quinta-feira, 5 de maio de 2016

A ascensão do Senhor aumenta a nossa fé


Assim como na solenidade pascal a ressurreição do Senhor foi para nós motivo de grande júbilo, agora também a sua ascensão aos céus nos enche de imensa alegria. Pois recordamos e celebramos aquele dia em que a humildade da nossa natureza foi exaltada, em Cristo, acima de toda a milícia celeste, sobre todas as hierarquias dos anjos, para além da sublimidade de todas as potestades, e associada ao trono de Deus Pai. Toda a vida cristã se funda e se eleva sobre uma série admirável de ações divinas, pelas quais a graça de Deus nos manifesta sabiamente todos os seus prodígios. De tal modo isto acontece que, embora se trate de mistérios que escapam à capacidade humana de compreensão e que inspiram um profundo temor reverencial, nem assim vacile a fé, esmoreça a esperança ou esfrie a caridade.

Nisto consiste, efetivamente, o vigor das grandes almas e a luz dos corações fiéis: crer, sem hesitação, naquilo que não se vê com os olhos do corpo, e fixar o desejo onde a vista não pode chegar. Como poderia nascer esta piedade, ou como poderíamos ser justificados pela fé, se a nossa salvação consistisse apenas naquilo que nos é dado ver?

Na verdade, tudo o que na vida de nosso Redentor era visível passou para os ritos sacramentais; e para que a nossa fé fosse mais firme e autêntica, à visão sucedeu a doutrina, em cuja autoridade se devem apoiar os corações dos que creem, iluminados pela luz celeste.

Esta fé, aumentada com a ascensão do Senhor e fortalecida com o dom do Espírito Santo, nem os grilhões nem os cárceres nem os exílios nem a fome nem o fogo nem as dilacerações das feras nem os tormentos inventados pela crueldade dos perseguidores jamais puderam atemorizá-la. Em defesa desta fé, através de todo o mundo, homens e mulheres, meninos de tenra idade e moças na flor da juventude combateram até ao derramamento do sangue. Esta fé
expulsou os demônios, afastou as doenças, ressuscitou os mortos.

Os santos apóstolos, apesar dos milagres contemplados e dos ensinamentos recebidos, ainda se Atemorizavam perante as atrocidades da paixão do Senhor e hesitavam ante a notícia de sua ressurreição. Porém, com a ascensão do Senhor progrediram tanto que tudo quanto antes era motivo de temor, se converteu em motivo de alegria. Toda a contemplação do seu espírito se concentrava na divindade daquele que estava sentado à direita do Pai; agora, sem a presença visível do seu corpo, podiam compreender claramente, com os olhos do espírito, que aquele que ao descer à terra não tinha deixado o Pai, também não abandonou os discípulos ao subir para o céu.

A partir de então, caríssimos filhos, o Filho do homem deu-se a conhecer de modo mais sagrado e profundo como Filho de Deus. Ao ser acolhido na glória da majestade do Pai começou, de um modo novo e inefável, a estar mais presente no meio de nós pela divindade quando sua humanidade visível se ocultou de nós.

Por conseguinte, a nossa fé começou a adquirir um maior e progressivo conhecimento da igualdade do Filho com o Pai, e a não mais necessitar da presença palpável da substância corpórea de Cristo, pela qual ele é inferior ao Pai. Pois, subsistindo a natureza do corpo glorificado, a fé dos que creem é atraída para lá, onde o Filho Unigênito, igual ao Pai, poderá ser tocado não mais pela mão carnal, mas pela contemplação do espírito.



Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 2deAscensione,1-4: PL 54, 397-399)            (Séc.V)

Erros e perigos da Astrologia


A maioria das pessoas conhece a Astrologia através dos horóscopos publicados nos jornais.  Muita gente lê e acredita nas previsões que são feitas, alguns inclusive seguem as sugestões dadas pelos astrólogos. Mas será que já se perguntaram no que se fundamentam estas previsões? Há base científica? Ou ainda, lembrando que nem tudo pode ser explicado pela ciência, há base racional para a Astrologia? E, fora estas questões, é lícito (ou, ao menos, convém) a um católico recorrer às previsões astrológicas? São questões relevantes, que precisam ser analisadas atentamente e respondidas com precisão. Além do mais, quando se procura entender as origens e as relações da Astrologia com o mundo atual, percebe-se claramente que hoje ela está muito ligada aos movimentos conhecidos por “New Age” ou, Nova Era. No que consiste esta tal de Nova Era?

Segundo os místicos e astrólogos a New Age (Nova Era) é o advento da Era de Aquário. Para eles, estamos no final da Era de Peixes, dominada pelo pensamento cristão repressivo, retrógrado e preconceituoso. O próximo Eon (ou Era) será o fim da dominação cristã e o início de um tempo de luz, tecnologia e paz. Como disse, a filosofia da Nova Era está intimamente ligada à Astrologia e esta, por sua vez, usa uma roupagem falsa de ciência quando utilizada (erroneamente) conceitos da Astronomia.

Tanto a Astrologia quanto a noção de Eras estão relacionadas com os movimentos da Terra. Basicamente a Terra possui três movimentos principais. O primeiro é o de rotação em torno do próprio eixo, que dura aproximadamente 24 horas e determina os dias e as noites. O segundo movimento é o de translação em torno do Sol, que dura um pouco mais que 365 dias. Ele determina quais partes do céu estão visíveis a noite pois, se no movimento da Terra o Sol fica na frente de alguma parte do céu, não podemos vê-la. Temos que esperar alguns meses para estarmos num outro ponto da órbita. Desta forma, falamos de “céu de inverno” e “céu de verão”, por exemplo. Quem gosta de espiar o céu sabe: as três Marias aparecem bem no verão e o Escorpião no inverno. O terceiro movimento é o de Precessão. É o mesmo movimento executado por um pião quando está próximo de parar. É uma pequena oscilação do eixo de rotação.

Portanto, os movimentos da Terra determinam que partes do céu podemos ver em cada época do ano e em cada momento do dia e da noite. Para demarcar o céu e as estações do ano, os astrônomos o dividiram em regiões. São as constelações. As estrelas de uma mesma constelação não precisam estar ligadas entre si. É apenas uma divisão aparente do céu, para facilitar a localização das estrelas. Atualmente, a União Astronômica Internacional divide o céu em 88 constelações, de tamanhos diversos. 

Santo Ângelo


Santo Ângelo nasceu em Jerusalém, em 1185. Seus pais eram judeus convertidos. Aos 18 anos, entrou na Ordem do Carmo, num mosteiro da Palestina, onde foi ordenado sacerdote. Recebeu muitas graças do Senhor, sobretudo o dom da profecia e dos milagres. Foi enviado à Roma para defender os interesses de sua Ordem. Segundo a tradição, Ângelo e os primeiros carmelitas foram para Roma a fim de obterem do Papa Honório Terceiro a aprovação da Regra do Carmelo. Em Roma, conheceu Francisco de Assis, de quem previu morte pelo martírio. Dali partiu para a Sicília, a fim de converter os hereges cátaros. Os cátaros acreditavam que o homem na sua origem havia sido um ser espiritual e para adquirir consciência e liberdade, precisaria de um corpo material, sendo necessário várias reencarnações para se libertar. Eram dualistas e acreditavam na existência de dois deuses, um do bem (Deus) e outro do mal (Satã), que teria criado o mundo material e mal. Estas idéias contrariavam a fé católica e foram consideradas heresias. Na Sícilia, lutando contra a idéia dos cátaros, Santo Ângelo converteu a amante de um rico senhor que levava vida de pecado. Por vingança, este mandou assassiná-lo. Santo Ângelo foi morto em 1220, enquanto pregava na Igreja de São Tiago de Licata. Sua veneração se manteve até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam e expandiram o seu culto, que também chegou ao Brasil. 


Ó Deus de admirável providência, que, no mártir Santo Ângelo destes ao vosso povo pastor corajoso e forte, concedei-nos, pela sua intercessão, ajuda nas tribulações e firme constância na fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Os dias entre a ressurreição e a ascensão do Senhor


Caríssimos filhos, os dias entre a ressurreição e a ascensão do Senhor não foram passados na ociosidade. Pelo contrário, neles se confirmaram grandes sacramentos, grandes mistérios foram neles revelados.

No decurso destes dias foi afastado o medo da morte cruel e proclamada a imortalidade não apenas da alma mas também do corpo. Nestes dias, mediante o sopro do Senhor, todos os apóstolos receberam o Espírito Santo; nestes dias foi confiado ao apóstolo Pedro, mais que a todos os outros, o cuidado do rebanho do Senhor, depois de ter recebido as chaves do reino.

Durante esses dias, o Senhor juntou-se, como um terceiro companheiro, a dois discípulos em viagem, e para dissipar as sombras de nossas dúvidas repreendeu a lentidão de espírito desses homens cheios de medo e pavor. Seus corações, por ele iluminados, receberam a chama da fé; e à medida que o Senhor ia lhes explicando as Escrituras, foram se convertendo de indecisos que eram em ardorosos. E mais: ao partir o pão, quando estavam sentados com ele à mesa, abriram-se-lhes os olhos. Abriram-se os olhos dos dois discípulos, como os dos nossos primeiros pais. Mas quão mais felizes foram os olhos dos dois discípulos ante a glorificação da própria natureza, manifestada em Cristo, do que os olhos de nossos primeiros pais ante a vergonha da própria prevaricação!

Durante todo esse tempo, caríssimos filhos, passado entre a ressurreição e a ascensão do Senhor, a providência de Deus esforçou-se por ensinar e insinuar não apenas aos olhos mas também aos corações dos seus que a ressurreição do Senhor Jesus Cristo era tão real como o seu nascimento, paixão e morte.

Os santos apóstolos e todos os discípulos ficaram muito perturbados com a tragédia da cruz e hesitavam em acreditar na ressurreição. De tal modo eles foram fortalecidos pela evidência da verdade que, quando o Senhor subiu aos céus, não experimentaram tristeza alguma, mas, pelo contrário, encheram-se de grande alegria.

Na verdade, era grande e indizível o motivo de sua alegria: diante daquela santa multidão, contemplavam a natureza humana que subia a uma dignidade superior à de todas as criaturas celestes, ultrapassando até mesmo as hierarquias dos anjos e a altura sublime dos arcanjos. Deste modo, foi recebida junto do eterno Pai, que a associou ao trono de sua glória, depois de tê-la unido na pessoa do Filho à sua própria natureza divina.



Dos Sermões de São Leão Magno, papa
(Sermo 1 de Ascensione, 2-4: PL 54,395-396)        (Séc. V)

Padim Ciço


Durante toda a sua vida, Padre Cícero Romão Batista atraía milhares de romeiros ao Juazeiro do Ceará, buscando seus conselhos e as bênçãos de Deus, por suas mãos. Padim Ciço conquistou o coração do povo pobre, sem trabalho, apenado com as secas. A figura do santo nordestino permanece no imaginário religioso popular, até hoje. Após a sua morte, em 1934, lá se vão mais de 70 anos de ininterrupta peregrinação de fiéis acorrendo aos lugares onde Padim Ciço viveu.

Além da vitalidade espiritual, Padim Ciço conquistou o desenvolvimento regional do Cariri cearense. Configurado como santo e sábio, ele possuía um forte carisma político, desempenhando funções administrativas voltadas à inclusão socioeconômica da população empobrecida. Milhares de famílias arrancadas da fome e miséria seguiam as suas práticas de convivência com o semiárido nordestino. A prosperidade do povo mexeu na posição dos poderosos, incluindo as esferas da política e da hierarquia da Igreja.

Padim Ciço co-dividia sua santidade com a extraordinária articulação de forças políticas, conquistando a confiança do povo pobre. Homem de visão e prática administrativa, os seus conselhos concretizavam-se. Seus talentos movimentavam as políticas públicas, indispensáveis para a época. Sua fama popular consagrou-o como santo em vida. Exemplo. O Padim “bolou” a indústria caseira de lamparinas, aproveitando latinhas nutridas com óleo de mamona, alumiando a vida de muita gente. Ninguém morria de fome com serviços alternativos ocupando mão-de-obra do povo para escapar da seca, já que dos céus não caía chuva para a plantação. 

São Floriano


São Floriano, que hoje celebramos, é padroeiro dos bombeiros. Nas imagens aparece sempre fardado como os antigos generais romanos. Segura em suas mãos calejadas uma espécie de cântaro que deixa cair água sobre as habitações incendiadas. São Floriano pode ser contado entre verdadeiros colaboradores na propagação da palavra de Cristo. Esta adesão a Cristo, causou-lhe de muito sofrimento e o levou ao martírio. Diz a história que o Imperador Diocleciano resolveu eliminar todos os cristãos do Império. A companhia de soldados comandada por Floriano foi presa para ser assassinada. O comandante, bravamente enfrentou o imperador e professou a fé em Cristo. Foi levado a presença do carrasco e após longos interrogatórios foi submetido ao martírio mais horrendo. Foi atado um nó ao redor de seu pescoço e Floriano foi lançado no rio, do alto de uma ponte. Seu corpo foi levado pelas águas até as margens e aí foi recolhido por uma senhora que o enterrou em um lugar retirado. São Floriano é o padroeiro da Polônia. Seu culto foi muito divulgado durante a Idade Média, principalmente entre os soldados. É invocado sobretudo contra incêndios.



Ó Deus, que envia ao mundo homens e mulheres para nos lembrar que o seu amor está acima de todas as coisas, dai-nos, pela intercessão de São Floriano, buscar sempre a união convosco e com todas as pessoas de boa vontade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!

terça-feira, 3 de maio de 2016

Acaso não sabeis que eu sou da Imaculada?




O tratado da verdadeira devoção é um livro precioso: escrito por um santo (São Luís Maria Montfort), meditado pelos santos, e que possui a bela missão de formar os santos de Deus. Ele propõe um método de consagração que é a escravidão total à Maria, a entrega de tudo o que temos e somos às mãos da Santíssima Virgem, para que possamos pertencer de modo mais perfeito a Jesus. Esta consagração, ou escravidão de amor à Nossa Senhora, tem como finalidade a união com Cristo e o crescimento na graça de Deus. A maior intimidade com Jesus, por Maria, nos ajuda a compreender os desígnios de Deus e cumprir a Sua vontade em nossa vida.

A consagração à Virgem não se opõe à fé em Jesus e na Igreja, mas, ao contrário, nos leva a viver, com fidelidade, os mandamentos da lei de Deus. Quem faz a consagração, segundo o Tratado, se compromete a ser fiel às promessas do batismo, ou seja, renunciar ao mal e ao pecado, e viver a vida nova em Cristo. Esta entrega total de tudo nas mãos de Maria será uma ajuda para viver essa vida nova, pois Ela tudo entregará nas mãos do Filho, que nos fortalecerá na graça.

Certa vez uma pessoa me perguntou o que havia mudado em minha vida após a consagração à Maria… De imediato, eu não soube responder, mas, parei um pouco para refletir e descobri que tudo mudou, porque em tudo Maria está presente. Tudo o que eu tenho é dela (bens materiais e espirituais, sacramentos que recebi da Igreja, minhas ações e orações), é como se eu a sentisse dentro de mim, ao meu lado. As pessoas mais próximas a mim também conseguem enxergar essa mudança, inclusive dizem que me tornei uma pessoa mais dócil e madura. É impossível materializar e quantificar essa experiência que vivo, e os escravos de Maria pelo método de São Luís entendem o que digo.

Ainda listando as mudanças, notei que, após a minha escravidão, os pedidos que eu fazia já há algum tempo ao Senhor e que não haviam sido realizados, rapidamente foram e ainda hoje são, isto é, quando esses pedidos estão dentro da vontade de Deus. Sinto como se a Mãe Santíssima ouvisse todos os meus sussurros e corresse imediatamente ao seu Filho e contasse tudo. Não posso negar que me sinto muito amada, cuidada, zelada por ela, eu realmente a assumi como minha mãe e sou capaz de entregar tudo em suas mãos, afinal, quem seria melhor do que Ela para saber até do que não sei, mas necessito, e ir correndo pedir a seu Filho (que pode tudo) por mim? Não se engane, Maria é a pessoa certa e indicada por Jesus (cf. Jo 19, 26-27) para cuidar de mim e de você! E, só para deixar bem claro, a Escravidão à Maria pelo método do tratado da verdadeira devoção é, com certeza, uma das pequenas vias que Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face cita em seu manuscrito (História de uma alma).

Aquele que quer trilhar o caminho da perfeição, que quer ser santo, devota-se inteiramente a Jesus, amando-O, por meio de Sua Santíssima Mãe.

A pregação apostólica


Cristo Jesus, nosso Senhor, durante a sua vida terena, ensinou quem era ele, quem tinha sido desde sempre, qual era a vontade do Pai que vinha cumprir e qual devia ser o comportamento do homem. Ensinava estas coisas ora em público, diante de todo o povo, ora em particular, aos seus discípulos. Dentre estes escolheu doze para estarem a seu lado, e que destinou para serem os principais mestres das nações.

Quando, depois da sua ressurreição, estava prestes a voltar para o Pai, ordenou aos onze – pois um deles se havia perdido – que fossem ensinar a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Imediatamente os apóstolos (palavra que significa “enviados”) chamaram por sorteio a Matias como duodécimo para ocupar o lugar de Judas, segundo a profecia contida num salmo de Davi. Depois de receberem a força do Espírito Santo com o dom de falar e de realizar milagres, começaram a dar testemunho da fé em Jesus Cristo na Judéia, onde fundaram Igrejas; partiram em seguida por todo o mundo, proclamando a mesma doutrina e a mesma fé entre os povos. Em cada cidade por onde passaram fundaram Igrejas, nas quais outras Igrejas que se fundaram e continuam a ser fundadas foram buscar mudas de fé e sementes de doutrina. Por esta razão, são também consideradas apostólicas, porque descendem das Igrejas dos apóstolos.

Toda família deve ser necessariamente considerada segundo sua origem. Por isso, apesar de serem tão numerosas e tão importantes, estas Igrejas não formam senão uma só Igreja: a primeira, que foi fundada pelos apóstolos e que é origem de todas as outras. Assim, todas elas são primeiras e apostólicas, porque todas formam uma só. A comunhão na paz, a mesma linguagem da fraternidade e os laços de hospitalidade manifestam a sua unidade. Estes direitos só têm uma razão de ser: a unidade da mesma tradição sacramental.

Se quisermos saber o conteúdo da pregação dos apóstolos, e, portanto, aquilo que Jesus Cristo lhes revelou, é preciso recorrer a estas mesmas Igrejas fundadas pelos próprios apóstolos e às quais pregaram quer de viva voz,quer por seus escritos.

O Senhor realmente havia dito em certa ocasião: Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora; e acrescentou: quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade (Jo 16,12-13). Com estas palavras revelou aos apóstolos que nada ficariam ignorando, porque prometeu-lhes o Espírito da Verdade que os levaria ao conhecimento da plena verdade. E, sem dúvida alguma, esta promessa foi cumprida, como provam os Atos dos Apóstolos ao narrarem a descida do Espírito Santo.


Do Tratado sobre a prescrição dos hereges, de Tertuliano, presbítero
(Cap.20,1-9;21,3;22,8-10:CCL1,201-204)             (Séc. III)