As
celebrações do mês de dezembro são marcadas pela esperança e pela alegria. As
duas virtudes, esperança e alegria, sempre andam juntas, porque a esperança
sempre acende a alegria nos corações e pessoas alegres não vivem no pessimismo,
mas na esperança. Quando alguém, por exemplo, perde a esperança, entra em
depressão, que é o estado onde a alegria é jogada na lata de lixo. E, a
depressão, como se sabe, entristece o coração pela ausência da esperança e da
alegria. Deprimido é alguém que perdeu o horizonte da esperança e o sabor da
alegria em sua vida.
Do ponto
de vista litúrgico, a esperança e a alegria estão em praticamente todas as
celebrações. Esta característica está muito viva e presente na pedagogia
do mês de dezembro, que celebra alegremente a espera do Senhor, em três
Domingos do Advento, e celebra alegremente o nascimento de Jesus, no Natal e
nas demais celebrações Natalinas.
Esperar e
alegrar-se
O
primeiro canto de alegria entoado pela Liturgia, no mês de dezembro,
encontra-se no 2º Domingo do Advento, que proclama e incentiva a fazer crescer
e a cultivar a esperança em nossos corações. Quem não cultiva a esperança é
semelhante a uma raiz seca, incapaz de produzir frutos de conversão. O anúncio
da 2ª vinda do Senhor, no final dos tempos, não ameaça a esperança,
considerando que a escatologia não se limita e anunciar o fim dos tempos com
destruições e medo, mas pretende principalmente fortalecer os corações com a
virtude da esperança. E quando os corações estão fortalecidos pela esperança, a
alegria da paz interior toma conta da vida pessoal e favorece relacionamentos
fraternos, necessários e imprescindíveis para se criar um novo céu e uma nova
terra.
Um grande
convite para viver na alegria é a realidade da celebração do 3º Domingo do
Advento, pois a alegria reforça a caminhada em busca de um futuro melhor, diz a
profecia de Isaias. Um caminho a ser feito com a paciência do agricultor e com
a alegria de quem reconhece a presença do Senhor no meio de nós. Uma celebração
totalmente tomada pela alegria e com a finalidade de sintonizar os celebrantes
com o clima do Natal de Jesus Cristo, do qual este 3º Domingo do Advento
é o seu primeiro mensageiro. Realizar uma celebração marcada pela alegria
serena, própria do Advento, simbolizada nas flores e na simbologia do Natal que
já começam a aparecer na igreja da comunidade.
A alegria
e a esperança da Mãe
Antes de
chegar à alegria das celebrações natalinas, a Liturgia celebra a alegria da Mãe
grávida de Jesus Cristo. Uma alegria difícil de ser mensurada por quem não
sentiu a força da vida, este elo íntimo entre Deus e a pessoa, que toda mãe
sente. Além disso, a confiança na promessa divina e na vida nascitura de um
Menino que vem de Deus garante o profeta Isaias, salvará o povo e trará a paz
aos corações. É com a mesma confiança da fé e da esperança de José e Maria que
queremos caminhar ao encontro do Senhor que nascerá no Natal. A proximidade do
Natal convida-nos a perceber a importância de ler a presença divina nos sinais
dos tempos, mesmo quando estes sinais não são claros, como aconteceu com José e
Maria. Como José que precisou que soube acolher a surpresa de Deus para que seu
coração fosse fortalecido com a alegria e a esperança em sua vida.
No
contexto do Ano Mariano, que celebramos no Brasil, a celebração do 4º Domingo
do Advento e a celebração da Imaculada Conceição (8 de dezembro) merecem
destaque especial da parte da Equipe Litúrgica e das Equipes de Celebrações da
comunidade.
Glória a
Deus nas alturas e paz na terra!
A grande
e a maior de todas as alegrias — e uma das alegrias mais celebrada concretamente
na Liturgia — é aquela do Natal de Jesus Cristo. Quando contemplamos os
símbolos natalinos nos deparamos com a luz que vence a escuridão, com a alegria
de Deus e dos pastores se misturando para cantar a glória divina e, com o
Menino Deus deitado pobremente na manjedoura de Belém. Por isso, neste dia tão
divinizado é preciso celebrar uma celebração festiva, especialmente alegre, com
a alegria divina capaz de empenhar os celebrantes a acender a luz do Menino
Jesus no meio de uma sociedade cada vez mais escurecida pela violência. Uma
celebração capaz de acordar quem vive sonolento para comprometê-lo com os
sonhos divinos para o bem de toda a humanidade.
A alegria
e o compromisso com a esperança
Como
conclusão, a alegria e o compromisso com a esperança. Um compromisso com o qual
nos deparamos na última celebração litúrgica do Natal, neste ano de 2016, que
neste ano é antecipada, por motivo de data, para a sexta-feira. A alegria da
celebração litúrgica do Natal promove o compromisso com a esperança ativa, isto
é, aquela esperança que se fortalece sempre no Senhor, mesmo em circunstâncias
adversas, como celebrado na Festa da Sagrada Família deste Ano Litúrgico – A.
Esperança especialmente necessária para as nossas famílias.
Esperança
para alegremente anunciar que à medida que respeitamos os pais e os irmãos, na
família, a sociedade vai se tornando cada vez mais saudável, mais promotora e
protetora da vida. Todos os relacionamentos familiares sejam feitos no Senhor,
para que nenhuma ameaça de morte atinja nossas famílias. Diante da necessidade
de defender a família de uma verdadeira guerra para destruir a família, no
dizer de Papa Francisco, esta celebração tem a finalidade de fortalecer as
famílias cristãs para não se deixarem levar pelos modismos e ideologias que
podem destruir e matar a família.
Conclusão
Concluo a
pedagogia de dezembro, neste ano de 2016, com os votos de celebrações plenas de
alegria e totalmente tomadas pela esperança. Os lucros do comércio, que
certamente serão menores neste ano, não seja termômetro para celebrar alegre e
esperançosamente o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Feliz e
santo Natal!
Serginho
Valle
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Serviço de Animação Litúrgica
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