675. Antes do Advento de Cristo, a Igreja deve
passar por uma provação final que abalará a fé de muitos crentes. A perseguição
que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o "mistério de
iniquidade" sob a forma de uma impostura religiosa que há de trazer aos
homens uma solução aparente a seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A
impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um
pseudomessianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e deSeu
Messias que veio na carne.
É verdade que a Igreja sempre caminhará na história como uma pobre peregrina. É a herança que lhe cabe, até a manifestação da glória de Cristo, quando os rastros do mistério da iniquidade serão aniquilados da história para sempre.
Mas é verdade também que antes da Manifestação gloriosa do Senhor, a apostasia (abandono em massa da fé) e o ódio a Cristo e à Sua Igreja recrudescerão. Esse ódio está ligado à impostura anticrística de que fala o Catecismo.
O Anticristo não é necessariamente um indivíduo, mas um sistema, uma ideologia um modo de pensar e de viver. É impressionante o realismo e lucidez do Catecismo ao descrever a impostura do “pseudomessianismo em que o homem glorifica a si mesmo em lugar de Deus e de Seu Messias que veio na carne”.
O verdadeiro Messias veio na carne, isto é, na humildade, no abaixamento, na impotência, contra tudo aquilo que é esquema do mundo. E nesse Messias pobre e humilde que Deus manifestará Sua Glória final e destruirá a demoníaca pretensão humana de ser seu próprio deus. Estejamos atentos porque atualmente vemos de modo muito forte os traços dessa luta... Sem alarmismos messiânicos, os cristãos devem ser, no entanto, muito atentos aos sinais dos tempos...