terça-feira, 13 de setembro de 2016

Política e religião se misturam? Se sou cristão, em quem votar?


Os velhos jargões contra a religião se inflamam nos discursos em tempos de eleições. Como a religião possui um forte apelo às consciências e a moralidade humana, ela tem um poder de alcance muito grande entre as pessoas pela transmissão do dado de fé que é comum a um grupo de religiosos. Isso incomoda, de modo especial aos políticos, os avessos aos princípios religiosos e a moralidade humana pregada pela religião, que são benéficos para a sociedade como um corpo.

Quando existe um projeto de poder seja por ideologia, ganância, interesses pessoais ou mesmo de instituições e que venham a se opor à moral instruída por uma doutrina de fé, os discursos políticos e até falsamente “religiosos” tentam de todo modo castrar as religiões e os seus representantes para que nada opinem, de tal modo que eles não sejam impedidos de chegarem ao poder.

Afinal, “Política e religião se misturam”? Sim! Explico: a divisão entre religião e política é apenas categórica para o estabelecimento de um esquema de funcionamento das partes, quer dizer, serve para dividir exercício de funções dentro de um corpo social, como numa divisão de tarefas. Aí você diz: “Então religião e política não se misturam”. Calma! Há de concordar comigo que essa divisão não existe dentro do homem. Pois o mesmo homem religioso que crê e celebra as coisas do seu Deus, é o mesmo que vota carregando consigo os princípios e valores morais enraizados em sua espiritualidade, senão teríamos um grave caso de esquizofrenia moral, seria como ter duas personalidades diferentes, uma para política e outra para religião, e isso seria uma enfermidade social e moral na vida do indivíduo. Esse dualismo moral é prejudicial. O homem tem que ser autêntico, um só, indiviso. Se não tudo seria hipocrisia e contradição!

Se nas urnas esqueço o católico que sou e o que a minha fé exige da vida social, estou agindo sem nenhuma autenticidade. Seria a cizânia, a ruptura e a traição consentidas.

Então antes de votar, pense bem no cristão que você é, não ignore os fatores de perseguição à liberdade de expressão, à imprensa, às mídias sociais, à liberdade religiosa, à vida por práticas e projetos abortistas, à dignidade da pessoa humana, aos direitos humanos e às leis naturais, especialmente acerca da família. Não ignore os fatos como a corrupção comprovada, julgada e sentenciada, os projetos socialistas e comunistas que por sua própria natureza atentam contra as liberdades religiosas e de expressão, alimentam a luta de classes e o pecado do fratricídio (irmãos que matam irmãos). Um cristão não pode consentir com estas coisas.

E diz: “Não sei em quem votar!? Quase todos tem problemas, quase todos tem sobre si numerosas acusações. O que faço?” Existe o chamado princípio ético do “mal menor” que pode salvar seu voto nessas eleições. O que é isso? Quando um bem torna-se impossível e só resta duas ou mais opções que não correspondam nenhuma delas ao bem que você tanto deseja, se escolhe dentre estas o menor mal de todos. Se você escolher o maior mal dentre as possibilidades que tem, você só aumenta o progresso do mal. Se escolhe o menor, você diminui sua força, e quem sabe está começando abrir caminho para o bem, e no futuro não precisará escolher o mal menor, mas sim o próprio bem. Se o mal progredir, o bem se afasta ainda mais do nosso horizonte. Escolhendo o mal menor diminuímos seu progresso e o bem torna-se mais viável.

Alguém vai ser presidente, alguém vai governar nosso Estado. Votar em branco ou nulo é completamente inútil em certo sentido. É dar o voto a ninguém, mas alguém vencerá e governará do mesmo modo. Por que não ajudar escolhendo com nosso um bem possível ou ao menos um mal menor quando for impossível o bem mais imediato? Não devemos ter preguiça e má vontade para esse dever cívico. Reflitamos e discutamos sobre política com nossos princípios.

Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro


  
Muitas vagas e fortes tempestades nos ameaçam, mas não tememos ser submergidos, porque nos apoiamos na rocha firme. Por mais que se enfureça o mar, nunca poderá quebrar esta rocha; por mais que se levantem as ondas, nunca poderão afundar a nau de Jesus. Que havemos de temer? A morte? Para mim, viver é Cristo e morrer é lucro. O exílio? Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe. A confiscação dos meus bens? Nada trouxemos para este mundo e também nada daqui podemos levar. Para mim, os perigos deste mundo só merecem desprezo, e os seus bens não passam do ridículo. Não temo a pobreza nem ambiciono riquezas; não receio a morte nem desejo viver, senão para vosso proveito. Por isso, ao recordar-vos a situação presente, exorto a vossa caridade para que tenha confiança.
 
Não ouvis a palavra do Senhor: Onde dois ou três se reúnem em meu nome, Eu estou no meio deles? E não estará presente o Senhor no meio de um povo tão numeroso, unido pelos vínculos da caridade? Estarei eu porventura confiado nas minhas próprias forças? Não. Eu tenho a promessa do Senhor, tenho comigo a sua palavra escrita: este é o meu bordão, esta é a minha segurança, este o meu porto tranquilo. Ainda que todo o mundo se perturbe, eu tenho a sua resposta por escrito, leio a sua Escritura: esta é a minha muralha, esta é a minha fortaleza. Que diz a Escritura? Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo.
 
Cristo está comigo; a quem hei-de temer? Ainda que se lancem contra mim as ondas do mar ou o furor dos príncipes, tudo isto para mim é mais desprezível do que uma teia de aranha. E se a vossa caridade me não retivesse aqui, não recusaria partir hoje mesmo para onde quer que fosse. Porque sempre estou dizendo: Senhor, seja feita a vossa vontade; não o que quer este ou aquele, mas o que Vós quereis que eu faça. Esta é a torre que me abriga, esta é a pedra firme que me sustenta, este é o bordão que não me deixa vacilar. Seja o que Deus quiser. Se Ele quer que eu permaneça aqui, fico-Lhe agradecido. Se me chama para qualquer outro lado, sempre Lhe darei graças.
 
Onde eu estiver, ali estareis vós também; e onde estiverdes vós, ali estarei também eu. Somos um só corpo; e nem o corpo se separa da cabeça, nem a cabeça do corpo. Ainda que estejamos em lugares distantes, ficamos sempre unidos pela caridade e nem a própria morte poderá separar-nos. Porque o corpo morre, mas a alma sobrevive; e a minha alma sempre se recordará do meu povo.
 
Esta é a minha pátria e a minha família; vós sois os meus pais, meus irmãos e meus filhos; sois membros do mesmo corpo; sois a minha luz, uma luz mais amável que a luz do dia. Que brilho pode haver para mim mais agradável que a vossa caridade? O brilho da luz do dia é-me útil na vida presente; mas a vossa caridade prepara-me uma coroa para a vida futura.




Das Homilias de São João Crisóstomo, bispo
(Antes de partir para o exílio, nn. 1-3: PG 52, 427-430) (Sec. IV)

Como comungar, se tenho intolerância ao glúten?


Segundo a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, "a doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado. É uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte". O tratamento indicado para os celíacos é "evitar por toda a vida alimentos que contenham glúten".

Trata-se de uma doença que atinge um número significativo de pessoas e com variada intensidade. Existem celíacos que apresentam uma reação leve ao glúten e outros uma reação extremada. Como, então, essas pessoas podem comungar, uma vez que as hóstias são feitas com trigo?

O Cardeal Joseph Ratzinger, quando era Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, em 24 de julho de 2003, assinou uma carta circular falando sobre o uso do pão com pouca quantidade de glúten e do mosto como matéria eucarística. Nela afirma que:

1. As hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia.

2. São matéria válida as hóstias parcialmente desprovidas de glúten, de modo que nelas esteja presente uma quantidade de glúten suficiente para obter a panificação, sem acréscimo de substâncias estranhas e sem recorrer a procedimentos tais que desnaturem o pão.

Já existem no mercado hóstias especiais para celíacos, que contém uma reduzida quantidade de glúten, uma vez que é impossível confeccioná-las e consagrá-las totalmente sem glúten, conforme o item 1 acima citado. 

São João Crisóstomo


João nasceu no ano 309 em Antioquia, na Ásia Menor, procedente de família muito rica. Seu pai era comandante de tropas imperiais no oriente e sua mãe, uma mulher piedosa e caridosa, providenciou que o filho fosse educado pelos maiores mestres do seu tempo. 

O menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência e dons especiais. Na juventude foi viver na companhia de um monge no deserto, durante quatro anos. Passou mais dois, retirado numa gruta sozinho, estudando as sagradas escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e se ordenou sacerdote. 

Crisóstomo, nome que significa “boca de ouro”, era um ótimo orador. O povo reunia-se para ouvi-lo e suas palavras eram conforto para todos. Assim foi nascendo sua fama de santidade. 

Crisóstomo tornou-se então bispo de Constantinopla, centro cultural e religioso da época. O bispo encontrou um clero apegado aos bens terrenos e ao luxo, e gastou suas energias para moralizar os costumes dos líderes religiosos do povo. 

Estas atitudes trouxeram muitos inimigos. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população, que o Bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Neste, já com a saúde muito debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407. 



Ó Deus, que marcastes pela vossa doutrina a vida de São João Crisóstomo, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ladrões roubam sacrário e lançam hóstias ao chão em Magalhães de Almeida-MA


ATO DE DESAGRAVO E REPARAÇÃO

A diocese de Brejo lamenta com profunda tristeza e comoção o ato de vandalismo e profanação à Santíssima Eucaristia, ocorrido na capela da casa paroquial da Paróquia de Santo Antônio, em Magalhães de Almeida-MA, quando no dia 06 de Setembro, de forma desrespeitosa e agressiva a capela foi invadida, o Sacrário furtado e as hóstias consagradas lançadas no chão, próximo à casa paroquial. Convidamos todas paróquias e fiéis da Diocese para que permaneçamos em oração de desagravo a Jesus na Eucaristia. E fiquemos em comunhão com a paróquia de Magalhães de Almeida, que fará a celebração de desagravo e reparação nesta quinta-feira dia 15/09 as 19:30h na Igreja Mãe do Salvador. 


É proibido ajoelhar-se durante a consagração?


Assim está escrito: “para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho dos seres celestes, dos terrestres e dos que vivem sob a terra, e, para glória de Deus, o Pai, toda língua confesse: Jesus é o Senhor.” (Fl 2,10)

Ora, o momento da consagração eucarística é o mais solene, o mais importante da vida do cristão. Ele faz memória, ou seja, traz para o presente, o sacrifício de Jesus. A imolação do Cordeiro. A Nova Aliança. A remissão dos pecados. Nada há de mais importante na vida do cristão católico que a celebração da Santa Missa e, por conseguinte, a consagração. Portanto, ajoelhar-se nesse momento e adorar Aquele que é, deveria ser tão natural quanto respirar.


Por que, então, surge a tendência entre os liturgistas de que não é necessário mais ajoelhar-se no momento da consagração eucarística? Alguns alegam razões históricas, razões contrárias à Tradição e tentam, de diversas maneiras, justificar o que não tem justificativa. Eles têm razões, mas não tem razão. A liturgia é regida por leis e estas leis devem ser obedecidas, tudo o mais se torna irrelevante diante dessa realidade.

Em todos os momentos, pensa em Maria e invoca Maria


O nome da Virgem era Maria, diz o Evangelista. Falemos um pouco a propósito deste nome, que por alguns significa “estrela do mar” e se adapta perfeitamente à Virgem Mãe. De facto ela é comparada muito apropriadamente a uma estrela. Assim como o astro emite os seus raios de luz sem corromper-se, também a Virgem deu à luz o seu Filho sem sofrer dano algum. Nem o raio luminoso diminuiu a claridade da estrela, nem o Filho alterou a integridade da Virgem. Ela é a nobre estrela nascida de Jacob, cuja irradiação ilumina todo o universo, cujo esplendor brilha nos céus e penetra nos abismos, resplandece na terra e aquece as almas mais que os corpos, fomenta as virtudes e queima os vícios. Ela é a estrela brilhante e magnífica que nada impede de se elevar sobre este mar vasto e imenso, refulgente nos seus méritos e iluminando pelos seus exemplos.
 
Tu que te vês, nas flutuações deste mundo, agitado no meio das procelas e das tempestades em vez de caminhar sobre terra firme, não afastes os olhos do brilho desta estrela, se não queres naufragar nas tormentas. Se se levantam os ventos das tentações, se te precipitas nos escolhos das tribulações, olha para a estrela, invoca Maria. Se és sacudido pelas vagas do orgulho ou da ambição ou da maledicência ou da inveja, olha para a estrela, invoca Maria. Se a ira ou a avareza ou os atrativos da carne sacodem a barqueta da tua mente, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade dos teus pecados, confundido pela imundície da tua consciência, aterrado pelo horror do julgamento, começas a ser absorvido pelo abismo da tristeza, pelo precipício do desespero, pensa em Maria.
 
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria. Não esteja o seu nome ausente da tua boca, não esteja ausente do teu coração. E para obter o socorro das suas orações, não te separes do exemplo da sua vida. Se a segues, não te extraviarás; se a invocas, não desesperarás; se pensas nela, não errarás. Sob a sua proteção, não terás medo; sob a sua direção, não te cansarás; sob o seu amparo, alcançarás a meta. E assim experimentarás em ti mesmo como é verdadeira esta palavra: E o nome da Virgem era Maria.




Das Homilias de São bernardo, abade, em louvor da Virgem Mãe
(Hom. 2, 17, 1-33: SC 390, 1993, 168-170) (Sec. XII)

Paz e Espada!



Alguns, romanticamente, pensam que Cristo é contra a guerra, e só querem a "paz". Uma paz que seria simples ausência de luta, fazendo de Jesus um pacifista.

Ora, o Evangelho apresenta uma visão completamente oposta a esse pacifismo sentimental, que é essencialmente injusto.

Nosso Senhor preveniu que por causa dEle haveria muitas divisões e lutas.

Já quando Ele foi apresentado no Templo, quarenta dias após o seu nascimento, o profeta Simeão disse a Nossa Senhora: "Eis que este menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição" (Luc. II, 34).

E o próprio Cristo nos disse:

"Julgais que vim trazer a paz à terra? Não, vos digo eu, mas a divisão; porque de hoje em diante, haverá numa casa cinco pessoas, divididas três contra duas, e duas contra três. O pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra" (Luc. XII, 51-53).

E em São Mateus se acha o mesmo texto sobre o qual você me consulta:

"Não julgueis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. Porque vim separar o filho de seu pai, e a filha de sua mãe, e a nora de sua sogra. E os inimigos do homem serão os seus próprios domésticos" (Mt. X, 34-36).

Qual a razão dessas profundas divisões trazidas pela doutrina de Cristo, que separará até mesmo os parentes mais chegados?

É que a verdade atinge o mais profundo do homem. E, da adesão ou repulsa da verdade trazida por Cristo, nascem essas divisões.

O homem, que prefere gozar a vida, não tolera a verdade de Cristo, e então procura combatê-la. Os que querem fazer antes de tudo, a vontade de Deus, aceitam a verdade anunciada por Cristo, e querem fazer a sua vontade, colocando o servir a Deus acima até do amor aos parentes. Os que querem fazer a sua própria vontade rejeitam a verdade ensinada por Cristo, e procuram combatê-la. Daí, as divisões. Daí, a guerra continua, na História, entre os filhos de Deus e os filhos do demônio.

Essa é a guerra trazida por Cristo. Exatamente como foi predito no Gênesis, quando Deus disse, ao amaldiçoar a serpente:

"Colocarei inimizades entre ti (o demônio) e a mulher (a Virgem Maria), entre a tua raça (os filhos do diabo) e a dela (os filhos de Nossa Senhora), e Ele mesma te esmagará a cabeça" (Gen. III, 15).

Isto é o contrário do que ensina o liberalismo, triunfante, hoje em dia.

O liberalismo, seguindo as mentiras pregadas por Rousseau, considera que o homem é bom, sem ter nenhuma inclinação para o mal e para o erro. Para Rousseau, não haveria pecado original, e, conhecendo a verdade, o homem a aceitaria sempre.

Ora, é o contrário disso que acontece.

Normalmente, o homem não gosta da verdade, porque ela lhe traz obrigações. A mentira é cômoda. A mentira não nos obriga a nada. Servimo-nos dela como de uma escrava, enquanto nos é conveniente. Desde que a mentira não nos convenha mais, nós a expulsamos, denunciando a sua falsidade.

A verdade é nossa rainha, que nos impõe obrigações. Por isso, resistimos à verdade. E preferimos a mentira. Dai a verdade de Cristo ter produzido tanto ódio contra Ele.

Na história, Cristo estabeleceu a sua Igreja para ensinar a única verdade, e contra ela o demônio suscita sempre heresias, calúnias e mentiras. Por isso, a Igreja é chamada militante, e não pacifista.

Por isso, Cristo instituiu um sacramento, o Crisma -- que nos torna soldados de Cristo. É para seus soldados, para aqueles que compreendem que o crisma deve ser vivido na luta pela defesa da Fé que Cristo deixou a espada. E a espada que Ele nos deixou não é para fazer tricô. É para combater. Porque só o combate para estabelecer a verdade e a justiça impõe a ordem, e só com a ordem e a justiça existe a paz. A paz é obra da justiça. Opus justitiae, pax . Justiça e paz se beijaram (Sl.LXXXIV, 11) por que uma não existe sem a outra. E a justiça só se estabelece, muitas vezes, com o uso da espada. A espada da verdade.

Hoje só se fala em paz. Mas é a paz dos maus, fundada na injustiça. Cabe então muito aos que hoje falam de paz o que o profeta Jeremias dizia dos maus sacerdotes de seu tempo, que causaram a guerra e a destruição de Jerusalém:

"Eles curavam as chagas das filhas de meu povo com ignomínia, dizendo: Paz, paz, quando não havia paz" (Jer. VI, 14).

Porque "Não há paz para os ímpios, diz o Senhor Deus" (Isaias, XXII, 57, 21).