segunda-feira, 11 de abril de 2016

Santa Gema Galgani


Gema, nome que significa jóia, foi a primeira das cinco filhas do casal Galgani. Nasceu em 1878, numa família rica e profundamente religiosa.

Gema Galgani teve uma infância feliz, cercada de atenção da mãe que lhe ensinava as orações e o catecismo com alegria. Ela aprendeu tão bem que não se cansava de recitá-lo e pedia constantemente à mãe que lhe contasse as histórias da vida de Jesus.

Mas esta felicidade caseira terminou aos sete anos. Sua mãe morreu muito cedo e sua ausência também causou o falecimento do pai. Órfã, caiu doente e só suplantou a grave enfermidade graças ao abrigo encontrado no seio de uma família de Luca, também muito católica, que a adotou e cuidou de sua formação.

Com a morte dos pais, Gema apegou-se ainda mais a religião. Recebeu a Primeira Eucaristia antes mesmo do tempo marcado para as outras meninas e levava tão a sério os conceitos de caridade que dividia a própria merenda com os pobres.

Demonstrava sempre vontade de se tornar freira e tentou fazê-lo logo depois que Nossa Senhora lhe apareceu, em sonho. Pediu a entrada no convento da Ordem das Passionistas, mas a resposta foi negativa. Conservou seu estado leigo com entrega total ao amor de Jesus.

Conta a história que Gema conversava com anjos e recebia a visita de São Gabriel. Recebeu também os estigmas de Cristo, que lhe trouxeram terríveis sofrimentos, mas ela os suportou com alegria e paciência.

Entretanto, fisicamente fraca, os estigmas e as penitências que se auto-infligia acabaram por consumir sua vida. Gema Galgani morreu muito doente, aos vinte e cinco anos.

Imediatamente começou a devoção e veneração à "Virgem de Luca" como passou a ser conhecida. O Papa Pio XII a declarou modelo para a juventude da Igreja. segundo consideram autoridades em matéria de espiritualidade, passou por todos os nove graus clássicos do crescimento na vida de santidade. 



Ó Deus, que transformastes Santa Gema em retrato vivo do vosso Filho, concedei-nos por sua intercessão que, associarmo-nos a paixão de Cristo e participar de sua glória. Isso vos pedimos por Cristo Nosso Senhor. Amém!

domingo, 10 de abril de 2016

54ª Assembleia Geral da CNBB

 
A Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB – está reunida entre os dias 06 e 15 de abril, em Aparecida, São Paulo. A Assembleia Geral é o órgão supremo da CNBB e uma expressão de colegialidade e corresponsabilidade dos bispos da Igreja no Brasil. É uma oportunidade para conhecer os colegas bispos e para partilhar as alegrias, projetos e preocupações. 

Na Assembleia são tratados prioritariamente assuntos pastorais que envolvem a evangelização. Estuda-se temas referentes a missão da Igreja, análise da conjuntura religiosa e outros que necessitem de esclarecimentos e aprofundamentos. O tema central deste ano reflete sobre a missão do cristão leigo na Igreja e na sociedade. Deste estudo resultará um documento para subsidiar a Igreja.

Os cristãos católicos que formam a Igreja estão no mundo e vivem concretamente num país. A vivência da religião é influenciada pela situação social, política e econômica onde os fiéis vivem. Quando lemos o Evangelho fica claro, em tantos textos, o contexto do tempo de Jesus. Por isso que na Assembleia da CNBB também entra o estudo e o debate da situação atual. Constantemente os bispos são perguntados e questionados sobre o seu posicionamento diante de questões sociais, econômicas e políticas. A Assembleia Geral da CNBB deste ano reúne em torno de 360 bispos vindos de todos os Estados e regiões do país. O contato direto que cada bispo tem com as pessoas, das mais diferentes classes sociais e econômicas, possibilita fazer uma boa leitura da realidade brasileira. Além de informações que cada um traz, também testemunha o que é vivido em cada região. 

A celebração da Eucaristia


A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou. 

Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou.

Os apóstolos, em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de mim. Isto é o meu corpo (Lc 22,19; Mc 14,22); e tomando igualmente o cálice e dando graças, disse: Este é o meu sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais deixamos de recordar estas coisas entre nós. Como que possuímos, socorremos a todos os necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito Santo.

No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou nos campos. Leem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que o tempo permite.

Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à imitação de tão sublimes ensinamentos.

Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água.Então o que preside eleva ao céu, com todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também enviados aos ausentes por meio dos diáconos.

Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados.

Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus, transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol,aparecendo aos seus apóstolos e discípulos, ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração.



Da Primeira Apologia a favor dos cristãos, de São Justino, mártir
(Cap.66-67: PG 6,427-431)     (Séc.I)

Por que na missa não se diz “amém”, no final do Pai-Nosso?


A palavra “amém”, um dos vocábulos mais utilizados pelos cristãos, é dificilmente traduzível em seu sentido mais profundo (por isso é mantida em hebraico, o idioma original), e utilizada sempre em relação a Deus.

Pronunciar esta palavra é proclamar que se tem por verdadeiro o que se acaba de dizer, com o objetivo de ratificar uma proposição, unir-se a ela ou a uma oração.

Por isso, expressar em forma grupal no âmbito do serviço divino ou ofício religioso também significa “estar de acordo” com o que foi dito.

A palavra “amém” é utilizada para concluir as orações. No entanto, a oração por excelência, o Pai-Nosso, quando rezado dentro da missa, não é acompanhado pelo “amém” no final. Fora da missa, o “amém” é dito normalmente.

Cabe ressaltar que o Pai-Nosso é a única oração da Igreja que está integrada na liturgia da missa.

Mas qual é a explicação para a ausência do “amém” no Pai-Nosso da missa? É simples: não se diz “amém” porque a oração ainda não terminou.

Depois de todos rezarem o Pai-Nosso até o “… mas livrai-nos do mal”, ao invés de dizer “amém”, o sacerdote continua a oração sozinho. A liturgia chama isso de “embolismo”, ou seja, essa oração que o padre reza sozinho é uma oração que recolhe e desenvolve a oração precedente. 

Santa Madalena de Canossa


Madalena Gabriela Canossa nasceu em 1774 na cidade italiana de Verona. Seu pai, homem muito rico, faleceu quando Madalena tinha cinco anos. Sua mãe abandonou os filhos para se casar novamente. As crianças foram entregues aos cuidados de uma instituição religiosa.
  
Aos dezessete anos, Madalena desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes tentou a experiência do Carmelo, mas não acostumou-se no convento. Retornou para a família, guardando secretamente no coração a sua vocação. M casa assumiu a administração dos bens familiares.
  
Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo em seu palácio. Ela não só as abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho do espírito e descobriu no Cristo Crucificado o ponto central de sua espiritualidade e da sua missão. Abriu o palácio da família Canossa e fez dele uma comunidade religiosa.
  
Sete anos depois deixou definitivamente o palácio e foi para o bairro mais pobre da cidade, para concretizar seu ideal de evangelização e de promoção humana, fundando a congregação das Filhas da Caridade, para a formação de religiosas educadoras dos pobres e necessitados. Em poucos anos as fundações se multiplicaram, e a família religiosa cresceu a serviço de Cristo. Madalena fundou também o primeiro oratório dos Filhos da Caridade, ramo masculino da congregação, voltado para a formação cristã dos jovens e adultos.

Ela encerrou sua fecunda existência terrena numa sexta feira da paixão.  



Deus de amor e de bondade, que criastes o ser humano para a felicidade, ajudai-nos, pela intercessão de Santa Madalena de Canossa, a descobrir que a nossa alegria só e completa quando repartimos nosso tempo e nossos bens com aqueles os mais pobres. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

sábado, 9 de abril de 2016

Bispo de Maringá diz que documento da CNBB não contempla a palavra corrupção. “É uma falha tremenda”.

No seu programa habitual, chamado Romaria, com conexão direta “Vaticano – Aparecida”, a Rádio Vaticano entrevistou quinta, 7 de abril, o arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, que participa da 54ª Assembleia Geral dos bispos do Brasil.

 
O Arcebispo de Maringá expressou uma crítica contra o documento sobre a “conjuntura nacional” apresentado na abertura da Assembleia.

Segundo Dom Anuar, apesar de bem elaborado e compilado, em nenhum momento, o texto contemplou a palavra corrupção.

Ao citar o livro do Papa “O nome de Deus é misericórdia”, em que Francisco diferencia corruptos de pecadores – assim como também havia refletido na Casa Santa Marta – o arcebispo disse que vai lutar para que o documento conclusivo dos bispos ao final da Assembleia sobre a conjuntura nacional considere esta distinção, porque a “corrupção está sangrando o Brasil”.

“Eu penso que este discurso do Papa, fazendo esta distinção entre pecador, sim, corrupto, não, deveria aparecer na mensagem final da CNBB”, afirmou Dom Anuar e acrescentou: “Vou lutar por isso, para que, ao menos, apareça isso”.

O diabo no governo mundial: O profético livro recomendado pelos papas Francisco e Bento XVI

 
Trata-se de uma espécie de novela apocalíptica sombria, que pouca atenção recebeu desde a sua publicação em 1907. Mas ela conta com duas recomendações que qualquer autor de best-seller desejaria: não só a do papa atual, Francisco, mas também a do papa emérito Bento XVI.

O papa Francisco surpreendeu em 2013 e novamente em 2015, quando recomendou a leitura de “O Senhor do Mundo” (“Lord of the World”), de Robert Hugh Benson. Ele o resumiu dizendo que o livro apresenta uma “globalização da uniformidade hegemônica”. O então cardeal Joseph Ratzinger, futuro papa Bento XVI, também tinha chamado a atenção, durante um discurso em Milão no ano de 1992, para o universalismo descrito em “O Senhor do Mundo”.

Mas o que torna este livro tão notável?

O mundo descrito por Benson é estranhamente semelhante ao nosso: sistemas de locomoção e de comunicação rápidos, armas de destruição em massa e uma visão materialista que nega o sobrenatural e cultiva a pretensão de elevar a humanidade ao mais alto nível. De alguma forma, “O Senhor do Mundo” é mais atual hoje do que quando Benson o escreveu, no início do século XX.

Em sua visita às Filipinas, o papa Francisco falou do livro como demonstração dos perigos da globalização e do que chama de “colonização ideológica”. A “colonização” a que ele se refere é o processo em que culturas econômicas e políticas poderosas, como as da América do Norte e da Europa Ocidental, impõem uma visão materialista e laica do mundo aos países em desenvolvimento.

A leitura de “O Senhor do Mundo” revela o caráter profético do livro, com previsões tecnológicas e mesmo políticas que depois se tornaram realidade. Há ensaios que argumentam que Robert Hugh Benson inspirou o gênero da ficção distópica, mais tarde consagrado em clássicos como “1984” e “Admirável Mundo Novo”.

A história do livro é da ascensão do Anticristo ao poder mundial, primeiro na pessoa do enigmático Julian Felsenburgh, um misterioso senador norte-americano que assume importância mundial ao negociar uma paz global longamente desejada.

Toda oposição a Felsenburgh e à ordem mundial que ele guia desaparece: as nações pedem que Felsenburgh seja o seu líder; ele recebe aclamações em massa. Os únicos que se mantêm na oposição são poucos membros da paróquia guiada pelo padre Percy Franklin, que acaba sendo eleito papa Silvestre III e que parece muito semelhante a Felsenburgh.

Em meio a essa história de materialismo, progresso tecnológico e governo mundial que luta contra uma Igreja aparentemente derrotada, é fácil descuidar uma sutil realidade espiritual: um mundo que nega o sobrenatural não deixa de ser influenciado por forças sobrenaturais, mas se torna simplesmente cego a essas influências. Os ministros, os cidadãos, os sacerdotes apóstatas que se juntam ao movimento humanitário se “apaixonam” por Felsenburgh embasados em falsas esperanças; eles perdem não apenas os valores que agora consideram superstições e obstáculos morais impostos pela fé cristã, mas também a capacidade de reconhecer o espírito do Anticristo presente no mundo. “O Senhor do Mundo”, assim, lembra outra obra que narra a entrada de satanás num mundo ateu que nega a sua existência: “O Mestre e Margarida”, de Mikhail Bulgákov.

Amoris Laetitia

 
Acaba de ser publicada a aguardada Exortação pós-sinodal sobre a Família, do Papa Francisco, que tem por título “A alegria do amor” (Amoris Laetitia). É um documento longo que cita muito o parecer dos Padres Sinodais. Os cardeais e o casal que apresentaram o documento na sala de imprensa do Vaticano foram unânimes em falar da alegria em ler esse documento e a importância de acolhe-lo com carinho. 

São 325 parágrafos distribuídos em nove partes assim discriminadas: À luz da Palavra; A realidade e os desafios da família; Olhar fixo em Jesus: A vocação da família; O amor no matrimônio; O amor que se torna fecundo; Algumas perspectivas familiares; Reforçar a educação dos filhos; Acompanhar, discernir e integrar a familiaridade e espiritualidade conjugal e familiar. Encerra-se com uma Oração à Sagrada Família.

Seu conteúdo é assim sintetizado pelo Papa: “No desenvolvimento do texto, começarei por uma abertura inspirada na Sagrada Escritura, que lhe dê o tom adequado. A partir disso, considerarei a situação atual das famílias, para manter os pés no chão. Depois lembrarei alguns elementos essenciais da doutrina da Igreja sobre o matrimônio e a família, seguindo-se os dois capítulos centrais, dedicados ao amor. Em seguida destacarei alguns caminhos pastorais que nos levem a construir famílias sólidas e fecundas segundo o plano de Deus, e dedicarei um capítulo à educação dos filhos. Depois deter-me-ei em um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral perante situações que não correspondem plenamente ao que o Senhor nos propõe; e, finalmente, traçarei breves linhas de espiritualidade familiar” (n. 6). 

O Documento tem, pois, início lembrando que, não obstante as crises pelas quais passa a família, enquanto instituição querida por Deus, o desejo de perpetuá-la permanece vivo nas novas gerações, conforme observaram os Padres Sinodais e, por isso, é preciso se debruçar sobre a família com seus valores e desafios nos nossos dias sob o prisma moral, doutrinal, espiritual e pastoral. Isto tudo, sem negar o Magistério da Igreja, dá lugar à pluralidade de interpretações de uma mesma doutrina em diversos locais diferentes à luz da Misericórdia de Deus, cujo Ano Extraordinário estamos vivendo (n. 1-8).

Passa o Papa a lembrar que a Sagrada Escritura está repleta de histórias de famílias com suas alegrias, belezas e dificuldades, sem que essa instituição esmoreça. Muito aparece também a expressão “Tu e tua esposa”, ou seja, o homem e a mulher (por exemplo, Mt 19,9 que remete a Gn 2,24 e 1,27) a terem seus filhos e filhas como brotos de oliveira ao redor de tua mesa (cf. Sl 128/127,3); as primeiras comunidades cristãs se reúnem em casas, local da convivência familiar por excelência. É, no entanto, também na família que ocorrem experiências dolorosas de brigas, doenças e mortes, mas, no fim dos tempos, Deus enxugará nossas lágrimas e não haverá mais morte ou dor (cf. Ap 21,4). Dentro da mesma família com suas dificuldades, estão também dois pontos importantes do convívio material e espiritual: o trabalho e o carinho do abraço, que é responsabilidade de todos (cf. n. 9-30).