segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Nossa Senhora Rainha




Instituída pelo Papa Pio XII, celebramos hoje a Memória de Nossa Senhora Rainha, que visa louvar o Filho, pois já dizia o Cardeal Suenens: “Toda devoção a Maria termina em Jesus, tal como o rio que se lança ao mar”.

Paralela ao reconhecimento do Cristo Rei encontramos a realeza da Virgem a qual foi Assunta ao Céu. Mãe da Cabeça, dos membros do Corpo místico e Mãe da Igreja; Nossa Senhora é aquela que do Céu reina sobre as almas cristãs, a fim de que haja a salvação: “É impossível que se perca quem se dirige com confiança a Maria e a quem Ela acolher” (Santo Anselmo).

Nossa Senhora Rainha, desde a Encarnação do Filho de Deus, buscou participar dos Mistérios de sua vida como discípula, porém sem nunca renunciar sua maternidade divina, por isso o evangelista São Lucas a identifica entre os primeiros cristãos: “Maria, a mãe de Jesus” (Atos 1,14). Diante desta doce realidade de se ter uma Rainha no Céu que influencia a Terra, podemos com toda a Igreja saudá-la: “Salve Rainha” e repetir com o Papa Pio XII que instituiu e escreveu a Carta Encíclica Ad Caeli Reginam (à Rainha do Céu): “A Jesus por Maria. Não há outro caminho”.

Nossa Senhora Rainha, rogai por nós!


Ó Deus, que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, dai-nos, por sua intercessão, alcançar o reino do céu e a glória prometida aos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

domingo, 21 de agosto de 2016

Legados das Olimpíadas 2016


Mergulhada ainda em graves crises, a sociedade brasileira precisa refletir a respeito dos legados das Olimpíadas. Há uma avaliação de que foram alcançados alguns avanços em infraestrutura. Porém, os ganhos poderiam ser maiores se a medalha de ouro sonhada pelos governantes fosse o bem do povo. Os legados na cidade-sede são, de certa forma, incontestáveis, embora tenha se propalado, aos quatro ventos, que havia uma “quebradeira” na administração pública, por falta de recursos. Isso, na verdade, induziu o Governo Federal a investir mais na realização das Olimpíadas, priorizando evento de tamanha importância social e política para o Brasil. Essa jogada de ouro faz pensar: demandas urgentes e óbvias, em diferentes regiões do país, relacionadas às estradas, habitação, mobilidade, saúde e educação merecem tratamento semelhante, com rápidas respostas. 

A população brasileira tem o direito de exigir que o espírito olímpico tome conta da cabeça e do coração dos governantes e dos construtores da sociedade. A meta deve ser a medalha de ouro que consiste na priorização daquilo que, efetivamente, promove o desenvolvimento de todas as regiões do Brasil, sem discriminações.  Virar as costas para quem precisa mais, na ilusão de que o país alçará voos maiores com número reduzido de localidades estratégicas - que teriam prioridade na destinação de recursos - é grave erro. As regionalidades do Brasil, com suas dimensões continentais, riqueza impactante, merecem tratamentos específicos e investimentos adequados. 

Por isso mesmo, é necessário que administrações e intervenções governamentais sejam aliadas a ações mais competentes dos políticos de cada região e microrregião. Esses representantes do povo devem cultivar um espírito olímpico que os faça lutar pelo bem de seus eleitores, evitando conchavos que objetivem resguardar privilégios de pequenos grupos ou garantir a longeva ocupação de cargos por quem não está capacitado para liderar. São pessoas incapacitadas justamente por terem perdido a credibilidade e por estarem distantes da vida do povo, sem conseguir proporcionar melhorias para o seu Estado e microrregião. Gente que se contenta em viver na mediocridade, sem força para promover mudanças culturais maiores, ou para valorizar riquezas que estão tão evidentemente à vista, a exemplo dos patrimônios religioso e ambiental. 

COI enviará carta de reclamação após faixa religiosa de Neymar


O Comitê Olímpico Internacional estuda enviar uma carta de reclamação à Missão Brasileira nos Jogos do Rio 2016 após Neymar exibir uma faixa de cunho religioso durante a premiação da final do futebol masculino, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Medalhista de ouro com a Seleção, o craque do Barcelona vestiu novamente a faixa na cabeça que já havia causado polêmica na final da Liga dos Campeões, quando sua equipe superou a Juventus por 3 a 1.

O COI exige através de seu regulamento que nenhuma manifestação de cunho religioso, comercial ou político seja realizada durante os eventos organizados pela entidade. No entanto, as autoridades entenderam que foi apenas um deslize do jogador e dos demais membros da Seleção Brasileira, que não o alertaram para possíveis problemas com a faixa.

O assessório com os dizeres “100% Jesus” não trará nenhuma punição mais severa ao conjunto brasileiro. O COI pretende adotar apenas uma postura educativa temendo que uma possível sanção manche a única conquista que faltava ao futebol do país. 

Seremos revestidos do Senhor!


Celebramos hoje a maior das festas da Santíssima Virgem Maria; é a sua Assunção; a festa da sua entrada na Glória, da sua plenitude como criatura, como mulher, como mãe, como discípula de Cristo Jesus. Como um rio, que após longa corrida deságua no mar, hoje, a Virgem Toda Santa deságua na glória de Deus: transfigurada no Espírito Santo, derramado pelo Cristo, ela está na Glória do Pai!

Para compreendermos o profundo sentido do que celebramos, tomemos as palavras de São Paulo: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada”.

Eis a nossa fé, o centro da nossa esperança: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que adormeceram. Ele é o primeiro a ressuscitar, Ele é a causa e o modelo da nossa ressurreição. Os que Nele nascem pelo batismo, os que Nele creem e Nele vivem, ressuscitarão com Ele e como Ele: logo após a morte ressuscitarão naquela dimensão imaterial que temos, núcleo da nossa personalidade, a que chamamos “alma”; e, no final dos tempos, quando todo o universo for glorificado, ressuscitaremos também no nosso corpo. Assim, em todo o nosso ser, corpo e alma, estaremos, um dia, revestidos da Glória de Cristo, nosso Salvador, estaremos plenamente conformados a Ele!

A Igreja crê, desde os tempos antigos, que a Virgem Maria já entrou plenamente na Glória de Cristo, aquela mesma que Ele nos dá. Aquilo que todos nós só teremos em plenitude no final dos tempos, a Santíssima Mãe de Deus, já recebeu logo após a sua morte.

Ela é a “Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas”.

Ela já está totalmente revestida da Glória do Cristo, Sol de justiça – e esta Glória é o próprio Espírito Santo que o Cristo Senhor nos dá.

Ela já pisa a lua, símbolo das mudanças e inconstâncias deste mundo que passa.

Ela já está coroada com doze estrelas, porque é a Filha de Sião, filha perfeita do antigo Israel e Mãe do novo Israel, que é a Igreja.

Assim, a Virgem, logo após a sua morte – doce como uma dormição -, foi elevada ao Céu, à Glória do seu Filho em todo o seu ser, corpo e alma.

Aquela que esteve perfeitamente unida ao Filho na cruz (cf. Lc 2,34s; Jo 19,25ss), agora está perfeitamente unida a Ele na Glória. São Paulo não dissera, falando do Cristo morto e ressuscitado? “Fiel é esta palavra: Se com Ele morremos, com Ele viveremos. Se com Ele sofremos, com Ele reinaremos” (2Tm 2,12).

Eis! A Virgem que perfeitamente esteve unida ao seu Filho no caminho da cruz, perfeitamente foi unida a Ele na Glória da ressurreição. Aquela que sempre foi “plenamente agraciada” (Lc 1,28), de modo a não ter a mancha do pecado, não permaneceu na morte, salário do pecado.

Assim, o que nós esperamos em plenitude para o fim dos tempos, a Virgem já experimenta agora e plenitude.

"Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!" é tema do Grito dos Excluídos 2016


“Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata!” é lema da 22ª edição do Grito dos Excluídos, que tem como tema “Vida em primeiro lugar”. A mobilização, com auge em 7 de Setembro, dia da Independência do Brasil, questiona e denuncia as várias formas de desigualdades do país, apontando qual o real papel do Estado diante das exclusões.

O lema escolhido para a ocasião está fundamentado em uma das falas do papa Francisco, durante o Encontro Mundial dos Movimentos Populares, na Bolívia, em julho de 2015. Na ocasião, Francisco falou da urgência em romper o silêncio e lutar por mudanças reais dentro do sistema capitalista, que não compreende o sentido do “cuidar da Casa Comum”.

O evento marca o Dia da Independência em diversas localidades do país, com o objetivo de “valorizar a vida e anunciar a esperança de um mundo melhor, construindo ações a fim de fortalecer e mobilizar pessoas para atuar nas lutas populares e denunciar as injustiças e os males causados por este modelo econômico excludente, que degrada e mata”. A organização do Grito acontece nos estados brasileiros, em parceria com as entidades e movimentos sociais que  irão às ruas no dia 7 de setembro.

O bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Guilherme Antônio Werlang, enviou uma carta de apoio ao 22º Grito dos Excluídos aos bispos e agentes de pastorais, na qual agradeceu o apoio recebido ao longo destes anos e ressaltou o comprometimento “a continuar gritando pela vida em primeiro lugar”. Dom Guilherme ainda solicitou “o efetivo apoio à essa iniciativa que renova a esperança dos pobres e os torna sujeitos de uma nova sociedade, sinal do Reino de Deus”.

Subsídios

Para garantir a formação da base, desde início de agosto foram oferecidos textos, divididos em eixos, que são subsídios informativos que interagem com o lema “Este sistema é insuportável: Exclui, degrada, mata!”. O primeiro disponibilizado, “Unir os generosos e as generosas”, foi escrito pelo assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, frei Olávio Dotto. Nesta semana, o segundo texto, do eixo “Desmentir a mídia”, já foi enviado aos articuladores. Nos próximos dias, serão trabalhados os eixos “Direitos Básicos e Função do Estado”; “As várias formas de violência”; “Participação política” e “a Rua é o lugar”.

O material, de acordo com a secretaria do Grito, deve contribuir na realização de reuniões e os pré-Gritos, além de facilitar a organização de agendas, definição de trajetos e locais para as atividades e manifestações por parte dos articuladores de várias cidades brasileiras. As ações deverão acontecer no período da Semana da Pátria, tendo como ponto máximo o dia 7 de Setembro.

A prefiguração de um mundo novo




Não conhecemos o tempo em que se consumirão a terra e a humanidade nem o modo por que se transformará o mundo. Na verdade, passa a figura deste mundo deformada pelo pecado, porém, Deus nos revelou preparar nova habitação e nova terra onde mora a justiça; e sua felicidade cumulará e superará todo desejo de paz que sobe ao coração dos homens. Então, vencida a morte, ressuscitarão os filhos de Deus em Cristo, e aquilo que foi semeado na fraqueza e na corrupção, se revestirá de incorrupção; sempre vivas a caridade e suas obras, toda a criação, que para o homem Deus criou, será liberta da escravidão da vaidade.  

 Recebemos a advertência de que nada adiantará ao homem lucrar o mundo inteiro se vier a perder-se a si mesmo. Todavia a expectativa da nova terra não deve enfraquecer, mas, ao contrário, estimular o interesse pelo desenvolvimento desta terra, onde cresce o corpo daquela nova família humana, que já pode mostrar algo como sombra do novo mundo. Por conseguinte, embora distinguindo com cuidado o progresso terreno e o aumento do reino de Cristo, na medida em que a sociedade humana for mais bem ordenada, influirá sobremaneira no reino de Deus.  

Pois os bens da dignidade da pessoa, da comunhão fraterna e da liberdade, todos bens, frutos da natureza e do esforço humano, depois que pelo Espírito do Senhor e a seu mandado os propagarmos pela terra, de novo os reencontraremos, mais limpos de toda mancha. Luminosos e transfigurados, quando Cristo entregar ao Pai o reino eterno e universal: “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. Este reino já está aqui na terra, em mistério; com a vinda do Senhor, será perfeito.



Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano I (N.39)        (Séc.XX)

O rosto de Deus


Olhando para a carta que o papa Francisco publicou falando sobre o “Ano da Misericórdia”, ele começa dizendo que Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. Como Ele mesmo diz: “Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Portanto, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus, que é Pai, e nos convida a fixar os olhos nessa misericórdia como caminho privilegiado de encontro com o Senhor.

Existem algumas atitudes irresponsáveis, no caminhar da história, que clamam ao céu. Certamente não vão passar de forma despercebida diante do julgamento de Deus. Não podemos brincar com a justiça, com a honestidade e com a verdade. São parâmetros de estabilidade de uma cultura, trazendo consequências positivas ou negativas, dependendo da forma como são tratadas.

Na oração de unidade do Pai Nosso pedimos perdão pelas falhas cometidas, quando dizemos, “perdoai-nos as nossas ofensas” (Lc 11,4). Significa que o mal não pode durar para sempre, porque existe possibilidade de mudança na forma de agir. Mudança que cria proximidade da criatura com o seu Criador, com Deus que é Pai da misericórdia e da acolhida fraterna de quem O procura.

Falando do rosto de Deus, olhamos também para o rosto das pessoas, criadas à imagem e semelhança do Criador. Por isso existe nelas a vida como um mistério, que ultrapassa as realidades simplesmente humanas. O descrente tem dificuldade para entender essa realidade. Mas uma coisa é certa: a dita semelhança exige da pessoa muita determinação e ação concreta na construção do bem.

São Pio X

 
Seu nome de batismo era José Melquior Sarto, oriundo de família humilde e numerosa. Nasceu numa pequena aldeia italiana no dia 02 de junho de 1835. Desde cedo, José demonstrava ser muito inteligente e, por causa disso, seus pais fizeram grande esforço para que ele estudasse. Todos os dias, durante quatro anos, o menino caminhava com os pés descalços por quilômetros a fio, tendo no bolso apenas um pedaço de pão para o almoço. Desde cedo manifestou sua vontade de ser padre.

Mesmo com a morte do pai, o menino entrou no seminário e aos vinte e três anos recebeu a ordenação sacerdotal. Teve uma rápida ascensão dentro da Igreja. Primeiro foi vice-vigário em uma pequena aldeia, depois vigário de uma importante paróquia, cônego, cardeal de Veneza e, após a morte do grande Papa Leão XIII, ele foi eleito seu sucessor, com o nome de Papa Pio Décimo, em 1903.

No Vaticano, José Sarto continuou sua vida no rigor da simplicidade, modéstia e pobreza. Surpreendeu o mundo católico quando adotou como lema de seu pontificado "restaurar as coisas em Cristo". Realizou algumas renovações dentro da Igreja, criando bibliotecas eclesiásticas e reformas nos seminários.

Sua intensa devoção à Eucaristia permitiu que os fiéis pudessem receber a comunhão diária e que a Primeira Comunhão fosse ministrada às crianças a partir dos sete anos de idade. Instituiu o ensino do Catecismo em todas as paróquias e para todas as idades, como caminho para recuperar a fé.

No dia 20 de agosto de 1914, aos setenta e nove anos, Pio Décimo morreu. O povo de imediato passou a venerá-lo como um Santo. Mas só em 1954 ele foi oficialmente canonizado.  


Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Pio Décimo governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas, guiando-os no caminho da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.