domingo, 20 de março de 2016

Via-Sacra: 8ª Estação: “Jesus encontra as mulheres de Jerusalém” (Lucas 23,28-31).



  
“Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim”.

Jesus Mestre, ao longo do Caminho do Calvário, continua a instruir a nossa humanidade. Com o seu olhar de verdade e misericórdia, ao encontrar as mulheres de Jerusalém, recolhe as lágrimas de compaixão derramadas por Ele. Ele, o Deus que chorou e Se lamentou sobre Jerusalém, educa agora o pranto daquelas mulheres para que não fique estéril lamentação externa. Convida-as a reconhecerem n’Ele a sorte do Inocente injustamente condenado e queimado, como madeira verde, pelo «castigo que nos salva». Ajuda-as a interrogarem amadeira seca do próprio coração para sentirem a dor benéfica da compunção. Aqui brota o pranto autêntico, quando os olhos confessam com as lágrimas não só o pecado, mas também a dor do coração. São lágrimas abençoadas, como as de Pedro, sinal de arrependimento e penhor de conversão, que renovam em nós a graça do Batismo.

Se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?

As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que O seguem e choram por Ele, fazem-nos refletir. Como entendê-las? Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se a nossa vida continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror à vista do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiado inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim de contas, admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranquilamente cancelamos o aspecto do juízo? Como poderia Deus fazer-Se um drama com a nossa fragilidade – pensamos cá conosco –, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até ao fim para poder ser superado. Não se pode continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim, chorai por vós próprios… Porque se tratam assim o madeiro verde, que será do madeiro seco?

Senhor, às mulheres que choravam, falastes de penitência, do dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da vossa face, a face do Juiz do mundo. Chamais-nos a sair da banalização do mal que nos deixa tranquilos para podermos continuar a nossa vida de sempre. Mostrai-nos a seriedade da nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo, culpados e estéreis. Fazei com que não nos limitemos a caminhar ao vosso lado, oferecendo apenas palavras de compaixão. Convertei-nos e dai-nos uma vida nova; não permitais que acabemos por ficar como um madeiro seco, mas fazei que nos tornemos ramos vivos em Vós, a videira verdadeira, e produzamos fruto para a vida eterna (cf. Jo 15, 1-10).

Entre as pessoas que contemplam a passagem do Senhor, há umas tantas mulheres que não podem conter a sua compaixão e desfazem-se em lágrimas, recordando porventura aquelas jornadas gloriosas de Jesus, quando todos exclamavam maravilhados: bene omnia fecit (Mc VII, 37), fez tudo bem.

Mas o Senhor quer encaminhar esse pranto para um motivo mais sobrenatural, e convida-as a chorar pelos pecados, que são a causa da Paixão e que atrairão o rigor da justiça divina:

- Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos... Pois, se tratam assim a madeira verde, o que acontecerá ao lenho seco (Lc XXIII, 28, 31)?

Os teus pecados, os meus, os de todos os homens põem-se de pé. Todo o mal que fizemos e o bem que deixámos de fazer. O panorama desolador dos inumeráveis delitos e infâmias sem conta, que teríamos cometido, se Ele, Jesus, não nos tivesse confortado com a luz do Seu olhar amabilíssimo.

Que pouco é uma vida para reparar! 

CNBB lança edital de concurso para hino da CF 2017



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou o concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2017. O processo seletivo será realizado em um único edital, letra e música, simultaneamente, podendo haver parceria entre letristas e músicos.

Com base no tema da CF 2017 “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, as características da letra do hino devem traduzir em profunda linguagem poética seu conteúdo. Além disso, é exigido também que o hino apresente alguma forma de rima, embora possa ser usado versos livres.

Quanto aos critérios para a análise da qualidade literária do texto, o edital recomenda a leitura do subsídio técnico das Edições CNBB “Canto e música litúrgica pós Concílio Vaticano II: Princípios teológicos, litúrgicos, pastorais e estéticos”. O emprego da função da linguagem mais adequada ao momento litúrgico também será levado em consideração.

Já em relação ás características da música, o edital exige o caráter vibrante e convocativo, e melodias e ritmos fluentes em qualquer assembleia. Além disso, a apresentação da composição deverá ser escrita em pauta musical, com a indicação dos acordes (cifras) para o acompanhamento instrumental.

Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel


Vinde, subamos juntos ao monte das Oliveiras e corramos ao encontro de Cristo, que hoje volta de Betânia e se encaminha voluntariamente para aquela venerável e santa Paixão, a fim de realizar o mistério de nossa salvação.

Caminha o Senhor livremente para Jerusalém, ele que desceu do céu por nossa causa – prostrados que estávamos por terra – para elevar-nos consigo bem acima de toda autoridade, poder, potência e soberania ou qualquer título que se possa mencionar (Ef 1,21), como diz a Escritura.

O Senhor vem, mas não rodeado de pompa, como se fosse conquistar a glória. Ele não discutirá, diz a Escritura, nem gritará, e ninguém ouvirá sua voz (Mt 12,19; cf. Is 42,2). Pelo contrário, será manso e humilde, e se apresentará com vestes pobres e aparência modesta.

Acompanhemos o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão e imitemos os que foram ao seu encontro. Não para estendermos à sua frente, no caminho, ramos de oliveira ou de palma, tapetes ou mantos, mas para nos prostrarmos a seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter.

Alegra-se Jesus Cristo, porque deste modo nos mostra a sua mansidão e humildade, e se eleva, por assim dizer, sobre o ocaso (cf. Sl 67,5) de nossa infinita pequenez; ele veio ao nosso encontro e conviveu conosco, tornando-se um de nós, para nos elevar e nos reconduzir a si.

Diz um salmo que ele subiu pelo mais alto dos céus ao Oriente (cf. Sl 67,34), isto é, para a excelsa glória da sua divindade, como primícias e antecipação da nossa condição futura; mas nem por isso abandonou o gênero humano, porque o ama e quer elevar consigo a nossa natureza, erguendo-a do mais baixo da terra, de glória em glória, até torná-la participante da sua sublime divindade.

Portanto, em vez de mantos ou ramos sem vida, em vez de folhagens que alegram o olhar por pouco tempo, mas depressa perdem o seu verdor, prostremo-nos aos pés de Cristo. Revestidos de sua graça, ou melhor, revestidos dele próprio, – vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (Gl 3,27) – prostremo-nos a seus pés como mantos estendidos.

Éramos antes como escarlate por causa dos nossos pecados,mas purificados pelo batismo da salvação, nos tornamos brancos como a lã. Por conseguinte, não ofereçamos mais ramos e palmas ao vencedor da morte, porém o prêmio da sua vitória.

Agitando nossos ramos espirituais, o aclamemos todos os dias, juntamente com as crianças, dizendo estas santas palavras: “Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel”.



Dos Sermões de Santo André de Creta, bispo

(Oratio 9 in ramos palmarum: PG 97,990-994)                 (Séc.VI)

Domingo de Ramos: Jesus entra em Jerusalém


Começa a Semana Santa e recordamos a entrada triunfal de Cristo em Jerusalém. Escreve São Lucas. “Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, junto ao monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos dizendo-lhes: “Ide a essa aldeia que está em frente e, ao entrar, encontrareis um burrico amarrado que nunca ninguém montou. Soltai-o e trazei-o. Se alguém vos perguntar porque o soltais, dir-lhe-eis: o Senhor tem necessidade dele”. Foram e encontraram tudo como o Senhor lhes tinha dito”.

Que pobre montaria Nosso Senhor escolhe! Talvez nós, presunçosos, tivéssemos escolhido um imponente cavalo. Porém, Jesus não se guia por razões meramente humanas, mas por critérios divinos. “Isto sucedeu – anota São Mateus – para que se cumprissem as palavras do profeta: «Dizei à filha de Sião: eis que o teu rei vem a ti, manso e montado sobre um jumento, num burrico, filho de jumenta»”.

Jesus Cristo, que é Deus, contenta-se com um burrico por trono. Nós, que não somos nada, mostramo-nos muitas vezes vaidosos e soberbos: procuramos sobressair, chamar a atenção; tratamos de que os outros nos admirem e louvem. São Josemaria Escrivá, canonizado por João Paulo II há dois anos, ficou cativado com esta cena do Evangelho.

Dizia de si mesmo que era um burrico sarnento, que não valia nada; mas como a humildade é a verdade, reconhecia também que era depositário de muitos dons de Deus; especialmente, da tarefa de abrir caminhos divinos na terra, mostrando a milhões de homens e mulheres que podem ser santos no cumprimento do trabalho profissional e dos deveres ordinários.

Jesus entra em Jerusalém sobre um burrico. Temos de tirar conseqüências desta cena. Cada cristão pode e deve converter-se em trono de Cristo. E aqui servem como anel ao dedo umas palavras de São Josemaria. “Se a condição para que Jesus reinasse na minha alma, na tua alma, fosse contar previamente com um lugar perfeito dentro de nós, teríamos motivos para desesperar. Jesus contenta-se com um pobre animal por trono. (...) Há centenas de animais mais belos, mais hábeis e mais cruéis. Mas Cristo escolheu esse para se apresentar como rei diante do povo que o aclamava. Porque Jesus não sabe o que fazer com a astúcia calculista, com a crueldade dos corações frios, com a formosura vistosa, mas oca. Nosso Senhor ama a alegria de um coração jovem, o passo simples, a voz sem falsete, os olhos limpos, o ouvido atento à sua palavra de carinho. É assim que reina na alma”.

Deixemo-lo tomar posse dos nossos pensamentos, palavras e ações! Afastemos sobretudo o amor-próprio, que é o maior obstáculo ao reinado de Cristo! Sejamos humildes, sem nos apropriarmos de méritos que não são nossos. Imaginais o ridículo em que cairia o burrico, se se tivesse apropriado das aclamações e aplausos que as pessoas dirigiam ao Mestre? 

Conta oficial do Papa Francisco é lançada no Instagram

 
Neste sábado, 19, o Papa Francisco lançou sua conta no Instagram. Na primeira publicação, o Pontífice pede em português, acrescentando outros oito idiomas, para que todos rezem por ele. O @franciscus já conta com mais de 243 mil seguidores de todo o mundo.

O Santo Padre anunciou através de um post no twitter sua integração no instagram, dizendo: “inicio um novo caminho, no Instagram, para percorrer com vocês a estrada da misericórdia e da ternura de Deus.”

“O Instagram vai ajudar a contar o pontificado através de imagens, para que as pessoas compartilhem os gestos de ternura e misericórdia do Papa Francisco”, explicou o prefeito da poderosa Secretaria das Comunicações da Santa Sé, Monsenhor Dario Edoardo Viganò.

São Teodósio


São Teodósio nasceu em 424 na Capadócia onde recebeu sua primeira educação cristã na família. Quando jovem inclinado para os estudos, São Teodósio recebeu a função de leitor na Igreja da cidade. Sempre ficava impressionado com a ordem de Deus para Abraão, pois naquela idade se sentia impulsionado a ir para o lugar onde o Senhor inspirasse.

Teodósio viajou para a Terra Santa onde consagrou-se à vida religiosa num convento próximo à Torre de Davi. Ficou responsável por uma igreja, por causa do seu progresso na vida monástica e na santidade. Devido as numerosas visitas retirou-se Teodósio para a solidão e intensa vida de penitência que durou trinta anos.

O santo realizou seu trabalho com muita sabedoria e humildade, e foi testemunho de uma vida santa e cheia de oração, o que motivou a outros jovens a tornarem-se religiosos.

Acabou organizando o regulamento de uma comunidade que em pouco tempo tornou uma aldeia com quatrocentos monges; hospedaria e setores masculinos, feminino além de um setor para doentes mentais. Entregue nas mãos Providentes do Pai, nada do necessário faltava na comunidade do caridoso e pacífico Teodósio.

Com fama de santidade Teodósio era amigo de São Sabas e outros homens de Deus. Foi nomeado superior dos monges da Palestina e não deixou de combater as heresias e sofrer perseguições.

Morreu com 105 anos de idade e teve seu corpo depositado numa gruta escolhido por ele mesmo.  


Deus de bondade, que fazeis tudo de bom para o ser humano e a cada um de nós acolheis com paternal afeição, concedei-nos, pela intercessão de são Teodósio, a graça de entregar em vossas mãos as nossas dificuldades e dai-nos a dom da confiança absoluta no vosso amor. Por Cristo nosso Senhor!

sábado, 19 de março de 2016

Cristo é rei


Celebramos este Domingo de Ramos com alegria de aclamar Jesus como nosso Rei, à semelhança dos judeus, à entrada triunfante dele na capital de seu país, representando a capital do mundo que O aceita como tal (Cf. Lucas 19,28-40).

O reinado do Mestre é modelo para todos os governos do universo, em todos os tempos e lugares. Quando conseguirmos que isso aconteça, teremos superação de guerras, de fábrica de armas para se ganhar dinheiro matando os outros, injustiças generalizadas, fome, acúmulo de riquezas para poucos em detrimento de maiorias, roubos, desonestidades, famílias mal formadas, juventude abandonada, crianças e mulheres agredidas e tantos outros males. Jesus vem nos mostrar que Ele reina nas pessoas que querem seguir o bem conforme o projeto divino e não conforme os instintos. Estes são muito alardeados por boa parte da mídia, fazendo como que a lavagem cerebral das pessoas e a propaganda sub-reptícia para elas façam o que grupos que detêm o poder econômico e a mídia querem!

Os ramos que o povo jogava à passagem do Rei pobre, montado num jumento, podem também ser os nossos, querendo viver a Boa-Nova do Evangelho do Filho de Deus. Ele nos indica o caminho a seguir e nos dá a certeza de que atingiremos a meta da vida. Ela não é a fixação no transitório como sendo finalidade de vida, e sim o Reino definitivo, que começa nesta vida e tem coroamento na eternidade. Viver só para a terra nos decepciona. Os que acumulam demais para si, na ordem do ter, do poder e do prazer, vão ficar decepcionados, pois, já terão recebido sua recompensa aqui na terra. 

Cardeal Odilo Scherer fala sobre o momento político ‘crítico e agudo’ do Brasil

 
O Cardeal arcebispo de São Paulo, dom Scherer afirmou que a situação política brasileira, trata-se, sem dúvida, de um momento difícil, configurando-se em uma crise de vários aspectos – econômico, social, moral e de credibilidade – que, segundo ele, está chegando em um momento bastante “crítico e agudo”, no qual os ânimos se exaltam com o risco inclusive de haver violência nas manifestações. “As manifestações são um direito de todos, um direito democrático. Mas é importante que sejam respeitosas e pacíficas, mesmo quando cada um manifesta a sua posição em desacordo com o outro”.

Dom Odilo manifestou, ainda, ter a impressão de que a crise política deixou o atual governo bastante fragilizado em função de uma série de circunstâncias, inclusive, talvez, por “decisões equivocadas”, como o recente convite ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer parte do governo da presidente Dilma Rousseff como ministro chefe da Casa Civil. “No meu parecer, isso enfraqueceu ulteriormente o governo da presidente Dilma”, afirmou.