sábado, 29 de outubro de 2016

Jerusalém: Túmulo de Cristo é aberto pela primeira vez em cinco séculos


A equipa responsável pelo restauro do túmulo de Cristo, na Basílica do Santo Sepulcro, Jerusalém, abriu pela primeira vez em cinco séculos a laje de mármore que cobre o local onde o corpo de Jesus foi depositado.

A informação é avançada pela ‘National Geographic’, que acompanha a intervenção na edícula, estrutura construída no século XIX para proteger o espaço, aberto aos visitantes de forma limitada.

O patriarca Ortodoxo de Jerusalém e a Custódia da Terra Santa (Igreja Católica) anunciaram no início do ano que o túmulo de Cristo iria ser restaurado depois das solenidades da Páscoa ortodoxa (1º de maio).


Um estudo científico, previamente realizado, confirmou a existência de sérios problemas de humidade “ligados à condensação da respiração dos visitantes” e também de oxidação provocada pelo fumo das velas.

O restauro é possível graças ao acordo conseguido entre as três principais confissões (Ortodoxa-grega, Latina e Armênia) responsáveis pela Basílica do Santo Sepulcro.

Estas instituições, que obedecem ao que foi regulamentado pelo acordo Status Quo, de 1852, esperam que a equipa de cientistas atenienses restaure o local depois de acabadas as investigações, em Março de 2017.

Os trabalhos foram confiados a uma equipa grega chefiada pela professora Antonia Moropoulo, da Universidade Técnica Nacional de Atenas.

Como é bom e suave teu Espírito, Senhor, em todas as coisas!


Com a indizível benignidade de sua clemência, o Pai eterno dirigiu o olhar para esta alma, e começou a falar:

“Caríssima filha, determinei com firmeza usar de misericórdia para com o mundo e quero providenciar acerca de todas as situações dos homens. Mas o homem ignorante julga levar à morte aquilo que lhe concedo para a vida, e assim se torna muito cruel, para si próprio; no entanto, dele eu cuido sempre. Por isso quero que saibas: tudo quanto dou ao homem provém da suprema providência.

E o motivo está em que, tendo criado com providência, olhei em mim mesmo e fiquei cativo da beleza de minha criatura. Porque foi de meu agrado criá-la com grande providência à minha imagem e semelhança. Mais ainda, dei-lhe a memória para guardar meus benefícios em seu favor, por querer que participasse de meu poder de Pai eterno.

Dei-lhe, além disto, a inteligência para conhecer e compreender na sabedoria de meu Filho a minha vontade, porque sou com ardente caridade paterna o máximo doador de todas as graças. Concedi-lhe também a vontade de amar, participando da clemência do Espírito Santo, para poder amar aquilo que a inteligência vise e conhecesse.

Isto fez minha doce providência. Ser o único capaz de entender e de encontrar seu gozo em mim com alegria imensa na minha eterna visão. E como de outras vezes te falei, pela desobediência de vosso primeiro pai Adão, o céu estava fechado. Desta desobediência decorreram depois todos os males no mundo inteiro.

Para fazer desaparecer do homem a morte de sua desobediência, em minha clemência providenciei, entregando-vos meu Filho unigênito com grande sabedoria, para que assim reparasse vosso dano. Impus-lhe uma grande obediência, a fim de que o gênero humano se livrasse do veneno que se difundira no mundo pela desobediência de vosso primeiro pai. Assim, como que cativo de amor e com verdadeira obediência, correu com toda a rapidez, correu à ignominiosa morte sacratíssima, deu-vos a vida, não pelo vigor de sua humanidade, mas da divindade”.



Do Diálogo sobre a Providência divina, de Santa Catarina de Sena, virgem (Cap.134,ed. latina, Ingolstadi 1583, fº215v-216)        (Séc.XIV)

Deus é responsável por nascer crianças com deficiências?


O primeiro parágrafo do Catecismo da Igreja afirma que “Deus é Perfeito e Bem-aventurado”, n’Ele não há sobra, erro nem maldade. “Deus é amor” (1Jo 4,8); “Eterna é a Sua misericórdia” (Sl 117,1).

A Bíblia é repleta de passagens que falam do amor de Deus por nós. “Deus amou o mundo a tal ponto que deu o Seu Filho único para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). São Paulo disse que “essa é prova do amor de Deus por nós, porque, ainda quando éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rom 5,8). Será que pode haver maior prova de amor por nós? Diante de tudo isso, não há como alguém pensar que Deus possa ser responsável por uma criança nascer com deficiência. Então, de onde vem esse mal?

Deus é suficientemente bom para tirar do próprio mal o bem

A resposta católica para o problema do mal e do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274):

“A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal, porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem” (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2). Como entender isso?

Deus, sendo Perfeitíssimo, não pode ser causa do mal, logo, esta é a própria criatura, que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador. Só Deus é infalível e isento de imperfeições. Na verdade, o mal, ensina a filosofia, é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde, a ignorância é a carência do saber, e assim por diante. Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado, mau, de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

Deus permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. Mas por que Deus permite o sofrimento? Ele é Amor e Onipotência, poderia evitá-lo!

Para que o homem fosse “grande”, digno e nobre, Deus o fez livre, inteligente, dotado de mãos maravilhosas, sensibilidade, vontade, memória etc., que nem as pedras, árvores e animais receberam. A liberdade é o toque maior de nossa semelhança com Deus. Ele teve de correr o risco de nos fazer livres, para que fôssemos dignos, mesmo sabendo que a criatura poderia lhe voltar as costas. Deus não poderia impedir o homem de lhe dizer “não”, senão, tiraria dele a liberdade, e ele seria apenas um robô. Deus não quis isso, mas Ele nos deu também a inteligência, como uma luz para guiar nossos passos; e nos deu a vontade para permanecer no bem e evitar o mal.

Ele quis fazer a criatura humana livre como Ele, criou-o da melhor maneira possível, à Sua imagem. É a liberdade que nos diferencia dos animais, dos robôs e teleguiados. Podemos escolher espontaneamente o rumo de nossa vida e o teor de nossas ações. E nisso podemos errar, cometendo graves danos, especialmente quando usamos mal da nossa liberdade e inteligência, desobedecendo a Deus.

É Deus quem nos sustenta e nos mantém vivos, mas Ele não tira a nossa liberdade. Do contrário, não haveria merecimento nem culpa de nossa parte. Não haveria dignidade no homem. Então, por isso, Ele não quer, mas permite a morte e o sofrimento no mundo. Aqui está o nó da questão: Deus respeitou e respeita a liberdade da criatura que lhe diz ‘não’, embora pudesse e possa obrigá-la ao ‘sim’ – o que evitaria sofrimentos –, mas isso destruiria a grandeza do homem, que consiste em sua liberdade de opção.

São Narciso


A tradição da Igreja conta-nos que São Narciso foi eleito bispo com quase cem anos de idade e administrou a diocese de Jerusalém até a idade de 116 anos. A lembrança que se guardou dele é a de um homem austero, penitente, humilde, simples e puro. 

Fez um trabalho tão admirável, amando os pobres e doentes. Presidiu o Concílio onde se decidiu que a Páscoa devia cair no domingo. Conta-se que foi também na véspera de uma festa de Páscoa, que Narciso transformou água em azeite para acender as lamparinas da igreja que estavam secas. 

Narciso foi caluniado, sob juramento, por três homens e embora perdoasse seus detratores, o inocente Bispo preferiu se retirar para o isolamento de um deserto. Segundo a história os caluniadores sofreram terríveis castigos. Depois de algum tempo Narciso reapareceu e foi aclamado novamente como bispo da cidade.


Onipotente e poderoso Senhor, que destes a São Narciso muita luz para guiar o rebanho de Cristo na cidade de Jerusalém, mandai o vosso Espírito Santo para nos guardar e mostrar os caminhos que levam a vós. E pela intercessão de são Narciso, concedei nos a graça que vos imploramos. Por Cristo Jesus, amém. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Igreja do século XV desaba após terremoto na Itália


A igreja do século XV de San Salvatore a Campi di Norcia (Itália) foi derrubada no dia 26 de outubro, devido a um novo terremoto no centro do país, este desastre foi registrado pelos próprios habitantes. O antigo templo já havia sido prejudicado pelo sismo do dia 24 de agosto.

A fachada da igreja tinha dois portais perfeitamente simétricos e era considerada uma joia na região. Além disso, dependia da vizinha abadia de Sant'Eutizio em Preci.


Do mesmo modo, embora a maioria dos meios de comunicação italianos assinalaram que o templo era do século XII, segundo a página do Serviço Turístico de Valnerina, o templo foi construído entre o século XIV e XVI. Entretanto, o sismo de magnitude 5,4 ocorrido na noite de quarta-feira, derrubou esta antiga igreja, assim como outras edificações. 

CNBB: “PEC 241 é injusta, seletiva, supervaloriza o mercado e afronta a Constituição”.


NOTA DA CNBB SOBRE A PEC 241

“Não fazer os pobres participar dos próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida.”
 (São João Crisóstomo, século IV)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunido em Brasília-DF, dos dias 25 a 27 de outubro de 2016, manifesta sua posição a respeito da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, de autoria do Poder Executivo que, após ter sido aprovada na Câmara Federal, segue para tramitação no Senado Federal.

Apresentada como fórmula para alcançar o equilíbrio dos gastos públicos, a PEC 241 limita, a partir de 2017, as despesas primárias do Estado – educação, saúde, infraestrutura, segurança, funcionalismo e outros – criando um teto para essas mesmas despesas, a ser aplicado nos próximos vinte anos. Significa, na prática, que nenhum aumento real de investimento nas áreas primárias poderá ser feito durante duas décadas. No entanto, ela não menciona nenhum teto para despesas financeiras, como, por exemplo, o pagamento dos juros da dívida pública. Por que esse tratamento diferenciado? 

A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege, para pagar a conta do descontrole dos gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública.

A PEC 241 supervaloriza o mercado em detrimento do Estado. “O dinheiro deve servir e não governar! ” (Evangelii Gaudium, 58). Diante do risco de uma idolatria do mercado, a Doutrina Social da Igreja ressalta o limite e a incapacidade do mesmo em satisfazer as necessidades humanas que, por sua natureza, não são e não podem ser simples mercadorias (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 349).  

Acabou a polêmica: Devolvem cabeça a Menino Jesus restaurado no Canadá


No ano passado, um grupo de vândalos roubou a cabeça do Menino Jesus da imagem. O Pe. Gerald La Jeunesse, pároco da igreja, indicou que esta não foi a primeira vez que isso havia ocorrido – provavelmente porque a cabeça era pequena e fácil de ser arrancada – e calculou que fazer uma nova cabeça custaria entre 6 mil e 10 mil dólares. Então, como não tinha dinheiro suficiente, deixou o Menino Jesus sem cabeça durante alguns meses.

Uma artista local chamada Heather Wise teve uma boa intenção e disse ao sacerdote que faria uma nova cabeça para colocá-la provisoriamente na imagem. O Pe. Gerald viu como Heather permanecia durante horas trabalhando.


Quando terminou, o resultado de seu trabalho foi criticado pelos paroquianos, porque agora a Virgem carregava um menino com uma cabeça da cor laranja que – conforme indicaram vários usuários nas redes sociais – parecia com a Maggie Simpson, da famosa série animada ‘Os Simpson’.

Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós


Nosso Senhor Jesus Cristo constituiu os guias e mestres do mundo e os dispensadores dos seus divinos mistérios e mandou-lhes também que brilhassem como lâmpadas e iluminassem não só o país dos judeus mas tudo o que está debaixo do sol, todos os homens do mundo e habitantes da terra. É pois verdadeiro quem diz: Ninguém tome para si esta honra, mas quem for chamado por Deus. Foi, de facto, Nosso Senhor Jesus Cristo que chamou a este excelso apostolado alguns dos seus discípulos, de preferência a todos os demais. 

Estes bem-aventurados discípulos foram colunas e fundamento da verdade. Deles diz o Senhor que os enviou como Ele próprio foi enviado pelo Pai. E ao mesmo tempo que mostra a dignidade do apostolado e a glória incomparável do poder que lhes confia, parece indicar também a função do ministério apostólico. 

Com efeito, se Ele pensava que devia mandar os seus discípulos da mesma forma que o Pai O tinha enviado, era necessário que, para O poderem imitar perfeitamente, eles compreendessem bem o mandato do Pai ao Filho. Por isso, ao explicar-nos de muitas maneiras o objectivo da sua missão, dizia: Não vim chamar os justos, mas os pecadores à penitência. E ainda: Desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo se salve por meio d’Ele. 

Definida assim em poucas palavras a missão dos Apóstolos, diz que os envia como Ele fora enviado pelo Pai, para que soubessem que o seu dever consistia em chamar os pecadores à conversão; em sarar os enfermos tanto do corpo como do espírito; em nunca procurar na administração dos bens de Deus a sua própria vontade, mas a d’Aquele por quem tinham sido enviados; e em salvar o mundo com a sua doutrina. 

Se ledes os Actos dos Apóstolos e os escritos de São Paulo, facilmente podeis saber com quanta diligência procuraram os santos Apóstolos pôr em prática estas normas de ação.


Do Comentário de São Cirilo de Alexandria, bispo, sobre o Evangelho de São João
(Lib. 12, 1: PG 74, 707-710) (Sec. V)