la encontrar a unidade e o rumo exato da vontade de nosso Deus. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. Oração (2): Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São Pedro Damião, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

A Montanha


Há poucos dias, acompanhamos Jesus ao Monte da Quarentena. Escolhemos permanecer com Ele, fizemos a opção por viver este tempo privilegiado do encontro com Deus, chamado Quaresma. Conduzidos pelo Espírito Santo, procuramos superar todas as provas e caminhar com fidelidade na resposta à verdade do amor infinito e eterno de Deus, iluminados pela Palavra de Deus. 

Ao convite da Igreja, subimos agora a outro Monte, o Tabor, pois o Espírito quer conduzir-nos às alturas e queremos aprender a ouvir Jesus: "Uns oito dias depois destas palavras, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para orar. Enquanto orava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou branca e brilhante. Dois homens conversavam com ele: eram Moisés e Elias. Apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a saída deste mundo que Jesus iria consumar em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Quando acordaram, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E enquanto esses homens iam se afastando, Pedro disse a Jesus: 'Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias'. Nem sabia o que estava dizendo. Estava ainda falando, quando desceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Ao entrarem na nuvem, os discípulos ficaram cheios de temor. E da nuvem saiu uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-o!' Enquanto a voz ressoava, Jesus ficou sozinho. Os discípulos ficaram calados e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto" (Lc 9, 28-36). 

Entretanto, sabemos que o caminho feito com Jesus nos conduzirá a outro Monte, o do Calvário, o Monte da Redenção, da Morte e Ressurreição de Cristo, pelo que queremos refazer a nossa escolha de seguimento do Senhor Jesus. "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Cf. Lc 9, 23-27; Cf. Lc 9, 44-45; Cf. Lc 18, 31-34). 

Por nosso amor pregado na Cruz


A morte de Jesus não foi um acidente que aconteceu no decorrer da história. São Pedro explica aos judeus, no dia de Pentecostes que “Ele foi entregue segundo o desígnio determinado e a presciência de Deus” (At 2,23). Já estava escrito que “Ele é o servo sofredor que se deixa levar silencioso ao matadouro” como ovelha muda frente aos tosquiadores, e “carrega sobre si o pecado das multidões” (Is 53,7.12), como o bode expiatório da antiga lei que levava sobre si o pecado dos filhos de Israel.

Também não são apenas os que assistiram passivamente ou realizaram a crucifixão de Jesus que são os culpados de sua morte, mas todos os homens, de todos os tempos e épocas. Todos “os pecadores, como tais, são os autores e como que os instrumentos de todos os sofrimentos porque passou o Divino Redentor” (CIC 598). Todos nós, pecadores, somos responsáveis pela morte do Senhor: “... és tu que com eles o crucificaste e continuas a crucificá-lo, deleitando-te nos vícios e pecados” (São Francisco de Assis).

Mas Jesus Cristo ofereceu livremente a sua vida ao Pai para nos salvar: “Eis-me aqui... venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Rm 10). A paixão redentora de Jesus é a razão de ser de sua encarnação. Ele, livremente, ofereceu sua vida, seu sangue, em resgate de muitos: “Ninguém tira a minha vida, mas por mim mesmo, eu dela me despojo... este é o mandamento que recebi de meu Pai” (Jo 18,11), e antes que tudo fosse consumado (Jo 19,30), ele ainda tinha sede (Jo 19,28), sede de salvar, resgatar, amar...

Todos os homens pecaram e por isso estavam privados da glória de Deus (Rm 3,23). Era preciso que esta comunhão perdida fosse restabelecida com Deus. Mas o homem era incapaz disso. O salário do pecado é a morte (Rm 6,23), a natureza do homem pecadora, logo, ele não pode salvar-se a si mesmo.

Mas Deus não abandonou o homem e prometeu um salvador que destruiria a serpente (satanás) e o pecado (Gn 3,15; 2Cor 5,21; 1Pd 2,24).

Jesus é o salvador prometido pelo Pai. Só ele é a salvação. Seu nome significa sua missão – Deus salva (Mt 1,21; At 4,12). Jesus abraçou com amor e ardor a vontade do Pai que “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4).

A cruz é a expressão máxima e mais profunda do amor de Jesus ao Pai e aos homens. Amemo-la com ardor! Carreguemo-la, cada dia, tropeçando até o nosso próprio gólgota! Deixemo-nos ser com ele crucificados, afim de que, com ele, ressuscitemos ao terceiro dia! 

Trocando uma coroa de ouro por uma coroa de espinhos


Aproximava-se a hora da morte de Jesus. Ele entrou triunfalmente em Jerusalém e expulsou do templo os homens que exploravam a adoração. A expectativa enchia o ar de Jerusalém, pois as pessoas achavam que Jesus era um messias conquistador. Ele, contudo, preparava-se para enfrentar a cruz.

O povo pensava que Jesus era um herói glorioso e daria à nação um destino sublime. Entretanto Jesus humilhou-se de acordo com o plano de Deus e alcançou-nos a salvação.

Você faria o que Jesus fez? Ele trocou um castelo imaculado por um estábulo sujo. Trocou a adoração dos anjos pela companhia de assassinos. Podia segurar o universo na palma de sua mão, mas abdicou e foi flutuar no útero de uma jovem.

Se você fosse Deus, teria dormido sobre a palha, mamaria no seio de uma mulher e seria vestido com uma fralda? Eu não o faria, mas Cristo fez.

Se você soubesse que poucos se importariam com a sua vinda, ainda assim viria? Se soubesse que aqueles a quem ama zombariam na sua frente, ainda assim se preocuparia com eles? Se soubesse que as línguas que criou debochariam de você, as bocas que criou lhe cuspiriam, e as mãos que criou o crucificariam, ainda assim você as criaria? Cristo o fez. Você consideraria os deficientes e inválidos mais importantes do que a si mesmo? Cristo o fez.

Ele se humilhou. Ele deixou de comandar os anjos e passou a dormir na palha. Deixou de tocar as estrelas e agarrou o dedo de Maria. A mão que sustentava o universo recebeu o prego de um soldado.

Por quê? Porque é isto que o amor faz. O amor coloca a pessoa amada antes de si mesmo. A sua alma era mais importante do que o sangue d’Ele. A sua vida eterna era mais importante que a vida terrena d’Ele. Para ele, o seu lugar no céu era mais importante do que o lugar d’Ele no céu. Assim, Jesus abriu mão do lugar que lhe pertencia para que você pudesse ter o seu.

É assim que ele o ama. E porque ele o ama, você tem importância primordial para ele. 

As interrogações mais profundas do gênero humano


O mundo moderno apresenta-se simultaneamente poderoso e fraco, capaz do melhor e do pior; abre-se diante dele o caminho da liberdade ou da escravidão, do progresso ou da regressão, da fraternidade e do ódio. Por outro lado, o homem toma consciência de que depende dele a boa orientação das forças por ele despertadas e que podem oprimi-lo ou servi-lo. Eis por que se interroga a si mesmo.

Na verdade, os desequilíbrios que atormentam o mundo moderno estão ligados a um desequilíbrio mais profundo, que se enraíza no coração do homem.

No íntimo do próprio homem, muitos elementos lutam entre si. De um lado, ele experimenta, como criatura, suas múltiplas limitações; por outro, sente-se ilimitado em seus desejos e chamado a uma vida superior.

Atraído por muitas solicitações, é continuamente obrigado a escolher e a renunciar. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes o que não quer e não faz o que desejaria. Em suma, é em si mesmo que o homem sofre a divisão que dá origem a tantas e tão grandes discórdias na sociedade.

Muitos, sem dúvida, que levam uma vida impregnada de materialismo prático, não podem ter uma clara percepção desta situação dramática; ou, oprimidos pela miséria, sentem-se incapazes de prestar-lhe atenção. Outros, em grande número, julgam encontrar satisfação nas diversas interpretações da realidade que lhes são propostas.

Alguns, porém, esperam unicamente do esforço humano a verdadeira e plena libertação da humanidade, e estão persuadidos de que o futuro domínio do homem sobre a terra dará satisfação a todos os desejos de seu coração.

Não faltam também os que, desesperando de encontrar o sentido da vida, louvam a audácia daqueles que, julgando a existência humana vazia de qualquer significado próprio, se esforçam por encontrar todo o seu valor apoiando-se apenas no próprio esforço.

Contudo, diante da atual evolução do mundo, cresce o número daqueles que formulam as questões mais fundamentais ou as percebem com nova acuidade. Que é o homem? Qual é o sentido do sofrimento, do mal e da morte que, apesar de tão grandes progressos, continuam a existir? Para que servem semelhantes vitórias, conseguidas a tanto custo? Que pode o homem dar à sociedade e dela esperar? Que haverá depois desta vida terrestre?

A Igreja, porém, acredita que Jesus Cristo, morto e ressuscitado por todo o gênero humano, oferece ao homem, pelo Espírito Santo, luz e forças que lhe permitirão corresponder à sua vocação suprema; ela crê que não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possam ser salvos.

Crê igualmente que a chave, o centro e o fim de toda a história humana encontra-se em seu Senhor e Mestre.

A Igreja afirma, além disso, que, subjacente a todas as transformações, permanecem imutáveis muitas coisas que têm seu fundamento último em Cristo, o mesmo ontem, hoje e sempre.


Da Constituição pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II

(N.9-10) (Séc.XX)

Onde abundou o pecado, superabundou a graça


Nem mesmo o pecado, nem mesmo as nossas fraquezas se perdem.

Como nos diz Santo Agostinho: “até mesmo o pecado, que desviou as pessoas das bênçãos de Deus, foi necessário, porque, se não existisse, não existiria Jesus pregado numa cruz, se entregando pelas nossas culpas.”

Se pelo sentimento humano, você só consegue enxergar pecado e fraqueza em sua vida, não é por isso que devemos nos afastar, e sim, aproximarmos do infinito amor de Deus. Tenha coragem, como aquela mulher pecadora que se lançou aos pés de Jesus e disse: “até os cachorrinhos comem das migalhas” (cf Mt 15,27).

Mesmo que não haja ânimo nem força para levantar a cabeça, mas aos pés de Jesus tudo se torna mais fácil, o fardo mais leve, pois devemos derramar sempre o que temos de pior, e ter a certeza de que nosso Deus nos dará sempre o que Ele tem de melhor. Pois só quando temos a coragem de derramar diante do Senhor o que temos de pior, vamos poder provar o que Ele tem de melhor para nós.

Lembre-se que o perdão nos leva aos raios da misericórdia de Deus. Como é maravilhoso ter a experiência da misericórdia de Deus em nossas vidas, e não pensarmos que somos Santos ou prontos para o céu, não. Nós nos tornaríamos escravos da justiça, e com isso, começaríamos a ser juízes de nós mesmo, e consequentemente dos outros.